Uma prova mostra a figura de um palhaço segurando balões em ambas as mãos. O enunciado diz: “O palhaço ganhou esses balões. Quantos balões ele ganhou?”. A questão faz parte da última Avaliação Nacional da Alfabetização (ANA) aplicada a estudantes de 8 anos, no 3º ano do ensino fundamental em 2016. Duas a cada 10 crianças não conseguiram responder corretamente à questão, que exige apenas que se contem os nove balões da ilustração.
Mostrando aos jornalistas questões como esta, o ministro da Educação, Rossieli Soares, disse que a defasagem dos estudantes brasileiros começa cedo. Nesta quinta-feira (30), o Ministério da Educação (MEC) divulgou os resultados do último Sistema Nacional de Avaliação da Educação Básica (Saeb), aplicado a estudantes do 5º e do 9º ano do ensino fundamental e do 3º ano do ensino médio.
Os resultados mostram que, ao final do ensino médio, quando deixam a escola, sete a cada dez estudantes não aprendem nem mesmo o considerado básico em português. A mesma porcentagem se repete em matemática. “Se o estudante não aprendeu a contar e a resolver esse item [do palhaço], ele não consegue responder às questões no 5º ano e não consegue responder no ensino médio”, afirmou o ministro.
As avaliações revelam, no entanto, alguns avanços no início do ensino fundamental. No 5º ano, a pontuação média em língua portuguesa passou de 208 para 215 entre 2015 e 2017. No mesmo período, a pontuação média de matemática subiu de 219 para 224 pontos. De acordo com o MEC, os dois resultados colocam os estudantes em um patamar considerado básico. “É importante dizer que o estudante com desempenho básico ainda precisa de acompanhamento e apoio, ainda não é considerado adequado.”
O ensino médio concentra os piores resultados. A etapa mostra estagnação desde 2009. Os estudantes brasileiros estão em média, no nível 2, considerado insuficiente pelo MEC. “Está na hora de o Brasil tomar uma decisão certeira neste país, de priorizar a educação, em especial a educação básica”, acrescentou Rossieli. “Esses resultados são importantes para que os próximos governadores, juntamente com os prefeitos, para que todos se apropriem desses dados para gerar transformações para o país.”
Os dados mostram que apenas Acre, Alagoas, Ceará, Goiás, Piauí e Tocantins conseguiram agregar mais pontos de proficiência média ao desempenho dos seus estudantes tanto em matemática quanto em língua portuguesa em todas as etapas da educação básica. As maiores proficiências médias estão concentradas principalmente nas regiões Sul, Sudeste e Centro-Oeste, com Distrito Federal, Espírito Santo, Goiás, Minas Gerais, Paraná, Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul, Santa Catarina e São Paulo.
Desafios
Com a proximidade das eleições, o ministro convocou os próximos governantes a darem atenção à educação. “Se quiserem melhorar o PIB [Produto Interno Bruto] deste país, olhem para educação”, disse.
Rossieli Soares ressaltou a importância de olhar para o ensino médio: “O ensino médio está absolutamente falido, está no fundo do poço”, afirmou. No início do ano passado, foi aprovado o Novo Ensino Médio, que institui conteúdo comum em todas as escolas do país, ocupando 1,8 mil horas dos três anos dessa etapa. No tempo restante, os estudantes têm que receber formações específicas em linguagens, matemática, ciências da natureza, ciências humanas ou ensino técnico, escolhendo uma de preferência.
A implementação do novo modelo ficará a cargo dos próximos governantes, especialmente dos futuros governadores, uma vez que a oferta do ensino médio cabe principalmente aos governo estaduais.
Para cumprir a lei, o país terá que aprovar ainda a Base Nacional Comum Curricular (BNCC) do ensino médio, que definirá o conteúdo mínimo obrigatório a ser ensinado a todos os estudantes. Atualmente, o documento que estabelece a BNCC está em discussão no Conselho Nacional de Educação (CNE). A BNCC do ensino infantil e fundamental foi aprovada no final do ano passado.
Outro ponto destacado na divulgação dos resultados do Saeb foi o financiamento. O representante da União Nacional dos Dirigentes Municipais de Educação (Undime), Maurício Fernandes, dirigente municipal de Florianópolis, ressaltou a necessidade de maior atenção aos municípios e disse que melhorias não ocorrem apenas por recursos, mas também por melhor gestão. “Não tem ninguém nesta sala que não ache a educação importante. O mundo inteiro fez a revolução a partir da educação. A importância está no discurso, mas prioridade é prática, não é só MEC, mas redes estaduais e municipais, escolas, população.”
