“Toda decisão tem consequência”. O governador João Azevêdo (PSB) deu a senha, ontem, durante entrevista à imprensa, quando questionado sobre auxiliares do governo que assinaram a lista da intervenção no PSB. João decidiu tomar atitude mais enérgica, segundo uma fonte segura, revelou ao Blog do Anderson Soares, nesta quinta-feira (3).
De acordo com a fonte, o governador já decidiu que não vai governar com inimigos e para tanto, já tem uma lista com as primeiras exonerações de pessoas ligadas ao ex-governador Ricardo Coutinho. A fonte não soube precisar a data, mas o Diário Oficial trará as primeiras novidades nos próximos dias.
O Blog teve acesso aos nomes, mas não vai revelar, por questão estratégica, porém, pode afirmar que são pessoas, extremamente, ligadas a Ricardo, que fazem parte do primeiro escalão. As exonerações não ocorrerão “de uma tacada só. Serão de forma paulatina. É o caso, por exemplo, dos aliados da deputada Estela Bezerra. Todo dia o Diário Oficial traz exonerações de pessoas ligadas à deputa”, revelou o interlocutor.
Parece que o deputado federal Gervásio Maia não se importa muito com o fato do seu assessor Coriolano Coutinho ter virado réu no escândalo do propinoduto girassol.
Cori continua “trabalhando” no gabinete, conforme informações do portal da Câmara Federal:
A denúncia
O juiz da 4ª Vara Criminal de João Pessoa, José Guedes Cavalcanti Neto, aceitou denúncia contra nove acusados de corrupção pelo Ministério Público da Paraíba. Entre eles Coriolano Coutinho, irmão de Ricardo Coutinho, então prefeito de João Pessoa quando a quadrilha começou a desviar dinheiro público.
O esquema denunciado pelo Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) tem como base os contratos da gestão municipal nos governos socialistas, na capital, com o escritório Bernardo Vidal Advogados. O esquema girava em torno da promessa de “recuperação de créditos tributários”. A operação teria ocorrido entre 2009 e 2011, tendo como alvo a prefeitura de João Pessoa. O prejuízo estimado é de R$ 49 milhões.
Apreensão de recursos
O esquema investigado pelo Gaeco conectou a denúncia, revelada em delação por Livânia Farias, com um episódio até bem pouco tempo inexplicado. A prisão de um homem em 2011, em uma blitiz, com R$ 81 mil, junto a um papel com marcações de letras iniciais, que indicariam que o dinheiro teria auxiliares do governo do Estado como destinatários.
Trecho da denúncia contra o irmão de Ricardo Coutinho:
Entre os destinatários do dinheiro apreendido naquela operação, indicados pelas iniciais, estariam o ex-procurador-geral do Estado, Gilberto Carneiro; a ex-secretária de Administração, Livânia Farias; o irmão do ex-governador Ricardo Coutinho, Coriolano Coutinho, e a ex-superintendente de Transportes e Trânsito de João Pessoa, que depois passou a ocupar o cargo de secretária de Administração da capital, Laura Farias. A apreensão ocorreu nas proximidades do viaduto Ivan Bichara, na BR-101, em João Pessoa, e houve esforço enorme das autoridades para abafar o caso.
O episódio se perdeu no tempo em meio a muitas idas e vindas até o arquivamento do inquérito policial, de forma bastante suspeita. O caso gerou até abertura de inquérito no Ministério Público da Paraíba. O fio condutor para elucidar tudo veio apenas agora, oito anos depois, com a denúncia protocolada com base em investigação do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), do Ministério Público.
Pelo menos três pessoas que estavam na lista de renúncia coletiva do Diretório Estadual do PSB na Paraíba já voltaram atrás e solicitaram a retirada de seus nomes. Uma fonte interna do PSB revelou ao ClickPB com exclusividade que dois prefeitos e uma ex-prefeita formalizaram sua desistência de integrar a lista de renúncia.
Francisco Mendes Campos, prefeito de São José de Piranhas, José Paulo Filho, mais conhecido como Dedé, prefeito de Santana dos Garrotes e Francisca Denise de Albuquerque, ex-prefeita de Cajazeiras, declararam através de documento o interesse de continuar integrando os quadros do diretório.
Os documentos foram encaminhados ainda no meio do mês de agosto, de acordo com as informações levantadas pela equipe de reportagem do ClickPB. Os três declararam através das cartas que reiteram seus compromissos de exercer todas as atribuições até o fim do mandato. Além disso, classificam como improcedente qualquer requerimento de renúncia que seja apresentado à agremiação partidária.
O diretório estadual do PSB na Paraíba conta com 76 integrantes, entre titulares e suplentes. De acordo com o estatuto da legenda, para que aconteça a dissolução do diretório, é necessária a renúncia de pelo menos 50% dos ocupantes de cargos do diretório. No entanto, a lista divulgada só conta com 30 nomes e, além disso, pelo menos três solicitaram a retirada da lista
Nesta terça-feira (1º) vazou a lista dos integrantes do diretório que teriam assinado o pedido de renúncia coletiva da Executiva Estadual. Dentre os renunciantes estão o ex-governador Ricardo Coutinho, o deputado federal Gervásio Maia e as deputadas estaduais Cida Ramos e Estela Bezerra.
A dissolução do diretório estadual do PSB na Paraíba por meio da renúncia coletiva de alguns integrantes foi o estopim de uma crise interna no partido.



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