A redução da pena e a subsequente libertação de um homem condenado por estuprar uma criança brutalmente reacendeu o debate em torno do sistema penal da Coreia do Sul.
Doze anos atrás, na manhã de 11 de dezembro, uma menina de oito anos caminhava para a escola em Ansan, sudoeste de Seul, quando foi sequestrada por Cho Doo-soon, um ex-presidiário de 56 anos.
Ele a levou a um banheiro de uma igreja próxima, onde a espancou e a estuprou.
A menina, Na-young (nome fictício), sobreviveu. Mas ainda sofre com os ferimentos físicos e traumas mentais em decorrência do ataque.
Agora, ela teve que se mudar: seu estuprador foi autorizado a voltar para Ansan, onde cometeu o crime. A nova residência de Cho fica a menos de 1 km da de Na-young.
“Não queríamos fugir, mas não havia alternativa. Quero dizer que o governo não fez nada além de forçar a vítima a se esconder”, disse à BBC o pai da menina, poucos dias depois que Cho foi libertado, tendo cumprido a pena reduzida de 12 anos.
Ele acrescentou que Na-young estava relutante em se mudar porque não queria deixar seus amigos mais próximos. A família também tinha medo de expor sua identidade com a troca de endereço. Mas eles sentiram que não tinham outra opção.
“Muitos anos se passaram, mas nada mudou. O fardo ainda recai inteiramente sobre a vítima”, disse o pai de Na-young.
Embriaguez como desculpa
O caso gerou fortes críticas à Justiça do país pela tolerância com os criminosos sexuais.
Cho foi inicialmente condenado a 15 anos de prisão. Mas um tribunal de apelação posteriormente reduziu a pena para 12 anos, já que ele alegou que estava bêbado quando estuprou a menina. Isso porque, na Coreia do Sul, as penas para crimes cometidos sob a influência severa do álcool acarretam punições muito mais brandas.
No código penal do país, o Artigo 10 (2), também conhecido como “Sim Sin Mi Yak”, diz que um tribunal pode reduzir as sentenças quando homens com deficiência mental cometem crimes. Enquanto isso, a lei “Joo Chi Gam Hyung” afirma que o “abuso de substâncias” prejudica o estado mental de uma pessoa.
No entanto, a redução da pena gerou forte reação popular. Yoon Jung-Sook, do Instituto Coreano de Criminologia, diz que o caso de Cho desencadeou um debate nacional.
“Seu caso mudou a lei coreana e a maneira como vemos a embriaguez no crime”, assinala Yoon.
Desde o caso de Cho, a lei foi alterada para tornar mais difícil para os réus usarem a intoxicação por álcool como defesa.
No entanto, a disposição permanece apesar dos crescentes apelos para sua abolição, e o julgamento de “embriaguez” continuou a critério do tribunal.
Em outubro de 2019, um homem de 26 anos teve sua sentença alterada de três anos de prisão para quatro anos de liberdade condicional por agredir sexualmente uma estudante universitária. Sua defesa argumentou que ele estava bêbado no momento do incidente.
E no início deste ano, um homem de 24 anos chamado Song Jong-woo foi libertado após 18 meses de prisão por comandar o maior site de pornografia infantil na darkweb do mundo. Em julho, um tribunal local rejeitou um pedido dos EUA para extraditá-lo.
Ativistas de direitos das mulheres dizem que a extradição fracassada ressalta a frouxidão do sistema judiciário com os criminosos sexuais.
Indignação pública
A libertação de Cho provocou um misto de medo e ansiedade na Coreia do Sul. Mais de 600 mil pessoas assinaram uma petição no site da presidência sul-coreana, pedindo um novo julgamento e criticando seu retorno à sociedade. Mas o governo ignorou os apelos do público.
A ira da população ficou evidente quando Cho, agora com 68 anos, voltou para a casa de sua esposa em Ansan, em 12 de dezembro. Uma grande multidão apareceu gritando “Execute-o!” e “Castre-o!”.
