Milhares de manifestantes desafiam a proibição da polícia e marcharam em Hong Kong neste domingo (20), em mais um dia de protestos. Durante o ato, centenas de lojas e bancos foram destruídas. A polícia usou bombas de gás lacrimogêneo contra os manifestantes.
A polícia declarou a marcha ilegal, o que significa que os manifestantes podem ser presos. Segundo a Reuters, os manifestantes jogaram bombas de gasolina em uma delegacia, depois que a polícia disparou bombas de gás lacrimogêneo para dispersá-los.
Um caminhão de água da polícia pulverizou jatos de tinta azul na multidão, enviando centenas para fugir. A polícia usou o corante azul para identificar manifestantes. A polícia usou caminhões para quebrar barreiras de protesto.
Há quatro meses, a região semi-autônoma de Hong Kong está passando por sua pior crise política desde que deixou de ser administrada pelo Reino Unido e passou a ficar sob as ordens da China em 1997, com protestos quase diários que exigem reformas democráticas e denunciam a crescente interferência de Pequim nos assuntos internos do território.
Desafio à polícia
Ao rejeitar o pedido de permissão dos ativistas para a marcha, a polícia disse que eventos passados foram “usurpados por um grupo de manifestantes radicais” que atearam fogo em edifícios, lançaram coquetéis molotov contra policiais, detonaram uma bomba caseira e danificaram infraestrutura.
“Embora sempre respeitemos os direitos de reunião e de liberdade de expressão dos cidadãos, estamos alarmos com esta epidemia na qual manifestantes radicais recorrem à violência ao expressar sua opinião”, disse o superintendente-chefe interino da Divisão de Relações Públicas da Polícia, Kong Wing-cheung, ao anunciar a rejeição.
Manifestantes não recuaram mesmo após o ataque ao convocador da Frente Civil de Direitos Humanos, Jimmy Sham. Ativista proeminente de direitos humanos, Sham foi espancado brutalmente por quatro homens munidos de martelos e facas na quarta-feira (16), uma ação que parlamentares pró-democracia disseram pretender intimidar manifestantes e incitar a violência antes da marcha planejada para este domingo.
Já no sábado (19), um homem que carregava panfletos a favor do movimento pró-democracia de Hong Kong foi esfaqueado no pescoço e no abdômen. A vítima, de 19 anos e que usava uma máscara e vestia uma roupa preta, foi apunhalado no distrito de Tai Po (nordeste) perto de um “Lennon Walls”, uma das várias paredes e muros em locais públicos cobertos por mensagens de paz e de apoio ao movimento pró-democracia, informou a polícia.
Em imagens publicadas em redes sociais, é possível ver o suposto agressor portando uma faca ensanguentada pouco depois do ataque gritando: “Hong Kong é parte da China […] [Vocês] arruinaram Hong Kong”. A polícia confirmou que um indivíduo de 22 anos foi preso.
Na noite desta sexta-feira, manifestantes formaram uma corrente humana usando máscaras com o semblante de Jimmy Sham com um cartaz dizendo “Somos todos Jimmy Sham”.
A corrente humana foi planejada para se estender por 40 km ao longo do metrô da cidade, e muitas pessoas usavam máscaras excêntricas em desafio à proibição de ocultar o rosto em manifestações públicas. Usar máscara em manifestações públicas pode acarretar uma pena máxima de um ano de prisão.
Tiroteios entre forças de segurança e narcotraficantes aterrorizaram a cidade de Culiacán, no oeste México. As cenas de violência ocorreram após a prisão de Ovidio Guzmán, segundo a imprensa mexicana. Ele é filho do traficante mexicano Joaquín “El Chapo” Guzmán, condenado à prisão perpétua nos Estados Unidos (leia mais sobre o assunto no fim da reportagem).
De acordo com o site de notícias mexicano Milenio.com, civis armados fecharam ruas da cidade durante a operação das forças federais de segurança. Moradores relatam cenas de pânico entre os lojistas. Até o momento, não há informação sobre mortos e feridos.