Um dispositivo-chave para a melhoria do ensino básico é o Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica (Fundeb) que, por lei, tem vigência até 2020. Trata-se de um fundo composto por recursos de impostos de estados e municípios, além de uma complementação da União. É o principal mecanismo de financiamento da educação básica pública brasileira.
Atualmente, estão em discussão no Congresso Nacional projetos para estender a validade do Fundeb e também para aumentar a complementação da União, ente que mais arrecada.
Avaliação nacional
O MEC e o Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep) apresentaram hoje os resultados do Saeb aplicado no ano passado a estudantes do 5º e do 9º ano do ensino fundamental de escolas públicas, além dos que estavam no último ano do ensino médio de escolas públicas de forma censitária e dos estudantes de escolas particulares de forma amostral. Cerca de 77% dos estudantes participaram das provas, totalizando cerca de 5,5 milhões de alunos de 73 mil escolas.
Fonte: Agência Brasil
Há sete anos, a dona de casa Sharol Werneck Gomes educa os filhos, que hoje têm 10 e 8 anos, em casa A experiência começou com a filha que, quando tinha 4 anos e meio, foi alfabetizada em casa. “Eu optei, em princípio, porque achei interessante ter essa opção de educar meus filhos em casa”, conta. A filha chegou a ir para a escola, mas a experiência não foi boa, o que fez com que Sharol tivesse mais certeza do caminho escolhido inicialmente.
“A professora gritava muito na sala de aula. Como estava adiantada, minha filha foi colocada como monitora, trouxe um peso sobre ela, que não tinha maturidade para lidar com essa situação. Então, ela ficou bem desgastada. E a professora ainda colocou para ajudar coleguinhas, que implicavam muito com ela. Era bem ruim, ela chorava todos os dias”, diz.
O filho, mais novo, nem chegou a frequentar as salas de aula. Sharol, que não passou por nenhuma capacitação formal para dar aulas, diz que está constantemente pesquisando e lendo sobre os melhores métodos. “Eu pesquiso a base curricular para saber mais ou menos o que preciso ensinar, uso como um norte, mas não fico presa a ela não”. Atualmente, ela e o marido coordenam um grupo de apoio para educação familiar em Cascavel (PR), do qual participam 30 famílias.
O número de famílias que optam pela educação em casa, prática conhecida como homeschooling, cresce a cada ano no Brasil, de acordo com Associação Nacional de Educação Domiciliar (Aned). Em 2018 chegou a 7,5 mil famílias, mais que o dobro das 3,2 mil famílias identificadas em 2016. A estimativa é de que hoje 15 mil crianças recebam educação domiciliar.
O homeschooling, no entanto, não é regulamentado no país. Um julgamento marcado para esta semana no Supremo Tribunal Federal (STF) deve trazer à tona uma longa disputa entre pais que desejam educar seus filhos em casa e o Poder Público, que diz que a Constituição obriga a matrícula e a frequência das crianças em uma escola.
Desde 2015 o assunto aguarda julgamento pelo Supremo, que deve definir um entendimento único para todos os casos desse tipo que tramitam na Justiça brasileira, estabelecendo o que o tribunal chama de tese de repercussão geral.
Ação
O caso que será julgado em plenário e servirá de parâmetro para os demais foi levado ao Supremo pelo microempresário Moisés Dias e sua mulher, Neridiana Dias. Em 2011, o casal decidiu tirar sua filha de 11 anos da escola pública em que estudava no município de Canela (RS), a aproximadamente 110 km de Porto Alegre, e passar a educá-la por conta própria.
Eles alegaram que a metodologia da escola municipal não era adequada por misturar na mesma sala alunos de diferentes séries e idades, fugindo do que consideravam um “critério ideal de sociabilidade”. O casal disse que queria afastar sua filha de uma educação sexual antecipada por influência do convívio com colegas mais velhos.
Outro argumento foi o de que a família, por ser cristã, acredita no criacionismo – crença segundo a qual o homem foi criado por Deus à sua semelhança – e por isso “não aceita viável ou crível que os homens tenham evoluído de um macaco, como insiste a Teoria Evolucionista [de Charles Darwin]”, que é ensinada na escola.
