O presidente americano, Joe Biden, anunciou nesta quarta-feira (24) que a maioria dos egressos do ensino superior nos Estados Unidos que mantêm dívidas estudantis terão um alívio de US$ 10 mil (R$ 51 mil).
“Cumprindo minha promessa de campanha, minha administração está anunciando um plano para dar um alívio às famílias trabalhadoras e de classe média, enquanto se preparam para retomar os pagamentos dos empréstimos estudantis federais, em janeiro de 2023”, tuitou Biden.
O desconto de US$ 10 mil, anunciado a três meses das eleições de meio de mandato, tradicionalmente difíceis para o Partido Democrata no poder, só se aplica a quem ganhar menos de US$ 125 mil (R$ 639 mil) ao ano.
Para quem frequentou a universidade com ajuda do governo por meio das bolsas Pell, o desconto será de US$ 20 mil (R$ 102 mil) .
Segundo um estudo da universidade da Pensilvânia, o alívio de US$ 10 mil por si só custaria ao Estado cerca de US$ 300 bilhões (R$ 1,5 trilhão).
O gasto é necessário não só por questões de justiça social, mas também para que os “EUA ganhem a competição econômica do século 21” graças à educação, justificou o presidente de 79 anos, durante um discurso posterior.
Segundo Biden, o desconto será financiado com a redução do déficit, alcançada em seu mandato.
Joe classe média
O presidente democrata, apelidado de “Joe Classe Média”, volta a se apresentar como um defensor deste grupo socioeconômico, em oposição à redução de impostos para empresas, decretada por seu antecessor, o republicano Donald Trump.
A discussão sobre a dívida estudantil foi de fato intensa, como ocorre toda vez que se propõe transferir gastos privados à esfera pública em saúde e educação nos EUA.
O governador de Indiana, nos Estados Unidos, chegou a Taipei neste domingo (21), tornando-se a mais recente autoridade do país a pousar em Taiwan. A visita ocorre em um momento de tensão entre os norte-americanos e o governo da China, que considera a ilha parte de seu território.
Desde que a presidente da Câmara dos EUA, Nancy Pelosi, fez uma visita de dois dias a Taipei no início de agosto, o clima entre as superpotências vem esquentando. Nos últimos dias, os chineses realizaram diversos exercícios de guerra perto do país.
Na semana passada, um segundo grupo de parlamentares norte-americanos visitou Taiwan, que é democraticamente governada.
O governador Eric Holcomb, que também irá à Coreia do Sul, deve visitar se reunir com a presidente Tsai Ing-wen na manhã de segunda-feira (22). “Estou energizado para passar esta semana construindo novos relacionamentos, reforçando aqueles de longa data e fortalecendo importantes parcerias do setor com Taiwan e Coreia do Sul“, disse o governador de Indiana, no Twitter.
Um homem em Montenegro abriu fogo contra alguns civis após uma disputa familiar, matando 11 pessoas antes de ser morto em um tiroteio com a polícia, informou a TV estatal nesta sexta-feira (12), citando fontes policiais.
A TV estatal RTCG informou que o atirador de 34 anos feriu outras seis pessoas, incluindo um policial, no bairro da Medovina, cidade de Cetinje, perto da sede do antigo governo real. A cidade fica a 36 quilômetros a oeste de Podogrica, a atual capital da pequena nação balcânica.
A RTCG, citando testemunhas, disse que o agressor estava atirando aleatoriamente em pessoas andando na rua, inclusive em crianças. Quatro dos feridos foram transferidos para um hospital em Cetinje, enquanto outros dois com ferimentos graves foram enviados para o Centro Clínico de Podgorica.
O local do ataque foi isolado pela polícia.
A polícia ainda não divulgou um comunicado oficial sobre o ataque.
Diante da perspectiva de uma eventual crise energética no inverno, discute-se acaloradamente na Alemanha sobre as últimas três usinas nucleares em funcionamento, que, em princípio, deveriam ser desconectadas da rede até 31 de dezembro.
Funcionamento prolongado com capacidade reduzida, prorrogação por anos, ou até mesmo a reativação de unidades já desligadas no contexto do programa de abandono da energia nuclear? Todas as opções estão sendo discutidas. Enquanto isso, em outros 12 dos 27 países-membros da União Europeia, a energia continua sendo utilizada para produção de eletricidade, em proporções diversas.
