A França exigirá um teste de Covid-19 negativo de todos os viajantes de fora da União Europeia e imporá um toque de recolher nacional a partir das 18h. Porém, o governo descartou um novo confinamento, segundo anúncio desta quinta-feira (14).
“Vamos endurecer as condições de entrada no país e apertar os controles de fronteira” para “evitar” que a nova variante do vírus se espalhe, anunciou o primeiro-ministro francês, Jean Castex, em entrevista coletiva.
A partir de segunda-feira, todos os viajantes que desejarem ir para a França de fora da UE “terão que apresentar um teste negativo para entrar em um avião ou navio”, disse ele.
A França já exigia um teste negativo para viajantes do Reino Unido, onde uma variante altamente contagiosa do vírus está circulando ativamente.
As pessoas que não puderem fazer o teste em seu país de origem terão a opção de fazê-lo na chegada à França e serão obrigadas a se isolar por 7 dias em um hotel designado pelo Estado.
Para viagens dentro da UE, “e em particular de países como a Irlanda ou a Dinamarca, que enfrentam uma situação de epidemia difícil, os ministros trabalharão na elaboração de um quadro de coordenação com vistas ao próximo Conselho Europeu de 21 de janeiro”, disse Castex.
“Essa estrutura deve obviamente prever exceções relacionadas a trabalhadores de fronteira, transportadores rodoviários ou agentes de empresas de transporte”, com “protocolos de saúde específicos”, disse ele.
Ao mesmo tempo, para tentar conter os contágios, o governo vai impor o toque de recolher nacional a partir das 18h, a partir de sábado, e por pelo menos 15 dias.
“Salvo exceções relacionadas a missões de serviço público, todos os locais, lojas ou serviços que recebem o público encerrarão às 18h”, disse Castex. Embora as lojas estejam abertas, restaurantes, bares, museus e cinemas estão fechados há mais de dois meses.
A maioria dos franceses já estava sujeita a um toque de recolher entre 20h e 6h, imposto em meados de dezembro, quando o segundo confinamento nacional foi suspenso.
E, em 25 departamentos, especialmente no leste e sudeste, particularmente afetados pela pandemia, seus habitantes tiveram que ser retirados de suas casas a partir das 18h.
“Com base nos dados disponíveis até o momento, parece que essa medida é eficaz em termos de saúde: nos primeiros 15 departamentos onde o toque de recolher foi aplicado às 18h do dia 2 de janeiro, o aumento no número de novos casos é de 2 ou 3 vezes menos do que em outros departamentos”, argumentou Castex.
Embora tenha descartado por enquanto um novo confinamento domiciliar para os 67 milhões de habitantes, Castex alertou que não hesitaria em tomar essa decisão em caso de “forte degradação da situação”.
A França registrou na quarta-feira cerca de 23 mil novos casos de coronavírus, um número bem acima dos 5 mil casos definidos pelo governo para suspender as restrições. Mais de 69 mil pessoas morreram de Covid-19 na França desde março passado.
A China registrou seu maior número diário de casos de Covid-19 em mais de cinco meses, anunciou a autoridade de saúde do país nesta segunda-feira (11), devido ao crescimento de novas infecções na província de Hebei, que fica perto da capital Pequim.
O país contabilizou 103 novos casos, o maior número desde os 127 infectados notificados em 30 de julho.
Foram 82 casos na província de Hebei, 2 na de Liaoning, 1 em Pequim e 18 importados do exterior, segundo a Comissão Nacional de Saúde (NHC, na sigla em inglês), além de 76 assintomáticos.
Ao contrário de outros países, a China só contabiliza como casos confirmados quem testa positivo para Covid-19 e tem sintomas da doença. O país tem 87.536 infecções e 4.634 mortes por Covid-19 confirmadas até o momento.
Embora o número continue bem abaixo do surto no início de 2020, as autoridades estão agindo agressivamente para conter a propagação e evitar outra onda nacional de infecções. Um condado no nordeste da província de Heilongjiang entrou em bloqueio total nesta segunda.
Investigação da OMS
O aumento ocorre no momento em que a equipe da Organização Mundial de Saúde (OMS) que investiga as origens da pandemia deve chegar à China, na quinta-feira (14).
