O presidente do Paraguai, Mario Abdo Benítez, disse nesta quinta-feira (23) que o país vai manter suas fronteiras com o Brasil fechadas até que a curva de contágio do coronavírus no país seja “achatada” — ou seja, que os números de novos casos de Covid-19 parem de aumentar.
“O Brasil é o segundo país com o maior número de mortes e temos uma obrigação moral de cuidar da saúde de nosso povo”, afirmou.
O presidente paraguaio acrescentou ainda que, mesmo com o fechamento, “uma das cidades com mais casos” de Covid-19 no país é Ciudad del Este, que faz fronteira com Foz de Iguaçu, no Paraná, e fica cerca de 330 km a leste da capital Assunção.
Fronteiras fechadas
Militar brasileiro patrulha a Ponte da Amizade, fronteira com o Paraguai, em Foz do Iguaçu, em 28 de abril — Foto: Christian Rizzi/Reuters
Com mais de 84 mil mortes, o Brasil é o segundo país com mais casos de coronavírus no mundo, atrás apenas dos Estados Unidos. O Paraguai, que registrou 4 mil infecções e 36 mortes até o momento, fechou suas fronteiras com o Brasil e a Argentina em 24 de março.
O fechamento intensificou o contrabando e, na quarta-feira, a mídia local noticiou um tiroteio entre militares da Marinha e contrabandistas nas margens do rio Paraná, na fronteira com Ciudad del Este. Na última sexta-feira, uma troca de tiros levou à morte de um suboficial da Marinha e à prisão de 35 pessoas.
g1
Em agosto de 2019, um grupo de 13 membros do Partido Democrata dos EUA exigiu respostas para as evidências de apoio sobre o papel do Departamento de Justiça na investigação anticorrupção corrupta da Lava Jato.
A requisição foi feita depois que as mensagens vazadas do Telegram publicadas no Intercept mostraram que, entre dezenas de outros crimes, o juiz Sergio Moro trabalhou de forma antiética para ajudar a depor Dilma Rousseff, grampeando ilegalmente seu telefone na véspera das audiências de impeachment, editando a conversa para ser mais danosa e liberá-la para a maior estação de televisão do Brasil.
Liderada pelo congressista da Geórgia Hank Johnson e composta principalmente por membros do Partido Democrata (com a notável ausência de Alexandria Ocasio Cortez), a carta ao procurador-geral William Barr expressou preocupação de que as ações do DOJ estavam desestabilizando a democracia do Brasil e solicitou respostas e esclarecimentos.
O DOJ prestou assistência na coleta e análise de evidências compiladas pela força-tarefa da Lava Jato e pelo juiz Moro no caso do presidente Lula? A carta completa, que pode ser lida aqui (abaixo), deu ao procurador-geral William Barr um prazo até 30 de setembro de 2019 para responder às perguntas.
William Barr, que enquanto procurador geral de George H.W. Bush, perdoou 6 funcionários do governo Reagan, incluindo Casper Weinbeger, depois de terem sido condenados na investigação Irã-Contras, tem um longo histórico de ocultar informações do público sobre as irregularidades do governo dos EUA.
Nunca houve uma grande expectativa de que ele respondesse adequadamente às consultas, no entanto, a demanda por informações era juridicamente vinculativa.
Em 7 de julho de 2020, mais de 8 meses após o prazo final, a Procuradoria Geral da República finalmente respondeu, com 13 cartas idênticas entregues aos parlamentares que assinaram a requisição original. Esse evento passou completamente sob o radar da mídia e a Brasil Wire finalmente recebeu cópias das cartas em 17 de julho.
A resposta falha em esclarecer satisfatoriamente qualquer uma das 12 perguntas. É uma carta formal, reconhecendo que trabalhou com o Ministério Público brasileiro na Lava Jato, mas “por uma questão de política e prática de longa data, o Departamento de Justiça não pode fornecer informações sobre aspectos não públicos desses assuntos, nem o Departamento pode divulgar detalhes não públicos de outros assuntos ”.
