A Organização das Nações Unidas (ONU) quer aumentar a proporção de mulheres que participam de operações de manutenção da paz para até 35% ao longo dos próximos 10 anos. O secretário-geral da ONU, António Guterres, fez o anúncio nessa quinta-feira (11), durante debate sobre o papel das mulheres na manutenção da paz, organizado pelo Conselho de Segurança da instituição.
Segundo Guterres, as mulheres podem ajudar a tranquilizar moradores e ter acesso a mais informação. Ele disse ainda que a participação feminina é muito importante nos cuidados a vítimas de abuso sexual. Guterres explicou que a ONU tem uma meta que gira entre 15 e 35% de representação feminina no pessoal de manutenção da paz, incluindo cargos militares, policiais, judiciários e de correções, até 2028.
A oposição ao regime de Daniel Ortega na Nicarágua pediu para o governo apresentar, em 22 de abril, uma proposta de reforma eleitoral. O tema é considerado crucial para solucionar o caos político que envolve o país centro-americano há quase um ano.
“Pedimos ao governo que apresente proposta de reformas que deem aos nicaraguenses o direito de eleger livremente as autoridades por meio de eleições antecipadas, justas e transparentes”, afirmou um representante da Aliança Civil pela Justiça e pela Democracia (ACJD).
A data estipulada pelos opositores coincide com a chegada de uma delegação da Organização dos Estados Americanos (OEA). O bloco e a oposição, além dos Estados Unidos, pressionam pela antecipação das eleições antes previstas para 2021.
Polícia da Nicarágua reprime manifestantes durante protesto contra governo de Daniel Ortega — Foto: Maynor Valenzuela/AFP
Estima-se que centenas de pessoas morreram desde o início dosconflitos entre manifestantes e milícias armadas pelo governo de Ortega. Além disso, outras centenas de pessoas estão presas e milhares deixaram o país.
As negociações entre oposição e governo estão suspensas desde 3 de abril, por falta de avanço nas discussões para restabelecer justiça e democracia na Nicarágua.
Prisões políticas em Nicarágua
Policiais detém manifestante durante protesto em outubro em Manágua, na Nicarágua — Foto: Oswaldo Rivas/ Reuters
As delegações ainda trabalham para o cumprimento do acordo de libertar os manifestantes presos com a intervenção do Comitê Internacional da Cruz Vermelha (CICV). No entanto, segundo a oposição, nenhum preso político foi libertado desde a assinatura do texto.
A ACJD contabiliza 779 detentos, a Comissão Interamericana de Direitos Humanos (CIDH) avalia 647, enquanto o governo reduz para 340.
O governo libertou em 5 de abril, por “vontade própria” e na margem dos acordos com a oposição, 50 pessoas presas por participarem dos protestos. Desde 27 de fevereiro, 200 prisioneiros foram transferidos para o regime domiciliar.
Um surto de sarampo no Brooklyn, principalmente entre crianças judias ortodoxas, fez com que a cidade de Nova York declarasse uma emergência de saúde pública nesta terça-feira (9), exigindo que moradores não vacinados das áreas afetadas tomem a vacina ou paguem multas.
O maior surto do vírus, antes praticamente erradicado, na cidade desde 1991, está basicamente contido na comunidade judaica ortodoxa do bairro de Williamsburg, com 285 casos confirmados desde outubro, disse o prefeito Bill de Blasio em coletiva de imprensa. O número representa um salto acentuado dos apenas dois casos registrados em todo o ano de 2017.
“Esse é o epicentro de um surto de sarampo que é muito, muito preocupante e que precisa ser enfrentado imediatamente”, disse de Blasio. O prefeito foi acompanhado por autoridades de saúde da cidade que criticaram o que chamaram de “desinformação” espalhada por críticos das vacinas.
O vírus do sarampo é altamente contagioso e pode levar a sérias consequências e à morte. Embora nenhuma morte tenha sido confirmada até agora, 21 pessoas foram hospitalizadas, com cinco na unidade de terapia intensiva, segundo autoridades. Todos os casos confirmados, com exceção de 39, afetaram crianças.
O surto faz parte de um reaparecimento mais amplo do vírus nos Estados Unidos, com 465 casos registrados em 19 Estados até agora neste ano, de acordo com os Centros de Controle e Prevenção de Doenças dos EUA.
Em 2000, os Estados Unidos declararam que o sarampo havia sido eliminado do país devido à ampla vacinação, o que significa que não estava mais constantemente presente. Entretanto, as taxas de vacinação têm caído nos últimos anos, de acordo com especialistas em doenças infecciosas.
