O médico que investigou o caso identificou que a mulher foi bicada em diversas vezes nas pernas e o sangue foi drenado de uma de suas varizes.
Uma mulher de 76 anos morreu em decorrência de uma hemorragia depois que um galo bicou sua perna enquanto ela pegava ovos na sua fazenda, na Austrália.
O caso aconteceu na semana passada, mas só foi divulgado nesta semana depois que o especialista Roger Byard publicou um estudo sobre o caso em uma revista científica.
Byard identificou que a mulher foi bicada em diversos pontos na região das pernas e o sangue foi drenado de uma de suas varizes. A idosa, que não foi identificada, também tinha histórico de pressão alta, colesterol e diabetes.
“Essas mortes são evitáveis”, afirmou o médico em entrevista à ABC da Austrália. Ele ainda aconselhou: “Se uma veia for perfurada, aplique pressão no ponto de sangramento, deite-se, eleve a perna e procure ajuda”.
A pesquisa fez parte de um projeto que examina mortes acidentais para descobrir como evitar casos semelhantes no futuro.
Os organizadores de uma exibição de arte japonesa tiraram da mostra uma estátua que simbolizava a “mulher de conforto”. Eles defenderam sua decisão nesta segunda-feira (2) com a justificativa de que há uma crise na relação entre o Japão e a Coreia do Sul e que receberam ameaças de incêndio.
A retirada da peça não é unanimidade e, entre os curadores, há quem chame isso de censura.
A expressão “mulher de conforto” é um eufemismo japonês para as mulheres que foram forçadas a trabalhar em bordéis durante a Segunda Guerra Mundial –muitas delas eram coreanas.
Esse tema é altamente emotivo para os povos dos dois países, cuja relação ainda é marcada pela colonização japonesa da península coreana, entre 1910 e 1945.
Para o Japão, o assunto está encerrado, poiso país já fez pedidos de desculpas e pagou compensações. A última delas foi em 2015, quando desembolsou 1 bilhão de ienes (cerca de R$ 39 milhões, na cotação atual) a um fundo para ajudar mulheres sobreviventes.
Para muitos coreanos, no entanto, o Japão não fez o suficiente, e a Coreia do Sul dissolveu o fundo no ano passado, dizendo que ele era problemático.
Ameaças
A estátua, “Estátua de uma garota de paz”, dos escultores Kim Seo-kyung e Kim Eun-sung, era exibida na Trienal de Aichi, na região central do Japão. A estreia foi no dia 1 de agosto, e poucos dias depois houve um grande volume de reclamações.
A peça foi retirada depois de serem feitas ameaças por telefone e email, de acordo com a prefeitura da cidade.
O diretor artístico da mostra, Daisuke Tsuda, afirmou em uma entrevista coletiva que a organização foi surpreendida pela deterioração nas relações entre os dois países.
A origem da última disputa tem causa na história em comum dos dois países, mas houve consequências comerciais e também de segurança, quando a Coreia do Sul saiu de um pacto de compartilhamento de informações de inteligência.
“Uma coisa foi a piora rápida nas relações”, disse Tsuda, ao explicar a decisão de tirar a peça da exposição.
Ele disse que as ameaças de incêndio eram preocupantes, e que alguma delas faziam referências ao incêndio na companhia de animação em julho, em Kyoto, quando 35 pessoas foram mortas.
“O fato de que muitos dos telefonemas ameaçadores e os faxes faziam referência a esse incidente, era tão realista e levou a um estresse psicológico muito grande na equipe”, disse ele.
“Era algo que não havíamos previsto.”
Restrição ao livre discurso
Em uma entrevista coletiva separada, no entanto, Yuka Okamoto, que organizou a exibição da imagem, disse que a decisão era o equivalente à censura e restrição do livre discurso.
“A respeito da ‘Estátua da Garota da Paz’, que virou um alvo dos ataques, esse é um trabalho de arte que anseia por um mundo sem guerra ou violência sexual, assim como uma recuperação dos direitos das mulheres e dignidade”, ela disse.
A estátua foi comprada por um executivo espanhol que pretende exibi-la em um “museu da liberdade” que ele planeja abrir em Barcelona.
Um grupo de arqueólogos descobriu os restos de 227 crianças oferecidas em um ritual da cultura pré-colombina Chimu, na costa norte do Peru. Esta é a maior descoberta de sacrifícios de menores do mundo.