O NHC anunciou a data de chegada, mas se recusou a fornecer o itinerário da equipe. Na semana passada, o diretor-geral da OMS, Tedros Adhanom, criticou o país por demorar para liberar a viagem.
A China foi acusada de inicialmente encobrir o surto, que surgiu na cidade de Wuhan no fim de 2019, o que atrasou a resposta inicial do país e permitiu que o vírus se espalhasse globalmente.
Onda de casos
A atual onda de casos locais eclodiu pela primeira vez na cidade portuária de Dalian, em Liaoning, em meados de dezembro. Conforme o inverno avançava, outras províncias do norte — Heilongjiang, Hebei e Jilin — começaram a relatar mais infecções.
Nesta segunda, Dalian atribuiu o surto a embarcações estrangeiras contaminadas, dizendo que as informações de sequenciamento do gene do vírus eram diferentes das de surtos anteriores. A maioria dos infectados eram estivadores que manuseiam cargas de um navio da Rússia, segundo um oficial.
Shijiazhuang, capital de Hebei e epicentro do novo surto na província, está bloqueada. Pessoas e veículos são sendo impedidos de deixar a cidade e o transporte público foi interrompido.
A capital de Hebei foi responsável por 77 dos 82 novos casos de Covid-19 e todos os 49 novos casos assintomáticos relatados na província. Vários trechos de rodovias na província foram fechados.
O condado de Wangkui, na província de Heilongjiang, relatou oito novos casos assintomáticos e fechou todos os negócios não essenciais, proibiu as pessoas de deixar a cidade e bloqueou todo o tráfego não essencial, segundo a televisão estatal.
Changchun, capital de Jilin, relatou quatro novos casos assintomáticos — as primeiras infecções locais na província desde 26 de julho. Todas as pessoas infectadas viajaram do condado de Wangkui recentemente de trem, segundo autoridades de saúde de Jilin.
Os complexos residenciais dos infectados foram colocados sob lockdown, com pessoas e veículos proibidos de deixar o local, anunciou a autoridade sanitária de Changchun.
Os novos casos assintomáticos em Jilin não fazem parte da contagem diária de casos do NHC publicada na segunda-feira e serão refletidos na terça-feira.
O governo japonês anunciou neste domingo (10) que as autoridades de saúde do país encontraram uma nova variante do coronavírus em quatro viajantes que estiveram no Brasil e voltaram ao Japão em 2 de janeiro.
De acordo com o Ministério da Saúde do Japão, os quatro infectados estiveram no Amazonas — não há detalhes sobre as cidades por onde eles passaram. Os pacientes apresentaram uma variante semelhante às que se disseminaram rapidamente no Reino Unido e na África do Sul e que preocupam pela maior capacidade de contágio (saiba mais detalhes adiante nesta reportagem).
Segundo o governo japonês, esses pacientes são:
- Um homem com cerca de 40 anos que chegou ao Japão sem sintomas, mas que, posteriormente, foi internado com dificuldades para respirar;
- Uma mulher com cerca de 30 anos, com dor de garganta e dor de cabeça;
- Um jovem de idade entre 10 e 19 anos, com febre;
- Uma jovem também com idade entre 10 e 19 anos, assintomática.
Procurado pelo G1, o Ministério da Saúde brasileiro disse, por meio de sua assessoria de imprensa, que ainda está verificando os casos relatados no Japão.
O Amazonas, até este domingo, não tinha casos confirmados das novas variantes do coronavírus. No sábado, o estado chegou a 184.268 casos da Covid-19 e 4.972 mortes pela doença. Os números vêm subindo nas últimas semanas.
No Japão, a chegada das novas variantes em dezembro fez o governo proibir a entrada de todos os estrangeiros e declarar estado de emergência, inclusive na capital Tóquio, a menos de 200 dias dos Jogos Olímpicos. O país vive um novo aceleramento de casos e mortes por coronavírus, e o número de diagnósticos diários da Covid-19 vem atingindo neste mês os patamares mais altos desde o início da pandemia.
Os Estados Unidos bateram um novo recorde de mortes diárias por covid-19, registrando pela primeira vez desde o começo da pandemia mais de 4 mil óbitos, segundo dados da universidade Johns Hopkins. Nas últimas 24 horas, os EUA tiveram 4.085 mortes e 274.703 novos casos.
