Um noivo interrompeu o próprio casamento para salvar a vida de um adolescente que estava se afogando. Funcionário da Guarda costeira, Zac Edwards, de 37 anos de idade, estava posando para fotos com a noiva Cindy, de 32 anos, quando ouviu uma mulher gritar por ajuda ao ver o filho de apenas 18 anos se afogando.
A iniciativa de ajudar o adolescente partiu de Cindy, que disse que o marido deveria entrar na água para ajudá-lo: “Você precisa escutar a sua mulher, ou você está em sérios apuros“, disse a noiva. O homem removeu a camisa e entrou na água. O adolescente tinha sido arrastado por uma forte correnteza na sexta (3), às 18h. Ao alcançar o adolescente, o oficial da guarda costeira conseguiu colocar o corpo do rapaz numa prancha de bodyboard.
A dupla nadou além da corrente marítima, mas a noiva estava preocupada que o marido estivesse ficando cansado — da praia, ela via a dupla tendo dificuldade para chegar até terra firma. Por sorte, bombeiros chegaram pouco tempo depois e deram assistência ao adolescente e ao oficial da guarda costeira. “Cindy e eu estávamos tirando as nossas fotos próximos à água. Estávamos terminando quando uma mulher disse que o filho dela estava tendo dificuldades. Tirei a minha camisa, mas minha esposa disse que não havia tempo para eu me livrar das minhas calças. Eu corri até a água e disse para algumas crianças buscarem uma prancha de bodyboard para mim“.
“Eu cheguei até ele quando estávamos a mais de meio campo de futebol longe da praia. Ele só conseguia dizer ‘eu não consigo respirar’. Eu tentei manter a cabeça dele acima da água e coloquei seu corpo sobre a prancha de bodyboard. A correnteza estava muito forte. Comecei a entrar em pânico. A minha calça também estava atrapalhando. Ao ver os bombeiros, no entanto, eu sabia que ficaria bem. Um jet ski chegou e eu consegui colocar o corpo do adolescente em cima do veículo. Eu não notei a gravidade da situação até me deitar naquela mesma noite. As minhas mãos estavam tremendo após o resgate, mas a adrenalina ainda estava no máximo“, relembrou Zac.
Os bombeiros afirmaram que a praia estava com bandeiras vermelhas no dia do acidente, mas o adolescente Jamel não notou os avisos. Agora, o jovem quer agradecer Zac por salvar a sua vida. O rapaz, felizmente, se recuperou do susto. “Acho que as pessoas subestimam o oceano. Não foi culpa dele, mas era um dia de bandeira vermelha. As pessoas não prestam atenção aos sinais e nadadores precisam ser muito cautelosos. Até atletas experientes podem enfrentar dificuldades“, afirmou Zac.
O casal, que namorou por um ano antes de oficializar a união, surpreendeu os 35 convidados do casamento ao retornar molhado e cheio de areia ao salão de festas. “Os nossos amigos ficaram perdidos quando chegamos à celebração. Eu estava molhada e o meu vestido estava coberto de areia“, relembrou Cindy sobre a ocasião. “Eu não trouxe roupas extras para o casamento, mas tinha uma bermuda na mala e acabei me trocando. Estava um pouco mais esculachado que a minha bela noiva, mas ela era mais confortável que as minhas calças“, brincou o rapaz.
As informações são do The Daily Mail.
Fonte: Veja São Paulo
Senado da Argentina rejeitou na madrugada desta quinta-feira (9) o projeto de lei que legalizaria o aborto no país. Após uma sessão de cerca de 16 horas, ele foi recusado no Senado por 38 votos contra, 31 a favor e duas abstenções.
Pela proposta aprovada pela Câmara e, agora rejeitada no Senado, seria possível interromper a gravidez durante as primeiras 14 semanas de gestação. O projeto previa também que o aborto fosse realizado em qualquer hospital ou clínica e obrigava o Estado a cobrir o custo do procedimento, dos medicamentos e dos tratamentos de apoio necessários.
A interrupção voluntária da gravidez é crime na Argentina, a não ser em casos de estupro e que ofereçam risco à vida da mãe. Nos demais casos, a prática é penalizada com até quatro anos de prisão para a mulher e para o médico.
Desde o fim da Ditadura Militar no país, em 1983, diversos projetos sobre aborto foram apresentados no Congresso argentino, mas esse foi o primeiro a ser votado.
