Três crianças morreram no Reino Unido enquanto brincavam em um lago na região central da Inglaterra que estava congelado por conta de uma nevasca que o país enfrenta.
Milhares de motoristas e passageiros dos transportes públicos no Reino Unido tiveram nesta segunda-feira (12) os seus deslocamentos afetados por nevascas, principalmente na região de Londres, e três crianças morreram ao cair enquanto brincavam em um lago congelado.
O país enfrenta uma onda de frio particularmente intensa há vários dias, com temperaturas que chegam a -10°C em algumas áreas, embora a agência meteorológica britânica tenha afirmado que as temperaturas “não são incomuns para esta época do ano”.
No domingo, quatro crianças foram resgatadas com parada cardíaca e hospitalizadas em estado crítico depois que caíram em um lago congelado em Solihull, região central da Inglaterra. De acordo com testemunhas, elas estavam brincando no gelo e caíram na água.
A polícia anunciou nesta segunda-feira que não foi possível reanimar três delas – de 8, 10 e 11 anos. A quarta criança – de 6 anos – luta por sua vida em “estado crítico”.
A agência meteorológica emitiu alertas amarelos para neve, neblina e geada em várias áreas do Reino Unido, especialmente no sul da Inglaterra e no norte da Escócia.
O aeroporto de Stansted, localizado ao norte da capital britânica e usado principalmente pela companhia aérea de baixo custo Ryanair, fechou suas pistas na noite de domingo enquanto a neve era retirada e alertou para atrasos e cancelamentos.
– Motoristas bloqueados durante horas -No seu site, muitos voos programados para a manhã de segunda-feira permaneciam cancelados, mas as pistas já estão “abertas e totalmente operacionais”, informou o aeroporto em comunicado enviada à AFP, no qual explica que “alguns voos podem sofrer atrasos” devido às condições meteorológicas.
A Ryanair também informou no Twitter que “devido às fortes nevascas no Reino Unido, as pistas dos aeroportos de Stansted e Gatwick (sul de Londres) foram temporariamente fechadas durante a noite, interrompendo todos os voos programados”.
Nas redes sociais, dezenas de passageiros presos nos aeroportos da capital britânica publicaram vídeos que mostravam as pistas cobertas de neve e aviões sem condições de decolar.
Segundo a BBC, no domingo mais de 50 voos também foram cancelados no aeroporto de Heathrow, o maior da capital, devido à neblina.
Na manhã desta segunda-feira, o tráfego ainda estava muito perturbado nas principais estradas de Londres, com engarrafamentos gigantescos.
Na noite de domingo, alguns motoristas ficaram presos em seus veículos por várias horas, surpreendidos pela nevasca, principalmente em Sussex, ao sul de Londres, onde a polícia aconselhou “viagens apenas em caso de necessidade”.
Os passageiros do sistema ferroviário também enfrentavam atrasos e cancelamentos significativos na manhã desta segunda-feira, com algumas linhas do metrô de Londres interrompidas ou com atrasos.
Uma pequena embarcação brasileira transportando mais de 4,6 toneladas de cocaína no valor de 150 milhões de euros (cerca de R$ 824 milhões) foi interceptada pela Marinha francesa, afirmou a Europol, a polícia da União Europeia, nesta quarta-feira (7).
A Europol disse que a o barco, que estava a caminho da Europa, foi interceptado em 30 de novembro na costa de Serra Leoa, após trabalho conjunto de inteligência da França, Brasil, Reino Unido e Estados Unidos.
Ainda de acordo com a Europol, a Polícia Federal do Brasil participou das investigações, junto da Polícia Nacional da França, da Agência Nacional de Crimes do Reino Unido e da DEA, a agência antidrogas dos Estados Unidos, além do Centro de Crimes Organizados da Europol.
A embarcação, de acordo com a Marinha francesa, é um barco pesqueiro de 68 pés – com algo em torno de 21 metros de comprimento. Até a última atualização desta notícia, a Europol não havia informado se os tripulantes eram brasileiros e para onde elas foram levados.
“Uma investigação está em andamento para identificar os grupos criminosos envolvidos em ambos os lados do Oceano Atlântico”, disse a polícia da UE em comunicado.
Teodoro Obiang está há 43 anos sentado na cadeira presidencial da Guiné Equatorial, o que lhe garante o título de ditador mais longevo do mundo. Aos 80, ele acaba de obter o sexto mandato para permanecer mais sete anos no cargo, numa daquelas vitórias arrebatadoras que só os autocratas conseguem: a eleição com 94,9% dos votos.