Esse é o terceiro dia seguido que o país registra aumento recorde no número de óbitos. O número de casos segue subindo e já passa dos 21 milhões. Já o número total de mortes passa de 365 mil. O Centro de Controle e Prevenção de Doenças estima que até o final do mês o país pode ter até 438 mil mortes.
Anthony S. Fauci, principal especialista em doenças infecciosas da América e próximo conselheiro do presidente eleito, Joe Biden, disse que o número diário de mortes seguirá aumentando nas próximas semanas, e recomendou paciência com o programa de vacinação que está sendo preparado em todo o país, afirma a imprensa local.
Em entrevista à emissora americana NPR, também citada pelo jornal The New York Times, Fauci disse que o elevado número de mortos provavelmente continuará e é um reflexo do aumento de viagens e reuniões durante a recente época de férias.
“Acreditamos que as coisas vão piorar à medida que entrarmos em janeiro”, disse, destacando que ainda é possível “mitigar essa aceleração”, aderindo estritamente a medidas de saúde pública, como distanciamento social e uso de máscaras.
Os EUA já estão distribuindo a vacina contra a covid-19 à população, apesar de críticas de que o sistema está demorando demais.
De acordo com o NYT, até agora, pelo menos 5,9 milhões de pessoas nos Estados Unidos receberam uma dose de uma das duas vacinas contra a Covid-19 que foram licenciadas para uso, de acordo com os Centros de Controle de Doenças dos Estados Unidos e da Prevenção de Doenças.
Esse número está bem abaixo da meta que as autoridades federais haviam estabelecido, já que planejavam inocular pelo menos 20 milhões de pessoas antes do final de dezembro.
Mesmo com a imunização, o número galopante de casos já está deixando o sistema de saúde sobrecarregado. Em Los Angeles, epicentro da doença atualmente, os paramédicos têm que escolher quem levar ao hospital.
O país segue líder em números de casos, com a Índia em segundo lugar, com 10 milhões de infecções e o Brasil, com quase 8 milhões de contágios. O Brasil continua sendo o segundo país com o maior número de fatalidades pela covid-19, com 200 mil mortes.
A redução da pena e a subsequente libertação de um homem condenado por estuprar uma criança brutalmente reacendeu o debate em torno do sistema penal da Coreia do Sul.
Doze anos atrás, na manhã de 11 de dezembro, uma menina de oito anos caminhava para a escola em Ansan, sudoeste de Seul, quando foi sequestrada por Cho Doo-soon, um ex-presidiário de 56 anos.
Ele a levou a um banheiro de uma igreja próxima, onde a espancou e a estuprou.
A menina, Na-young (nome fictício), sobreviveu. Mas ainda sofre com os ferimentos físicos e traumas mentais em decorrência do ataque.
Agora, ela teve que se mudar: seu estuprador foi autorizado a voltar para Ansan, onde cometeu o crime. A nova residência de Cho fica a menos de 1 km da de Na-young.
“Não queríamos fugir, mas não havia alternativa. Quero dizer que o governo não fez nada além de forçar a vítima a se esconder”, disse à BBC o pai da menina, poucos dias depois que Cho foi libertado, tendo cumprido a pena reduzida de 12 anos.
Ele acrescentou que Na-young estava relutante em se mudar porque não queria deixar seus amigos mais próximos. A família também tinha medo de expor sua identidade com a troca de endereço. Mas eles sentiram que não tinham outra opção.
“Muitos anos se passaram, mas nada mudou. O fardo ainda recai inteiramente sobre a vítima”, disse o pai de Na-young.
Embriaguez como desculpa
O caso gerou fortes críticas à Justiça do país pela tolerância com os criminosos sexuais.
Cho foi inicialmente condenado a 15 anos de prisão. Mas um tribunal de apelação posteriormente reduziu a pena para 12 anos, já que ele alegou que estava bêbado quando estuprou a menina. Isso porque, na Coreia do Sul, as penas para crimes cometidos sob a influência severa do álcool acarretam punições muito mais brandas.