Único abandono total: Alemanha
Em 1998, a coalizão de governo verde-social-democrata da Alemanha decidiu implementar a reivindicação de parte da população de que se deixasse de usar a energia nuclear. Em 2009, o governo liderado pelos democratas-cristãos retirou a decisão e no ano seguinte prolongou o prazo de vida dos reatores.
Após o devastador acidente atômico de Fukushima, em 2011, mudou-se de perspectiva, e a chanceler federal Angela Merkel cuidou para que se voltasse a aprovar o abandono nuclear. De 17 reatores, até hoje 14 foram desativados, e os três restantes, responsáveis por 6% do abastecimento elétrico alemão, não deveriam passar de 2022. Porém o plano de substituí-los provisoriamente por usinas a gás tornou-se impossível com o início da guerra da Rússia contra a Ucrânia.
Abandono adiado: Bélgica
No segundo semestre de 2022, após a invasão da Ucrânia pela Rússia, a Bélgica congelou por nada menos do que dez anos a decisão de abandonar a energia nuclear. No momento, 50% da eletricidade do país é de origem nuclear, e até 2035 dois dos sete reatores ativos seguirão funcionando. Têm partido da Alemanha críticas repetidas aos padrões de segurança das centrais belgas.
A Polônia até agora não adotou a energia nuclear, mas quer começar, e seu primeiro reator deverá estar pronto em 2033. Empresas dos Estados Unidos, Coreia do Sul e França competem para participar do projeto. O plano original de cooperação com a vizinha Lituânia foi posto de lado. Varsóvia quer reduzir as emissões de dióxido de carbono provenientes da queima de carvão e considera a energia nuclear limpa.
Até 2009, a Lituânia produzia eletricidade com o velho reator Ignalina, da era soviética. Sob pressão da União Europeia, ele foi fechado por considerações de segurança. A construção de uma nova usina, a Visagina, foi suspensa em 2016, após um referendo com resultado negativo. Contudo, o governo lituano ainda planeja construir novas usinas.
A Holanda desistiu do abandono da energia nuclear decretado em 2021. Em vez disso, o governo pretende construir duas novas usinas. A central atualmente em funcionamento cobre 3% da demanda nacional de eletricidade.
Seis usinas produzem 40% da eletricidade da Suécia. O país havia decidido em 1980 abandonar a energia nuclear, assim que não fosse mais possível a operação comercial das centrais existentes. Em 2010, porém, a decisão foi revogada e até dez reatores podem seguir em funcionamento. Ao mesmo tempo, quatro usinas mais antigas foram desativadas. Em princípio, Estocolmo pretende reduzir a participação nuclear em sua matriz energética, mas não menciona datas concretas.
Na França praticamente não há dúvida quanto à utilização da energia nuclear: 56 reatores, muitos dos quais atualmente em manutenção, produzem cerca de 70% da eletricidade que a população também usa para a calefação. Um novo reator está sendo construído, há seis outros em planejamento e propostas para a substituição de oito centrais antigas.
Como maior exportador de eletricidade da Europa, o país também vende sua energia de origem nuclear para o Reino Unido e a Itália. Paris pretendia, até 2025, reduzir a 50% a participação da energia nuclear, porém já em 2019 esse plano foi adiado em dez anos.
A Finlândia tem cinco reatores em atividade, um sexto entrará definitivamente na rede até o fim de 2022. A firma russa Rosatom estava originalmente contratada para construir mais uma usina em Hanhikivi, porém os finlandeses cancelaram o contrato após o início da invasão da Ucrânia. O país será o primeiro a possuir um depósito final de lixo atômico, onde os elementos irradiados ficarão armazenados por milênios.
A Hungria aposta incondicionalmente na Rússia, não só para seu gás como na energia nuclear, para desagrado dos demais Estados-membros da UE. Além das quatro usinas em funcionamento, a firma russa Rosatom instalará mais duas, cuja primeira fase de construção se inicia em setembro. Assim, a parcela nuclear na matriz energética nacional subirá de 50% para 60%. Em julho, o ministro húngaro do Exterior, Peter Szijjártó, esteve em Moscou, a fim de selar definitivamente o negócio.
Planos de expansão: Bulgária, R. Tcheca, Romênia, Eslováquia, Eslovênia, Espanha
Dois reatores cobrem atualmente 30% da demanda energética da Bulgária, que pretende ampliar sua rede de energia nuclear. A construção por empresas russas de um reator em Belene foi cancelada no segundo semestre de 2022, e o país aposta agora em reatores menores, apropriados para instalação descentralizada.