Antes da campanha, Obiang tratou de mandar para uma prisão de alta segurança seu principal concorrente, Gabriel Nsé Obiang, o líder do Cidadãos pela Inovação (CI) – partido tornado ilegal em 2018 – e mais 300 opositores.
Os outros dois adversários que constavam na cédula eleitoral não seriam capazes de desafiá-lo e cumpriram a função de dar um verniz democrático ao pleito.
Graças ao ditador, que em 1979 deu um golpe de Estado contra o próprio tio, a Guiné Equatorial é apelidada de Coreia do Norte da África. O regime fechado de Obiang é considerado um dos mais corruptos do mundo: pela classificação no índice da Transparência Internacional ocupa a 172ª posição, entre 180 países avaliados, e pontuação de 17, numa escala de 0 a 100.
Moradores fazem fila para votar em Malabo, capital da Guiné Equatorial, em 20 de novembro de 2022. — Foto: AP
O terceiro país mais rico da África Subsaariana tem enormes reservas de petróleo, mas mantém 70% da população de 1,2 milhão chafurdados na pobreza e sufocados pela opressão aos direitos humanos. A maioria vive em barracas, sem acesso a água potável e saneamento, num contraste estratosférico em relação aos bens acumulados pelo governante.
Como resumiu Juan Tomás Ávila Laurel, o escritor mais traduzido do país e que vive exilado na Espanha, a população da Guiné Equatorial já se convenceu de que a ditadura da família Obiang é indestrutível e as eleições não têm significado algum.
Preparado para ser o sucessor, o filho Teodorin foi nomeado vice-presidente em 2016, mas se mostra mais afeito ao estilo fanfarrão, colecionando mansões, carros e relógios de luxo. Foi condenado na França por lavagem de dinheiro e outros delitos, com pena suspensa de três anos de prisão, confisco de bens e multa de 30 milhões de euros (cerca de R$ 169 milhões).
O reinado de Obiang impõe frequentes contradições ao país. Uma delas diz respeito ao idioma. Colônia espanhola até a sua independência, em 1968, a Guiné Equatorial candidatou-se a membro da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP) como forma de assegurar a legitimidade.
Foi aceita em 2014, com a condição de que abolisse a pena de morte e incluísse o idioma como língua oficial. Somente este ano, o país aprovou a extinção da pena capital, que ainda não entrou em vigor. Quanto ao português, sequer figura no sistema educacional do país. São estratagemas que procuram assegurar a caminhada de Obiang a completar meio século no poder.
Imagens de torcedores japoneses limpando o Estádio Internacional Khalifa, no Catar, após a histórica vitória do Japão sobre a Alemanha, por 2 a 1, viralizaram e foram elogiadas pela própria Fifa, organizadora do torneio.
A prática não é novidade: já havia ganhado repercussão internacional durantes as copas de 2018, na Rússia, e em 2014, no Brasil. Ainda assim, já que, fora do Japão, as torcidas de quase todos os países costumam deixar montanhas de lixo espalhadas pelas arquibancadas.
Torcedores japoneses limpam o Estádio Khalifa, em Doha, após a vitória do Japão sobre a Alemanha — Foto: Eugene Hoshiko/AP
A camisa “carrega uma mensagem”, segundo a fabricante Hummel. “Não queremos ser visíveis durante um torneio que custou a vida de milhares de pessoas. Apoiamos a seleção dinamarquesa o tempo todo, mas isso não é o mesmo que apoiar o Catar como país anfitrião.”
A Fifa, por outro lado, exigiu do país que seu uniforme tivesse uma forma de reconhecimento dentro do campo. A solução foi colocar a bandeira da Dinamarca no centro da veste.
Consequências
O protesto do futebol dinamarquês contra o histórico de direitos humanos do Catar deu resultados, com as condições para os trabalhadores migrantes melhorando por causa do foco internacional, disse o chefe da Federação Dinamarquesa de Futebol, Jakob Jensen.
Os jogadores dinamarqueses também viajam sem as famílias para o torneio do Catar, que começa no domingo.
“Acho que conseguimos causar impacto no Catar. Isso foi feito por muitos atores, não apenas pelas associações, mas também por organizações e governos internacionais”, disse Jensen, à Reuters.
Jensen disse que o futebol dinamarquês continuará a usar seu apelo para enfrentar outras campanhas.
Um estudante francês que voltava de uma festa em Lille, no norte da França, salvou dezenas de pessoas do desabamento de um prédio na cidade, na madrugada de sábado (12).
Ao chegar ao prédio, Thibaut Lemay, de 22 anos, percebeu que o edifício havia entortado levemente e tinha rachaduras, segundo contou o jovem à imprensa francesa. Ao subir até seu apartamento, de acordo com ele, portas estavam emperradas.