O surto no Brooklyn tem sido associado a uma criança não vacinada que foi infectada durante visita a Israel, que também está enfrentando uma epidemia da doença, de acordo com o Departamento de Saúde da Cidade de Nova York.
Autoridades disseram que irão impor multas de até mil dólares àqueles que não tomaram a vacina tríplice viral (contra sarampo, caxumba e rubéola) e não podem fornecer outra evidência de imunidade, como já terem tido sarampo.
Essa é a primeira vez na história recente em que a cidade de Nova York ordena vacinações obrigatórias, de acordo com autoridades de saúde.
A carga explosiva foi detonada no final da noite de quinta-feira (4), sendo lançada a uma velocidade de cerca de 7.240 km/h. Com isso, a sonda poderá coletar amostras do interior do asteroide, juntando-as às amostras da superfície que já foram liberadas por meio de um projétil em fevereiro.
Pelo Twitter, a JAXA revelou que a DCAM3 havia fotografado com sucesso o ejetor quanto o SCI colidiu com a superfície de Ryugu. “Este é o primeiro experimento de colisão com um asteroide do mundo”, comemora a agência.
Durante o procedimento, a Hayabusa2 recuou, por questões de segurança, enquanto a “bomba” caía em Ryugu. Muitos dados da ação foram registrados, além de imagens da câmera, e com tudo isso em mãos os cientistas já terão muito o que estudar antes mesmo de as amostras chegarem à Terra quando a sonda estiver pronta para voltar.
Nas próximas duas semanas, a nave lentamente retornará à sua posição anterior, a cerca de 20 quilômetros da superfície do asteroide, com o objetivo de examinar melhor a cratera que foi criada. Então, a equipe de controle da missão decidirá quando e exatamente de onde serão coletadas as amostras.
Mas o lançamento de “bombas” para a coleta de amostras tanto da superfície quanto do interior do objeto não são as únicas missões da Hayabusa2 em Ryugu: a nave ainda liberará o MINERVA-II, um terceiro e minúsculo rover, parecido com os outros dois que pousaram em setembro do ano passado, para que faça ainda mais observações diretamente na superfície.
Somente depois disso a nave voltará para a Terra, carregando as amostras coletadas depois de um ano e meio estudando o asteroide de pertinho e seis anos longe de casa — a Hayabusa 2 foi lançada em dezembro de 2014 e deverá voltar à Terra em dezembro de 2020. *Fonte: Space.com, The Planetary Society
O Irã esvaziou neste sábado (6) mais cidades e vilarejos ameaçados pelas enchentes causadas por fortes chuvas no sudoeste do país, informou a emissora de televisão estatal. Até agora, 70 pessoas já morreram.
Muitos moradores de Susangerd, com população de 50 mil habitantes, e cinco outras comunidades na região rica em petróleo do Cuzistão, foram removidos para as regiões mais seguras enquanto as autoridades retiram água de grandes represas, mostrou a emissora.
“Uma ordem de retirada foi emitida e estamos recomendando que mulheres e crianças deixem a região, mas pedindo que os homens fiquem para nos ajudar com barreiras contra as enchentes, assim podemos manter a água longe dessas cidades”, disse o governador da província, Gholamreza Shariati.
“O volume de água que entrou na represa do rio Karkheh foi alto, e as autoridades tiveram que drená-la, pois a represa se aproximava de sua capacidade total”, disse Shariati, acrescentando que a enchente foi a pior dos últimos 70 anos.
Os meteorologistas esperam que as chuvas cessem na segunda-feira (8), de acordo com a emissora.
Na província vizinha, do Lorestão, sete vilarejos estão ameaçados por deslizamentos de terra e foram esvaziados, informou a TV.
Pelo menos 70 pessoas morreram em decorrência das enchentes, disse à agência de notícias oficial IRNA o chefe dos serviços de emergência no país, Pirhossein Koulivand.
Cerca de 1.900 cidades e vilarejos foram afetados pelas inundações em virtude das chuvas que castigam a região desde 19 de março. As agências de resgate mostram dificuldade em lidar com as enchentes, e 86 mil pessoas tiveram que ir para abrigos de emergência.
A Venezuela está sob “emergência humanitária complexa”, afirma relatório da ONG norte-americana Human Rights Watch divulgado nesta quinta-feira (4). Observadores da organização e especialistas em saúde pública examinaram o colapso médico venezuelano, com aumento na transmissão de doenças infectocontagiosas no país.
No texto, a Human Rights Watch pede à Organização das Nações Unidas uma “resposta contundente” ao regime de Nicolás Maduro. Segundo o relatório, o governo chavista não só se provou ineficiente para conter a crise como a piorou e “se esforçou para suprimir informações sobre a dimensão e a urgência dos problemas”.
