As autoridades da Coreia do Sul prometem acelerar os esforços para lançar um programa público de vacinação contra o coronavírus, uma vez que o país detectou seus primeiros casos da nova variante do vírus, primeiramente detectada no Reino Unido.
A nova mutação, considerada mais transmissível do que outras que circulam atualmente, foi encontrada em três pessoas que entraram na Coreia do Sul vindas de Londres no dia 22 de dezembro, disse a Agência de Prevenção e Controle de Doenças da Coreia nesta segunda-feira (28).
A Coreia do Sul estenderá a proibição de voos vindos da Grã-Bretanha por mais uma semana, até dia 7 de janeiro, e exigirá que todos os passageiros que chegarem desse país ou da África do Sul – onde também há uma variante – façam testes antes do embarque, segundo as autoridades.
O país asiático registrou 808 novos casos de Covid até a meia-noite deste domingo (27), menos do que os recordes dos dias 24 e 25 de dezembro, quando teve 1.237 e 1.132 infecções, respectivamente.
As autoridades sul-coreanas alertaram que a queda pode ser devido a redução de testes realizados no fim de semana e no feriado de Natal. As medidas de distanciamento social estão valendo no país até o início de janeiro.
O governo da Coreia do Sul tem enfrentado muitas críticas sobre seus planos de aquisição e distribuição de vacinas, que preveem que as primeiras vacinações comecem apenas no primeiro trimestre de 2021, meses depois de países como os Estados Unidos e a União Europeia, que começou a imunizar a população em massa neste domingo.
Opiniões negativas sobre os planos de vacina foram uma das principais razões que levaram a taxa de desaprovação do presidente Moon Jae-in a um recorde histórico de quase 60%, segundo a pesquisa de opinião pública ‘Realmeter‘.
Os reguladores da Coreia do Sul vão diminuir o tempo necessário para aprovar vacinas de 180 para 40 dias, segundo o Ministério de Alimentos e Segurança de Medicamentos. Um processo de aprovação adicional para a distribuição e venda de vacinas, que geralmente leva vários meses, será reduzido para cerca de 20 dias.
Em fevereiro, trabalhadores do sistema de saúde e idosos começarão a receber as doses da vacina, segundo Moon.
“Há preocupações de que nosso país não tenha assegurado vacinas suficientes ou que as vacinações sejam adiadas. Isso não é verdade“, disse Moon em uma reunião com seus principais assessores, de acordo com um comunicado. “Estamos nos esforçando para adiantar o cronograma de adoção das vacinas”, completou o presidente.
Os planos da Coréia do Sul preveem a compra de doses suficientes para vacinar 46 milhões de pessoas, ou mais de 85% de sua população.
As autoridades disseram esperar que a população sul-coreana alcance um nível de imunidade coletiva por meio das vacinas mais rápido do que em outros países.
A Coreia do Sul tem um total de 57.680 casos de coronavírus, com 819 mortes desde o início da pandemia.
(Reportagem de Josh Smith e Sangmi Cha; Edição de Michael Perry)
O primeiro caso da nova variante da Covid-19 que surgiu no Reino Unido foi detectado na sexta-feira (25), na cidade de Tours, centro da França, anunciou o Ministério da Saúde francês.
A nova cepa foi detectada em um francês residente no Reino Unido que está assintomático e em quarentena.
Após ter chegado “de Londres em 19 de dezembro (…), recebeu atendimento médico em um hospital e no dia 21 testou positivo”, disse o governo, assegurando que se trata do “primeiro contagiado pela variante VOC 202012/01”, em território francês.
França recebe primeiras doses
Já neste sábado (26), a França recebeu as primeiras doses da vacina contra a Covid-19, desenvolvida pelos laboratórios americano Pfizer e o alemão BioNTech. Os frascos foram entregues à farmácia central da organização dos Hospitais de Paris.
Como em outros países da União Europeia (UE), a vacinação começará no domingo (27) na França, onde mais de 62.000 pessoas morreram vítimas da Covid-19.
As primeiras injeções acontecerão em duas casas de repouso, em Sevran, perto de Paris, e em Dijon, na região leste do país.
Quase 19.500 doses da vacina foram transportadas a bordo de um caminhão frigorífico que percorreu o trajeto a partir da fábrica da Pfizer em Puurs, na Bélgica, afirmou a agência de notícias France Presse.