Mobilização popular
Do lado de fora do Congresso, um forte dispositivo de segurança foi montado já que, durante todo o dia, milhares de pessoas a favor e contra a lei, se concentraram para acompanhar a votação, que já se anunciava disputada. Após a sessão, foram registrados incidentes na saída da multidão. Oito pessoas foram presas, segundo o jornal “El Clarín”.
Fonte: G1
Perspectivas para a aprovação de um projeto de lei que legalizaria o aborto na Argentina diminuíram durante o final de semana, quando uma senadora de oposição disse ter mudado de opinião e que votará contra a medida quando o assunto for levado ao plenário na quarta-feira.
A proposta, que ampliaria os direitos ao aborto permitido segundo a lei atual somente em casos de estupro ou quando a saúde da mãe está em risco, foi aprovada na Câmara dos Deputados no mês passado com 129 votos contra 125.
Desde então, ativistas religiosos, especialmente em partes rurais da Argentina, têm pressionado contra a medida, que é apoiada por feministas e grupos de direitos humanos estimulados nos últimos anos por esforços para acabar com a violência contra as mulheres.
A lei tornaria a Argentina o terceiro país da América Latina a legalizar amplamente o aborto, depois do Uruguai e de Cuba.
A mudança de opinião da senadora Silvina García Larraburu leva a 37 a estimativa de votos contrários, representando a maioria no Senado de 72 membros da Argentina.
Aliada da ex-presidente Cristina Kirchner, García Larraburu acusou o presidente Mauricio Macri de usar o debate sobre o aborto como uma distração para a economia instável do país, uma acusação que o governo Macri nega.
Kirchner pode concorrer à presidência no próximo ano, quando acredita-se que Macri irá tentar a reeleição.
García Larraburu disse a mídia local que sua mudança de opinião “também tem a ver com minhas convicções mais intimas”.
O projeto de lei, que permitira o aborto até as primeiras 14 semanas de gravidez, pode ser alterado pelo Senado e enviado de volta à Câmara dos Deputados.
Fonte: Reuters
Um conhecido intelectual chinês, crítico do regime comunista, está desaparecido depois de ter sido interrompido durante uma entrevista ao vivo a um canal de TV americano e ser levado por forças de segurança.
Sun Wenguang, um professor universitário octogenário e aposentado, dava uma entrevista por telefone ao canal de televisão em mandarim da rede Voice of America (VOA), financiado pelo governo americano, quando as autoridades invadiram seu domicílio em Jinan (leste da China).
“A polícia voltou para me obrigar ao silêncio!”, gritou Sun, informando que oito membros das forças armadas se encontravam em sua casa, segundo a gravação de áudio divulgada.
As ligações feitas pela AFP para seu celular e seu fixo não foram atendidas. Tampouco as autoridades de Jinan responderam a perguntas.
“O canal VOA acompanha atentamente a situação, e transmitirá notícias ao público quando for possível”, indicou a porta-voz da rede americana, Bridget Serchak.
Este incidente é uma demonstração do endurecimento, nos últimos cinco anos da chegada ao poder do presidente Xi Jinping, da repressão contra os militantes dos direitos civis e as vozes dissidentes do poder central.
Sun Wenguang redigiu no mês passado uma carta aberta a Xi Jinping na qual criticava a “diplomacia do carnê e do cheque” de Pequim na África.
“Ouçam o que eu digo. É algo errado?”, questionou Sun aos policiais que o retiravam de casa. “A gente é pobre (na China). Não joguemos nosso dinheiro na África, isso não ajuda nossa sociedade”, tentou explicar.
Sun, um dos mais antigos militantes dos direitos civis na China, é vigiado de perto pelas autoridades.
Em 2008, assinou um manifesto pedindo eleições livres, um texto que levou o universitário Liu Xiaobo para a prisão, antes de receber o Prêmio Nobel da Paz e falecer preso.
Em 2009, Sun foi agredido violentamente ao forçar um cordão de isolamento de guardas armados diante de sua casa, quando tentava ir ao aniversário da morte de Zhao Ziyang, um dirigente reformista, marginalizado pelo Partido Comunista por opor-se, em 1989, à violenta repressão dos manifestantes de Tiananmen.
Fonte: AFP
Um avião Embraer 190 da Aeroméxico se acidentou ao decolar nesta terça-feira do Aeroporto Internacional de Durango, no norte do México, deixando dois feridos graves, informaram fontes oficiais.