“Quando cheguei e vi as rachaduras, acordei meus dois colegas de apartamento e percebemos que o prédio havia entortado porque não conseguíamos mais abrir as portas, e ouvimos os escombros caindo”, relatou o estudante ao jornal “La Voix du Nord”.
Lemay chamou, então, o serviço de emergência da cidade. Os bombeiros foram ao local e retiraram rapidamente todos os moradores. Os socorristas constataram que o edifício, de dois blocos, tinha risco iminente de desabar, o que ocorreu instantes depois.
No dia seguinte, durante as buscas, bombeiros encontraram um corpo nos escombros, que as autoridades suspeitam ser de um homem de 45 anos que não ouviu os chamados dos bombeiros.
Os três jovens estão sendo tratados como heróis pelos meios de comunicação da cidade e pelas autoridades. A prefeita de Lille, Martine Aubry, disse à rede BFM TV que a postura de Thibault e seus amigos salvou a vida dos moradores.
“Se esse cavalheiro não tivesse voltado para casa às 3h e não tivesse entrado em contato conosco, não teríamos reagido tão rápido e, obviamente, haveria muitas mais mortes”, disse.
A Promotoria de Lille abriu uma investigação para investigar as causas e os responsáveis pelo desabamento.
O edifício tinha três andares, e um deles passava por obras.
O presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, visitou a cidade de Kherson, no sul, nesta segunda-feira (14) para comemorar sua recaptura com moradores e tropas. A cidade ficou mais de 8 meses sobre domínio russo.
A contra-ofensiva ucraniana que forçou as forças russas a se retirarem de Kherson na semana passada foi um dos maiores sucessos militares da Ucrânia desde que a Rússia invadiu seu vizinho em fevereiro.
“Estamos avançando”, disse Zelensky a repórteres depois de chegar a Kherson em um dia ensolarado, mas frio, e se dirigir às tropas em frente ao prédio da administração na praça principal. “Estamos prontos para a paz, a paz para todo o nosso país.”
Presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, durante visita à cidade de Kherson — Foto: Assessoria da presidência ucraniana/via REUTERS
Ele agradeceu à Otan e a outros aliados por seu apoio na guerra contra a Rússia e disse que a entrega de sistemas de foguetes de artilharia de alta mobilidade (HIMARS) dos Estados Unidos fez uma grande diferença no esforço de guerra da Ucrânia.
Pais com filhos, alguns empurrando carrinhos de bebê, também se reuniram na praça principal em frente ao prédio da administração que até recentemente era ocupado pelas forças russas.
Algumas pessoas agitavam bandeiras ucranianas e outras tinham a bandeira pendurada nos ombros.
“Estou muito feliz, você pode dizer pela reação das pessoas, sua reação não é encenada”, disse Zelensky, que estava ladeado por seguranças fortemente armados. “As pessoas estavam esperando pelo exército ucraniano, por nossos soldados, por todos nós.”
Presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, aparece em selfie com militares ucranianos na cidade de Kherson — Foto: Assessoria da presidência ucraniana/via REUTERS
Ele disse que era importante visitar Kherson para mostrar apoio aos moradores que suportaram cerca de oito meses de ocupação russa e demonstrar a eles que “estamos realmente voltando, realmente levantamos nossa bandeira”.
Questionado sobre onde as forças ucranianas podem avançar a seguir, ele disse: “Não Moscou… Não estamos interessados nos territórios de outro país”.
Presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, durante visita à cidade de Kherson — Foto: Assessoria da presidência ucraniana/via REUTERS
Minutos antes de ele chegar, os bombardeios nas proximidades podiam ser ouvidos por pessoas no centro de Kherson. Depois que Zelensky terminou de falar, várias outras rajadas de tiros de artilharia ecoaram pela cidade.
O presidente passou cerca de 30 minutos em Kherson antes de sair, disseram testemunhas.
No final da tarde do dia 2 de abril em Guarulhos (SP), um grupo de policiais federais aguardava ansiosamente a chegada do passageiro sentado na poltrona 62K do voo KLM 0791, vindo diretamente da Holanda.
Horas antes, autoridades holandesas já haviam feito o alerta: um homem suspeito de ser espião russo usando identidade brasileira havia acabado de tentar, sem sucesso, entrar no país europeu, foi barrado em Amsterdã e estava sendo devolvido ao Brasil.
No desembarque, os agentes da PF se depararam com o homem que tentava convencê-los, apesar do forte sotaque estrangeiro, de que era brasileiro e de que não sabia o motivo de sua prisão.