Em resposta, a família recebeu um comunicado da Secretaria de Educação de Canela ordenando a “imediata matrícula” da menina em uma escola. O Conselho Municipal de Educação também deu parecer contra o ensino domiciliar, “por considerar que o mesmo não se encontra regulamentado no Brasil”.
O casal recorreu à Justiça, mas teve negado um mandado de segurança em primeira e segunda instâncias. Em sua sentença, o juiz Franklin de Oliveira Neto, titular da Comarca de Canela, escreveu que a escola é “ambiente de socialização essencial” e que privar uma criança do contato com as demais prejudica sua capacidade de convívio.
“O mundo não é feito de iguais”, escreveu o juiz. “Uma criança que venha a ser privada desse contato possivelmente terá dificuldades de aceitar o que lhe é diferente. Não terá tolerância com pensamentos e condutas distintos dos seus”.
O caso seguiu até chegar ao STF, onde é relatado pelo ministro Luís Roberto Barroso.
Posicionamentos contrários
Provocada, a Advocacia-Geral da União (AGU) disse que as normas brasileiras estabelecem que a educação deve ser oferecida gratuita e obrigatoriamente pelo Poder Público. “É muito importante destacar que a escola possibilita um aprendizado muito mais amplo que aquele que poderia ser proporcionado pelos pais, no âmbito domiciliar, por maiores que sejam os esforços envidados pela família. Isso porque ela prepara o indivíduo para situações com as quais inevitavelmente haverá de conviver fora do seio familiar, além de qualificá-lo para o trabalho”, diz a AGU.
Para a instituição, por mais diferentes que sejam os membros de uma família, nenhum núcleo familiar será capaz de propiciar à criança ou ao adolescente o convívio com tamanha diversidade cultural, como é próprio dos ambientes escolares. “Sendo assim. a escola é indispensável para o pleno exercício da cidadania”, acrescenta.
A Procuradoria-Geral da República também se manifestou, concluindo: “a utilização de instrumentos e métodos de ensino domiciliar para crianças e adolescentes em idade escolar. em substituição à educação em estabelecimentos escolares, por opção dos pais ou responsáveis, não encontra fundamento próprio na Constituição Federal”.
Há oito anos, o Conselho Nacional de Educação (CNE) emitiu um parecer orientando que as crianças e os adolescentes sejam matriculados em escolas devidamente autorizadas. O CNE também entende que a legislação vigente enfatiza “a importância da troca de experiências, do exercício da tolerância recíproca, não sob o controle dos pais, mas no convívio das salas de aula, dos corredores escolares, dos espaços de recreio, nas excursões em grupo fora da escola, na organização de atividades esportivas, literárias ou de sociabilidade, que demandam mais que os irmãos apenas, para que reproduzam a sociedade, onde a cidadania será exercida”.
Educação individualizada
Quem é a favor do homeschooling argumenta, entre outras questões, que a educação em casa garante o direito à dignidade e ao respeito, assegurando uma educação mais individualizada e, portanto, mais efetiva. “Mesmo nas melhores escolas, a educação necessariamente é provida de forma massificada, sem atentar para as necessidades específicas de cada criança e sem prover a elas as técnicas, os instrumentos e as metodologias do ensino-aprendizagem mais adequadas e qualificadas ao tempo presente”, diz a Aned.
“Estamos buscando a autonomia educacional da família, não somos antiescola, não estamos lutando contra escola, apenas somos a família buscando uma nova opção que, no nosso entender, é melhor para o nosso filho”, diz o presidente da Aned, Rick Dias. Ele conta que tirou os filhos da escola há oito anos, quando a mais velha tinha 12 anos e o mais novo, 9. Hoje, a mais velha cursa relações internacionais em uma universidade particular. “Não cremos que o Estado deva definir como devemos educar nossos filhos”.
*imagem ilustrativa
Fonte: Agência Brasil
Apesar de proibido na maior parte das salas de aula do país, o uso do celular em atividades pedagógicas cresce ano a ano. Mais da metade dos professores dizem que utilizam o celular para desenvolver atividades com os alunos, que podem ser desde pesquisas durante as aulas, até o atendimento aos estudantes fora da escola. O uso não se restringe aos docentes: mais da metade dos estudantes afirmam que utilizaram o celular, a pedido dos professores, para fazer atividades escolares.