De acordo com a ONG norte-americana, os pesquisadores encontraram problemas como:
- Piora nos indicadores de mortalidade materna e infantil;
- Disseminação de doenças evitáveis por meio de vacinas, como sarampo e difteria;
- Aumento na transmissão de doenças infecciosas como malária e tuberculose;
- Segurança alimentar em situação crítica;
- Desnutrição infantil.
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No relatório, a ONG menciona dados da Organização Pan-Americana de Saúde que indicam apenas um caso de sarampo registrado entre 2008 e 2015 na Venezuela. Desde junho de 2017, o número de casos confirmados da doença ultrapassou 6,2 mil.
A Human Rights Watch também alerta que o colapso na saúde pública na Venezuela se agravou por causa do desabastecimento de comida sofrido pelo país. Um relatório da ONU divulgado na semana passadamostrou que 3,7 milhões de venezuelanos estão desnutridos.
O Brunei introduziu novas leis islâmicas, transformando o sexo gay em crime punível com o apedrejamento até a morte.
A nova legislação, que entra em vigor nesta quarta-feira, também abrange uma série de outros crimes e punições, incluindo amputação em caso de roubo.
A iniciativa do pequeno país do sudeste asiático foi amplamente condenada pela comunidade internacional.
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Em discurso público nesta quarta-feira, o sultão Hassanal Bolkiah apelou para o “fortalecimento” dos ensinamentos islâmicos.
“Eu quero ver os ensinamentos islâmicos neste país se fortalecerem”, afirmou Bolkiah, segundo a agência de notícias AFP, sem mencionar as novas leis.
A homossexualidade, no entanto, já era considerada ilegal em Brunei, mas a punição prevista era de até 10 anos de prisão.
A pena de morte também estava prevista na legislação, embora nenhuma execução tenha sido realizada desde 1957.
Os muçulmanos representam cerca de dois terços da população de 420 mil habitantes.
É a primeira vez que a lei islâmica é adotada?
O país introduziu pela primeira vez a sharia (lei islâmica) em 2014, apesar de protestos da comunidade internacional, o que criou dois sistemas jurídicos: um civil e outro islâmico. O sultão havia dito que o novo código penal entraria em vigor gradualmente ao longo de vários anos.
A primeira fase, que contemplava crimes puníveis com penas de prisão e multas, foi implementada em 2014. Mas a introdução das últimas duas etapas, relativas a ofensas que preveem amputação e apedrejamento, foi adiada.
No último sábado, no entanto, o governo divulgou uma declaração em seu site dizendo que o código penal da sharia seria totalmente implementado nesta quarta-feira.
Reação internacional
O anúncio gerou indignação internacional e diversos pedidos para o país voltar atrás.
“Essas cláusulas abusivas foram amplamente condenadas quando os planos foram discutidos pela primeira vez há cinco anos”, disse Rachel Chhoa-Howard, pesquisadora da Anistia Internacional no Brunei.
“O código penal de Brunei é uma legislação profundamente falha que contém uma série de normas que violam os direitos humanos”, acrescentou.
A Organização das Nações Unidas (ONU) também repudiou a medida, chamando a legislação de “cruel, desumana e degradante” – o que significa um “sério revés” para a proteção dos direitos humanos.
O ator George Clooney e outras celebridades pediram um boicote aos hotéis de luxo que pertencem à Agência de Investimento de Brunei, presidida pelo sultão Bolkiah, que é dona de diversos empreendimentos, incluindo o Beverly Hills Hotel, em Los Angeles, e o The Dorchester, em Londres.
A apresentadora Ellen DeGeneres também pediu que as pessoas “se manifestem”.
“Precisamos fazer alguma coisa agora”, afirmou.
Alunos da Escola de Estudos Orientais e Africanos da Universidade de Londres pediram, por sua vez, a mudança de nome de um prédio da instituição chamado Brunei Gallery.
O que prevê as mudanças no código penal?
A nova legislação se aplica principalmente aos muçulmanos, incluindo jovens que estão na puberdade, embora não-muçulmanos estejam sujeitos a alguns aspectos.
Sob as novas leis, indivíduos acusados de certos atos só serão condenados se confessarem ou se houver testemunhas presentes.
– A pena de morte se aplica a crimes como estupro, adultério, sodomia, roubo e insulto ou difamação do profeta Maomé.
– O sexo lésbico recebe uma punição diferente: 40 chibatadas e/ou pena máxima de 10 anos de prisão.
– A pena para roubo é amputação.
