O presidente do Poder Legislativo paraibano, Adriano Galdino, defendeu, em sessão extraordinária realizada nesta terça-feira (23), que o presidente da República deveria ser punido por sua falta de ação efetiva contra a pandemia do novo coronavírus.
Para Adriano, o presidente da República deveria ser responsabilizado pelo agravamento da atual crise sanitário que aflige o país, desencadeado pela falta de iniciativa diante da morte de mais de 200 mil brasileiros.
– Se alguém nesse país deveria estar sendo punido e processado por não cumprir com suas obrigações em referência a covid-19, esse alguém se chama Jair Messias Bolsonaro. O governo federal foi incompetente e não cumpriu com suas obrigações no quesito ‘aquisição de vacinas’ – pontuou Galdino.
O presidente da Assembleia afirmou que o governo federal tem se mostrado incompetente e omisso ao demonstrar desinteresse e não se antecipar à compra dos imunizantes. “Outros país mais humildes, mais pobres e com menos recurso, mas que já vacinaram muito mais do que no Brasil. Se esse país tivesse preocupação em punir alguém, por falta de compromisso com o nosso povo, o punido seria o governo federal”, ratificou.
Em tom de desabafo, Adriano relatou que muitos brasileiros estão morrendo porque não foram vacinados e muitos ainda vão morrer antes de receber sequer a primeira dose do imunizante. “O governo federal, nesse momento, é o maior culpado nessa pandemia que temos hoje no Brasil”, concluiu.
PB Agora
O PL tem como o objetivo despertar e promover, desde a infância e a adolescência, a reflexão sistemática sobre o tema do respeito e da proteção que devem ser dispensados continuamente aos animais como decorrência do direito à vida, do direito ambiental e também da alta consideração que deve ser franqueada a todos os seres.
“Lamentavelmente, tem sido crescente o número de ocorrências sobre maus tratos aos animais na Paraíba, o que além de ser crime, gera a disseminação de doenças. Precisamos, a exemplo de outros Estados, enfrentar esse problema dentro e fora das escolas, através de campanhas informativas e de sensibilização”, alertou Raniery.
O parlamentar ainda destacou a importância de algumas escolas tratarem o tema com seus alunos e os cuidados práticos dentro das próprias unidades escolares.
“Algumas escolas do Brasil, além de tratar o tema em seus conteúdos, literalmente adotaram animais para que seus alunos possam exercer cuidados práticos diários dentro das próprias escolas, gerando uma melhora significativa nos processos de ensino e aprendizagem. Isso muda a forma de enxergar os animais. Necessitamos disso urgentemente”, concluiu Paulino.
Na Câmara Municipal de Guarabira está em gestação uma nova bancada. Trata-se de um grupo de vereadores que terá postura de independência, sem atrelamento à bancada oposicionista nem situacionista.
A bancada, que está sendo chamada de ‘centrão’, será composta pelos vereadores Zé do Empenho (PDT), Marcelo Bandeira (PDT), Gerson do Gesso (PDT) e Saulo de Biu.
“A nossa postura será de independência e estaremos aqui para votar nas matérias que são de interesse da população, sem amarras com oposição nem situação. Aquilo que for em benefício da coletividade terá o nosso apoio”, destacou o líder da bancada, vereador Saulo de Biu.
Com quatro vereadores em sua composição, a bancada do ‘centrão’ servirá com fiel da balança nas votações das matérias. Para o lado que for a bancada decidirá as votações. As lideranças das bancadas de situação e de oposição ainda não foram definidas. Uma reunião foi realizada com esse fim, mas não houve consenso.
O ex-governador da Paraíba e atual presidente do Movimento Democrático Brasileiro (MDB), Roberto Paulino, defendeu a aliança da legenda com o Cidadania, do governador João Azevêdo (Cidadania). Além disso, indicou possíveis nomes para uma composição na reeleição como o da secretária de Estado da Articulação Municipal, Ana Cláudia Vital (Podemos), e da senadora paraibana Nilda Gondim (MDB).
Após a morte do senador paraibano e presidente do MDB, José Maranhão, quem assumiu foi o vice, Roberto Paulino. “O MDB tem que renovar o diretório agora em julho. E o estatuto diz que o vice assume e com dois meses, após a posse do novo presidente, o diretório convoca eleições”,. Integra também o partido, o senador Veneziano Vital do Rêgo, que retornou no mês de janeiro, e a senadora Nilda Gondim, que assumiu a titularidade da vaga no Senado Federal.