Quando o condenado de cabelos grisalhos chegou em uma van do governo, escoltado por oficiais da condicional, alguns manifestantes furiosos atiraram ovos e chutaram o veículo.
Para tentar amenizar as preocupações do público, a polícia prometeu monitoramento 24 horas por dia, instalou 35 câmeras de vigilância e montou novas cabines de polícia no bairro de Cho. Além disso, ele terá que usar um dispositivo de monitoramento eletrônico por sete anos.
As autoridades também ofereceram à família de Na-young um smartwatch que detectará e sinalizará se o agressor se aproximar deles. Mas seu pai disse que isso os deixaria “mais ansiosos”, e a família se recusou a usá-lo.
“Se o relógio enviar um alerta para minha filha, ela ficará assustada”, disse ele, acrescentando que o dispositivo provavelmente ajudaria as pessoas a identificá-la como a vítima do ataque.
‘Onde está a voz da vítima?’
Analistas jurídicos dizem que o sistema de justiça está mudando, mas não o suficiente.
Jung Seung-yoon, professor de Direito na Universidade Nacional de Pusan acredita que é preciso haver “mudanças na sentença e procedimento de libertação” para legalmente monitorar criminosos libertados sem ter que se preocupar com dupla punição.
“Se o tribunal tivesse condenado Cho por 30 anos em vez de 12, ainda poderíamos tê-lo libertado depois de 12 anos — mas sob rígidas condições para evitar a repetição de crimes”, assinala.
Jung também argumenta que o sistema jurídico atual faz muito pouco para levar em consideração a situação das vítimas.
“O sistema legal coreano deveria se preocupar mais com as opiniões das vítimas. Onde estava a voz da vítima quando o tribunal determinou 12 anos de prisão para Cho Do Soon?”
Em parte motivados pela libertação de Cho, os legisladores propuseram várias regras para criminosos sexuais recém-saidos da prisão. Kim Young-ho, do governista Partido Democrata, propôs um projeto de lei para manter afastados da sociedade estupradores de crianças e condenar à prisão perpétua os reincidentes.
A proposta ocorre em um momento em que os crimes sexuais contra crianças estão aumentando. Segundo a polícia, o número de crimes sexuais cometidos contra menores de 13 anos passou de 1.083 em 2016 para 1.374 casos em 2019.
Outro parlamentar, Jung Choun-sook, sugeriu um projeto de lei que visa fortalecer as ordens de restrição, aumentando a distância que os condenados devem ficar das escolas e parques infantis de 100m para 1km.
“A chave é aumentar a pena (para criminosos sexuais de crianças) e reforçar as medidas de proteção para as vítimas”, escreveu Jung em sua página no Facebook.
O caso de Cho também levou o Congresso a criar um projeto de lei apelidado de “lei Cho Doo-soon”, que proíbe os condenados por crimes sexuais infantis de deixar suas casas à noite e durante as horas em que os alunos vão e voltam da escola.
No entanto, Yoon Jung-Sook, do Instituto Coreano de Criminologia, diz que, “porque é impossível isolar esses criminosos de nossa sociedade para sempre, o sistema criminal deve garantir que eles se recuperem quando retornarem”.
Ela acrescenta que as instituições correcionais devem concentrar mais esforços na reabilitação desses criminosos para o “bem de nossa sociedade”, observando, com base nas estatísticas, que a punição em si não significa menor reincidência.
O governo francês tenta acabar com a polêmica sobre a morosidade da campanha de vacinação na França, com relação aos vizinhos europeus, prometendo a aceleração do processo. Para ganhar a confiança da população, na segunda-feira (4), serão escolhidos 35 franceses para fazer parte de um conselho de cidadãos que contribuirá com ideias para o dispositivo de imunização.
No jornal “Le Parisien” deste domingo (3), o porta-voz do governo, Gabriel Attal, anunciou uma aceleração do fornecimento de doses e um reforço dos meios para transportá-las até as casas de repouso para idosos, público alvo da primeira fase do plano de imunizações.