“Até agora encontramos os restos de 227 crianças sacrificadas da cultura Chimu”, disse o arqueólogo Feren Castillo, que fez parte da equipe. As escavações começaram em 2018.
O local de sacrifício foi descoberto no setor Pampa La Cruz em Huanchaco, um município litorâneo de Trujillo, a terceira cidade do Peru, a 700 km ao norte de Lima.
Castillo afirmou que os menores, com idades entre 4 e 14 anos, foram sacrificados em um ritual aos deuses da cultura Chimu (de 1.200 a 1.400 anos de antiguidade) com a finalidade de aplacar as catástrofes naturais ligadas ao fenômeno climático El Niño.
“Os restos das crianças estão de frente para o mar. Alguns têm protetores de pele, cabelo e prata. A maioria está na posição de decúbito dorsal, isto é, deitada. O interessante é que eles têm marcas de corte externas, cortes muito finos. Encontramos no ano passado a faca com a qual eles fizeram esses sacrifícios, e o que suspeitamos é que a pessoa que executou deve ter tido muita experiência porque os cortes feitos nas crianças no esterno são muito bem feitos”, explica o arqueólogo em entrevista à RFI.
Datação por carbono
“Fizemos datação por radiocarbono e pudemos verificar que são da cultura Chimu, porque as datas correspondem à época em que os Chimus controlavam a costa norte do Peru”, continua Castillo.
A equipe acredita que é possível que esses sacrifícios tenham como objetivo aplacar os desastres naturais ligados ao fenômeno climático El Niño:
“Encontramos evidências de chuva, o que sugere que esse sacrifício foi feito durante um fenômeno de El Niño, um evento climático em a costa norte do Peru”.
O sítio de Huanchaco não representa a primeira descoberta maciça de crianças sacrificadas em Pampa La Cruz. Em junho de 2018, foram encontrados restos de 56 crianças.
Pampa la Cruz fica a dois quilômetros de Huanchaquito, onde em abril de 2018 foram descobertos os restos de 140 crianças e 200 lhamas oferecidas em um ritual similar, cujos restos datam do período entre os anos 1400 e 1450.
A civilização Chimu se estendeu ao longo da costa peruana até o atual Equador. Ela desapareceu por volta do ano 1475 ao ser conquistada pelo império inca.
O Itamaraty decidiu suspender as férias de todo os embaixadores do Brasil na Europa e nos demais países do G7 pelos próximos 15 dias, em um esforço para coordenar uma resposta ao que está sendo chamado no governo de “crise ambiental”, disseram à Reuters duas fontes com conhecimento do assunto. O G1 confirmou a informação.
A decisão foi tomada pelo ministro das Relações Exteriores, Ernesto Araújo, depois de uma reunião de emergência convocada pelo presidente Jair Bolsonaro no final da tarde de domingo. A preocupação é o estrago causado na imagem do Brasil pelas queimadas e o desmatamento na região amazônica.
A ameaça por alguns países europeus de não ratificar o acordo comercial entre Mercosul e União Europeia é uma das consequências da crise ambiental.
O aviso foi feito nesta segunda-feira através de uma circular confidencial e pegou os diplomatas de surpresa, mesmo em meio ao bombardeio internacional que o Brasil vem sofrendo pelas queimadas e desmatamento na Amazônia. Alguns embaixadores que estavam em férias – esse é o período de férias escolares no hemisfério Norte – tiveram que voltar.
A intenção é tentar coordenar uma “resposta diplomática” à crise. De acordo com uma das fontes ouvidas pela Reuters, a suspensão de férias não é incomum, mas normalmente é reservada a ações humanitárias, especialmente quando há risco de vida e necessidade de proteção a brasileiros.
Na semana passada, o governo iniciou, como mostrou a Reuters, uma ofensiva diplomática para tentar reverter os estragos que as queimadas na Amazônia estavam fazendo à imagem do Brasil. Foi distribuído a todos postos diplomáticos no mundo um documento de 12 páginas com 59 itens e dados para que os diplomatas defendessem o governo das acusações de mau gerenciamento do meio ambiente.
Além disso, também foi repassado um cartaz com 9 pontos sobre as queimadas preparado pelo Ministério do Meio Ambiente com a ordem de que todas as embaixadas e consulados os colocassem em sua página oficial nas redes sociais.
