A hipertensão é uma das principais causas de morte no Brasil. Segundo a Pesquisa Nacional de Saúde, em 2019, cerca de 24% dos brasileiros com mais de 18 anos tinham pressão alta. Para quem tem mais de 60 anos e menos de 65 a proporção chega a 47% e atinge pelo menos seis a cada dez pessoas com mais de 75 anos.
A dona de casa Maria do Carmo da Silva, de 56 anos percebeu que havia algo errado porque tinha dores de cabeça frequentes. “Às vezes, eu sentia muita dor na nuca”, relata. “Aí eu consultei e o médico falou que era hipertensão”. Dores de cabeça, tonteiras, vista turva e cansaço repentino são sinais de que está na hora de procurar ajuda.
Só que nem todo mundo tem a mesma sorte de Maria de Carmo que teve sintomas. Algumas pessoas podem passar anos sem apresentar qualquer sinal. E aí é que mora o perigo. A cardiologista Rica Buchler explica: “a pressão pode estar alta e não dar sintoma nenhum – a pressão não controlada pode afetar rins, cérebro e coração – e o tratamento previne que isso ocorra”.
Segundo a Sociedade Brasileira de Cardiologia, a hipertensão é responsável por oito a cada dez acidentes vasculares cerebrais registrados no país e por seis a cada dez infartos.
Para Rica Buchler depois de um ano de pandemia de coronavírus, as pessoas que sofrem dessa doença crônica estão mais expostas as complicações, já que deixaram de fazer o acompanhamento de rotina. “Hipertensão é algo que você não consegue resolver com consulta online, em algum momento a pressão tem que ser aferida”, alerta.
Pessoas que tem familiares com hipertensão tem mais chance de também desenvolver a doença. Mas também é possível prevenir ou, pelo menos atrasar o problema, com alimentação saudável, muitas frutas e legumes e baixo teor de sal. Atividade física regular também é recomendável, assim como medir a pressão arterial com uma certa regularidade.