Já a Itália recebeu as primeiras doses na sexta (25). Veja no vídeo abaixo:
6 vacinas contratadas
A vacina da Pfizer e BioNTech é apenas uma da seis que já foram contratadas pela União Europeia. “No total, compramos doses mais do que suficientes para todos na Europa”, disse a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, no dia 17 dezembro.
Além da Pfizer, o bloco comprou os imunizantes da AstraZeneca, CureVac, Johnson & Johnson, Moderna e Sanofi-GlaxoSmithKline.
Se todas essas vacinas forem aprovadas, os 27 países – que somam cerca de 450 milhões de habitantes – terão, ao todo, dois bilhões de doses.
Eles já eram bilionários e viram sua riqueza crescer ainda mais neste ano tão difícil para tanta gente.
O ano de 2020 chega ao fim com mais de 1,6 milhão de mortes devido à pandemia do novo coronavírus e uma crise econômica que levou ao fechamento de muitas empresas e à perda de milhões de empregos em todo o mundo.
Mas as pessoas mais ricas do planeta não se saíram tão mal.
Mais de 60% dos bilionários do mundo ficaram ainda mais ricos em 2020, e os cinco primeiros entre os que mais enriqueceram viram suas fortunas combinadas crescerem a US$ 310,5 bilhões (ou mais de R$ 1,6 trilhão).
Veja a seguir quem são eles.
1. Elon Musk, co-fundador e diretor-executivo da Tesla
Elon Musk — Foto: Joe Skipper/Reuters/Arquivo
Elon Musk, fundador da SpaceX e CEO da Tesla, acrescentou colossais US$140 bilhões (R$ 730 bilhões) ao seu patrimônio em 2020.
Com isso, ele atingiu um patrimônio líquido de US$ 167 bilhões (R$ 871 bilhões) na última segunda-feira, segundo dados da Bloomberg.
Isso foi o suficiente para Musk subir várias posições na lista de bilionários e ultrapassar Bill Gates para o segundo lugar (depois de Jeff Bezos) em novembro.
Além disso, de acordo com a revista Forbes, este é o maior lucro registrado em um único ano para um bilionário desde que a revista começou a rastrear as maiores fortunas do mundo.
Junto ao excepcional desempenho da Tesla no mercado com recordes de vendas de carros, a outra empresa de Musk, SpaceX, também prosperou ao se tornar a primeira empresa privada a lançar astronautas ao espaço.
2. Jeff Bezos, fundador e diretor-executivo da Amazon
Jeff Bezos — Foto: AFP
Jeff Bezos, que também é dono do jornal americano The Washington Post, começou 2020 como a pessoa mais rica do mundo e termina da mesma forma.
Ele somou mais de US$ 72 bilhões (R$ 375 bi) ao seu patrimônio líquido com o aumento extraordinário na receita da Amazon, fruto do aumento nas vendas online na pandemia.
O patrimônio líquido de Bezos ultrapassou a marca de US$ 200 bilhões há alguns meses (mais de R$ 1 trilhão), e hoje é avaliado em torno de US$ 187 bilhões (R$ 975 bi).
Em fevereiro, Bezos ofereceu US$ 10 bilhões (R$ 52 bi) para o combate às mudanças climáticas e em novembro doou cerca de US$ 800 milhões (R$ 4,17 bi) para organizações ambientais.
Sua ex-esposa Mackenzie Scott doou pelo menos US$ 5,8 bilhões (R$ 30 bilhões) para organizações sem fins lucrativos neste ano.
3. Zhong Shanshan, fundador da Nongfu Spring
Zhong Shanshan, criador e proprietário de uma empresa de água engarrafada chamada Nongfu Spring — Foto: Getty Images via BBC
O patrimônio líquido de Zhong Shanshan aumentou em US$ 62,6 bilhões (R$ 326 bi) e atualmente supera US$ 69 bilhões (R$ 360 bi), de acordo com a Bloomberg.
Zhong se tornou o homem mais rico da China em setembro, depois que sua empresa de água mineral, a Nongfu Spring, lançou uma oferta pública de venda (IPO) bem-sucedida que levantou mais de US$ 1,1 bilhão (R$ 5.2 bi).