O jornal “Excelsior” relata que lojas fecharam as portas, e vídeos mostram veículos incendiados por Culiacán. Uma partida de futebol também foi suspensa por causa da violência.
Ainda de acordo com o “Excelsior”, ao menos 20 detentos fugiram da prisão após um grupo de civis armado atacar uma penitenciária de Sinaloa, estado onde fica Culiacán. Alguns dos presos já foram capturados.
O governador de Sinaloa, Quirino Ordaz, pediu que os moradores da região ficassem em casa e se mantivessem atentos às mensagens oficiais do governo. “Estamos trabalhando para recuperar a segurança de Culiacán”, disse, em comunicado. Algumas aulas foram suspensas em escolas da cidade nesta sexta-feira.
“Pedimos que a população neste momento que mantenham a calma, que não saiam às ruas e que estejam muito atentas aos avisos oficiais sobre a evolução destes acontecimentos”, diz uma nota do governo.
A operação tinha como objetivo desbaratar o cartel de Sinaloa, considerado o maior do mundo e que foi fundado justamente por El Chapo. A presença do narcotraficante na região o fez ser reconhecido como um Robin Hood por alguns moradores do estado, mas o criminoso era considerado impiedoso com rivais.
Mesmo com a queda de Chapo, o cartel de Sinaloa tinha, no ano passado, a maior distribuição nos Estados Unidos, de acordo com o órgão de repressão às drogas americano.
Conhecido como “El Ratón”, o filho de El Chapo detido nesta quinta-feira faz parte do Cartel, segundo o Milenio.com. Ovidio Guzmán López, de 28 anos, enfrenta processos nos EUA por tráfico de cocaína, metanfetaminas e maconha entre 2008 e 2018.
G1
O preço de um quilo de queijo à venda em supermercado em Caracas custa quase o valor de um salário mínimo.
O governo venezuelano aprovou um novo aumento no salário mínimo, que agora será de 300 mil bolívares soberanos, cerca de 18 dólares ou R$ 75, de acordo com a taxa de câmbio no mercado paralelo, a mais utilizada.
O anúncio foi feito no Twitter pelo deputado da Assembleia Nacional Constituinte e ex-ministro do Trabalho Francisco Torrealba.
Torrealba explicou que os 300 mil bolívares serão divididos em 150 mil do salário mais outros 150 mil da chamada “cesta ticket socialista”, um bônus para comprar alimentos que é entregue aos trabalhadores.
O anúncio logo despertou críticas.
O líder da oposição Juan Guaidó descreveu a medida como “insuficiente” e disse que “é um salário mínimo que ninguém ganha na Venezuela”.
E não faltou quem fizesse piadas nas redes sociais.
A Venezuela sofre há anos com a hiperinflação, um forte aumento nos preços que corroeu fortemente o poder de compra da população.
O custo das proteínas
A BBC News Mundo visitou um supermercado em Caracas nesta terça-feira (15/10) para ver o que pode ser comprado pelo valor do novo salário mínimo.
Um litro de leite, para mencionar um item amplamente consumido pelas famílias, custava no estabelecimento, localizado em uma área de classe média da cidade, 38 mil bolívares.
Um quilo de arroz custava 21 mil bolívares, enquanto o de sal era 18 mil.
Comprar proteínas atinge um novo patamar.
O quilo do frango picado custava 50 mil bolívares, enquanto a dúzia de ovos, 35 mil. Desta forma, se uma pessoa comprar dez pacotes com 12 ovos cada, o salário mensal acaba.
Se alguém quer se dar ao luxo de comprar queijo, as coisas ficam ainda mais complicadas.
O único que estava à venda no mercado custava 290 mil bolívares por quilo. Ou seja, um quilo desse queijo consumiria quase toda a renda de um trabalhador que recebe salário mínimo.
Embora seja verdade que muitos funcionários venezuelanos recebam quantias mais altas ou outras remunerações por seus serviços, o salário mínimo segue sendo o que, em muitos casos, trabalhadores do setor privado e funcionários públicos recebem em troca de sua mão-de-obra.