A Pesquisa sobre o Uso das Tecnologias de Informação e Comunicação nas Escolas Brasileiras (TIC Educação 2017), divulgada esta semana, mostra que o percentual de professores que utilizam o celular para desenvolver atividades com os alunos passou de 39% em 2015 para 56% em 2017. O aumento aconteceu tanto nas escolas públicas, onde o percentual passou de 36% para 53%, quanto nas particulares, crescendo de 46% para 69%.
Entre os alunos, o uso também aumentou. Em 2016, quando a pergunta foi feita pela primeira vez, 52% disseram já ter usado o aparelho para atividades escolares, a pedido dos professores. No ano passado, esse índice passou para 54%. Entre os alunos de escolas particulares, o percentual se manteve em 60%. Entre os das escolas públicas, aumentou de 51% para 53%.
Segundo a coordenadora da pesquisa, Daniela Costa, diante da falta de infraestrutura, sobretudo nas escolas públicas, o celular tem sido um importante instrumento de acesso à internet. Os dados mostram que 18% dos alunos usuários de internet utilizam apenas o celular para acessar a rede nas escolas urbanas – nas escolas públicas, esse índice é 22%, enquanto nas particulares, 2%. Metade dos estudantes de escolas particulares disse ter acesso à internet na escola. Entre os estudantes de escolas públicas, esse percentual é 37%.
“Mais de 90% das escolas proíbem o uso de celular na sala de aula. Mas, ainda assim, como a internet muitas vezes não funciona, sobretudo nas escolas públicas, utiliza-se o celular”, afirma Daniela. “Quando pensamos em crianças e adolescentes que fazem a tarefa só com celular, isso é complicado. Aqueles que têm acesso a mais dispositivos possivelmente têm mais oportunidade de conhecimento e aprendizagem”.
De acordo ainda com a pesquisa, 48% dos professores deram aulas expositivas com o auxílio de tecnologias e 48% solicitaram a realização de trabalhos por esses meios. Outros 40% solicitaram exercícios e 40%, trabalhos em grupos pela internet.
Nas escolas rurais, a situação é mais complicada – 36% disseram ter acesso à internet e 48% afirmaram que não há infraestrutura para acesso na região onde a escola está localizada. Em relação ao celular, 48% das escolas usam celulares em atividades administrativas, como acessar programas de gestão escolar ou mesmo para se comunicar com a Secretaria de Educação local, sendo que 42% desses aparelhos são pessoais e não custeados pelas escolas.
Na sala de aula
No Centro de Ensino Médio 01 do Paranoá, escola pública do Distrito Federal, os alunos não têm acesso à internet na sala de aula e, de acordo com a orientadora educacional Keila Isabel Ribeiro, a escola segue a Lei Distrital 4131/2008, que proíbe o uso de celulares em sala tanto em escolas públicas quanto em escolas particulares.
“A escola não oferece internet para os alunos. Tem laboratório, mas é pequeno, não atende nem à metade de um turma nossa, que tem de 45 a 47 alunos. O laboratório acaba sendo usado pelo aluno que precisa fazer alguma pesquisa no turno contrário ao das aulas e para fazer provas de dependência”, diz.
Keila observa que o celular é proibido na sala de aula, mas que cada professor tem autonomia. “Alguns são mais benevolentes, permitem o uso desde que não estejam dando aula, por exemplo. E tem aqueles com tolerância zero”. .
A professora de redação Veronica Araujo Leal, do Colégio Madre Carmen Salles, escola privada de Brasília, defende que a internet ajuda no aprendizado, mas é preciso ter alguns cuidados. “A gente leva à risca a proibição de uso de celular em sala de aula. Eu mesma, no entanto, abro um parêntese para fazer pesquisa. Eu aviso aos alunos para trazer os aparelhos e delimito um tempo para fazer pesquisa sobre determinada temática”.
O uso, segundo Veronica, é monitorado. “Eles são jovens, adolescentes, não podemos dar autonomia, deixá-los livres, porque ao mesmo tempo em que estão pesquisando, estão conversando na internet. Tem que verificar, passar entre as carteiras, é preciso estar atento”.
Pesquisa
A pesquisa foi feita pelo Comitê Gestor da Internet no Brasil (CGI.br), por meio do Centro Regional de Estudos para o Desenvolvimento da Sociedade da Informação (Cetic.br), do Núcleo de Informação e Coordenação do Ponto BR (NIC.br).