O homem preso pela PF dizia se chamar Victor Müller Ferreira. Autoridades holandesas, brasileiras e russas, no entanto, dizem que seu verdadeiro nome é Sergey Vladimirovich Cherkasov. Ele nega ser o espião apontado pelos holandeses. O governo russo se manteve em silêncio.
Cherkasov já mobilizou investigadores do Brasil, Holanda e Estados Unidos. As informações divulgadas até o momento apontam que Cherkasov é suspeito de pertencer a um tipo especial de espião conhecido como “ilegal”. São homens e mulheres normalmente recrutados ainda jovens pelos órgãos de inteligência russos que recebem identidades falsas e são enviados a diferentes países para espionar e coletar informações de interesse do governo de Moscou. Eles são vistos como espiões de elite. Um tipo de versão russa de James Bond.
Em junho, porém, ele foi condenado, em primeira instância, a 15 anos de prisão pela Justiça Federal por uso de documentos brasileiros falsos. Está preso em uma cela da Superintendência da Polícia Federal em São Paulo.
Mas o que parecia ser o fim da linha para um suposto espião pego em meio a uma missão pode acabar se transformando em uma pequena pausa. Documentos obtidos com exclusividade pela BBC News Brasil de processos que tramitam no Brasil contra Cherkasov mostram que o governo russo articula uma operação diplomática e jurídica para recuperar a custódia do homem que supostamente seria agente de inteligência a serviço de Moscou.
Foto de arquivo de 7 de novembro de 2019 mostra sede do Tribunal Penal Internacional (TPI) em Haia, na Holanda — Foto: Peter Dejong/AP
O mais recente movimento aconteceu em agosto, quando a Embaixada da Rússia no Brasil pediu a extradição de Cherkasov ao Supremo Tribunal Federal (STF). A existência do pedido foi confirmada pelo Supremo à BBC News Brasil.
Pela legislação brasileira, o pedido de extradição precisa ser julgado pelo STF. Como o caso está sob a relatoria do ministro Edson Fachin, o processo deverá ser apreciado pela Segunda Turma do Supremo, da qual ele faz parte.
Se o STF aprovar a extradição, caberá ao presidente da República autorizar ou não a liberação. Jair Bolsonaro (PL) ficará no cargo até o final deste ano. No dia 1º de janeiro de 2023, o presidente eleito, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), assumirá a presidência. Se o STF negar o pedido, não caberá decisão do presidente sobre o caso.
Na quarta-feira (9), a operação russa para levar Cherkasov de volta ao seu país natal ganhou o apoio oficial dele próprio. Em uma audiência sobre o processo de extradição que tramita no STF, o homem suspeito de ser um espião a serviço de Moscou declarou seu desejo de ser extraditado para a Rússia “o mais rápido possível”.
“Eu gostaria de reiterar que eu quero ser extraditado para a Rússia e eu concordo com as acusações que a Rússia fez e pretendo responder aos fatos e meus crimes que são alegados pela Rússia no meu Estado quanto mais rápido possível”, disse Cherskasov às autoridades brasileiras.
A declaração está em um vídeo obtido pela BBC News Brasil e que faz parte do processo de extradição.
A declaração chama atenção porque, na Rússia, as penas pelos crimes de tráfico de drogas e associação criminosa aos quais ele está sujeito são mais rigorosas que a pena que ele cumpre no Brasil. Na Rússia, ele pode ser condenado a até 20 anos de cadeia. No Brasil, ele foi sentenciado a 15 anos de prisão. Pela legislação brasileira, no entanto, Cherkasov poderia ir para o regime semi-aberto em dois anos e meio.
A BBC News Brasil questionou os advogados de Cherkasov sobre sua declaração, mas não obteve resposta.
Do lado brasileiro, quem investiga o caso é a Polícia Federal. Ainda não se sabe se ele usava o Brasil apenas como uma fachada para manter sua identidade falsa ou se ele também espionava o país. Apesar disso, a PF surpreendeu pessoas familiarizadas com o caso ao pedir à Justiça Federal para destruir documentos encontrados durante as investigações sobre o russo no Brasil – o pedido foi negado pela Justiça (leia mais abaixo).
A destruição dos documentos, segundo fontes ouvidas pela reportagem, poderia dificultar a elucidação das atividades desenvolvidas pelo suspeito em território brasileiro.
Procurados, a Embaixada da Rússia, a defesa de Cherkasov, a Polícia Federal, o Supremo Tribunal Federal, a Procuradoria-Geral da República (PGR) e os ministérios da Justiça e Segurança Pública (MJSP) e o Ministério das Relações Exteriores (MRE) não comentaram o caso.