No total, 97 pessoas foram atendidas em hospitais públicos e privados, a grande maioria por ferimentos superficiais, mas o piloto teve um problema sério na coluna e uma menina apresenta queimaduras em 25% do corpo, revelou o governador do Estado de Durango, José Rosas.
Por volta das 15H00 local, o avião se acidentou “após decolar do aeroporto de Durango com destino à Cidade do México, com 97 passageiros e 4 tripulantes a bordo”, disse Gerardo Ruiz, secretário de Comunicações e Transportes.
Após levantar voo, o avião “repentinamente foi atingido por uma rajada de vento que o fez descer bruscamente e tocar a terra com a asa esquerda, o que desprendeu as duas turbinas”, explicou José Rosas em entrevista coletiva.
O avião “foi lançado para fora da pista” e se arrastou por cerca de 300 metros através de um terreno de mato. Como parou na posição horizontal, foi facilitada “a ativação dos tobogãs e ocorreu a evacuação oportuna dos passageiros antes de se iniciar o incêndio”.
O aparelho, das cores azul e branco, acabou no meio do mato sob uma espessa nuvem de fumaça, enquanto as chamas devoravam a sua fuselagem.
A maioria dos feridos saiu caminhando do avião e apenas 49 foram hospitalizados, segundo José Rosas.
Um grande dispositivo de socorro, envolvendo o Corpo de Bombeiros, a Cruz Vermelha, Exército, Polícia e Defesa Civil foi mobilizado em torno do local do acidente.
Um jornalista da AFP no local observou o avião envolto em uma nuvem de fumaça em um terreno, enquanto dezenas de passageiros abandonavam o aparelho com ferimentos leves.
“Faço votos para que a tripulação e todos os passageiros estejam bem”, escreveu o presidente Enrique Peña Nieto no Twitter.
Decolagem rumo à tempestade
Jaqueline Flores, uma das passageiras, revelou à AFP os momentos de angústia antes do pouso forçado.
O avião iniciou a decolagem às 15H09. Então “acionaram as turbinas, senti a força do avião para decolar, mas ainda na pista já não havia visibilidade. Quando subimos, logo entramos nas nuvens e na tempestade”, contou Flores, de 47 anos.
“Quando subimos, senti que ele iria manobrar para se estabilizar, mas aí caiu”.
Segundo Flores, que viajava com a filha de 16 anos, o avião bateu na pista e foi parar em um terreno cheio de mato.
“Enquanto deslizava caíram todas as bagagens no corredor (…) e as pessoas foram jogadas para frente e para trás”, contou Flores, que saiu ilesa.
Quando o avião parou, “havia um buraco (na fuselagem) exatamente ao nosso lado, estávamos na 8A e 8B e saímos na altura do 10, onde estava aberto”. “O avião se partiu e como havia fogo disse à minha filha: ‘vamos pular por ali’ e por ali saltamos”.
A Aeroméxico emitiu um comunicado no qual “lamenta profundamente este acidente” e se diz “concentrada em resolver esta situação e fazer todo o possível para auxiliar nossos clientes e suas famílias”.
O avião “estava em perfeita manutenção” e contava com “todos os padrões de segurança em nível internacional”, informou a Aeroméxico, acrescentando que o aparelho, de dez anos, operava há quatro anos na companhia mexicana.
A Embraer comunicou que enviará uma equipe de técnicos a Durango.
O Aeroporto de Durango suspendeu durante horas suas operações e centenas de pessoas sofriam com o atraso dos voos.
O local do acidente foi isolado e as autoridades vão analisar a caixa preta e as gravações para determinar as causas do acidente.
Fonte: AFP
Quatro pessoas – um italiano e três alpinistas franceses – morreram neste domingo (29) em três acidentes diferentes, ocorridos nos Altos Alpes e na Alta Saboia, no sudeste da França.
O primeiro deles, registrado nesta madrugada, custou a vida de um milanês de 40 anos, que avançava a 3.000 metros de altitude no corredor Coolidge, uma via de escalada que leva ao Monte Pelvoux, no maciço dos Écrins.
O homem “avançava com dois amigos, também de nacionalidade italiana”, informou o Ministério Público de Gap, em um comunicado.
As equipes de socorro não conseguiram reanimar a vítima, que não resistiu aos ferimentos e faleceu.
