O governo da Coreia do Norte pediu ajuda às Nações Unidas e a organizações humanitárias nesta quinta-feira, 21, para contornar a escassez de alimentos no país. Segundo a ONU, Pyonyang estima que sofrerá neste ano carência de 1,4 milhão de toneladas de alimentos básicos, como trigo, arroz, batata e soja.
O apelo do regime de Kim Jong-Un se dá a apenas seis dias de seu segundo encontro com o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, em Hanói, no Vietnã, para discutir o processo de desnuclearização da Península Coreana e um possível acordo de paz definitivo.
“O governo solicitou assistência das organizações humanitárias internacionais presentes no país para responder ao impacto da situação de segurança alimentar”, explicou o porta-voz da ONU, Stéphane Dujarric.
Segundo Dujarric, a ONU está em contato com as autoridades norte-coreanas para analisar o impacto da falta de alimentos na população mais vulnerável e para atuar de forma rápida para suprir as necessidades humanitárias. A preocupação maior das Nações Unidas está na “deterioração da situação de segurança alimentar” da Coreia do Norte.
O país asiático foi palco, nos anos 1990, de uma forte crise humanitária. estima-se que entre 250 mil e mais de 3 milhões de pessoas morreram de fome.
A Coreia do Norte é alvo de pesadas sanções internacionais, em especial dos Estados Unidos, como consequência dos seus programa nuclear militar e de mísseis, que disseminam a insegurança no leste asiático. Embora existam isenções humanitárias, muitos analistas reconhecem que as restrições contra o regime também afetam a sua população.
Alguns países, entre eles a Rússia, pediram recentemente a suspensão de algumas dessas sanções para incentivar Pyonyang a avançar nas conversas para a desnuclearização com os Estados Unidos. Washington, entretanto, defende a preservação das sanções como instrumento de pressão sobre Pyongyang.
(Com EFE)
Fonte: Veja.com
O papa pediu hoje (21), na abertura de uma reunião histórica da igreja para abordar os abusos sexuais cometidos por membros do clero, “medidas concretas e efetivas” de combate. Segundo o pontífice, não basta apenas condenar esses crimes.
“O povo de Deus está a ver-nos e espera que nós não só condenemos, mas que tomemos medidas concretas e efetivas”, afirmou o papa Francisco perante 190 representantes da hierarquia religiosa. “A concretização [dessas medidas] é necessária”, destacou.
“Confrontados com o flagelo do abuso sexual realizado por homens da Igreja contra as crianças, pensei em consultar-me convosco, patriarcas, cardeais, arcebispos, bispos, superiores religiosos e responsáveis, para que juntos possamos ouvir o grito dos pequenos que pedem justiça”, ressaltou Francisco.
O papa disse aos presentes que nessa reunião pesa a responsabilidade pastoral e eclesial que os obriga a discutir em conjunto, de maneira sinodal, de forma sincera e profunda “a forma de enfrentar esse mal que aflige a Igreja e a humanidade”.
Francisco disse que será entregue aos participantes “uma linha guia” para ajudar a refletir, sendo esta apenas um ponto de partida das discussões.
O papa pediu que o Espírito Santo ajudasse a Igreja nestes dias a “transformar este mal em uma oportunidade para se tomar consciência e para se purificar”.
O pontífice rogou à Virgem Maria que iluminasse a Igreja para “tentar curar ferimentos graves causados pelo escândalo da pedofilia tanto aos pequenos quantos aos crentes”.
A reunião começou com as palavras de uma vítima, lidas por um dos membros da comissão organizadora e especialista na luta contra os abusos, o padre Hans Zollner. “Nem os meus pais, nem os oficiais da igreja ouviram o meu clamor e pergunto-me: ‘Porque Deus também não o ouviu?'”, disse o padre, ao ler as palavras da vítima de abuso sexual.
O papa argentino vai tentar convencer, nos próximos dias, os presidentes das Conferências Episcopais da Igreja Católica no mundo da sua responsabilidade individual face às agressões sexuais a menores.