O número de mortos na passagem do tufão Hagibis no Japão subiu para 49, de acordo com a emissora japonesa NHK. Esse número, no entanto, pode aumentar, pois 14 pessoas continuam desaparecidas e 200 ficaram feridas.
Autoridades dizem que até 40% da precipitação anual foi registrada em apenas um dia ou dois em muitas regiões.
A tempestade provocou o transbordamento de mais de cem rios. A liberação de água de algumas represas fez com que o nível de pelo menos 21 deles subisse, inundando ruas e áreas residenciais. O rio Chikuma, na província de Nagano, a noroeste de Tóquio, está entre eles.
Na cidade de Tomioka, ao norte de Tóquio, um desabamento de terras atingiu várias casas, deixando ao menos quatro mortos.
Os transportes sofreram forte impacto na passagem do tufão. Uma ponte por onde passa uma linha ferroviária desabou em um rio, em outros pontos enchentes interromperam a circulação dos trens.
Ventos de até 200 km/h
No sábado (12), a tempestade, a mais forte a atingir Tóquio desde 1958, tocou o solo em Shizuoka (no sudeste da capital japonesa), na península de Izu, na ilha de Honshu, às 19h (horário local). As rajadas de vento chegaram a até 200 km/h. Um terremoto de magnitude 5,7 sacudiu Tóquio logo depois.
Forçado a renunciar em 2018, o ex-presidente sul-africano Jacob Zuma será julgado por corrupção pela primeira vez, depois que a Justiça sul-africana se recusou nesta sexta-feira (11) a arquivar as acusações contra ele, em um caso de venda de armas.
No poder de 2009 a 2018, Zuma é suspeito de ter recebido quatro milhões de rands (240 mil euros) em suborno do grupo francês Thales em troca de um contrato de quase 4 bilhões de euros em armas assinado em 1999.
No início deste ano, o ex-presidente havia pedido que as acusações de corrupção, lavagem de dinheiro e extorsão fossem retiradas neste caso e se considerou vítima de uma “caça às bruxas”.
O tribunal tomou a decisão por unanimidade, mas o ex-chefe de Estado, presente no tribunal, ainda pode recorrer da decisão.
O Tribunal Superior de Pietermaritzburg deu razão à acusação, que alegou que os argumentos da defesa de Jacob Zuma eram “escandalosos”.
O Ministério Público recebeu com satisfação a decisão e acrescentou que “o caso será julgado na próxima semana pelo Tribunal Superior de Pietermaritzburg, de 15 a 18 de outubro”.
Este é o primeiro processo de corrupção contra Jacob Zuma, envolvido em uma série de escândalos que causaram sua queda em fevereiro de 2018.
Abandonado por seu partido, o Congresso Nacional Africano (CNA), do falecido Nelson Mandela, foi forçado a renunciar. Zuma foi substituído pelo novo chefe do CNA, Cyril Ramaphosa, que prometeu limpar seu partido e o país da corrupção.
O início do julgamento pode ser adiado, porém, devido às possibilidades de recurso.
“Isso se estenderá ainda mais”, alertou o analista político Xolani Dube, questionado pela AFP.
Este caso já sofreu várias reviravoltas judiciais. As acusações contra Zuma foram suspensas e restabelecidas várias vezes, após os apelos e as decisões controversas do procurador-geral.
Fazendeiros irritados no México sequestraram o prefeito de sua cidade e o amarraram em uma caminhonete por estarem insatisfeitos com a atual gestão, que não cumpriu o que prometeu na campanha eleitoral. Protestantes armados com pedras e tacos arrastaram Jorge Luis Escandón Hernández com o veículo pelas ruas da cidade. O vídeo mostra ainda uma multidão de moradores revoltados correndo atrás do prefeito amarrado.
O caso aconteceu na cidade de Las Margaritas, a mais de 1.000 quilômetros de distância da capital Cidade do México. A polícia conseguiu libertar o político, que não sofreu ferimentos graves.