Ainda de acordo com Roberto Paulino, sua proposta é fortalecer o MDB. “Desde já defendendo a aliança do MDB com o Cidadania. “Foi muito importante a chegada de Veneziano e Nildinha. Isso vai dar mais força ao nosso partido para voltar a crescer na nossa Paraíba. É isso que defendendo. É isso que nós queremos e vamos lutar para unidade partidária”, revelou.
De acordo com o PL apresentado, o objetivo da propositura é instituir uma política de combate aos crimes rurais, com a finalidade de estabelecer mecanismos para o enfrentamento à criminalidade específico nas áreas rurais, bem como a atuação cooperativa dos órgãos de segurança para o desempenho das funções de segurança pública nas zonas localizadas em áreas de maior registro por crimes em área rural.
“Nosso objetivo é potencializar os recursos, a tecnologia e expertise disponível por todos os órgãos de segurança e devolver a paz entre os produtores. Porém, caberá ao Poder Executivo realizar a análise dos cenários nas zonas rurais no que tange à atividade criminosa, para, então, realizar a implantação de unidades policiais para o combate ostensivo contra criminosos”, explica Raniery.
A medida ainda visa estabelecer mais um mecanismo de enfrentamento à criminalidade nas zonas rurais, trazendo políticas específicas para o combate aos crimes mais constantes nas localidades. Dentre outras diretrizes, o projeto prevê a participação da sociedade civil organizada, o que é de suma importância para a eficiência do trabalho das forças de segurança pública estaduais, uma vez que a população local é quem mais conhece e padece com as artimanhas criminosas em sua região.
As declarações de Roberto Paulino foram dadas durante entrevista concedida para o radialista Edcarlo Monteiro, no programa Em Cima da Hora (Rádio Cultura FM) de Guarabira. O pai do deputado Raniery também falou sobre outros temas ligados a política.
– Vamos reunir a executiva e o diretório estadual do MDB para ouvir a opinião da cúpula partidária e os filiados. É interessante que haja uma decisão democrática. Da minha parte, vou opinar por uma aliança do nosso partido com o Cidadania do governador Azevêdo – disse.
Em relação a chapa majoritária, Roberto Paulino sugeriu o nome de Ana Cláudia Vital, esposa do senador Veneziano Vital do Rego, para vice do governador João Azevêdo nas eleições de 2022. “É de Campina Grande e uma das maiores lideranças políticas da cidade”, justificou.
No que diz respeito ao MDB de Guarabira, Paulino deixou claro que também advoga em favor do apoio do partido ao governador João Azevêdo em 2022, mas quer ouvir os integrantes da legenda, a exemplo dos vereadores e as lideranças partidárias do diretório municipal.
Fato a Fato
Pensando nas futuras ações que o Município de Pilõezinhos irá realizar, o prefeito Marcelo Matias, o vice-prefeito Beto Barbosa, secretários e vereadores, tiveram uma reunião com o Deputado Federal Ruy Carneiro na última quinta-feira (18/02).
Estiveram na reunião os vereadores Tizil, Ninho de Deinha e Tô Justo, além de Jonas Monteiro (Sec. De Infraestrutura), Wellington Henrique (Dir. de Transportes) e Luan Azeredo (Chefe de Gabinete).
O deputado garantiu conseguir atender as reivindicações da gestão e se colocou à disposição para ajudar no que for necessário para o sucesso da administração.
“Estamos na luta buscando emendas e ações para nossa cidade. Agradeço a cortesia e prontidão do Deputado Ruy e tenho a certeza que nossas reivindicações serão atendidas. Contamos com um aliado determinado e disposto a nos ajudar sempre e todos juntos faremos com que tudo caminhe bem. Foi uma viagem proveitosa, da qual trago conquistas e esperança de muita coisa boa chegando a nossa querida Pilõezinhos”, destacou Marcelo Matias.
Assessoria de Comunicação
A desembargadora descartou a possibilidade de aderir à política partidária para assumir o lugar do marido recentemente falecido. Alegou, sobretudo, que está em meio a uma carreira jurídica que muito ama e, portanto, não deseja interrompê-la.
“Acho interessante que a Paraíba saiba que a viúva de Maranhão é somente uma magistrada. Não tenho pretensão política, não nasci para fazer política partidária”, enfatizou.
Durante a entrevista, entrecortada por instantes de emoção e embargo de voz, a desembargadora Fátima manifestou um desejo:
“Eu queria que o legado político de José Maranhão ficasse para um Raniery, um Roberto Paulino; um Veneziano Vital do Rêgo (citado com muita ênfase). Porque esses jovens estão com o futuro nas mãos. O retorno de Veneziano ao MDB foi muito bom. Eu só queria que esse legado político de Maranhão continuasse dentro do MDB para que eles honrassem a memória de José Maranhão seguindo os passos dele.”