A empresa que ele fundou em 1996 controla um quinto do mercado de água engarrafada no gigante asiático e vale cerca de US$ 70 bilhões (R$ 365 bi).
Zhong, de 66 anos, é dono de mais de 84% da empresa, com uma participação avaliada em cerca de US$ 60 bilhões (R$ 313 bi).
Isso o ajudou a superar outros bilionários como Pony Ma, da Tencent, e Jack Ma, o fundador do Alibaba, até se tornar nos últimos meses a pessoa mais rica da China.
Zhong também controla a fabricante de vacinas Beijing Wantai Biological Pharmacy, que abriu capital em abril.
A empresa está desenvolvendo uma vacina em spray nasal para covid-19 que estava em testes de fase 2 em novembro.
4. Bernard Arnault, propietário do grupo LVMH
Bernard Arnault, CEO do grupo LVMH — Foto: Reuters/Benoit Tessier
O francês Bernard Arnault é o homem mais rico de seu país e a revista Forbes o colocou em segundo lugar em sua lista de bilionários, embora o ranking da Bloomberg o coloque em quarto lugar.
Dono do grupo de artigos de luxo LVMH, Arnault fecha o ano com um patrimônio líquido de cerca de US$ 146,3 bilhões (R$ 763,25 bi).
Mesmo durante um ano difícil para seu conglomerado, a fortuna de Arnault cresceu mais de 30% em 2020.
Com a eclosão da pandemia, a LVMH abandonou temporariamente seu plano de comprar a Tiffany & Co.. Mas em outubro passado, o grupo chegou a um acordo para adquiri-la por cerca de US$ 15,8 bilhões (R$ 82,4 bi), cerca de US$ 400 milhões (R$ 2,1 bi) a menos que a oferta original.
As vendas de produtos de luxo continuam diminuindo, mas a LVMH surpreendeu investidores recentemente ao informar que as vendas de bolsas Louis Vuitton e Dior continuam fortes, especialmente em países como Coreia do Sul e China.
5. Dan Gilbert, presidente da Rocket Companies
Dan Gilbert é um dos dois proprietários de times mais ricos dos EUA, graças à sua importante participação no Cleveland Cavaliers, da NBA — Foto: Getty Images via BBC
Aos 58 anos, Gilbert é o proprietário do time da NBA Cleveland Cavaliers e co-fundador da empresa de hipotecas online Quicken Loans.
De acordo com dados da Bloomberg, seu patrimônio líquido aumentou US$ 28,1 bilhões em 2020 (R$ 146 bi) para um total de US$ 35,3 bilhões (R$ 184 bi), graças a um impulso da controladora da Quicken Loans, a Rocket Companies, que lançou uma oferta pública em agosto.
Gilbert tem cerca de 80% das Rocket Companies, uma participação avaliada em mais de US$ 31 bilhões (R$ 161 bi).
O notável aumento do patrimônio líquido de Gilbert em 2020, que aumentou seis vezes em um ano, é atribuído ao IPO da Quicken Loans.
A Rússia vai suspender os voos entre o país e o Reino Unido por uma semana por causa da nova variante de coronavírus detectada pelos britânicos, afirmou nesta segunda-feira (21) a força-tarefa russa para combater a epidemia.
Países da Europa impuseram ou anunciaram que avaliam impor restrições a viajantes do Reino Unido (veja a lista abaixo).
As medidas são uma medida de proteção contra a disseminação de uma nova cepa do coronavírus Sars-Cov-2 que os britânicos disseram estar em circulação em seu território e que seria até 70% mais transmissível.
A mutação foi chamada de VUI202012/01.
O primeiro-ministro do Reino Unido, Boris Johnson, vai participar de um encontro de emergência nesta segunda-feira para discutir o fechamento de fronteiras. Um dos focos será o transporte de cargas.
As autoridades da União Europeia também vão se reunir para falar sobre uma reação em conjunto à ameaça da variante do coronavírus.
A Noruega anunciou que interrompeu a conexão aérea com o país. Serão 48 horas sem voos.
Ela se junta a França, Alemanha, Holanda, Bélgica, Áustria, Irlanda, Itália, Bulgária, Suécia, Romênia, Lituânia, Letônia, Estônia e República Checa, que anunciaram restrições a viajantes com origem no Reino Unido.