A única documentação incluída na carta refere-se a 4 artigos no próprio site do DOJ, datados de 2016, que demonstram a parceria do US DOJ e SEC na operação Lava Jato.
A resposta do DOJ ao pedido do congressista Johnson e de seus colegas é totalmente insatisfatória, representando certamente a quantidade mínima absoluta de informações necessárias para cumprir legalmente a solicitação.
No entanto, serve como mais um reconhecimento público do papel do governo dos EUA em uma operação anticorrupção corrupta, armada e politizada que: 1.) desestabilizou a economia brasileira em 2015, causando 500.000 empregos perdidos e causando a queda da popularidade da presidente Dilma Rousseff durante a preparação para o golpe de 2016; e 2.) removeu o principal candidato presidencial do Brasil das eleições de 2018, abrindo a porta para uma vitória de Bolsonaro (pela qual os membros da força-tarefa da Lava Jato foram expostos em bate-papos por telegrama dizendo que estavam “orando a Deus”).
Além disso, como um dos comunicados de imprensa do DOJ mencionados na carta é datado de 21 de dezembro de 2016, este documento também serve como um lembrete de que a parceria do governo dos EUA com a Lava Jato é uma questão de registro público há pelo menos 3,5 anos.
Quando você vir jornalistas autoproclamados esquerdistas da mídia comercial circulando em suas turnês, recuando e mudando de assunto quando perguntados sobre o envolvimento dos EUA no golpe de 2016 e na prisão política de Lula, lembre-se disso.
Do Blog do Negreiros
Cientistas da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) identificaram pelo menos 6 linhagens (cepas) do novo coronavírus (Sars-CoV-2) que circularam no Brasil entre fevereiro e abril, anunciou a fundação na terça-feira (14). Também foi identificada a principal sub-linhagem do vírus em circulação no país.
Os cientistas analisaram 95 genomas completos do Sars CoV-2 coletados em pacientes de 9 estados (Rio de Janeiro, Espírito Santo, Acre, Amapá, Pará, Alagoas, Bahia, Maranhão e Santa Catarina) e no Distrito Federal, e acharam as 6 linhagens (A.2, B.1, B.1.1, B.2.1, B.2.2 e B.6).
O fato de haver diferentes “tipos” em circulação não implica em possibilidade de reinfecção por pessoas já afetadas por outra cepa. O vírus sofre mudanças mas, em essência, mantém nas diferentes linhagens suas características principais. As mutações são comuns em todos os vírus.
Os resultados do estudo da Fiocruz ainda estão sendo avaliados para publicação em revistas científicas (ainda não passou pela revisão de outros especialistas).
Micrografia eletrônica de uma célula infectada por partículas do SARS-CoV-2 (amarelo). A área preta é espaço extracelular entre as células. — Foto: Integrated Research Facility (IRF)/NIAID
Origem europeia
A pesquisa aponta para uma possível sub-linhagem europeia do vírus que, chegando ao Brasil, sofreu mutações e deu origem ao subtipo brasileiro responsável pela maior parte das transmissões comunitárias.
O mais provável, segundo os cientistas, é que essa “versão” europeia tenha chegado ao Brasil antes do dia 2 de fevereiro. Em solo brasileiro, o vírus sofreu duas mutações, em sequência, que deram origem ao subtipo que se tornou mais frequente nas transmissões locais. O primeiro caso de Covid-19 no Brasil foi confirmado no dia 26 do mesmo mês.
Outra possibilidade, remota, é de que o vírus tenha sofrido uma primeira mutação ainda na Europa, antes de chegar ao Brasil, e só depois tenha passado pela segunda. O que torna isto improvável, entretanto, é que há pouca prevalência do vírus na Europa com a primeira mutação apontada pela pesquisa.