A coleta de dados em escolas localizadas em áreas urbanas ocorreu entre os meses de agosto e dezembro de 2017. Foram entrevistados presencialmente 957 diretores; 909 coordenadores pedagógicos; 1.810 professores de língua portuguesa, de matemática e que lecionam múltiplas disciplinas (anos iniciais do ensino fundamental); 10.866 alunos de 5º e 9º ano do ensino fundamental e 2º ano do ensino médio.
A partir de 2017, a pesquisa TIC Educação passou a coletar dados relativos a escolas localizadas em áreas rurais. Foram entrevistados pelo telefone e presencialmente 1.481 diretores ou responsáveis pela escola.
Fonte: Agência Brasil
Bolsas de doutorado sanduíche no exterior (quando o estudante faz parte do curso em uma instituição fora do país) deixarão de ser oferecidas por curso e passarão a ser ofertadas pela instituição de ensino superior. De acordo com a Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes), a medida deverá ser implementada em 2020, inicialmente, em 25 universidades (veja lista abaixo). A quantidade total de bolsas por universidade será mantida.
A mudança faz parte do Programa Institucional de Internacionalização (PrInt) e valerá para as instituições de ensino que fizerem adesão. Atualmente, a Capes repassa os recusos para os estudantes a partir de uma cota de bolsas definida para cada curso. Com a alteração, não haverá mais cota por curso, mas por universidade, que terá a liberade de distribuir o número total de bolsas entre os cursos.
Cada instituição deverá esclarecer a sua política para distribuição entre as áreas, bem como a seleção de candidatos. Com as bolsas de doutorado sanduíche, os estudantes recebem recursos para custear um período da pesquisa no exterior.
“As utilizações das cotas de doutorado sanduíche devem refletir uma política institucional clara de internacionalização, para ser um instrumento de construção de colaboração estratégica internacional, buscando a melhoria da qualidade de pesquisa e pós-graduação no Brasil”, diz a Capes.
Os processos de seleção e homologação serão feitos dentro da instituição, que deve seguir as regras descritas no edital do programa. A Capes vai avaliar a utilização das bolsas por meio um relatório institucional feito de dois em dois anos.
Internacionalização
O PrInt começará a ser implementado em novembro deste ano. Pelo programa, a Capes vai transferir, a partir de 2019, R$ 300 milhões por ano para as universidades realizarem ações de internacionalização da pós-graduação, como ofertar bolsas no exterior para brasileiros e bolsas para estrangeiros no Brasil e oferecer auxílio para missões de trabalho de pesquisadores brasileiros em outros países.
A intenção, segundo a Capes, é que as universidades brasileiras tenham um projeto claro de internacionalização e que isso leve as instituições a terem mais visibilidade no exterior, que as pesquisas sejam mais citadas e tenham mais reconhecimento.
Os recursos transferidos pela Capes poderão ser usados, dependendo do plano de cada instituição de ensino, para auxílio para missões de trabalho no exterior; manutenção de projetos; bolsas no exterior de doutorado sanduíche, professor visitante júnior e sênior e capacitação em cursos de curta duração; além de bolsas no Brasil, como Jovem Talento, professor visitante e pós-doutorado.
Instituições selecionadas
Hoje (20), a Capes anunciou o resultado preliminar da análise de mérito do PrInt. Cada instituição interessada apresentou o seu plano de internacionalização da pós-graduação, que foi submetido à análise de especialistas nacionais e internacionais.
As instituições que não foram selecionadas terão dez dias, a partir da notificação, para interpor pedido de reconsideração junto à Capes.
A autarquia vai oferecer consultoria para as instituições que não forem aprovadas nessa primeira edição do programa. Elas poderão participar do próximo edital do PrInt, que deverá ser lançado no início do 2019, com implementação no final de 2020.
Recursos
Neste mês, o Conselho Superior da Capes enviou ao Ministério da Educação uma nota alertando que se for mantido o orçamento previsto para o órgão em 2019, haverá suspensão das bolsas de pós-graduação e de programas de formação de professores.
Em reação ao alerta, o presidente Michel Temer e o ministro da Educação, Rossieli Soares, disseram que não haverá falta de recursos para as bolsas. Com a garantia, a Capes acredita na manutenção do programa de internacionalização.
