O presidente da Câmara Municipal de Guarabira, Marcelo Bandeira Ferraz, editou o ato nº 05/2020 que suspende por tempo indeterminado as sessões legislativas da Casa Osório de Aquino, sessões especiais e sessões itinerantes.
A medida adotada objetiva alinhar-se às orientações do Ministério da Saúde, Secretaria de Estado da Saúde e Comitê Gestor de Crise, instalado pelo Governo do Estado, para evitar possível contaminação com a pandemia do novo coronavírus.
Ato anterior do presidente, também pela mesma motivação, previa a vigência da suspensão até dia 3 de março, mas como as orientações das autoridades em saúde é para mater o isolamento social para se evitar aglomerações e contágio com a doença que assusta o planeta.
A Prefeitura de Guarabira decretou medidas restritivas e fechou o comércio, mantendo apenas os serviços essenciais de abastecimento como supermercados, farmácias, postos de combustíveis e caixas eletrônicos de bancos e lotéricas, que permanecem em funcionamento. Ainda não há casos confirmado da doença na cidade, mas 60 pessoas estão confinadas e monitoradas pela Secretaria de Saúde.
Na Paraíba já são sete casos confirmados de infecção com o COVID-19. No Brasil os mortos já somam 78 e quase 3 mil infectados. (*) Ascom CMG
O presidente Jair Bolsonaro pediu, em pronunciamento em rede nacional de televisão e rádio exibido na noite desta terça-feira (24), a reabertura do comércio e da escolas e o fim do “confinamento em massa”. As medidas têm sido utilizadas no combate ao novo coronavírus, que já deixou 46 mortos no país. Este foi o terceiro pronunciamento sobre o tema realizado em um período de menos de 20 dias.
— Algumas poucas autoridades estaduais e municipais devem abandonar o conceito de terra arrasada, a proibição de transportes, o fechamento de comércio e o confinamento em massa. O que se passa no mundo tem mostrado que o grupo de risco é o das pessoas acima de 60 anos. Então, por que fechar escolas? — questionou Bolsonaro.
O presidente afirmou que o coronavírus “brevemente passará” e afirmou que a vida “tem que continuar”:
— O vírus chegou. Está sendo enfrentado por nós e brevemente passará. Nossa vida tem que continuar. Os empregos devem ser mantidos. O sustento das famílias deve ser preservado. Devemos, sim, voltar à normalidade.
No primeiro pronunciamento sobre o tema, realizado no dia 6 de março, Bolsonaro afirmou que não havia motivo para “pânico” e que o momento era de união.
A segunda fala sobre o tema foi realizada na semana seguinte, no dia 12 de março. O presidente recomendou o adiamento de manifestações que estavam marcadas para o domingo seguinte, devido à recomendação para evitar aglomerações. O próprio Bolsonaro, contudo, acabou participando dos protestos.
Panelaços
Durante o pronunciamento, foram registrados panelaços por diversas cidades de todo o país.
De acordo com o Ministério da Saúde, até o momento o Brasil contabiliza 2.201 casos confirmados e 46 mortes em decorrência do coronavírus.
O presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), disse nesta segunda-feira, em entrevista à CNN Brasil, que o presidente Jair Bolsonaro pode realocar verbas do Fundo Partidário e do Fundo Eleitoral para combater o coronavírus. Maia também admitiu a possibilidade de redução de salário de parlamentares, bem como de outros servidores do Executivo e do Judiciário, para a mesma finalidade.
Durante a entrevista, no entanto, o presidente da Câmara se preocupou em alertar que este é o momento de injetar recursos na economia. Segundo ele, se o governo não entender que é preciso gastar, “fica muito difícil”.
— Se é no fundo eleitoral ou partidário, que podem representar R$ 2,5 bilhões, não vejo problema, que se use. Agora, nós precisamos entender: a Saúde vai precisar de quanto? De R$ 50, R$ 100, R$ 150 bilhões. Só um projeto de suspensão do contrato de trabalho para contratar o seguro-desemprego vai custar quanto? De R$ 80 a R$ 100 bilhões. Por isso, a gente não precisa estar preocupado com gastos que tem previsão futura. Temos que usar qualquer rubrica — disse.
Segundo Maia, Bolsonaro tem “liberdade para usar todo o orçamento e ampliar o gasto”. Ele argumentou que a decretação do estado de calamidade pública implica na inexistência do cumprimento da meta fiscal.