No código penal do país, o Artigo 10 (2), também conhecido como “Sim Sin Mi Yak”, diz que um tribunal pode reduzir as sentenças quando homens com deficiência mental cometem crimes. Enquanto isso, a lei “Joo Chi Gam Hyung” afirma que o “abuso de substâncias” prejudica o estado mental de uma pessoa.
No entanto, a redução da pena gerou forte reação popular. Yoon Jung-Sook, do Instituto Coreano de Criminologia, diz que o caso de Cho desencadeou um debate nacional.
“Seu caso mudou a lei coreana e a maneira como vemos a embriaguez no crime”, assinala Yoon.
Desde o caso de Cho, a lei foi alterada para tornar mais difícil para os réus usarem a intoxicação por álcool como defesa.
No entanto, a disposição permanece apesar dos crescentes apelos para sua abolição, e o julgamento de “embriaguez” continuou a critério do tribunal.
Em outubro de 2019, um homem de 26 anos teve sua sentença alterada de três anos de prisão para quatro anos de liberdade condicional por agredir sexualmente uma estudante universitária. Sua defesa argumentou que ele estava bêbado no momento do incidente.
E no início deste ano, um homem de 24 anos chamado Song Jong-woo foi libertado após 18 meses de prisão por comandar o maior site de pornografia infantil na darkweb do mundo. Em julho, um tribunal local rejeitou um pedido dos EUA para extraditá-lo.
Ativistas de direitos das mulheres dizem que a extradição fracassada ressalta a frouxidão do sistema judiciário com os criminosos sexuais.
Indignação pública
A libertação de Cho provocou um misto de medo e ansiedade na Coreia do Sul. Mais de 600 mil pessoas assinaram uma petição no site da presidência sul-coreana, pedindo um novo julgamento e criticando seu retorno à sociedade. Mas o governo ignorou os apelos do público.
A ira da população ficou evidente quando Cho, agora com 68 anos, voltou para a casa de sua esposa em Ansan, em 12 de dezembro. Uma grande multidão apareceu gritando “Execute-o!” e “Castre-o!”.
Quando o condenado de cabelos grisalhos chegou em uma van do governo, escoltado por oficiais da condicional, alguns manifestantes furiosos atiraram ovos e chutaram o veículo.
Para tentar amenizar as preocupações do público, a polícia prometeu monitoramento 24 horas por dia, instalou 35 câmeras de vigilância e montou novas cabines de polícia no bairro de Cho. Além disso, ele terá que usar um dispositivo de monitoramento eletrônico por sete anos.
As autoridades também ofereceram à família de Na-young um smartwatch que detectará e sinalizará se o agressor se aproximar deles. Mas seu pai disse que isso os deixaria “mais ansiosos”, e a família se recusou a usá-lo.
“Se o relógio enviar um alerta para minha filha, ela ficará assustada”, disse ele, acrescentando que o dispositivo provavelmente ajudaria as pessoas a identificá-la como a vítima do ataque.
‘Onde está a voz da vítima?’
Analistas jurídicos dizem que o sistema de justiça está mudando, mas não o suficiente.
Jung Seung-yoon, professor de Direito na Universidade Nacional de Pusan acredita que é preciso haver “mudanças na sentença e procedimento de libertação” para legalmente monitorar criminosos libertados sem ter que se preocupar com dupla punição.
“Se o tribunal tivesse condenado Cho por 30 anos em vez de 12, ainda poderíamos tê-lo libertado depois de 12 anos — mas sob rígidas condições para evitar a repetição de crimes”, assinala.
Jung também argumenta que o sistema jurídico atual faz muito pouco para levar em consideração a situação das vítimas.
“O sistema legal coreano deveria se preocupar mais com as opiniões das vítimas. Onde estava a voz da vítima quando o tribunal determinou 12 anos de prisão para Cho Do Soon?”
Em parte motivados pela libertação de Cho, os legisladores propuseram várias regras para criminosos sexuais recém-saidos da prisão. Kim Young-ho, do governista Partido Democrata, propôs um projeto de lei para manter afastados da sociedade estupradores de crianças e condenar à prisão perpétua os reincidentes.
A proposta ocorre em um momento em que os crimes sexuais contra crianças estão aumentando. Segundo a polícia, o número de crimes sexuais cometidos contra menores de 13 anos passou de 1.083 em 2016 para 1.374 casos em 2019.