Mas os ataques não diminuíram diante de uma campanha considerada burocrática. Os críticos apontam a exigência de uma visita médica, que deve ser feita antes da administração do imunizante para identificar eventuais contraindicações, e a obrigação de um consentimento escrito pelas pessoas vacinadas, como prováveis responsáveis pela morosidade da campanha.
“Não podemos pensar em continuar neste ritmo. Os cálculos mostram que seriam necessários 3 mil anos para sermos vacinados”, lamentou domingo em entrevista a uma tevê francesa Bruno Megarbane, chefe do serviço de Terapia intensiva médica e toxicológica do Hospital Lariboisière, em Paris. O médico disse, no entanto, que está “confiante” em uma aceleração do processo.
Anti-vacina
Em um artigo de opinião publicado na revista Télérama desta semana, a diretora do Teatro do Soleil, Ariane Mnouchkine, também pediu ao governo celeridade, tendo em vista uma possível reabertura de teatros e cinemas, fechados desde 30 de outubro.
“Que os que não querem ser vacinados não o façam, eles têm o direito, mas em nome deles, vocês pretendem impedir os que querem de se vacinar imediatamente?”, questiona.
Enfrentando um alto índice de desconfiança com relação à vacina, o governo teria se preocupado em ganhar a confiança dos antivacina, através da implementação lenta da campanha, sem antecipar as pressões dos franceses que querem se vacinar rapidamente.
O primeiro-ministro francês, Jean Castex, garantiu no sábado (2) que “nos próximos meses, a situação será totalmente equilibrada em termos de vacinação na Europa”.
O objetivo do governo francês é vacinar 26 milhões pessoas até julho. Até domingo, após uma semana do início da campanha, pouco mais de 400 pessoas receberam a primeira dose do imunizante da Pfizer BioNTech, número que parece modesto com relação aos da Alemanha que vacinou mais de 100 mil pessoas no mesmo período.
“Vacinódromos”
Na Alemanha grandes centros de vacinação foram abertos em ginásios para vacinar em grande escala. Esses “vacinódromos”, como são chamados na França, devem entrar em funcionamento na segunda fase do plano de imunização francês, destinada a pessoas que têm a saúde fragilizada por patologias ou em consequência da idade.
“Para a primeira fase, (…) são as vacinas que se deslocam até os idosos, não o contrário. Os alemães visam um campo mais amplo da população”, justifica Attal.
“Para a segunda fase, no começo de fevereiro (o ministro da Saúde) Olivier Véran anunciou centros de vacinação nas cidades”, completa. O porta-voz do governo garantiu que não seriam armazéns gigantes fora das cidades, mas lugares centrais.
O governo francês teme a rejeição desses centros, após o fracasso da campanha contra a gripe H1N1 em 2009, quando este tipo de instalação foi utilizado.
O primeiro-ministro francês insistiu, em 29 de dezembro, que “queria que os médicos generalistas ocupassem o centro do dispositivo, e em particular o médico da família”.
Na França, os médicos generalistas administram as vacinas que são adquiridas pelos pacientes em farmácias. No caso do imunizante disponível, o da Pfizer/ BioNTech, este tipo de fornecimento geraria dificuldades logísticas, já que o produto deve ser mantido a uma temperatura inferior a – 70° e as ampolas são multidoses.
Por esta razão e devido ao atraso da campanha, os “vacinódromos” voltaram a estar no centro dos debates. Eles seriam “a única solução para vacinar rapidamente”, de acordo com o chefe do polo do centro hospitalar de Valenciennes, no Norte da França.
Já o infectologista Jean Paul Stahl, citado no jornal “Parisien” deste domingo, afirma que a França “precisa de uma vacinação em massa”. Alguns prefeitos já se preparam para acolher este tipo de centro de vacinação em seus municípios.
Coletivo de cidadãos
Para envolver a população e evitar as más experiências do passado, o governo francês realiza na segunda-feira um sorteio de 35 membros de um “coletivo de cidadãos” que poderão se pronunciar sobre a estratégia de vacinação francesa contra o novo coronavírus.