O segundo acidente aconteceu no início da manhã no maciço do Mont Blanc, com a morte de um alpinista decorrente de uma queda, e outro, que o acompanhava, sofrendo vários traumatismos.
O último levou à morte de duas alpinistas francesas, de 48 e 54 anos, que seguiam a via dos Enfetchores rumo à Brèche de la Meije, nos Alpes, a 3.300 metros de altitude. Ambas estavam acompanhadas de um guia.
Segundo investigação preliminar, a corda teria se soltado a uma altura de 50 metros, levando ao falecimento de ambas. O guia ficou ferido e foi levado para o hospital de Grenoble.
Fonte: AFP
Pelo menos 13 pessoas morreram e dezenas ficaram feridas depois que um terremoto de magnitude 6,4 atingiu neste domingo a ilha turística de Lombok, na Indonésia. Dez pessoas, uma delas de nacionalidade malaia e as outras indonésias, morreram na região leste de Lombok. Mais três vítimas foram atingidas na parte sul da ilha.
Centenas de edifícios ruíram e mais de 500 pessoas foram afetadas pelo tremor, segundo Sutopo Purwo Nugroho, porta-voz da Agência Nacional de Gestão de Desastres (BNPB, sigla em indonésio).
O oficial evitou detalhar, em mensagem publicada nas redes sociais, quantas pessoas estão sendo tratadas por lesões. Em relatório anterior, afirmou que havia pelo menos 40 feridos. Sutopo assinalou que as autoridades ainda estão recolhendo informações, por isso o balanço final de vítimas ainda pode aumentar.
O terremoto de magnitude 6,4 foi sentido por cerca de dez segundos em Lombok, causando pânico entre os moradores, que abandonaram suas casas no começo da manhã.
O abalo, que até o momento teve 124 réplicas, afetou também as ilhas vizinhas de Bali, a oeste de Lombok e principal destino turístico do país, e Sumbawa, a leste do hipocentro e onde alguns edifícios desabaram.
A chefe da Agência de Meteorologia, Climatologia e Geofísica, Dwikorita Karnawati, pediu em um comunicado à população que continue alerta, mesmo após a intensidade das réplicas ter diminuído.
A porta-voz da Cruz Vermelha em Lombok, Aulia Arriani, disse à Agência EFE que as pessoas “estão com medo e permanecem na parte externa” das edificações. Ele acrescentou que a organização enviará cobertores, lonas impermeáveis, sacos de dormir e pacotes de ajuda para as famílias atingidas.
Sutopo indicou que o acesso ao vulcão ativo Rinjani, uma das atrações turísticas de Lombok, foi fechado devido aos deslizamentos de terra.
Quase todo o mundo adora os dias ensolarados e gosta de reclamar quando chove. No entanto, o céu azul e o brilho do sol do verão no Hemisfério Norte ocultam o fato nada agradável de que, em todo o globo, as temperaturas máximas alcançaram um nível preocupante. As consequências são incêndios florestais, safras destruídas e a morte de muitos seres humanos.
O ano de 2016 acusou as temperaturas mais elevadas desde as primeiras medições. A culpa foi uma combinação do evento climático El Niño com o aquecimento global. Embora em 2018 se vivencie o fenômeno contrário, La Niña, que faz baixarem as temperaturas, este foi o junho mais quente já registrado, o que indica uma onda de calor.
Tecnicamente, uma onda de calor é quando em pelo menos cinco dias seguidos as temperaturas ultrapassam as médias em 5ºC ou mais. Dias extremamente quentes isolados, por sua vez, não são atribuídos a uma onda de calor ou ao aquecimento global.
Segundo a porta-voz da Organização Mundial de Meteorologia Clare Nullis, “a tendência é continuarmos tendo ondas de calor extremas, como consequência das mudanças climáticas”.
Para os habitantes do sul da Europa, 30 ºC no verão não são nada demais. Para alguém do Reino Unido ou da Irlanda, em contrapartida, isso é mais do que fora do comum, pois lá as temperaturas em junho normalmente mal ultrapassam os 20 ºC.
Em 28 de junho de 2018, os termômetros marcaram 31,9 ºC em Glasgow, na Escócia. Em Shannon, na Irlanda, eles chegaram aos 32 ºC, estabelecendo um novo recorde.