Ouvir as vítimas, aumentar a consciência, aumentar o conhecimento, desenvolver novos procedimentos, e partilhar boas práticas são alguns dos objetivos do encontro.
Cúpula
O encontro Proteção dos Menores na Igreja, que ocorrerá no Vaticano, focará três temas principais: responsabilidade, assunção de responsabilidades e transparência.
O papa anunciou a sua presença em todas as sessões e momentos de oração da cúpula que reunirá 114 conferências episcopais.
Segundo a comissão organizadora da cimeira, os participantes “trabalharão juntos para responder a este sério desafio”. Está prevista também a participação de algumas vítimas.
Na preparação do encontro, a comissão pediu aos presidentes das conferências episcopais para ouvirem as vítimas nos seus países.
*Com informações da RTP, TV pública portuguesa
Fonte: EBC
O parto de sétuplos ocorreu na província de Diyali, a leste do Iraque, e será um caso inédito no país, de acordo com o tablóide Mirror. O caso ganhou notoriedade e foi noticiado a nível nacional.
Segundo os meios locais, muitos moradores da cidade levarem presentes para o casal e querem ajudar a família, que já tinha três filhos.
Um porta-voz do ministério da Saúde local, Firas Al-Izzawi, indicou através de comunicado que a mãe, cuja identidade não foi revelada, está bem de saúde e se recuperando com normalidade.
Os sete recém-nascidos, seis meninas e um menino, foram examinados e também se encontram bem, tendo sido divulgadas algumas imagens, veja na galeria.
Fonte: Notícias ao Minuto
Em uma decisão histórica neste sábado (16), o Papa Francisco decidiu expulsar Theodore McCarrick da Igreja Católica. A decisão foi tomada devido as muitas acusações de abuso sexual de menores que o ex-cardeal americano foi alvo nos últimos anos.
É a 1ª vez na história da Igreja Católica que um cardeal é expulso da instituição por abusos sexuais. Segundo o jornal O Globo, McCarrick já havia perdido o título de cardeal em julho de 2018, algo que não acontecia há 100 anos.
Fonte: Huffpost Brasil
‘Lobo Mau’ é condenado a 60 anos por abuso sexual de mais de 270 crianças e adolescentes na Colômbia
O colombiano Juan Carlos Sánchez Latorre, conhecido como “Lobo Mau”, foi condenado na quarta-feira a 60 anos de prisão por abusar sexualmente de pelo menos 276 crianças e adolescentes. O homem de 37 anos confessou os crimes.
De acordo com informações da Procuradoria-Geral da República da Colômbia, Latorre recebeu a pena máxima por estupro e atos sexuais com menores de 14 anos e, ainda, por pornografia envolvendo menores de 18.
Os crimes foram cometidos entre 2007 e 2008.
Sánchez Latorre abordava suas potenciais vítimas em shoppings e lojas de videogame.
Segundo as autoridades, ele oferecia dinheiro para que comprassem doces e jogos como forma de convencê-los a acompanhá-lo até a casa onde morava – onde praticava e registrava os abusos.
Os que recusavam suas investidas eram violentados repetidas vezes.
O Ministério Público colombiano afirmou em comunicado que “as agressões eram fotografadas ou gravadas em vídeo e o material compartilhado em redes sociais na Internet com usuários de outros países”.
Latorre também usava o pseudônimo Big Bad Wolf para compartilhar o material com uma rede de pedófilos online baseada no México. A polícia colombiana o investigava desde 2005.
Extradição da Venezuela
O “Lobo Mau”, que está preso na prisão La Picota, em Bogotá, recebeu sua pena por meio de videoconferência.
O homem foi preso em novembro de 2017 em Maracaibo, na Venezuela, portando identidade falsa. Ele era considerado foragido da Justiça já havia cinco anos.