América do Norte e do Sul, África e Ásia
A Índia também anunciou nesta segunda-feira a proibição de voos com origem no Reino Unido, pelo mesmo motivo.
Na América do Sul, Argentina, Colômbia, Chile e Peru decidiram fechar as suas fronteiras aéreas com o Reino Unido devido ao avanço da nova variante do coronavírus.
Israel, Canadá, El Salvador e África do Sul já haviam anunciado a interrupção do tráfego aéreo com o Reino Unido.
g1
A Itália será colocada sob lockdown nacional durante grande parte do feriado de Natal e Ano Novo, disse o primeiro-ministro Giuseppe Conte nesta sexta-feira (18), em uma tentativa do governo de evitar um novo aumento de casos de coronavírus.
De acordo com o jornal “Corriere della Sera”, os italianos poderão sair de casa para visitar parentes e amigos nas vésperas de feriado entre 24 de dezembro e 6 de janeiro. Porém, sob as seguintes condições:
- Apenas uma visita por dia
- A visita deve ser em uma casa na mesma região
- Com limite de duas pessoas além das pessoas que já moram na casa visitada
- Apenas entre as 5h e as 22h
Também sob as novas regras, lojas não essenciais serão fechadas entre 24 e 27 de dezembro, 31 de dezembro e 3 de janeiro, além de 5 e 6 de janeiro. Nesses dias, os italianos só poderão viajar por motivos de trabalho, saúde ou emergência.
As lojas poderão abrir entre 28 e 30 de dezembro e em 4 de janeiro e as pessoas terão liberdade para deixar suas casas nesse período. No entanto, durante a temporada de festas, todos os bares e restaurantes terão que permanecer fechados.
O anúncio encerrou dias de indecisão e disputas dentro da coalizão, que estava dividida entre aqueles que queriam o confinamento total e aqueles que pressionavam por ações mais limitadas para ajudar empresas em dificuldades e permitir algumas reuniões familiares.
A Itália registrou na sexta-feira 674 mortes pela Covid-19 e mais 17.992 infecções nas últimas 24 horas, totalizando, desde o início da pandemia, 67.220 mortes e 1.921.778 casos, segundo o Ministério da Saúde italiano.
Além da Itália, a Áustria anunciou que haverá um novo lockdown depois do Natal. Países como França e Reino Unido já estão sob restrições severas que durarão a passagem do ano.
As medidas vêm em um momento de esperança, com o início da vacinação contra a Covid já prevista para os próximos dias nos países da União Europeia. No Reino Unido, a imunização começou na semana passada.
Os protestos de agricultores se intensificaram na Índia e 40 manifestantes começaram uma greve de fome nesta segunda-feira (14), reportou o jornal indiano “Hindustan Times”.
A greve reivindica a revogação de três leis aprovadas pelo Parlamento em setembro. Segundo os produtores, as regras prejudicam o avanço econômico da classe e beneficiam grandes varejistas de alimentos.
Líderes do movimento anunciaram que os agricultores em greve de fome permanecerão em dois acampamentos nos limites de Nova Délhi, em Tikrit e Singhu. Sindicatos já mobilizam paralisações em toda a Índia.
“Quando levamos nossos carrinhos de cana-de-açúcar às usinas, pulamos as refeições por 24 horas. Estamos preparados para permanecer o tempo que for preciso”, disse um agricultor de Lakhimpur Kheri à agência ANI.
Milhares de agricultores estão acampados nos arredores da capital indiana há mais de um mês. “Viemos preparados. Temos comida suficiente para ficar aqui por quatro meses. Dormimos nos tratores e não nos importamos com a falta de conforto”, relatou um dos líderes.
Neste domingo (13), uma criança nasceu em meio aos protestos. Ela foi recebida com bolo, balões e cartazes coloridos. “Quando saímos de casa juramos não voltar antes de nossa vitória. Estou lutando pela geração de minha filha”, disse o agricultor Jagat Singh, pai de primeira viagem.
Negociação continua
Sob ameaça de greve geral, o governo da Índia realizou seis rodadas de negociação para apresentar mudanças às leis aos líderes dos protestos desde julho.