– Quem “persuadir, encorajar ou pedir” a jovens muçulmanos menores de 18 anos “que aceitem os ensinamentos de outras religiões que não seja o islamismo” é passível de multa ou prisão.
Indivíduos que não chegaram à puberdade, mas forem condenados por certas ofensas, podem estar sujeitos a chibatadas.
Por que está sendo implementada agora?
Há várias teorias, mas Matthew Woolfe, fundador do grupo de direitos humanos The Brunei Project, acredita que pode estar ligado ao enfraquecimento da economia de Brunei.
“Uma teoria é que é uma maneira de o governo fortalecer seu poder diante de uma economia em declínio que poderia potencialmente levar a alguns distúrbios no futuro”, afirmou Woolfe à BBC.
“Associado a isso está o interesse de (Brunei) em atrair mais investimentos do mundo muçulmano, junto com mais turistas islâmicos… isso pode ser visto como uma maneira de atrair esse mercado”, completa.
Woolfe também sinaliza que o governo poderia estar esperando a poeira baixar para implementar a nova etapa da legislação.
“Acho que o governo queria garantir que o alvoroço internacional provocado pela implementação da primeira fase em 2014 tivesse acabado (antes da nova implementação), na esperança de que isso acontecesse sem ninguém perceber, ” avalia.
As alterações do código penal foram publicadas no site da procuradoria-geral em dezembro, mas só vieram a público no fim de março. Não houve anúncio oficial.
Reação local
A comunidade gay do país expressou choque e medo diante do que classificou como “punições medievais”.
“Você acorda e percebe que seus vizinhos, sua família ou até mesmo aquela velhinha simpática que vende fritada de camarão na estrada não pensa que você é humano, ou que está de acordo com o apedrejamento”, disse à BBC um homem gay de Brunei, que prefere não ser identificado.
Shahiran S Shahrani Md, de 40 anos, que está atualmente em busca de asilo no Canadá, afirmou que o impacto do novo código penal já podia ser sentido em Brunei.
O ex-funcionário público, que deixou o país no ano passado após ser acusado de insurreição por uma postagem no Facebook que criticava o governo, contou que as pessoas estavam “com medo”.
“A comunidade gay em Brunei nunca foi aberta, mas quando o Grindr (aplicativo de relacionamento homossexual) surgiu, ajudou as pessoas a se encontrarem escondidas. Agora, o que eu ouvi é que quase ninguém está usando o Grindr”, relatou à BBC Shahiran.
“Eles temem acabar conversando com algum policial fingindo ser gay. Ainda não aconteceu, mas por causa das novas leis, as pessoas estão com medo.”
Outro cidadão, que não é gay, mas renunciou ao Islã, disse que se sentiu “apreensivo e entorpecido” diante da nova legislação.
“Nós cidadãos comuns não conseguimos impedir que a sharia seja implementada”, diz o jovem de 23 anos que não quis ser identificado.
“Sob a sharia, eu enfrentaria a pena de morte por apostasia (renúncia à religião).”
Já um outro entrevistado nutre esperança de que as leis não sejam aplicadas de forma generalizada.
“Honestamente, eu não estou com muito medo, porque o governo aqui frequentemente blefa com as punições severas. Mas isso pode e vai acabar acontecendo, mesmo sendo raro.”
Fonte: BBC NEWS
Pelo menos 30 bombeiros morreram na China em um incêndio florestal que arrasa uma zona montanhosa do sudoeste do país, anunciaram as autoridades nesta segunda-feira.
Cerca de 700 bombeiros foram enviados no domingo para combater o incêndio, que começou no sábado no condado de Muli, província de Sichuan, informou o Ministério de Situações de Emergência em um comunicado.
As equipes de resgate encontraram os corpos de 30 bombeiros, com os quais as autoridades perderam contato após uma súbita mudança na direção do vento, que causou “uma gigantesca bola de fogo”, informou o ministério.
O presidente Xi Jinping enviou “instruções importantes” para as forças de segurança e serviços de resgate, disse o ministério.
Outro incêndio florestal que durou dois dias na província de Shanxi (norte) foi controlado no domingo, informou a agência de notícias Xinhua. Mais de 9.000 pessoas tiveram que deixar suas casas devido ao desastre, o que não causou vítimas.
Em outro incidente, cerca de 3.000 bombeiros controlaram outro incêndio florestal no domingo nos subúrbios de Pequim, que começou no sábado e devastou 42 hectares de vegetação.
O Centro Nacional de Meteorologia da China alertou para um aumento do risco de incêndios no norte do país devido às altas temperaturas e menos chuvas em comparação com os últimos anos, disse a Xinhua.
Fonte: AFP