Em 26 de janeiro de 2018, a Procuradoria Geral colombiana formalizou o pedido de extradição dele junto à Venezuela. O pedido foi considerado “apropriado” em 7 de junho e em 13 de setembro ele foi finalmente extraditado, para se apresentar à Justiça.
Segundo a Procuradoria, o “Lobo Mau” é responsável por “vários dos casos mais terríveis de que se tem notícia na última década, no país, contra a liberdade, a integridade e a formação sexual de crianças”.
O Lobo Mau
Juan Carlos Sánches Latorre nasceu em 13 de setembro de 1980 em El Espinal (Tolima), mas foi criado em Barranquilla, onde foi denunciado por abusos.
Informações divulgadas pelo jornal colombiano El Espectador apontam que ele trabalhou em uma empresa de computação durante anos como engenheiro de sistemas.
O jornal diz que em 14 de março de 2008, ele foi preso dentro de uma investigação sobre o estupro de um menor de 14 anos – embora já estivesse sendo monitorado pelas autoridades desde 2005. “O motivo? Aparentemente mais de 50 estupros que haviam sido denunciados contra ele em Barranquilla”, informou o El Espectador.
Fonte: BBC News
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, tem em suas mãos as alternativas para evitar a retomada daparalisação do governo federal, no dia 15, e para postergar o prazo de conclusão do acordo comercial com a China. Ambas as medidas são cruciais para tranquilizar os mercados e reduzir os efeitos da guerra comercial que a Casa Branca iniciou contra Pequim no ano passado.
Com os elementos necessários para tomar as duas decisões, porém, Trump preferiu esquivar-se de anúncios nesta terça-feira, 12, e criar suspense.
Para o primeiro tópico, legisladores democratas e republicanos alcançaram na noite de quinta-feira um acordo de princípios sobre a exigência de Trump de recursos orçamentários para a construção de um muro de 1.600 quilômetros na fronteira com o México, a um custo de 5,7 bilhões de dólares. A recusa dos democratas já levou os Estados Unidos a enfrentar mais de 30 dias de paralisia do governo federal.
O acordo prevê uma construção mais modesta, de 88 quilômetros, com a liberação de 1,37 bilhão. “Se eu estou feliz à primeira vista? Eu acabo de ver isso. A resposta é não. Não estou. Eu não estou feliz”, disse, antes de uma reunião de gabinete na Casa Branca.
Trump não vetou, de antemão, a ideia. Mas insistiu ter outros meios melhorar a verba proposta pelo Congresso. Ele já ameaçou com a declaração de estado de emergência no país como meio de obter, por decreto, os recursos.
“O muro finalmente será construído, de qualquer forma”, disse, referindo-se à sua promessa de campanha que será cobrada por seus eleitores em 2020, quando se lançar para a reeleição.
O acordo, porém, tem de ser votado pelo Congresso e ratificado por Trump. O líder da maioria republicana no Senado, Mitch McConnell, disse que o acordo é “certamente uma boa notícia”. “Ele fornece novos fundos para quilômetros de novas barreiras de fronteira”, afirmou.
Chuck Schumer, o principal senador democrata, concordou.”Embora os detalhes ainda não tenham sido definidos, o acordo provisório representa um caminho para o nosso país, longe de outra rodada de negociações complicadas (… e) de uma temida paralisação do governo”, disse Schumer.
China
Na seara comercial, Trump, afirmou nesta terça-feira que poderia prorrogar um pouco o prazo de 1º de março para a conclusão de um acordo com a China. Mas prefere não fazer isso para, antes, reunir-se com o presidente chinês, Xi Jinping, para selar o pacto em algum momento.
Autoridades dos Estados Unidos chegaram à capital chinesa nesta terça-feira para mais uma rodada de negociações com o objetivo de evitar outro aumento das tarifas de importação de lado a lado. Trump admitiu que consideraria a prorrogação do prazo se os negociadores chegarem perto da conclusão do acordo.
“Estamos indo muito bem lá na China”, disse Trump.