Em todas as reuniões, no entanto, os agricultores recusaram emendas e exigem a revogação das normas.
As reformas afrouxam regras sobre a venda, fixação de preço e armazenamento de produtos agrícolas e, segundo os trabalhadores, abrem caminho para que as corporações indianas entrem no comércio agrícola e prejudiquem os pequenos agricultores.
O americano Anthony Brown é um respeitado enfermeiro psiquiátrico e professor universitário.
Mas, antes disso, viveu mais de 20 anos como morador de rua após ter fugido de casa para escapar da violência doméstica — se entregou ao álcool e às drogas, e colecionou algumas passagens pela polícia.
Em entrevista à jornalista Jo Fidgen, do programa de rádio Outlook, da BBC, ele conta como sua vida teve uma incrível reviravolta, e hoje ele se dedica a ajudar pessoas com problemas de saúde mental e dependência química.
Se você encontrasse o americano Anthony Brown hoje, de terno e gravata, dando aula na universidade ou trabalhando como enfermeiro psiquiátrico em uma clínica na Califórnia, nos EUA, dificilmente poderia imaginar sua trajetória.
Para começar, aos nove anos de idade, ele encontrou a mãe caída no chão da sala de casa com um tiro na cabeça.
“Eu venho de uma família pobre, e a gente acordava no meio da noite para assaltar a geladeira, e certa noite, por algum motivo fomos até a sala e encontramos minha mãe lá, deitada no chão sobre uma poça de sangue e massa cinzenta.”
“Minha memória apagou, e a próxima coisa que me lembro depois disso é dela com um curativo na cabeça e havíamos nos mudado para outra cidade”, afirma.
Lar abusivo
Este não viria a ser, no entanto, o único evento traumático da sua infância.
Anthony e os irmãos viviam no estado americano de Ohio, em um lar um tanto quanto disfuncional — marcado pela violência doméstica e o alcoolismo da mãe, que criava os filhos sozinha.
“Era um lar extremamente abusivo”, diz ele, que sofria agressão física constantemente.
“Minha mãe batia na gente com um cabo de extensão elétrica.”
Ele acredita, no entanto, que havia uma boa intenção por trás do castigo físico.
“Sei que minha mãe se importava com a gente. Tenho certeza de que ela nos amava porque ela estava tentando nos ajudar a nos tornar pessoas melhores, ela estava tentando nos colocar na linha.”
“Estava tentando descobrir como me impedir de roubar, de beber…”, avalia Anthony, que começou a consumir álcool e a fumar maconha muito jovem.
“Minha mãe sempre bebeu, então eu roubava a bebida dela”, revela.
‘Minha mãe estava tentando me ajudar a me tornar alguém diferente quando me batia, mas as surras nunca pararam — pelo menos não até eu sair de casa’, diz Anthony — Foto: Arquivo Pessoal
Ele se lembra com detalhes da pior surra que levou, que acabaria sendo também a última.
“Ela me deitou no tapete, colocou o pé no meu pescoço e depois me bateu com o cabo de extensão.”
“Ela costumava me bater, ficava cansada, fumava um cigarro e voltava a me bater”, explica.
“Depois daquela surra específica, quando ela se cansou e foi fumar o cigarro, eu me levantei e saí correndo para a casa de um amigo, me escondi dentro do armário e pensei que estava a salvo.”
“Mas aí ouvi uma batida na porta, a porta do armário se abriu, e lá estava minha mãe com o cabo de extensão. Apanhei dentro do armário, não tinha para onde fugir”, relembra.
A vida como morador de rua
Depois deste episódio, aos 14 anos, ele decidiu fugir de casa.
“Chegou num ponto em que minha única forma de escapar era simplesmente ir embora”, afirma.
Ele foi viver então em residências abandonadas.
“Eu costumava catar engradados de leite de madeira para construir meus móveis, mas quando chegava o inverno, tinha que quebrar os móveis e queimar na lareira para me esquentar”, recorda.
Anthony (à direita), aos 11 anos, com um amigo de infância — Foto: Arquivo Pessoal
Na sequência, Anthony decidiu acompanhar um parque de diversões itinerante, onde não só trabalhava, mas também morava.
Ele conta que dormia embaixo da atração pela qual era responsável, conhecida como xícara maluca.