— Se não existe mais meta… o governo tinha projetado um gasto acima de sua receita primária de R$ 126 bilhões. Ele agora pode gastar R$ 200, R$ 300, R$ 400 bilhões — disse Maia.
Perguntado se os parlamentares poderiam abrir mão de seus salários, Maia disse que não havia problema.
— Todo poder público vai ter que contribuir. Transferir isso para o parlamentar é fazer apenas um gesto importante, mas que não tem nenhum impacto fiscal. Acho que os três Poderes vão ter que contribuir: Legislativo, Executivo e Judiciário. Os salários no nível federal são o dobro no seu equivalente no setor privado — disse Maia.
Sobre o recuo de Bolsonaro, que anunciou retirar trecho de Medida Provisória que autorizava suspensão do contrato de trabalhadores por quatro meses, sem pagamento de salários, ele afirmou que era o melhor a se fazer.
— Outros trechos (da MP) a gente consegue debater, mas o artigo 18 (que trata da suspensão) era realmente impensável.
*** Informações com O GLOBO
O teste para o novo Coronavírus do senador paraibano Zé Maranhão deu negativo. A informação foi confirmada pelo partido do senador o MDB.
Maranhão fez o exame na última sexta-feira (20), após apresentar sintomas comuns de uma gripe.
Zé Maranhão é o mais velho do Senado e foi sido liberado das sessões presenciais por integrar o grupo de risco de maior contaminação pelo coronavírus, que são os idosos acima de 60 anos.
De Fato a Fato com Rudney Araújo
A Corte Eleitoral da Paraíba julga precoce a discussão sobre a possibilidade da suspensão das eleições municipais desse ano. Para o presidente do Tribunal Regional Eleitoral da Paraíba, José Ricardo Porto, a tese só será admitida caso a pandemia ainda esteja ativa às vésperas das eleições, ou no mais tardar um mês antes do pleito.
Só nesse caso que o tema será colocado em pauta.
“Precisamos ter acima de tudo muito equilíbrio, sensatez e o bom senso. Caso o Covid-19 não seja debelado e até lá, às vésperas das eleições, ou no mês que antecede as eleições, o clima continue ainda de intranquilidade e de desesperança, aí sim, teremos um fato real e concreto para se pensar e se deliberar a respeito do adiamento das eleições”, disse.
Em sessão histórica de forma remota, a Assembleia Legislativa da Paraíba (ALPB) aprovou nesta segunda-feira (23), o decreto de Calamidade Pública contra o coronavírus (Covid-19), publicado no último sábado (21) pelo Governo do Estado.
Sendo relator da propositura, o deputado estadual Raniery Paulino ressaltou a responsabilidade da ALPB que cumpriu o seu papel votando por unanimidade, o decreto do Executivo, que leva em consideração a imposição do aumento de gastos públicos e o estabelecimento das medidas de enfrentamento da emergência de saúde pública.
“ Votamos favorável ao decreto de Calamidade Pública contra o coronavírus. A bancada de oposição da Assembleia tem consciência plena do momento delicado. Por isso, precisamos unir forças para o bem da Paraíba. Não existe situação e nem oposição. Estamos todos unidos pelo mesmo propósito, mas vale ressaltar que iremos fiscalizar os gastos públicos”, afirmou Raniery.
Na oportunidade, o parlamentar registrou que neste momento existe mais convergências do que divergências, e que este é o momento que é preciso dar as mãos.
“ O momento requer muito censo de responsabilidade, equilíbrio e serenidade de todos. Neste momento delicado existe sentimentos com mais convergências do que divergências, e esse é um período que existe uma sensação de solidariedade que se faz necessário darmos as mãos e plantar qualquer divergência política e ideológica. Fiz questão de ligar para o Governador da Paraíba e para o prefeito de Guarabira para colocar o nosso mandato a disposição para encontrarmos uma solução contra a Pandemia. ” Frisou, Raniery.
A ALPB faz história e realiza a 1ª sessão de forma remota de sua história, atendendo a recomendação da Organização Mundial de Saúde (OMS) e do Ministério da Saúde, a ALPB suspendeu as atividades até o próximo dia 2 de abril, com a ressalva de que poderia ser convocada uma sessão extraordinária a qualquer momento para deliberar sobre projetos de interesse público.