Os Estados Unidos e a China deram uma trégua de 90 dias na sua guerra comercial para tentar chegar a um acordo. Se os dois lados não chegarem a um acordo até 1º de março, as tarifas de importação subirão de 10% para 25% sobre 200 bilhões de dólares em produtos chineses desembarcados nos Estados Unidos. A China tenderá a regir com a elevação de tarifas sobre 60 bilhões de dólares em bens norte-americanos importados.
(Com AFP e Reuters)
Fonte: Veja.com
María Fernanda Rodríguez mostra com orgulho a panela que destruiu há algumas semanas. Uma caçarola preta e vermelha totalmente abaulada pelos golpes que recebeu. Até 21 de janeiro, batia em casa, meio às escondidas, quando ouvia ruídos similares de outras janelas. Nesta madrugada foi diferente. O zum-zum-zum das pessoas que saíram para as ruas em seu bairro se alastrou muito rápido. Saiu de casa em disparada e desceu os 80 degraus que dão para o quartel da Guarda Nacional. Foi a única maneira que lhe restou para expressar seu esgotamento. “Estou cansada de passar fome.”
A manicure de 36 anos, um torvelinho de loquacidade, mora na região de Los Pinos, em Cotiza, bairro de Caracas que se levantou na véspera de 23 de janeiro, dia em que a oposição voltou a sair para as ruas para protestar contra o Governo de Nicolás Maduro. Cotiza tem um valor simbólico enorme. As comunidades, na Venezuela, têm uma conotação específica, não são apenas parte da cidade: são as regiões populares, as mais afetadas, que empoderaram Hugo Chávez, onde ele começou a construir seu programa Misión Vivienda [missão moradia, em tradução livre], as que o mantiveram no poder. E as que também começaram a dizer chega.
“Cotiza era uma região chavista que jamais se insurgia, jamais fazia passeatas, jamais saía para protestar, por isso todos se surpreenderam. Foi um boom. Depois, outros bairros saíram para protestar”, comemora Rodríguez, que admite que se não tinha o feito antes, era por medo: “Sempre te dizem que se você for para a rua protestar vão te matar, vão te prender… ainda me dizem: ‘María, mosca [alerta], cuidado’. Mas digo a eles: ‘Tranquilos, estou com Deus, sou cristã”.
A necessidade, que inclui a fome, a falta de água ou os contínuos cortes de luz, entre muitas outras carências cotidianas, se impõe à política nesta Venezuela em convulsão. “A fome tem cara de cachorro, isso levou muitas pessoas a ficar contra o Governo, a fome é maior. Vivi a fome na própria pele e é muito forte. Tive de me adaptar a coisas do Governo por necessidade”, diz Rodríguez. “Hoje, o venezuelano não vive, sobrevive…”, acrescenta um pouco depois um de seus vizinhos, Julio Camargo, de 25 anos, que voltou à Venezuela há um ano, da Colômbia, onde passou oito meses. “Tudo piorou, é difícil para mim arcar com os gastos de fraldas para meu bebê. São 20 fraldas por semana, equivale a um salário mínimo (18.000 bolívares, cerca de seis dólares), ou seja, por mês gasto cerca de 60.000 bolívares em fraldas.”
Camargo parou de estudar enfermagem porque não conseguia conciliar a universidade com o trabalho. Agora ajuda seus pais na loja que têm no bairro. Sua mãe, conta, foi guardando aos poucos todos os símbolos que tinha em casa que lembravam Chávez: camisetas, um quadro pintado… O jovem, no entanto, não se atreve a dizer que os pais deram as costas ao chavismo. Talvez ao madurismo. E também não de todo. “Pensam que têm a casa que têm graças a Chávez.”