Os alemães, por sua vez, já se acostumaram a mais de 30 ºC em maio e junho, e em parte até gostam do calor. Na Geórgia, por outro lado, mediu-se em junho o recorde absoluto de 40,5 ºC. Em Ouargla, cidade saariana na Argélia, registraram-se incríveis 51,3 ºC.
Montreal, no Canadá, acusou no início de julho suas maiores máximas em 147 anos. A onda de calor custou a vida a mais de 70 pessoas, sobretudo devido a problemas circulatórios; da mesma forma que a 14 no Japão, onde mais de 2 mil tiveram que ser hospitalizadas.
Do sono a insetos
Em face do atual cenário de mudança climática global, ondas de calor deverão ocorrer “a cada dois anos, na segunda metade do século 21”, prediz Vladimir Kendrovski, responsável pelo departamento Mudança Climática e Saúde da Organização Mundial da Saúde (OMS).
“Nas últimas décadas, a onda de calor na Europa causou mais mortes do que qualquer outro fenômeno meteorológico extremo”. A razão para tal é que, sob certas condições, as temperaturas altas resultam em “smog veranil”, agravando afecções circulatórias e respiratórias, enquanto o pólen no ar provoca ataques de asma mais frequentes.
O calor igualmente perturba o sono. Então, embora o corpo precise se recuperar urgentemente do estresse adicional, não consegue fazê-lo nem durante a noite. “Crianças pequenas e idosos são os que mais sofrem”, explica Simone Sandholz, do Instituto Universitário de Meio Ambiente e Segurança Humana das Nações Unidas.
A maioria das vítimas das ondas de calor “vive em cidades densamente habitadas, com pouca ventilação”, complementa Sandholz. Segundo Nullis, a combinação de calor e umidade revela-se especialmente fatal.
Até mesmo o cérebro deixa de funcionar devidamente, se o tempo é quente demais, podendo perder até 10% de sua velocidade. Uma pesquisa realizada em escolas de Nova York concluiu que, devido ao calor, 90 mil alunos talvez tenham fracassado em exames em que normalmente passariam.
O clima quente igualmente oferece condições perfeitas à reprodução de vespas e outros insetos agressivos. Na Inglaterra, as chamadas de emergência devido a picadas de insetos quase duplicaram em julho.
No entanto, bem mais perigoso do que os que provocam um doloroso calombo são os mosquitos, como potenciais transmissores de malária, dengue e outras doenças infecciosas. Kendrovski, da OMS, está seguro da correlação entre as mudanças climáticas e as moléstias transmitidas por esses vetores.
Florestas e colheitas destruídas
Incêndios florestais são outra consequência do sol ardente. Só no Reino Unido, Suécia e Rússia, 80 mil hectares de florestas foram devastados devido a fenômenos meteorológicos extremos.
Campos cultivados também secam e até pegam fogo. No Reino Unido, os fazendeiros estão tendo dificuldade de cobrir a demanda de verduras frescas e ervilhas, devido às safras insuficientes ou mesmo ausentes. Em menor escala, plantações de trigo, repolho e brócolis estão ameaçadas.
Na Alemanha, os agricultores já se acostumaram com a ideia de que a safra de cereais será muito inferior à dos anos anteriores.
“Novamente vamos ter uma colheita muito abaixo da média”, queixa-se Joachim Rukwied, presidente da Federação dos Agricultores Alemães (DVB). Ele revela que alguns fazendeiros consideram sequer fazer a colheita, mas sim destruí-la logo, já que o trabalho envolvido não compensaria.
Adaptação e urbanismo
Com tais temperaturas, o acesso a condicionadores de ar e refrigeradores parece ser um fator de grande importância. No entanto ele também tem seu lado negativo, uma vez que a eletricidade consumida por esses sistemas provém sobretudo de fontes fósseis. Portanto, quanto mais se refrigera, mais se contribui para a mudança climática e mais as temperaturas sobem, formando-se um círculo vicioso.
Em termos de combate aos efeitos da mudança do clima global, Kendrovski ressalta que “se o sistema de saúde fosse mais bem adaptado aos sistemas meteorológicos, seria possível evitar muitos problemas de saúde causados pela onda de calor”.
Lançando o apelo “Não devemos subestimar o calor”, Sandholz, por sua vez, prefere apostar no planejamento urbano: parques ou corredores de vento poderiam minorar o efeito das altas temperaturas sobre as cidades, defende a funcionária da ONU.
Fonte: DW