O grupo deve respeitar critérios de idade, gênero, região de residência, nível de estudos, categoria socioprofissional e tipo de residência.
Para garantir uma boa representatividade das posições, as pessoas sorteadas terão de responder se têm a intenção de tomar a vacina contra a Covid-19.
A primeira reunião do grupo de trabalho será realizada em 16 de janeiro e, de acordo com o Conselho econômico, social e ambiental (Cese), tem o objetivo de ajudar o governo a conduzir a campanha de vacinação e ajustar as respostas às questões dos franceses.
Um homem cortou o próprio pênis, nesta quarta-feira, e jogou no vaso sanitário em seu apartamento em Staten Island, nos EUA.
O colega que vive na mesma casa do homem, de 50 anos, foi quem deu o alerta às autoridades, referindo que ele havia cortado o braço. Quando chegou ao local, a polícia confirmou que o homem tinha um corte. Mais tarde, a vítima revelou o pormenor sórdido de que havia cortado o próprio pênis no banheiro.
Os paramédicos confirmaram que o homem não tinha as genitais e no banheiro foi encontrado uma grande quantidade de sangue.
Segundo foi apurado, e segundo noticia o NY Post, o homem sofre de esquizofrenia e é bipolar e estaria há vários meses sem acesso à sua medicação.
Um funcionário não identificado do Aurora Medical Center, no estado americano do Wisconsin, foi demitido após deixar 57 frascos da vacina da Moderna contra a Covid-19 “intencionalmente” fora da refrigeração, afirmou a instituição nesta quarta-feira (30).
No sábado (26), mais de 500 doses da vacina tiveram de ser descartadas por ficarem fora da refrigeração.
De acordo com a emissora local WISN 12, a organização Advocate Aurora Health disse que o indivíduo admitiu ter retirado os frascos intencionalmente.
A polícia de Grafton, cidade onde está localizado o centro médico, disse que o FBI e a FDA (agência reguladora dos EUA) estão ajudando nas investigações, segundo informações da rede de TV local FOX6 News Milwaukee.
“Nós imediatamente lançamos uma investigação interna, e fomos levados a acreditar que isso tinha sido causado por um erro humano. O indivíduo em questão reconheceu hoje que removeu intencionalmente a vacina da refrigeração. Nós notificamos as autoridades apropriadas para uma investigação aprofundada”, afirmou a instituição em nota enviada à imprensa.
“Nós continuamos a acreditar que a vacinação é o nosso caminho parra fora da pandemia. Estamos mais do que decepcionados que as ações deste indivíduo vão resultar no atraso de mais de 500 pessoas para receberem a vacina. Isso foi uma violação de nossos valores centrais, e o indivíduo não trabalha mais para nós“, completou.
As autoridades da Coreia do Sul prometem acelerar os esforços para lançar um programa público de vacinação contra o coronavírus, uma vez que o país detectou seus primeiros casos da nova variante do vírus, primeiramente detectada no Reino Unido.
A nova mutação, considerada mais transmissível do que outras que circulam atualmente, foi encontrada em três pessoas que entraram na Coreia do Sul vindas de Londres no dia 22 de dezembro, disse a Agência de Prevenção e Controle de Doenças da Coreia nesta segunda-feira (28).
A Coreia do Sul estenderá a proibição de voos vindos da Grã-Bretanha por mais uma semana, até dia 7 de janeiro, e exigirá que todos os passageiros que chegarem desse país ou da África do Sul – onde também há uma variante – façam testes antes do embarque, segundo as autoridades.
O país asiático registrou 808 novos casos de Covid até a meia-noite deste domingo (27), menos do que os recordes dos dias 24 e 25 de dezembro, quando teve 1.237 e 1.132 infecções, respectivamente.
As autoridades sul-coreanas alertaram que a queda pode ser devido a redução de testes realizados no fim de semana e no feriado de Natal. As medidas de distanciamento social estão valendo no país até o início de janeiro.