A sub-linhagem B.1.1 brasileira (B.1.1.BR) foi a única encontrada em 18 pessoas que não tinham feito viagem internacional recente. Foi assim que os pesquisadores concluíram que este subtipo é, provavelmente, o responsável pela maior parte da transmissão comunitária do vírus no país.
Além disso, essa sub-classificação também pode ter sido exportada para países vizinhos e outros, mais distantes, antes que restrições aéreas fossem implementadas no Brasil.
Outro estudo brasileiro
Em 13 de junho, um esforço colaborativo entre Brasil e Reino Unido divulgou o resultado do sequenciamento de 427 genomas completos do Sars CoV-2 encontrados no Brasil. Destes, 102 foram detectados como cepas iniciais, ou seja, mais de 100 linhagens que entraram no país logo no começo da pandemia.
Neste estudo, os pesquisadores apontaram que apenas três linhagens conseguiram se espalhar, apontando que o isolamento social pode ter ajudado a reduzir a diversidade das cepas com maior circulação.
Ester Sabino, uma das autoras, explicou ao G1 na época que as três cepas do começo – sequências genéticas diferentes do novo coronavírus – que conseguiram se espalhar pelo Brasil foram transmitidas antes da confirmação do primeiro caso. Sem medidas de isolamento implementadas, como o fechamento das escolas e do tráfego aéreo, a transmissão delas foi mais fácil.
g1
A América Latina e Caribe se tornaram na manhã desta segunda-feira (13) a segunda região mais afetada do mundo pela pandemia do novo coronavírus em número de mortos, atrás da Europa. Em 3 de julho, a região já tinha superado a Europa em número de casos de infeção pelo Sars-Cov-2.
Com 144.758 mortes declaradas até as 5h (horário de Brasília) desta segunda, a região supera o balanço dos Estados Unidos e Canadá (144.023 óbitos acumulados) e fica atrás da Europa, que registra 202.505 óbitos.
O Brasil é o país mais afetado da região, com 72.100 mortes e mais de 1,8 milhão de casos de infecção, incluindo o presidente Jair Bolsonaro.
O México anunciou no domingo (12) um balanço total de 35.006 óbitos. O país superou a Itália em número de mortes (34.954, de acordo com os dados da AFP).
“A epidemia segue ativa e em crescimento, mas a velocidade de crescimento é cada vez mais lenta”, declarou, no entanto, o subsecretário de Saúde coordenador da estratégia contra a pandemia no México, Hugo López Gatell.
Na Bolívia, o ministro da Economia, Oscar Ortiz, anunciou que contraiu o coronavírus. Ele é o quarto ministro infectado. A presidente interina, Jeanine Añez, também testou positivo na semana passada para Covid-19 e permanece isolada.
A Argentina superou a marca de 100 mil casos, com a Área Metropolitana de Buenos Aires como foco de 95% dos contágios do país.
A Guatemala anunciou que mantém o toque de recolher parcial, em vigor desde 22 de março, mas algumas localidades podem suspender as medidas contra o novo coronavírus.
Europa
Em todo o planeta, a Covid-19 provocou mais de 568 mil mortes e quase 13 milhões de contágios, de acordo com o balanço da AFP.
Em alguns países que avançaram com as etapas de desconfinamento, os governos estão recuando diante de novos focos da doença.
Na Espanha, um dos mais afetados pela pandemia na Europa, os habitantes da cidade de Lérida e de sete localidades próximas na Catalunha deveriam entrar em confinamento domiciliar a partir desta segunda. Porém, um tribunal suspendeu a medida.
“O Tribunal da Guarda de Lérida decidiu não ratificar as medidas da Resolução de 12 de julho de 2020 adotadas pelo governo regional, por considerá-las contrárias ao direito”, afirma a conta no Twitter do Tribunal Superior de Justiça da Catalunha.