O material afirmava, entre outros pontos, que queimadas “acontecem todo ano no Brasil” e que este é o período crítico do ano – na verdade, o auge da seca na região Norte ainda não começou. O nono ponto apontava que “os incêndios que ocorrem agora não estão fora de controle”.
Até agora, a ofensiva nas redes sociais não teve muito sucesso. Diplomatas têm recebido e-mails e comentários nas redes, a sua maioria com reclamações pesadas à atuação do governo, tanto de brasileiros quanto de estrangeiros.
A crise internacional que assolou o governo começou com a divulgação de dados de acompanhamento do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) mostrando que o número de focos de queimadas este ano está mais de 80% maior do que no mesmo período do ano passado.
Fotos da floresta queimando e de cidades da região cobertas de fumaça começaram a circular nas redes sociais, o que causou um movimento internacional de reclamações e cobranças contra o governo do presidente Jair Bolsonaro.
G1
O governo americano está “profundamente preocupado” com os incêndios na Amazônia, disse nesta sexta-feira (23) uma autoridade da Casa Branca, conforme cresce a preocupação internacional com o número de queimadas na região neste ano.
O funcionário do governo afirmou que os americanos estão preocupados com o “impacto dos incêndios na floresta amazônica sobre as comunidades, a biodiversidade e os recursos naturais da região”.
A manifestação dos EUA acompanha a fala de outros líderes que comentaram o assunto desde esta quinta-feira. Angela Merkel, da Alemanha; Emmanuel Macron, da França; Boris Johnson, do Reino Unido; e Justin Trudeau, do Canadá, se pronunciaram diretamente ou por meio de porta-vozes.
Mas, desta vez, ainda que feita por um funcionário não identificado da Casa Branca, a manifestação vem de uma potência mais alinhada com o governo brasileiro, que tem rebatido as críticas à situação na floresta amazônica.
Nesta quinta-feira, Bolsonaro rrespondeu os comentários de Macron de que a cúpula do G7 precisa discutir a “crise internacional” das queimadas na Amazônia afirmando que o francês “evoca mentalidade colonialista descabida no século XXI”.
O governo de Angela Merkel também trata os incêndios na Amazônia como um tema de interesse internacional. “A magnitude dos incêndios é preocupante e ameaça não só o Brasil e os outros países afetados, mas também o mundo inteiro”, disse Steffen Seibert, representante de Merkel.
De acordo com o gabinete do primeiro-ministro britânico Boris Johnson, ele vai dizer no encontro de cúpula do G7 que é preciso renovar o foco na proteção da natureza.
“O primeiro-ministro está gravemente preocupado pela alta da quantidade de incêndios na floresta amazônica e o impacto de trágicas perdas nesse habitat”, disse um porta-voz de Johnson.
As queimadas na Amazônia aumentaram 82% de janeiro a agosto, na comparação com o mesmo período do ano passado, e se intensificaram nas últimas semanas. Na noite de quinta-feira (22), o presidente Jair Bolsonaro fez reunião de emergência com ministros para discutir que medidas devem ser tomadas.
Do G1
O governo espanhol anunciou nesta terça-feira que enviará um navio militar para recuperar os migrantes do Open Arms, resolvendo assim a “emergência humanitária” a bordo da embarcação posicionada diante da ilha italiana de Lampedusa.
“O Audaz, que partirá esta tarde às 17 horas (12 horas de Brasília), navegará durante três dias até Lampedusa, onde assumirá as pessoas acolhidas no Open Arms e procederá o acompanhamento da embarcação da ONG Proactiva Open Arms até o porto de Palma, em Maiorca”, explicou o governo em um comunicado.
Parados desde quinta-feira a algumas centenas de metros da costa da ilha italiana, os migrantes resgatados pela ONG na costa da Líbia foram proibidos de desembarcar em Lampedusa, mesmo que seis países europeus (França, Alemanha, Luxemburgo, Portugal Romênia e Espanha) tenham se comprometido a recebê-los.
Em um gesto de desespero, quinze migrantes, alguns sem coletes salva-vidas, se jogaram nesta terça-feira (20) no mar para tentar nadar até Lampedusa.
“A situação está fora de controle”, disse o Proactiva Open Arms no Twitter.