“Chávez tomou a decisão, consciente ou não, de usar o discurso grupocêntrico como um dos elementos para fazer campanha”, opina Daniel Varnagy, professor da Universidad Simón Bolívar. “O que significa grupocêntrico? Ricos contra pobres, brancos contra negros, profissionais contra pessoas sem formação, ou seja, elementos por meio dos quais se coloca no discurso uma dualidade permanente a algo que se chama atribuição diferenciada a uma das qualidades… Chávez retoma e leva a sua máxima expressão esse discurso quando sataniza, por exemplo, o conceito de propriedade privada com expropriação e isso despertou uma característica que já existia na população venezuelana, inclusive há estudos que afirmam isso, mas estava adormecida, que era o ressentimento de classes”, analisa o doutor em Ciências Políticas, para quem esse “ressentimento em termos emocionais e psicológicos se traduziu na polarização da sociedade, porque havia uma parte que atendia um dos elementos dessa fissura grupocêntrica pelo lado positivo, ou seja, população de pele mais escura, e menor nível econômico que, de alguma forma, tendia muito a acolher um discurso populista e havia outro grupo da população menor numericamente que eram os brancos, os ricos, os grandes proprietários. Essa polarização foi uma estratégia muito clara por parte de Chávez para amarrar emocionalmente a maior parte da população.”
A sensação em Cotiza é a de que a sobrevivência não admite ideologias, não é um assunto já de esquerda ou direita, mas de estruturas mais coercitivas, como as CLAP, as caixas de alimentos oferecidas pelo Governo de Nicolás Maduro. “Nós não dependemos da caixa da CLAP, mas vemos como as pessoas das comunidades depende elas e o tempo todo pergunta quando chegará. Vivem de falsas expectativas, porque a promessa é que a caixa chegue toda quinzena, e não uma vez por mês. Oferecem pernil, ovos e não chegam”, afirma Camargo.
Os protestos diminuíram na semana passada. O medo da repressão é latente, assim como as ameaças de que quem levantar a voz ficará sem ajuda. “Ameaçaram não dar as caixas de comida e nem os bônus de ajuda. Minha mãe me diz para relaxar, mas ouço tantas coisas que fico indignado”, afirma Rodríguez, a manicure, que em geral se informa pelo celular da tia, a partir do que chega. Não tem dúvida de que voltará a sair para protestar. “Eu desço da comunidade e continuo minha rebelião.”
Fonte: El País
Militares favoráveis ao regime de Nicolás Maduro bloquearam uma ponte na fronteira com a Colômbia na tarde desta terça-feira, 5, para impedir a entrada de ajuda humanitária na Venezuela.
De acordo com o jornal Tal Cual, a passagem da ponte Tienditas, que liga as cidades de Cúcuta, na Colômbia, e Ureña, na Venezuela, foi fechada por um tanque de transporte de combustível e um gigantesco contêiner de carga.
O local havia sido escolhido para a entrada de remessas de alimentos e remédios vindos dos Estados Unidos, segundo a imprensa venezuelana.
Segundo Duarte, a passagem na ponte foi bloqueada depois que um incidente confuso ocorreu em Ureña quando os soldados chegaram em veículos blindados para vigiar a fronteira.
Três pessoas ficaram feridas, diz o legislador, depois que um tanque atingiu alguns motociclistas. “Eles podem colocar uma parede e não impedirão a entrada da ajuda”, disse o deputado.
A ponte Tienditas foi construída após um acordo entre os governos de Nicolás Maduro e do ex-presidente colombiano Juan Manuel Santos em 2014. A passagem, contudo, ainda não havia sido inaugurada.
No entanto, segundo a imprensa, seria uma das rotas para a entrada de ajuda humanitária vinda do exterior para ser distribuída pelo governo interino do opositor Juan Guaidó.
Os Estados Unidos, que não descartam uma ação armada na Venezuela, ofereceram uma ajuda inicial de 20 milhões de dólares, o Canadá de 40 milhões, e a Comissão Europeia de outros 5 milhões de euros – uma “esmola”, segundo o governo venezuelano.
Em seu discurso ao Congresso sobre o Estado da União nesta terça, o presidente americano Donald Trump ratificou que apoia “o povo venezuelano” e condenou “a brutalidade do regime de Maduro”.