A viúva de José Maranhão relatou, ainda, como têm sido os primeiros dias da família sem a presença do seu matriarca, que morreu num hospital de São Paulo, vítima de sequelas decorrentes da Covid-19. “Até a última hora, eu acreditava que ele iria resistir e dar a volta por cima”, comentou para cantarolar com saudosismo: “Na minha vida tá faltando ele/e a saudade dele/tá doendo em mim”.
Durante a entrevista, Fátima Bezerra também fala sobre o José Maranhão marido, pai, avô e homem de negócios.
Segue a entrevista:
PBAgora – Com a morte do seu marido, o senador José Maranhão, a senhora tem a pretensão de substituí-lo na política?
Fátima Bezerra Cavalcanti – Eu acho interessante que a Paraíba saiba que a viúva de José Maranhão é tão somente uma magistrada; uma juíza que, hoje, está no segundo grau da carreira. Eu sou juíza concursada. Namorei Maranhão por treze anos e, durante esse período, eu me dediquei muito aos Estudos.
Aliás, eu sempre fui uma pessoa muito voltada às letras. Meu sonho era publicar um livro. Há uma frase atribuída ao poeta cubano José Martí que diz: há algumas coisas que um homem deve fazer na vida – plantar uma árvore, ter um filho e escrever um livro. Pois bem: ao nascimento de cada filho meu eu plantei um coqueiro. Eu tenho dois coqueiros lá na fazenda, que representam os dois filhos que tive.
PBAgora – Mas tem, também, livro publicado sob o título “Guiadas Pela Justiça, Movidas pela Fé”, prefaciado por ninguém menos que a escritora e acadêmica Nélida Piñon, não é?
Fátima Bezerra Cavalcanti – Quanto aos livros, eu tenho a oportunidade de escrever, graças a Deus. Deus me deu esse dom. A pessoa dizer “eu não tenho essa qualidade…” Ser humilde, não é negar as qualidades que tem; ser humilde é a pessoa reconhecer que suas qualidades são dons de Deus. E colocar esses dons e talentos a serviço do próximo. Deus me deu esse dom e, por isso, enveredei pela carreira jurídica, que exige que se leia muito, que se estude muito.
PBAgora – Quanto ao comando do MDB?
Fátima Bezerra Cavalcanti – O MDB era o partido de José Maranhão. Maranhão nunca mudou de partido. Foi MDB, depois passou a se chamar PMDB e, agora, voltou a ser MDB. A semelhança do meu pai, Waldir Bezerra (ex-deputado estadual), de quem eu também tenho muita honra de ser filha por ter sido um político íntegro e honesto, e a exemplo também do meu marido, José Maranhão, o MDB foi sempre uma das paixões da vida deles.
PBAgora – Objetivamente, a senhora tem pretensões políticas, pensa em ocupar o espaço político deixado pelo seu marido?
Fátima Bezerra Cavalcanti – Eu não tenho nenhuma pretensão política. Eu não nasci para fazer política partidária; Política social, sim. Eu gosto de conversar, eu gosto de ouvir, de escrever, partilhar. Eu sou muito democrática, sou sensível e sentimental. Meu marido dizia: “minha filha, você é muito romântica”. Em tudo eu via romantismo. Até nesta frase dele eu dizia: “Que romântico você falar assim de mim”. Então, pretensão política minha é nenhuma. Sou magistrada de carreira e apaixonada pela minha profissão.
PBAgora – Mas o que a senhora pensa sobre a sucessão política do senador José Maranhão?
Fátima Bezerra Cavalcanti – Bem, quanto à sucessão política de José Maranhão, temos a irmã dele, Wilma Maranhão, que foi prefeita de Araruna algumas vezes; uma mulher que ainda tem todas as condições, embora com uma certa idade, mas você veja que Maranhão com 87 anos só morreu porque esse inimigo terrível (coronavírus) tomou conta do pulmão dele. Wilma é uma pessoa lúcida, inteligente e capaz. Tem também Benjamin Maranhão, Olenka Maranhão, que são políticos já há algum tempo. Temos Mirabeau Maranhão, que é um médico muito conceituado em Campina Grande; Magda Maranhão, sobrinha dele, uma pessoa muito afável e querida. Na família Maranhão, de repente qualquer um deles pode despertar para ocupar o espaço político deixado por ele. O que também não significa dizer que um dos meus filhos também não possa sê-lo. Como Maria Alice, que é médica; como Leônidas Maranhão (Leo), que é educador físico, atleta e gosta de mecânica como o pai gostava. Então, meus filhos são pessoas de luta, guerreiros e neles poderia despertar uma veia política. Mas isso não aconteceu dentro da minha casa. Aqui, todos nós queremos continuar dentro da minha casa, onde José Maranhão ainda está tão presente; tão… (voz embargada) …tão vivo aqui dentro. Mas eu e nossos filhos não temos pretensão política alguma.