Outro parlamentar, Jung Choun-sook, sugeriu um projeto de lei que visa fortalecer as ordens de restrição, aumentando a distância que os condenados devem ficar das escolas e parques infantis de 100m para 1km.
“A chave é aumentar a pena (para criminosos sexuais de crianças) e reforçar as medidas de proteção para as vítimas”, escreveu Jung em sua página no Facebook.
O caso de Cho também levou o Congresso a criar um projeto de lei apelidado de “lei Cho Doo-soon”, que proíbe os condenados por crimes sexuais infantis de deixar suas casas à noite e durante as horas em que os alunos vão e voltam da escola.
No entanto, Yoon Jung-Sook, do Instituto Coreano de Criminologia, diz que, “porque é impossível isolar esses criminosos de nossa sociedade para sempre, o sistema criminal deve garantir que eles se recuperem quando retornarem”.
Ela acrescenta que as instituições correcionais devem concentrar mais esforços na reabilitação desses criminosos para o “bem de nossa sociedade”, observando, com base nas estatísticas, que a punição em si não significa menor reincidência.
O governo francês tenta acabar com a polêmica sobre a morosidade da campanha de vacinação na França, com relação aos vizinhos europeus, prometendo a aceleração do processo. Para ganhar a confiança da população, na segunda-feira (4), serão escolhidos 35 franceses para fazer parte de um conselho de cidadãos que contribuirá com ideias para o dispositivo de imunização.
No jornal “Le Parisien” deste domingo (3), o porta-voz do governo, Gabriel Attal, anunciou uma aceleração do fornecimento de doses e um reforço dos meios para transportá-las até as casas de repouso para idosos, público alvo da primeira fase do plano de imunizações.
Mas os ataques não diminuíram diante de uma campanha considerada burocrática. Os críticos apontam a exigência de uma visita médica, que deve ser feita antes da administração do imunizante para identificar eventuais contraindicações, e a obrigação de um consentimento escrito pelas pessoas vacinadas, como prováveis responsáveis pela morosidade da campanha.
“Não podemos pensar em continuar neste ritmo. Os cálculos mostram que seriam necessários 3 mil anos para sermos vacinados”, lamentou domingo em entrevista a uma tevê francesa Bruno Megarbane, chefe do serviço de Terapia intensiva médica e toxicológica do Hospital Lariboisière, em Paris. O médico disse, no entanto, que está “confiante” em uma aceleração do processo.
Anti-vacina
Em um artigo de opinião publicado na revista Télérama desta semana, a diretora do Teatro do Soleil, Ariane Mnouchkine, também pediu ao governo celeridade, tendo em vista uma possível reabertura de teatros e cinemas, fechados desde 30 de outubro.
“Que os que não querem ser vacinados não o façam, eles têm o direito, mas em nome deles, vocês pretendem impedir os que querem de se vacinar imediatamente?”, questiona.
Enfrentando um alto índice de desconfiança com relação à vacina, o governo teria se preocupado em ganhar a confiança dos antivacina, através da implementação lenta da campanha, sem antecipar as pressões dos franceses que querem se vacinar rapidamente.
O primeiro-ministro francês, Jean Castex, garantiu no sábado (2) que “nos próximos meses, a situação será totalmente equilibrada em termos de vacinação na Europa”.
O objetivo do governo francês é vacinar 26 milhões pessoas até julho. Até domingo, após uma semana do início da campanha, pouco mais de 400 pessoas receberam a primeira dose do imunizante da Pfizer BioNTech, número que parece modesto com relação aos da Alemanha que vacinou mais de 100 mil pessoas no mesmo período.
“Vacinódromos”
Na Alemanha grandes centros de vacinação foram abertos em ginásios para vacinar em grande escala. Esses “vacinódromos”, como são chamados na França, devem entrar em funcionamento na segunda fase do plano de imunização francês, destinada a pessoas que têm a saúde fragilizada por patologias ou em consequência da idade.
“Para a primeira fase, (…) são as vacinas que se deslocam até os idosos, não o contrário. Os alemães visam um campo mais amplo da população”, justifica Attal.
“Para a segunda fase, no começo de fevereiro (o ministro da Saúde) Olivier Véran anunciou centros de vacinação nas cidades”, completa. O porta-voz do governo garantiu que não seriam armazéns gigantes fora das cidades, mas lugares centrais.
