O presidente Jair Bolsonaro (PSL) participa na tarde desta quinta-feira (20) da Marcha Para Jesus, evento evangélico que se realiza desde a manhã na Zona Norte de São Paulo. Esta é a primeira vez que um presidente da República participa da marcha, que está em sua 27ª edição.
O evento combina caminhada, shows e apresentações de pastores evangélicos. Os organizadores esperam 2 milhões de pessoas. Bolsonaro chegou por volta de 14h50 e ficou atrás do palco aguardando a sua ver para discursar no palco.
Mais cedo, o governador João Doria (PSDB) subiu ao palco de um dos trios elétricos ao lado da mulher, Bia Doria, por volta de 12h.
Ao lado do pastor Estevam Hernandes e Sônia Hernandes, da Igreja Renascer em Cristo, uma das organizadoras da Marcha, Doria discursou para milhares de fiéis que participam do evento religioso. “Este é o caminho da paz, essa é a marcha da paz, da harmonia, daqueles que amam São Paulo, o Brasil, amam sua família”, disse Doria.
Além da Renascer, participam pastores e fiéis de outras igrejas populares, como a Assembleia de Deus e a Universal do Reino de Deus.
A caminhada começou primeiro com as crianças, a Marcha Kids, às 9h30. Às 10h, os fiéis iniciaram a Marcha saindo da região da Luz, no Centro, com destino à Praça Heróis da Força Expedicionária Brasileira (FEB), perto do Campo de Marte, na Zona Norte.
Durante a longa caminhada os fiéis acompanham trios elétricos com pastores e bandas gospel. Ao longo percurso não faltam vendedores ambulantes: um dos itens mais populares era a bandeira de Israel, usada por alguns fiéis como manto.
Religião x política
Moradora do Mandaqui, na Zona Norte da capital, Sheila de Andrade, 55 anos, frequenta a Marcha Para Jesus há cinco anos. Dessa vez, ela veio com sua filha Agnes Camilo, 25 anos, e os netos Henrique, de 7, e Ariela, de 5 anos de idade. “Nós estamos aqui porque a marcha representa tudo que a gente precisa nesse momento: de paz, amor, família, um país melhor e mais justo”, diz.
Apesar da multidão, Agnes diz não ter medo de trazer os filhos pequenos. “É muito seguro, eles se divertem”, conta. “São eles que sempre pedem para vir.”
Sheila acompanhou os trios elétricos na caminhada, inclusive aquele onde o governador João Doria estava presente, mas foi embora do evento antes do pronunciamento de Jair Bolsonaro, marcado para as 15h. Para ela, a presença de políticos na caminhada é bem-vinda, mas a marcha não deve virar palanque político.
“Eu acho que todos são seres humanos, independente do seu cargo, e como Jesus é para todos nós não podemos julgar [os políticos que vieram]. Mas eu particularmente acho que tinha que ser mais separada a política da religião”, diz. “A influência religiosa na política, ao meu ver, não é positiva. Ainda mais nesse momento de conjuntura política que a gente vive porque as pessoas acabam se influenciando.”
Da Redação
Com G1