“De dia, eu operava a atração, à noite, dormia embaixo dela.”
“Era onde eu tomava banho também”, acrescenta ele, que usava uma mangueira como chuveiro.
“Era minha casa. Se alguém olhasse ali embaixo, provavelmente veria minhas roupas, alguns alimentos velhos e outras coisas que eu tinha.”
Mas ele não era o único, outros funcionários faziam o mesmo, dada a baixa remuneração — e viviam praticamente à base de cachorro-quente vendido nas carrocinhas do parque.
Como o parque de diversões só funcionava durante o verão, no inverno Anthony voltou para casa. E, para sua surpresa, aos 15 anos de idade, sua mãe o alistou na Marinha.
“Mas pouco tempo depois fui expulso, na verdade, recebi uma dispensa honrosa, e não sabia por quê. Só depois fiquei sabendo que haviam descoberto quantos anos eu tinha, minha mãe havia mentido a minha idade”, revela.
Nos anos seguintes , ele se revezaria entre viver no parque de diversões durante o verão, e em casas abandonadas no inverno.
“Naquele momento, minha mãe já não se importava mais. Ela chegou a me dizer que não podia viver comigo daquele jeito. Porque eu era um desastre. Ficava bêbado o tempo todo, fumava maconha o tempo todo. Acho que ela não queria me ver assim.”
De Ohio para Califórnia
Aos 18 anos, Anthony aceitou então o convite de um amigo para ir morar em Lynwood, na Califórnia.
À sua espera, estava uma vida bem diferente daquela com palmeiras e praias ensolaradas que ele costumava ver na televisão.
Para ter o que comer, ele chegou a revirar o lixo de restaurantes.
“Eu fiz isso bastante. As lixeiras das hamburguerias são as melhores. Tudo que você precisa fazer é tirar o alface e o tomate da comida, que ficam meio empapados depois de um tempo. É muito bom.”
Anthony Brown (à esquerda), aos 30 anos, com um amigo — Foto: Arquivo Pessoal
“Mas as drogas eram mais importantes para mim, na maioria das vezes eu não tinha apetite”, afirma.
E para conseguir comprar drogas, ele passou a vendê-las:
“Sempre tem alguém que quer que você venda drogas. E, desde que você devolva o dinheiro, sempre conseguem mais droga para você”, explica.
Mais tarde, conseguiu um emprego legítimo na cozinha de uma lanchonete.
“Eu era sem-teto, vivia em casas abandonadas e trabalhava neste lugar de fast food. Trabalhando lá, não faltava comida, então tudo o que eu recebia, podia usar para comprar drogas”, relembra.
Anthony foi sendo promovido internamente até chegar a caixa da lanchonete — foi quando começou a roubar dinheiro do estabelecimento.
Mas, antes de ser descoberto, ele conta que pediu transferência para outra unidade da franquia, onde caiu nas graças do novo chefe, que era usuário de cocaína, e chegou a ser promovido a gerente.
Um casal de brasileiros foi executado com mais de cem tiros de fuzil na fronteira do Brasil com o Paraguai na madrugada deste domingo (13). Wellington Bruno Alves, de 27 anos, e Daiane Dias Constanci, de 26 anos, foram surpreendidos pelos atiradores quando estavam dentro do carro. As informações são da Record TV.
Os dois tinham deixado um cassino em Pedro Juan Caballero, no Paraguai, e já estavam em Ponta Porã, no Mato Grosso do Sul, a 323 quilômetros da capital, quando foram atacados. Mais de 100 tiros de fuzil foram efetuados contra o Hyundai HB20 Sedan, dirigido por Wellington. Após a sequência de disparos, os suspeitos fugiram.
Wellington cumpria pena em regime semiaberto por tráfico de drogas. Ele havia sido transferido em outubro de Campo Grande para Ponta Porã, onde mora a família. A justificativa foi o fato dele ter filhos pequenos na cidade.
Ele é o quinto homem executado por pistoleiros após deixar o semiaberto nas últimas duas semanas.
Peritos estiveram no local do crime assim como equipes da 1ª Delegacia de Polícia Civil de Ponta Porã. Até o momento, não há pistas dos atiradores. (*) R7
Foto: Reprodução / RecordTV |