Instituições pré-selecionadas:
Fundação Getulio Vargas (FGV)
Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz)
Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe)
Instituto Tecnológico de Aeronáutica (ITA)
Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (PUC/Rio)
Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (PUC/RS)
Universidade Federal do Ceará (UFC)
Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes)
Universidade Federal de Lavras (UFLA)
Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG)
Universidade Federal de Pernambuco (UFPE)
Universidade Federal de Pelotas (Ufpel)
Universidade Federal do Paraná (UFPR)
Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS)
Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFM)
Universidade Federal Rural de Pernambuco (UFRPE)
Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC)
Universidade Federal de Santa Maria (UFSM)
Universidade Federal de Uberlândia (UFU)
Universidade Federal de Viçosa (UFV)
Universidade de Brasília (UnB)
Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho (Unesp)
Universidade do Vale do Rio dos Sinos (Unisinos)
Universidade Presbiteriana Mackenzie (UPM)
Universidade de São Paulo (USP)
Fonte: Agência Brasil
Termina hoje (17) o prazo para os estudantes pré-selecionados em processos anteriores do Fundo de Financiamento Estudantil (Fies), que tiveram a inscrição postergada para o segundo semestre de 2018, complementarem as informações no sistema. Segundo o Ministério da Educação (MEC), eles são, aproximadamente, 12 mil estudantes.
Esses candidatos foram selecionados para receber o financiamento, mas devido ao fato de a conclusão do processo ter ocorrido no meio ou no final do semestre corrente, escolheram que o início do financiamento se daria apenas no segundo semestre deste ano, adiando a confirmação da inscrição.
Agora, para fazer a complementação, o estudante precisa acessar a página do Fies na internet e fornecer as informações solicitadas, como o percentual a ser financiado e dados da agência bancária para receber o benefício.
A contratação do financiamento só ocorrerá após a complementação e aprovação das informações pela Comissão Permanente de Supervisão e Acompanhamento (CPSA) da instituição para a qual o candidato foi pré-selecionado.
Prazo extra
O MEC constatou que, ao longo do processo, mais de 600 estudantes tiveram problemas para complementar as informações devido a falhas no sistema. Por isso, a pasta prorrogou o prazo para a complementação das informações do dia 10 para hoje.
Até ontem (16), no entanto, 30 estudantes ainda enfrentavam problemas. A pasta diz que esses candidatos terão um prazo extra de cinco dias para fornecer as informações e integrar o Fies no segundo semestre.
Além desses candidatos, também terão um prazo extra aqueles que tiveram os problemas solucionados após essa segunda-feira (13). De acordo com o MEC, cada um receberá um prazo específico para que tenha pelo menos cinco dias totais de acesso ao sistema.
O MEC informa que notificou os estudantes, por e-mail e SMS, de que terão o prazo extra.
Fies
O Fies concede financiamento a estudantes em cursos superiores de instituições privadas com avaliação positiva do Ministério da Educação. Para concorrer é preciso ter feito uma das edições do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) a partir de 2010 e ter obtido média igual ou superior a 450 pontos e nota acima de zero na redação.
O novo Fies, que entrou em vigor este ano, tem modalidades de acordo com a renda familiar. A modalidade Fies juro zero é voltada para os candidatos com renda mensal familiar per capita de até três salários-mínimos. Nesse caso, o financiamento mínimo é de 50% do curso, enquanto o limite máximo semestral é de R$ 42 mil. Os estudantes pré-selecionados no processo dos postergados foram todos beneficiados por essa modalidade.
Além do juro zero, há a modalidade P-Fies, para candidatos com renda familiar per capita entre três e cinco salários mínimos. Nesse caso, o financiamento é feito por condições definidas pelo agente financeiro operador de crédito, que pode ser um banco privado ou fundos constitucionais e de Desenvolvimento.
Fonte: Agência Brasil
Nossa equipe de reportagem, se dirigiu na manhã desta terça-feira (14), a dois prédios pertencentes ao governo do estado, prédios estes que foram construídos para somar na qualidade da educação da “Rainha do Brejo”, mas que há muito tempo estão fechados, cobertos pelo mato, e com sua estrutura física comprometida.
Um dos referidos prédios é a sede do colégio Antenor Navarro, localizado no centro de Guarabira. Há tempos ouve-se histórias de que uma reforma iria ser feira no mesmo, mas até a data de hoje a sede dessa que foi uma das melhores instituições de ensino está “entregue as baratas”, a situação precária deixa muitas pessoas que estudaram no colégio, tristes com o estado que um prédio tão importante se encontra. Veja abaixo algumas imagens:
O outro prédio trata-se de onde funcionava o projeto Social Urbano, localizado no Bairro Novo em Guarabira, o projeto atendia alunos e participantes de programas socais. Agora o prédio que sediava uma instituição de extrema importância para a sociedade está deteriorado. Confira as imagens abaixo:
O Portal Independente deixa o espaço aberto, para alguém responsável por estes prédios se pronunciar.