O governo da Coreia do Sul tem enfrentado muitas críticas sobre seus planos de aquisição e distribuição de vacinas, que preveem que as primeiras vacinações comecem apenas no primeiro trimestre de 2021, meses depois de países como os Estados Unidos e a União Europeia, que começou a imunizar a população em massa neste domingo.
Opiniões negativas sobre os planos de vacina foram uma das principais razões que levaram a taxa de desaprovação do presidente Moon Jae-in a um recorde histórico de quase 60%, segundo a pesquisa de opinião pública ‘Realmeter‘.
Os reguladores da Coreia do Sul vão diminuir o tempo necessário para aprovar vacinas de 180 para 40 dias, segundo o Ministério de Alimentos e Segurança de Medicamentos. Um processo de aprovação adicional para a distribuição e venda de vacinas, que geralmente leva vários meses, será reduzido para cerca de 20 dias.
Em fevereiro, trabalhadores do sistema de saúde e idosos começarão a receber as doses da vacina, segundo Moon.
“Há preocupações de que nosso país não tenha assegurado vacinas suficientes ou que as vacinações sejam adiadas. Isso não é verdade“, disse Moon em uma reunião com seus principais assessores, de acordo com um comunicado. “Estamos nos esforçando para adiantar o cronograma de adoção das vacinas”, completou o presidente.
Os planos da Coréia do Sul preveem a compra de doses suficientes para vacinar 46 milhões de pessoas, ou mais de 85% de sua população.
As autoridades disseram esperar que a população sul-coreana alcance um nível de imunidade coletiva por meio das vacinas mais rápido do que em outros países.
A Coreia do Sul tem um total de 57.680 casos de coronavírus, com 819 mortes desde o início da pandemia.
(Reportagem de Josh Smith e Sangmi Cha; Edição de Michael Perry)
O primeiro caso da nova variante da Covid-19 que surgiu no Reino Unido foi detectado na sexta-feira (25), na cidade de Tours, centro da França, anunciou o Ministério da Saúde francês.
A nova cepa foi detectada em um francês residente no Reino Unido que está assintomático e em quarentena.
Após ter chegado “de Londres em 19 de dezembro (…), recebeu atendimento médico em um hospital e no dia 21 testou positivo”, disse o governo, assegurando que se trata do “primeiro contagiado pela variante VOC 202012/01”, em território francês.
França recebe primeiras doses
Já neste sábado (26), a França recebeu as primeiras doses da vacina contra a Covid-19, desenvolvida pelos laboratórios americano Pfizer e o alemão BioNTech. Os frascos foram entregues à farmácia central da organização dos Hospitais de Paris.
Como em outros países da União Europeia (UE), a vacinação começará no domingo (27) na França, onde mais de 62.000 pessoas morreram vítimas da Covid-19.
As primeiras injeções acontecerão em duas casas de repouso, em Sevran, perto de Paris, e em Dijon, na região leste do país.
Quase 19.500 doses da vacina foram transportadas a bordo de um caminhão frigorífico que percorreu o trajeto a partir da fábrica da Pfizer em Puurs, na Bélgica, afirmou a agência de notícias France Presse.
Já a Itália recebeu as primeiras doses na sexta (25). Veja no vídeo abaixo:
6 vacinas contratadas
A vacina da Pfizer e BioNTech é apenas uma da seis que já foram contratadas pela União Europeia. “No total, compramos doses mais do que suficientes para todos na Europa”, disse a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, no dia 17 dezembro.
Além da Pfizer, o bloco comprou os imunizantes da AstraZeneca, CureVac, Johnson & Johnson, Moderna e Sanofi-GlaxoSmithKline.
Se todas essas vacinas forem aprovadas, os 27 países – que somam cerca de 450 milhões de habitantes – terão, ao todo, dois bilhões de doses.
Eles já eram bilionários e viram sua riqueza crescer ainda mais neste ano tão difícil para tanta gente.
O ano de 2020 chega ao fim com mais de 1,6 milhão de mortes devido à pandemia do novo coronavírus e uma crise econômica que levou ao fechamento de muitas empresas e à perda de milhões de empregos em todo o mundo.