Maduro acusa Washington – com o qual rompeu relações diplomáticas – de usar Guaidó como “fantoche” para derrubá-lo e se apropriar do petróleo venezuelano, e os países europeus de apoiar esses “planos golpistas”.
O presidente da Assembleia Nacional se autoproclamou presidente interino da Venezuela em 23 de janeiro, afirmando que Maduro “usurpou” o poder ao tomar posse após eleições que não contaram com a participação da oposição e foram fraudadas.
Fortalecido com o reconhecimento de 20 governos europeus, que se soma ao de Estados Unidos, Canadá e 12 países latino-americanos, Guaidó vem pedindo aos militares e ao governo chavista que liberem a entrada de ajuda humanitária no país para aliviar os efeitos da crise econômica e social.
Negociações
O secretário de Estado dos Estados Unidos, Mike Pompeo, e seu homólogo da Colômbia, Carlos Holmes Trujillo, conversaram nesta terça-feira sobre como enviar as doações ao povo venezuelano.
Pompeo e Trujillo se reuniram durante pouco mais de uma hora no Departamento de Estado, em Washington.
“Aqui o fundamental é que essas portas que estiveram fechadas durante a ditadura foram abertas pelo novo presidente Juan Guaidó. O que a Colômbia está fazendo é cooperar para que o efeito dessa ajuda humanitária chegue ao povo venezuelano, que é o que o povo necessita”, afirmou Trujillo.
Na semana passada, o governo dos Estados Unidos confirmou que estava estudando a possibilidade de abrir um corredor humanitário, algo que o chavismo interpreta como uma ameaça porque poderia requerer a participação de tropas, fossem americanas ou de algum outro país da região.
Perguntado se a Colômbia está considerando o envio de soldados, Trujillo respondeu: “Não, não, estamos falando de ajuda humanitária”.
O Grupo de Lima, na sua reunião desta segunda-feira 4 em Ottawa (Canadá), fixou o compromisso de não considerar a opção militar para forçar a saída de Maduro e decidiu aumentar a pressão econômica.
Brasil
O ministro das Relações Exteriores, Ernesto Araújo, afirmou nesta terça-feira que o Brasil também avalia a forma de disponibilizar ajuda humanitária à Venezuela.
“Nós estamos criando um processo de coordenação lá em Brasília para ver exatamente como seria a logística, como nós poderíamos ajudar com essa questão do trânsito da ajuda humanitária e da disponibilização da ajuda humanitária como parte também do nosso esforço de consolidar o processo de transição democrática”, afirmou em Washington, sem responder se a ajuda humanitária à Venezuela pode entrar pela fronteira com o Brasil.
Ele descartou, contudo, a possibilidade de receber tropas americanas em território brasileiro para trabalhar na abertura de um canal de apoio à população do país vizinho. “Qualquer que seja a maneira de fazer chegar ajuda humanitária temos certeza que não é necessário ter tropas americanas ou de outro país, nós teríamos condições de proporcionar a logística para isso com nossos próprios meios”, afirmou Araújo.
O chanceler se reuniu na manhã desta terça com o conselheiro de Segurança Nacional dos EUA, John Bolton, em Washington. Segundo o chanceler, os dois conversaram sobre “visões de mundo dos dois países” e da expectativa de que Brasil e EUA possam fazer muita coisa em conjunto, como no caso da Venezuela.
“É uma visão estratégica de como nós precisamos estar mais juntos em muitas coisas, tanto na parte econômica quanto em segurança e defesa”, afirmou. Ainda segundo Araújo, os dois países têm visto a situação da Venezuela de maneira muito semelhante e com “apoio total ao processo de transição democrática” presidido por Guaidó.
“Coincidimos na necessidade de continuar trabalhando, no nosso caso tanto individualmente quanto através do Grupo de Lima, mas sobretudo esse compromisso muito grande com a redemocratização da Venezuela é uma coisa dos dois países”, afirmou o chanceler.
(Com AFP, EFE e Estadão Conteúdo)
Fonte: Veja.com