Redação
O Ministério da Educação (MEC) liberou ontem (6) R$ 296,61 milhões para o pagamento de bolsas da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes). Segundo o MEC, o montante liberado para o Capes corresponde à segunda maior cota dos recursos financeiros liberados pela pasta, que totaliza R$ 1,7 bilhão.
Desse total R$ 634,07 milhões são destinados para as instituições federais, sendo R$ 458,9 milhões repassados para as universidades e R$ 175,58 milhões para os institutos federais.
Em evento realizado ontem em São Paulo, o ministro da Educação, Rossieli Soares, reafirmou que as bolsas de estudos de pós-graduação da Capes serão mantidas em 2019.
Ao todo o MEC anunciou a liberação de R$ 2,5 bilhões em recursos financeiros e orçamentários para diversos programas e ações da pasta, além do custeio e investimento das instituições federais de ensino.
Recursos em 2018
As operações totalizam um repasse financeiro de R$ 3,152 bilhões do MEC para as universidades em 2018, até o momento, e de R$ 1,240 bilhão para os institutos federais. Com essa verba, o MEC chega a 80% de liberação do total de R$ 7,513 bilhões de custeio e 55% do total de R$ 633,119 milhões de investimento previstos para o ano nessas instituições.
Ao longo de 2018, foram repassados recursos financeiros no total de R$ 11,092 bilhões para pagamentos de programas, despesas e ações nas universidades, institutos, autarquias, fundações e secretarias da pasta, informou o MEC.
“Os repasses financeiros estão sendo efetuados de forma regular, sem atrasos, garantindo o andamento das políticas e ações estruturantes executadas pela pasta e instituições vinculadas”, diz a nota divulgada pelo MEC.
Em 2016 e em 2017, o MEC liberou 100% do orçamento de custeio para todas as universidades e institutos federais. Em 2018, foram liberados, até o momento, R$ 4,20 bilhões em orçamento de custeio; R$ 208,09 milhões de investimento e R$ 388,6 milhões de receitas próprias para as universidades; R$ 1,77 bilhão de custeio, R$ 81,46 milhões de investimento e 28 milhões de receita própria para os institutos; e, por fim, R$ 46,92 milhões de custeio, R$ 127,69 milhões de investimento, além de R$ 70,1 milhões de receita própria para os hospitais universitários.
Ao todo, somando-se financeiro e orçamento, as instituições federais vinculadas ao MEC receberão R$ 1,4 bilhão em recursos liberados.
Fonte: Agência Brasil
Construir, consertar, modificar e fabricar objetos e projetos com suas próprias mãos. Essa é a proposta do Movimento Maker ou Cultura Maker, mais conhecida como Faça Você Mesmo ou Do It Yourself (em inglês ou simplesmente DIY). Amplamente difundido nos Estados Unidos, o movimento tem ganhado espaço nas escolas brasileiras, que buscam com o método tornar o aprendizado mais atrativo e estimular os estudantes a desenvolver projetos e produtos a partir dos conteúdos escolares, muitas vezes pouco práticos.
Embora o movimento venha crescendo na educação nos últimos anos, a ideia não é uma novidade, já existe década de 1960, como explica a diretora pedagógica da Via Maker Education, Sueli de Abreu. “Todo mundo está recorrendo a autores daquela época, como Seymour Papert e Paulo Freire [que pregavam o aprender fazendo, em vez de simplesmente receber a informação passivamente], e estão trazendo isso para os nossos dias de forma reeditada”. A Via Maker Education é uma empresa brasileira que desenvolve projetos com uso de blocos de montar de plástico para cada fase escolar.
A diretora de conteúdo da feira de educação Bett Educar, Vera Cabral, destaca que a tecnologia facilita “a inclusão de todos os alunos, apresentam soluções que são mais viáveis para os processos de aprendizagem em cada momento, além de facilitarem o trabalho do professor, na medida que dá subsídio para ele achar diferentes estratégias”. A feira é maior na área de educação e tecnologia da América Latina.