Este foi o segundo ataque feito por fazendeiros que reivindicam a Hernández mudanças em seu governo. Na outra ocasião, invadiram seu gabinete, mas não encontraram o político. Ele tinha prometido reparar uma estrada local, facilitar o acesso a água potável e ainda trazer eletricidade para a comunidade de 500 pessoas — e por enquanto não fez nada. Oito horas após ser arrastado, o prefeito apareceu na praça central de Las Margaritas para dizer que não se sentirá intimidado com as ameaças. Hernández afirmou ainda que vai prestar queixa para a polícia e apoiar as investigações. Prefeitos e políticos mexicanos são alvos constantes de gangues de drogas locais quando se recusam a coopera.
Veja abaixo a cena:
Amarrado a una camioneta, habitantes de la comunidad Santa Rita Invernadero arrastran al alcalde de Las Margaritas, Jorge Luis Escandón. Vía @PortavozChiapas . pic.twitter.com/KAWle3ZXhk
— José Juan Balcázar (@jjconfines) October 8, 2019
A Turquia disse nesta terça-feira (8) que finalizou os preparativos para uma operação militar no nordeste da Síria agora que os Estados Unidos começaram a retirar tropas da região, abrindo caminho para um ataque turco contra forças lideradas por curdos aliadas há tempos dos EUA.
A medida norte-americana deixou as forças parceiras lideradas por curdos vulneráveis a uma incursão das Forças Armadas Turcas (TSK), que as rotulam como terroristas devido aos seus laços com militantes curdos responsáveis por uma insurgência já antiga na Turquia.
Outros vídeos obtidos pela agência Reuters mostram militares curdos das Forças Democráticas Síria deixam a cidade de Deir al-Azor, no nordeste do país.
Apesar das imagens, o governo norte-americano disse que não houve “por enquanto” uma ofensiva turca na região. Segundo um funcionário da Casa Branca, 50 militares dos EUA na região serão realocados a outras regiões da Síria – e não reenviados de volta ao país.
A Coreia do Norte confirmou ter testado nesta semana um novo tipo de míssil balístico, que poderia lançado a partir de um submarino — no teste, o equipamento foi disparado a partir de uma plataforma submersa.
Com capacidade de carregar uma arma nuclear, ele viajou cerca de 450 quilômetros e alcançou 910 quilômetros de altitude, conforme informações divulgadas por autoridades sul-coreanas.
Foi o 11º lançado neste ano, o primeiro de mais longo alcance nesse período. Se tomado o programa nuclear norte-coreano como um todo, o projétil não foi o que chegou mais alto, mas atingiu altitude duas vezes superior à da Estação Espacial Internacional, que orbita a cerca de 400 quilômetros.
O míssil caiu no Mar do Japão, também conhecido na Coreia do Sul como Mar do Leste. O governo japonês afirma que o local está dentro de sua zona econômica exclusiva, uma faixa de 200 quilômetros em volta do território do arquipélago.
O que se sabe sobre o míssil?
Quais os mísseis da Coreia do Norte? — Foto: BBC
Ele foi lançado do mar pouco depois das 7h do horário local da quarta-feira (2), cerca de 17 quilômetros a nordeste da costa da cidade de Wonsan.
A agência de notícias estatal norte-coreana KCNA informou nesta quinta (3) que se tratava de um míssil Pukguksong-3, disparado quase na vertical e desenvolvido para “conter ameaças externas e reforçar sua defesa”.
E acrescentou que “não houve impacto adverso nos países vizinhos”.
Ao contrário de testes realizados anteriormente, desta vez não foram divulgadas fotos do líder norte-coreano, Kim Jong-un, durante o lançamento. O exercício foi realizado horas depois de a Coreia do Norte anunciar que retomaria negociações com os Estados Unidos.
O fator submarino
Se o míssil tivesse sido lançado em uma trajetória convencional – ou seja, em um ângulo menos próximo do reto -, poderia ter alcançado 1,9 mil quilômetros de distância, o que colocaria a Coreia do Sul e o Japão dentro de seu raio de alcance.