Mas as pessoas mais ricas do planeta não se saíram tão mal.
Mais de 60% dos bilionários do mundo ficaram ainda mais ricos em 2020, e os cinco primeiros entre os que mais enriqueceram viram suas fortunas combinadas crescerem a US$ 310,5 bilhões (ou mais de R$ 1,6 trilhão).
Veja a seguir quem são eles.
1. Elon Musk, co-fundador e diretor-executivo da Tesla
Elon Musk — Foto: Joe Skipper/Reuters/Arquivo
Elon Musk, fundador da SpaceX e CEO da Tesla, acrescentou colossais US$140 bilhões (R$ 730 bilhões) ao seu patrimônio em 2020.
Com isso, ele atingiu um patrimônio líquido de US$ 167 bilhões (R$ 871 bilhões) na última segunda-feira, segundo dados da Bloomberg.
Isso foi o suficiente para Musk subir várias posições na lista de bilionários e ultrapassar Bill Gates para o segundo lugar (depois de Jeff Bezos) em novembro.
Além disso, de acordo com a revista Forbes, este é o maior lucro registrado em um único ano para um bilionário desde que a revista começou a rastrear as maiores fortunas do mundo.
Junto ao excepcional desempenho da Tesla no mercado com recordes de vendas de carros, a outra empresa de Musk, SpaceX, também prosperou ao se tornar a primeira empresa privada a lançar astronautas ao espaço.
2. Jeff Bezos, fundador e diretor-executivo da Amazon
Jeff Bezos — Foto: AFP
Jeff Bezos, que também é dono do jornal americano The Washington Post, começou 2020 como a pessoa mais rica do mundo e termina da mesma forma.
Ele somou mais de US$ 72 bilhões (R$ 375 bi) ao seu patrimônio líquido com o aumento extraordinário na receita da Amazon, fruto do aumento nas vendas online na pandemia.
O patrimônio líquido de Bezos ultrapassou a marca de US$ 200 bilhões há alguns meses (mais de R$ 1 trilhão), e hoje é avaliado em torno de US$ 187 bilhões (R$ 975 bi).
Em fevereiro, Bezos ofereceu US$ 10 bilhões (R$ 52 bi) para o combate às mudanças climáticas e em novembro doou cerca de US$ 800 milhões (R$ 4,17 bi) para organizações ambientais.
Sua ex-esposa Mackenzie Scott doou pelo menos US$ 5,8 bilhões (R$ 30 bilhões) para organizações sem fins lucrativos neste ano.
3. Zhong Shanshan, fundador da Nongfu Spring
Zhong Shanshan, criador e proprietário de uma empresa de água engarrafada chamada Nongfu Spring — Foto: Getty Images via BBC
O patrimônio líquido de Zhong Shanshan aumentou em US$ 62,6 bilhões (R$ 326 bi) e atualmente supera US$ 69 bilhões (R$ 360 bi), de acordo com a Bloomberg.
Zhong se tornou o homem mais rico da China em setembro, depois que sua empresa de água mineral, a Nongfu Spring, lançou uma oferta pública de venda (IPO) bem-sucedida que levantou mais de US$ 1,1 bilhão (R$ 5.2 bi).
A empresa que ele fundou em 1996 controla um quinto do mercado de água engarrafada no gigante asiático e vale cerca de US$ 70 bilhões (R$ 365 bi).
Zhong, de 66 anos, é dono de mais de 84% da empresa, com uma participação avaliada em cerca de US$ 60 bilhões (R$ 313 bi).
Isso o ajudou a superar outros bilionários como Pony Ma, da Tencent, e Jack Ma, o fundador do Alibaba, até se tornar nos últimos meses a pessoa mais rica da China.
Zhong também controla a fabricante de vacinas Beijing Wantai Biological Pharmacy, que abriu capital em abril.
A empresa está desenvolvendo uma vacina em spray nasal para covid-19 que estava em testes de fase 2 em novembro.