Tecnologia
Incentivador das impressoras 3D e outros instrumentos de tecnologia digital, o Movimento Maker não está restrito às disciplinas exatas.
“Projetos makers vão funcionar para valorizar os conhecimentos da matemática, ou da língua portuguesa, porque eu posso fazer poema na cultura maker, posso fazer física, álgebra, química qualquer coisa. Pode-se trabalhar todas as disciplinas escolares na cultura maker”, diz o mestre em psicologia cognitiva e professor de psicologia na Universidade Federal de Pernambuco, Luciano Meira.
Ele enfatiza, no entanto, que é importante produzir algo em função da aprendizagem. “Eu não vou fabricar copos porque é legal, mas porque está dentro de uma pedagogia de aprendizagem da geometria de cilindros, por exemplo. A escola deve se preocupar com isso”.
Apesar da ligação com a tecnologia, a cultura maker não precisa de tecnologia digital e materiais caros para ser introduzida. “Não é preciso cortador à laser, nem impressora 3D, que são obviamente, instrumentos de fabricação digital que você pode ter para valorizar certos aspectos da cultura maker, mas não são imprescindíveis”, diz. “Muitas vezes há um movimento de primeiro adquirir as coisas e depois fazer a cultura acontecer”, defende.
Rede pública
Os laboratórios makers têm sido mais comuns nas escolas particulares, mas já existem iniciativas para que o movimento chegue às escolas públicas no país. Uma delas é o programa Hacking the STEM (sigla em inglês para as áreas de Ciências, Tecnologia, Artes e Matemática), oferecido gratuitamente pela Microsoft.
O programa oferece planos de aula de ciências, tecnologia, engenharia e matemática, desenvolvidos por professores para professores. Os planos de aula são interdisciplinares e permitem que os alunos criem uma variedade de projetos que variam desde o desenvolvimento de anemômetros (instrumento de mede a velocidade e a direção do vento) à construção de mãos robóticas a partir de materiais recicláveis.
Fundadas na solução de problemas do mundo real, as atividades também estimulam habilidades requisitadas no século 21 -mecânicas, elétricas e de engenharia de softwares – enquanto trazem à tona a ciência de dados.
“Existe muita dúvida quais serão as profissões do futuro, mas uma coisa é certa, as profissões do futuro vão demandar coleta e análise de dados, então experimentos que possibilitam que os alunos comecem a se familiarizar com este tipo de ambiente de uma forma lúdica e divertida é importante para que o aluno que possa aprender e melhor se preparar para os desafios do futuro”, diz o diretor de Educação da Microsoft, Antonio Moraes.
O governo federal também tem atuado para que as novas tecnologias estejam disponíveis na rede pública de ensino. Em novembro do ano passado, lançou a Política de Inovação Educação Conectada, programa que pretende universalizar o acesso à internet de alta velocidade nas escolas, a formação de professores para práticas pedagógicas mediadas pelas novas tecnologias e o uso de conteúdos educacionais digitais em sala.
Segundo o Ministério da Educação (MEC), o programa prevê um plano de formação continuada para professores e gestores com cursos específicos sobre práticas pedagógicas mediadas por tecnologia, cultura digital e recursos educacionais como robótica. Serão oferecidas bolsas de três meses para 6,2 mil articuladores que atuarão localmente, no processo de construção e implementação de ações na rede de ensino.
Renovação
Não é somente com tecnologia digital que as práticas pedagógicas estão sendo reinventadas. A música, por exemplo, vem recebendo novas formas de aprendizagem. Um exemplo é o projeto educacional Música em Família, que pretende proporcionar momentos divertidos de interação da criança com a família e a escola, por meio de atividades artísticas e brincadeiras extracurriculares.
O projeto nasceu da vontade dos músicos Paula Satisteban e Eduardo Bologna e foi elaborado junto com educadores. “Fizemos esse material que, através da música, que é um disparador, inspira os educadores, as crianças e as famílias a olharem para si e se divertirem e se encontrarem”, diz Paula. O projeto reúne um conjunto de CDs e livros que a criança preenche com colagens e textos sobre suas experiências e histórias com a família, e a música vem como pano de fundo.
“Ainda não temos nenhum material em telas [de computadore], não somos contra, mas até agora não achamos necessário. Nosso projeto é muito humano e proporciona esses encontros em família. A música faz isso, toca a gente, é um projeto de vivência e experiência real e não virtual”, acrescenta.
Fonte: Agência Brasil