A postura da República Tcheca em relação à energia nuclear é positiva. Com seis usinas, ela produz assim 30% de sua eletricidade. Uma nova expansão está prevista até 2040, a fim de reduzir as emissões de CO2 das usinas a gás e carvão mineral.
Na Romênia há duas usinas em funcionamento, cobrindo de 15% a 20% da demanda de eletricidade, e o governo pretende ampliar essa fonte de energia, mas sem ter ainda planos muito concretos.
A Eslováquia satisfaz cerca da metade de sua demanda com quatro reatores nucleares. Essa forma de energia tem amplo apoio no governo. Os bastões radioativos são atualmente fornecidos pela Rússia, mas a intenção é substituí-los com extração de urânio local. Planeja-se uma unidade de processamento para os elementos irradiados, mas apenas depósitos provisórios para o lixo atômico.
A Eslovênia opera juntamente com a vizinha Croácia uma usina nuclear que atende a 36% de sua demanda. Cogita-se construir um segundo reator, com um depósito provisório de lixo nuclear nas vizinhanças.
Cerca de um quarto da eletricidade da Espanha vem de sete usinas nucleares, e o futuro dessa energia no país depende de quem está no governo. Tradicionalmente, os socialistas tendem a uma contenção, enquanto conservadores são a favor da ampliação. No momento a decisão é não construir novas centrais, mas reformar as existentes. As licenças de funcionamento se encerram entre 2027 e 2035. Nos últimos anos, três unidades mais antigas foram desconectadas. Estuda-se explorar as jazidas nacionais de urânio.
A União Europeia considera a energia nuclear sustentável, e seus Estados-membros têm autonomia para definir com que tipo de matriz energética pretendem alcançar as metas climáticas até 2050. Em todo o bloco, atualmente 25% da eletricidade é de origem nuclear.
Diversos barcos de guerra dos Estados Unidos navegavam pelas águas da região de Taiwan no momento em que a presidente da Câmara dos Representantes, Nancy Pelosi, chegou à ilha nesta terça-feira (2), de acordo com militares que pediram para não serem identificados.
A China, que considera Taiwan uma província rebelde, anunciou que seu exército lançaria “ações militares seletivas” em resposta à visita.
A Sétima Frota dos Estados Unidos tuitou que o porta-aviões USS Ronald Reagan, que circula pela região desde o começo de julho, estava posicionado no Mar das Filipinas, ao sul de Taiwan.
A Marinha americana publicou imagens do USS Ronald Reagan realizando manobras no domingo, junto com o cargueiro USS Carl Brashear.
O porta-aviões e seu grupo aerotransportado realizam uma missão de rotina no Pacífico Ocidental, informou uma funcionária americana que pediu o anonimato.
No mesmo momento, um barco anfíbio dos fuzileiros navais, o USS Tripoli, navegava a leste de Taiwan, segundo o Instituto Naval dos Estados Unidos (USNI, na sigla em inglês), um órgão independente próximo da Marinha americana.
O Ronald Reagan e o Tripoli são embarcações que contam com aviões de combate F-35, de última geração, segundo o USNI.
O Pentágono garantiu que a presença desses dois barcos na região não tem relação com a visita de Pelosi, a funcionária de mais alta categoria a visitar a ilha desde 1997, quando o então presidente da Câmara dos Representantes, Newt Gingrich, esteve em Taipei.
“Vamos garantir que ela tenha uma visita segura”, afirmou o porta-voz do Conselho de Segurança Nacional, John Kirby.
As forças russas voltaram a bombardear as regiões de Kiev e de Chernihiv, no norte da Ucrânia. Ao mesmo tempo, estão a reforçar a mobilização de meios para o sul onde está em curso uma contra ofensiva ucraniana para reconquistar território ocupado.
As forças armadas ucranianas confirmaram na manhã desta quinta-feira que o exército atacou a região de Kiev e Chernihiv pela primeira vez em várias semanas. Este ataque, segundo as entidades ucranianas atingiu um edifício que foi destruído, e outros dois que apenas foram atingidos.
Esta quinta-feira é o dia do Estado ucraniano, e o Presidente aproveitou a data para reforçar a promessa de resistência.
“Lutaremos pelo nosso estado até ao fim, até ao último tiro, até ao último soldado – só que não o nosso, mas os inimigos”. Iremos viver para lutar e lutar para viver. Não desistiremos até expulsarmos o último ocupante da nossa casa”.