PBAgora – Mas há um legado político de José Maranhão que, pela sua dimensão e pela relevância dele no cenário da Paraíba, terá de ser preservado. Se não houver uma alternativa de dentro de casa, ou da família, o que a senhora sugere?
Fátima Bezerra Cavalcanti – Embora não tenhamos pretensão política nenhuma, o que nós queremos é que o legado de José Maranhão seja oferecido não a uma só pessoa, ou duas, ou três. É importante que tenha um Maranhão sempre na política do MDB, porque esta família, da qual meus filhos fazem parte, todos sempre foram apaixonados pelo partido do pai. Mas eu queria que o legado político de José Maranhão ficasse para um Raniery, um Roberto Paulino; um Veneziano Vital do Rêgo (citado com muita ênfase); Porque eles, sim, esses jovens, Raniery, Veneziano, eles estão com o futuro nas mãos. O MDB é um partido coeso. O retorno de Veneziano ao MDB foi muito bom. E eles estão com o futuro nas mãos. São inteligentes, probos, dignos. E eu só queria que esse legado político de Maranhão continuasse dentro do MDB para que eles honrassem a memória de José Maranhão seguindo os passos dele.
PBAgora – Durante o tempo em que o senador Maranhão esteve no hospital, em algum momento a senhora perdeu a esperança de que ele sobreviveria?
Fátima Bezerra Cavalcanti – Apesar da Covid-19 ter tomado o pulmão dele, todo o resto do corpo estava funcionando bem. E, até a última hora, eu acreditava que ele iria resistir e dar a volta por cima. “Na minha vida tá faltando ele/e a saudade dele/tá doendo em mim”. Eu tocava muito essa música ao piano pensando no meu pai (voz embargada). Mas a dor de um companheiro perdido é tão grande. Eu achava que a dor de ter perdido a minha mãe, ter perdido o meu pai, eu não teria outra igual. Mas a dor de perder um companheiro como José Maranhão é uma dor sem tamanho (muito emocionada). A Saudade dele dói.
PBAgora – Como tem sido os a vida em família nestes primeiros dias após amorte de José Maranhão? O que mudou na rotina familiar?
Fátima Bezerra Cavalcanti – Quando amanhecemos hoje, eu minha filha e meu filho, todos à mesa, olhávamos um para o outro. Eu ocupei o lugar dele na mesa e disse aos meus filhos; “Eu estou ocupando esse lugar de seu pai na mesa – porque aqui é tudo muito formal e tradicional – porque eu vou procurar ser para vocês pai e mãe. Isso daí nosso pai, Waldir Bezerra, nos disse quando nós perdemos a nossa mãe. Eu tinha 23 anos quando a minha mãe morreu num acidente fatal, grave e terrível. Nosso pai continuou no mesmo lugar, claro, sendo ele patriarca. E disse: “Eu vou procurar ser pai e mãe de vocês”. Eu me lembrei do meu pai e disse isso a meus filhos. Porque meu neto não se encontrava; eu acho que não existe paixão maior do que a do meu neto pelo avô. Tanto que ele chamava o avô de papai Zé. E o amor de Maranhão pelos dois netos, o José Neto e Fatinha Neta, será um amor para sempre, como são os amores verdadeiros. Pois bem. Hoje sentamos à mesa, nos entreolhamos e ninguém teve a iniciativa, sequer, de por uma xícara de café com leite na boca. Era só pranto e pranto. Todos chorando silenciosamente. Aí acorda a minha netinha, Fatinha, de um ano e meio e chega pra nós e diz: “Vovô, cadê?”. Então, isso doeu muito. Por isso sou uma pessoa que escreve com muito sentimentalismo. Porque a minha vida é assim, cheia de sinais; sinais de amor, sinais de Deus. Por isso, eu sou uma sentimental. A veia poética que você diz que tenho é a minha própria vida. Quando Fatinha disse – “vovô, cadê?” – foi como se José Maranhão dissesse assim: “Assuma a sua vida, minha filha; tome conta da nossa família”. Então quando ela disse “cadê vovô”, eu disse: Vovô tá lá no céu; manda um beijo pra ele. Aí ela mandou e ficou dizendo “o céu, o céu” e me puxando até o jardim, para ver o céu; e quando ali chegou ela ficou mandando beijos pro vovô (na direção do céu). Então esta casa é o espaço que Maranhão ocupou na vida.