O governo francês teme a rejeição desses centros, após o fracasso da campanha contra a gripe H1N1 em 2009, quando este tipo de instalação foi utilizado.
O primeiro-ministro francês insistiu, em 29 de dezembro, que “queria que os médicos generalistas ocupassem o centro do dispositivo, e em particular o médico da família”.
Na França, os médicos generalistas administram as vacinas que são adquiridas pelos pacientes em farmácias. No caso do imunizante disponível, o da Pfizer/ BioNTech, este tipo de fornecimento geraria dificuldades logísticas, já que o produto deve ser mantido a uma temperatura inferior a – 70° e as ampolas são multidoses.
Por esta razão e devido ao atraso da campanha, os “vacinódromos” voltaram a estar no centro dos debates. Eles seriam “a única solução para vacinar rapidamente”, de acordo com o chefe do polo do centro hospitalar de Valenciennes, no Norte da França.
Já o infectologista Jean Paul Stahl, citado no jornal “Parisien” deste domingo, afirma que a França “precisa de uma vacinação em massa”. Alguns prefeitos já se preparam para acolher este tipo de centro de vacinação em seus municípios.
Coletivo de cidadãos
Para envolver a população e evitar as más experiências do passado, o governo francês realiza na segunda-feira um sorteio de 35 membros de um “coletivo de cidadãos” que poderão se pronunciar sobre a estratégia de vacinação francesa contra o novo coronavírus.
O grupo deve respeitar critérios de idade, gênero, região de residência, nível de estudos, categoria socioprofissional e tipo de residência.
Para garantir uma boa representatividade das posições, as pessoas sorteadas terão de responder se têm a intenção de tomar a vacina contra a Covid-19.
A primeira reunião do grupo de trabalho será realizada em 16 de janeiro e, de acordo com o Conselho econômico, social e ambiental (Cese), tem o objetivo de ajudar o governo a conduzir a campanha de vacinação e ajustar as respostas às questões dos franceses.
Um homem cortou o próprio pênis, nesta quarta-feira, e jogou no vaso sanitário em seu apartamento em Staten Island, nos EUA.
O colega que vive na mesma casa do homem, de 50 anos, foi quem deu o alerta às autoridades, referindo que ele havia cortado o braço. Quando chegou ao local, a polícia confirmou que o homem tinha um corte. Mais tarde, a vítima revelou o pormenor sórdido de que havia cortado o próprio pênis no banheiro.
Os paramédicos confirmaram que o homem não tinha as genitais e no banheiro foi encontrado uma grande quantidade de sangue.
Segundo foi apurado, e segundo noticia o NY Post, o homem sofre de esquizofrenia e é bipolar e estaria há vários meses sem acesso à sua medicação.
Um funcionário não identificado do Aurora Medical Center, no estado americano do Wisconsin, foi demitido após deixar 57 frascos da vacina da Moderna contra a Covid-19 “intencionalmente” fora da refrigeração, afirmou a instituição nesta quarta-feira (30).
No sábado (26), mais de 500 doses da vacina tiveram de ser descartadas por ficarem fora da refrigeração.
De acordo com a emissora local WISN 12, a organização Advocate Aurora Health disse que o indivíduo admitiu ter retirado os frascos intencionalmente.
A polícia de Grafton, cidade onde está localizado o centro médico, disse que o FBI e a FDA (agência reguladora dos EUA) estão ajudando nas investigações, segundo informações da rede de TV local FOX6 News Milwaukee.
“Nós imediatamente lançamos uma investigação interna, e fomos levados a acreditar que isso tinha sido causado por um erro humano. O indivíduo em questão reconheceu hoje que removeu intencionalmente a vacina da refrigeração. Nós notificamos as autoridades apropriadas para uma investigação aprofundada”, afirmou a instituição em nota enviada à imprensa.
“Nós continuamos a acreditar que a vacinação é o nosso caminho parra fora da pandemia. Estamos mais do que decepcionados que as ações deste indivíduo vão resultar no atraso de mais de 500 pessoas para receberem a vacina. Isso foi uma violação de nossos valores centrais, e o indivíduo não trabalha mais para nós“, completou.