4. Bernard Arnault, propietário do grupo LVMH
Bernard Arnault, CEO do grupo LVMH — Foto: Reuters/Benoit Tessier
O francês Bernard Arnault é o homem mais rico de seu país e a revista Forbes o colocou em segundo lugar em sua lista de bilionários, embora o ranking da Bloomberg o coloque em quarto lugar.
Dono do grupo de artigos de luxo LVMH, Arnault fecha o ano com um patrimônio líquido de cerca de US$ 146,3 bilhões (R$ 763,25 bi).
Mesmo durante um ano difícil para seu conglomerado, a fortuna de Arnault cresceu mais de 30% em 2020.
Com a eclosão da pandemia, a LVMH abandonou temporariamente seu plano de comprar a Tiffany & Co.. Mas em outubro passado, o grupo chegou a um acordo para adquiri-la por cerca de US$ 15,8 bilhões (R$ 82,4 bi), cerca de US$ 400 milhões (R$ 2,1 bi) a menos que a oferta original.
As vendas de produtos de luxo continuam diminuindo, mas a LVMH surpreendeu investidores recentemente ao informar que as vendas de bolsas Louis Vuitton e Dior continuam fortes, especialmente em países como Coreia do Sul e China.
5. Dan Gilbert, presidente da Rocket Companies
Dan Gilbert é um dos dois proprietários de times mais ricos dos EUA, graças à sua importante participação no Cleveland Cavaliers, da NBA — Foto: Getty Images via BBC
Aos 58 anos, Gilbert é o proprietário do time da NBA Cleveland Cavaliers e co-fundador da empresa de hipotecas online Quicken Loans.
De acordo com dados da Bloomberg, seu patrimônio líquido aumentou US$ 28,1 bilhões em 2020 (R$ 146 bi) para um total de US$ 35,3 bilhões (R$ 184 bi), graças a um impulso da controladora da Quicken Loans, a Rocket Companies, que lançou uma oferta pública em agosto.
Gilbert tem cerca de 80% das Rocket Companies, uma participação avaliada em mais de US$ 31 bilhões (R$ 161 bi).
O notável aumento do patrimônio líquido de Gilbert em 2020, que aumentou seis vezes em um ano, é atribuído ao IPO da Quicken Loans.
A Rússia vai suspender os voos entre o país e o Reino Unido por uma semana por causa da nova variante de coronavírus detectada pelos britânicos, afirmou nesta segunda-feira (21) a força-tarefa russa para combater a epidemia.
Países da Europa impuseram ou anunciaram que avaliam impor restrições a viajantes do Reino Unido (veja a lista abaixo).
As medidas são uma medida de proteção contra a disseminação de uma nova cepa do coronavírus Sars-Cov-2 que os britânicos disseram estar em circulação em seu território e que seria até 70% mais transmissível.
A mutação foi chamada de VUI202012/01.
O primeiro-ministro do Reino Unido, Boris Johnson, vai participar de um encontro de emergência nesta segunda-feira para discutir o fechamento de fronteiras. Um dos focos será o transporte de cargas.
As autoridades da União Europeia também vão se reunir para falar sobre uma reação em conjunto à ameaça da variante do coronavírus.
A Noruega anunciou que interrompeu a conexão aérea com o país. Serão 48 horas sem voos.
Ela se junta a França, Alemanha, Holanda, Bélgica, Áustria, Irlanda, Itália, Bulgária, Suécia, Romênia, Lituânia, Letônia, Estônia e República Checa, que anunciaram restrições a viajantes com origem no Reino Unido.
América do Norte e do Sul, África e Ásia
A Índia também anunciou nesta segunda-feira a proibição de voos com origem no Reino Unido, pelo mesmo motivo.
Na América do Sul, Argentina, Colômbia, Chile e Peru decidiram fechar as suas fronteiras aéreas com o Reino Unido devido ao avanço da nova variante do coronavírus.
Israel, Canadá, El Salvador e África do Sul já haviam anunciado a interrupção do tráfego aéreo com o Reino Unido.
g1