A Universidade de Harvard e o Instituto de Tecnologia de Massachusetts (MIT) apresentaram nesta quarta-feira (8) uma ação na Justiça para anular a decisão do governo de Donald Trump de revogar os vistos dos estudantes estrangeiros obrigados a acompanhar cursos on-line, devido à pandemia do coronavírus.
“Defenderemos este caso com vigor para que nossos estudantes internacionais — e estudantes internacionais de instituições de todo país — possam continuar seus estudos sem a ameaça da deportação”, afirmou o presidente de Harvard, Lawrence Bacow, em um comunicado.
O processo conjunto foi aberto em um tribunal de Boston, Massachusetts, e tenta bloquear temporariamente a decisão da agência que controla a imigração para o país, a ICE.
Harvard anunciou que os cursos do ano acadêmico que começa em setembro serão virtuais, devido à pandemia de coronavírus. Nos Estados Unidos, já são quase três milhões de infectados e mais de 130 mil mortos.
Na terça-feira (7), o presidente Trump chamou a decisão de “ridícula”.
Enquanto isso, o MIT oferecerá aulas presenciais apenas para um número muito limitado de estudantes, já que os jovens no campus deverão se submeter a testes de diagnóstico pelo menos duas vezes por semana e ter seu próprio dormitório.
A decisão do governo dos EUA de revogar os vistos “veio sem aviso prévio, e sua crueldade é perdida apenas por sua irresponsabilidade”, disse o presidente de Harvard.
“Parece que foi planejado de propósito para pressionar as universidades a abrirem seus campi para aulas presenciais neste outono, ignorando preocupações com a saúde e com a segurança de estudantes, professores e outros”, acrescentou Bacow.
Cerca de 5,5% dos estudantes das universidades americanas são estrangeiros, e muitas instituições dependem fortemente de suas matrículas.
Campus da Universidade Harvard, nos EUA, em foto de 10 de março — Foto: Brian Snyder/Arquivo/Reuters
Na segunda-feira, o ICE anunciou que os estudantes que já se encontram nos Estados Unidos e têm cursos universitários on-line “devem deixar o país, ou tomar outras medidas, como se matricular em uma escola com cursos em sala de aula para manter seu status legal”.
Caso contrário, correm o risco de serem submetidos a processos de deportação.
Trump, que busca um novo mandato nas eleições de 3 de novembro, está pressionando o país a retomar as atividades normais para revitalizar a economia – ainda que a pandemia não esteja sob controle.
Ao menos sete pessoas morreram e outras 49 ficaram feridas na explosão de um caminhão-tanque carregado de gasolina, nesta segunda-feira (6), na Colômbia. As pessoas tentavam saquear o combustível quando uma nuvem de chamas engoliu quem estava por perto.
Momentos antes da explosão, é possível ver no vídeo abaixo dezenas de pessoas tentando coletar combustível do caminhão tombado. Mesmo a presença da polícia não foi capaz de evitar a tragédia.
O caminhão tombou na estrada que liga Barranquilla à cidade de Ciénaga, no departamento de Magdalena, no litoral norte do país.
O presidente Ivan Duque publicou em sua conta de twitter uma mensagem de solidariedade aos familiares das vítimas. “Estamos analisando as causas do mesmo e daremos informações nas próximas horas”, finalizou.
R7
Um motorista de ônibus foi declarado em morte cerebral na França depois de ter sido agredido por pessoas que ele não permitiu que entrassem no veículo porque estavam sem máscaras, que têm uso obrigatório nos transportes públicos do país para evitar a propagação do coronavírus.
Vários colegas de profissão da região paralisaram o serviço de ônibus nesta segunda-feira (6) em protesto contra o ataque brutal.
Um dos agressores foi detido e os demais estão foragidos, informou à AFP uma fonte policial da cidade de Bayonne (sudoeste), onde aconteceu a agressão. O grupo tentou subir no ônibus no domingo à noite sem pagar a passagem nem usar máscaras.