PBAgora – Como era José Maranhão em casa. Maranhão, marido, pai avô?
Fátima Bezerra Cavalcanti – Eu sempre dizia, na intimidade, e agora posso dizer de público: Maranhão não foi só o meu amor. Maranhão era o amor da Paraíba Era o nosso amor. Ele sempre estava fora, ora resolvendo coisas da política; ora resolvendo coisas da agropecuária. Mas quando ele estava aqui dentro ele era intenso, profundamente intenso. Um avô carinhoso, um pai conselheiro, um marido companheiro. Então, quando eu voltei com a minha neta do jardim, eu olhei para meus filhos e disse: Faz de conta que ele foi para Tocantins e voltará daqui a um mês; faz de conta que ele foi para Brasília e voltará dentro de uma semana; faz de conta que ele está numa viagem internacional assistindo feiras de avião, que ele não perdia as feiras internacionais de avião, sobretudo nos Estados Unidos. Faz de conta que ele vai voltar. O filho mais novo só calado, chorando, ele é mais introspectivo nestes momentos. A minha filha mais velha disse: “Mainha, nós não podemos mais brincar de faz de conta. Nós temos que dizer assim: nosso pai está com Deus e nós não vamos tirá-lo, nunca, de nossas vidas e dos nossos corações. Porque o que nós fizermos, nós teremos um sensor e este sensor se chama José Maranhão. E será este sensor que continuará dirigindo nossas vidas para sermos pessoas como ele foi: altamente generoso; altamente justo. Quando ela disse isso, os dois irmãos se abraçaram. E eu disse: muito bem, minha filha, você está certa. Esse romantismo da sua mãe está muito exagerado; seu pai também iria dizer isso. Maranhão não morrerá nunca, para nós nem para a Paraíba. Porque ele se doou muito.
PBAgora – Durante a campanha política, José Maranhão esteve muito no meio do povo, nas aglomerações. Ele já tinha 87 anos. Ele não se dava conta dos riscos que corria?
Fátima Bezerra Cavalcanti – Ele morreu por conta da política. Porque desenvolveu atividades políticas na campanha. Ele morreu fazendo o que queria. Morreu sendo o que queria ser, um político em pleno exercício. Deus lhe concedeu essa graça de fazer política. Ele fez a política porque ele queria, gostava e precisava atender ao chamamento dos correligionários e do povo. Ninguém o continha. E quanto ele chegava às localidades, aos municípios, as pessoas queriam tocar nele, beijar, tirar fotos ao lado dele, abraçar. E ele deixava. Os assessores me contavam, eu dizia: meu amor, pelo amor de Deus, olhe a pandemia aí. E ele sempre dizia que estava tendo cuidado. E eu dizia, não adianta você ter cuidado trocando abraços. Então, ele dizia que não poderia negar o abraço ao povo. Eu ponderava: então não saía de casa. Ele respondia que não poderia abandonar um companheiro de partido que era candidato às eleições de então. E assim foi, até a morte. Morreu fazendo política e sendo político em exercício, honrando o seu Estado. Eu sou uma mulher agraciada por Deus. Mas na mesa, sobretudo na minha vida, está faltando ele. A saudade dele está doendo muito, mas no meu coração é vermelho. Não porque seja do MDB. Política partidária, eu nunca fiz nem com meu marido aqui, como vou fazer agora sem ele? Herdeira política, não. Quero ser herdeira das virtudes e qualidades dele. Quero, sim, que o Senhor me ajude, que Deus me conceda essa graça de ser prudente como Maranhão; de ser serena, como Maranhão, paciente e generosa como ele. Este legado, sim, eu quero ocupar. Quero ser herdeira das virtudes de José Maranhão. Nem eu nem meus filhos, repito, estamos pensando na política partidária. Porque o político era ele, Maranhão, e serão outros que possam surgir. O que desejo mesmo é que essa juventude do MDB, que é Veneziano, que é Raniery, que é agora o Coronel Sobreira, representando o MDB na Câmara Municipal. Essa turma jovem do MDB faça o seguinte: homenageie sempre José Maranhão. Quando forem tomar uma decisão, lembrem-se das atitudes de Maranhão. Pense como ele faria. Eu ficarei muito feliz aqui, e José Maranhão ficará muito feliz no céu onde ele se encontra.