As forças ucranianas centram-se agora na região sul onde tentam recuperar algumas zonas tais como Kherson, cidade onde já atacaram uma ponte que era utilizada como via de abastecimento para o exército russo.
Segundo o Governo ucraniano as tropas russas estão também a investir mais esforços no sul da Ucrânia, em contrário à estratégia adotada no início do conflito, onde a zona leste era o principal foco do Kremlin.
O Ministério da Economia confirmou hoje (25) que o Reino Unido decidiu não mais aplicar medidas tributárias protetivas sobre a importação de chapas de aço e de produtos de aço laminados a frio.
Segundo a pasta, a decisão britânica foi anunciada na sexta-feira (23), apenas quatro dias após a Comissão de Comércio Internacional dos Estados Unidos (ITC) decidir revogar as tarifas de defesa comercial (antidumping) que há mais de 5 anos vinham sendo cobradas dos produtos de aço laminados a frio provenientes do Brasil.
Eliminadas as salvaguardas, o aço brasileiro se torna comercialmente mais competitivo. O Reino Unido e os Estados Unidos são dois dos principais mercados para os produtos siderúrgicos brasileiros. Dos cerca de US$ 7,3 bilhões que o Brasil exportou ao mundo em 2019, mais de US$ 3,4 bilhões foram destinados ao Reino Unido e aos Estados Unidos.
De acordo com o Ministério da Economia, as autoridades britânicas foram convencidas pelo argumento de que o volume da exportação brasileira se enquadrava nos parâmetros de isenção tributária autorizada por acordos assinados no âmbito da Organização Mundial do Comércio (OMC).
Há cerca de um ano, toda chapa de aço e produto de aço laminados a frio que as siderúrgicas brasileiras vendiam ao Reino Unido acima do volume máximo periodicamente revisto pelas autoridades britânicas estavam sujeitos a uma sobretaxa de 25%.
Já os Estados Unidos deixarão de cobrar taxas adicionais que podiam chegar a 46% (35% de direito antidumping e 11% de medida compensatória) dos produtos de aço laminados a frio comprados do Brasil. Segundo o Ministério da Economia, a decisão norte-americana se aplica exclusivamente aos produtos brasileiros, tendo sido mantidas as medidas protetivas aplicadas a outros países.
Revisão
No mesmo dia em que revisou as condições para a importação de produtos siderúrgicos do Brasil, a Comissão de Comércio Internacional dos Estados Unidos reavaliou as medidas protetivas aplicadas aos produtos da China, Índia, Japão, Coreia do Sul e Reino Unido.
Em nota, a comissão norte-americana explicou que a ação se enquadra no processo de revisão que normas de comércio internacional estabelecem que deve ocorrer a cada 5 anos. Por essas normas, nesse prazo, os Estados Unidos devem revogar eventuais medidas de proteção ou compensatórias caso não consiga determinar que fazê-lo provavelmente levará à continuação ou reincidência das condições que os motivaram as mesmas medidas.
Edição: Fernando Fraga
Francis Fukuyama foi alçado à fama em 1989 ao publicar o artigo “O fim da história?”, em que argumentava que a democracia liberal e o capitalismo de livre mercado são o ponto final da evolução sociocultural da sociedade. Três anos depois, o cientista político, filósofo e economista nipo-americano publicaria “O fim da história e o último homem”, expandindo essas ideias.
No fim de junho, autoridades da Rússia proibiram Fukuyama de entrar no país. A DW conversou com ele poucos dias depois de seu ingresso no conselho consultivo da organização Anti-Corruption Foundation International, criada pelo dissidente russo Alexei Navalny, que está preso.
Na entrevista, Fukuyama disse ser uma honra estar na lista de críticos de Moscou, um regime que, segundo ele, hoje mais se parece com a Alemanha nazista.
“Sua única ideologia é uma espécie de nacionalismo extremo, mas ainda menos desenvolvido que o dos nazistas. É também um regime muito mal institucionalizado. Realmente gira em torno de um homem, Vladimir Putin, que controla de fato todas as grandes alavancas do poder.”
O cientista político de 69 anos também elaborou sobre um eventual retorno de Donald Trump à Presidência americana em 2024, que “resolveria todos os problemas da Rússia“.
“Ele aparentemente está comprometido em retirar os Estados Unidos da Otan. A Rússia terá alcançado seus principais objetivos simplesmente por essa mudança na política americana”, alerta.
DW: Como o senhor se sente por estar na lista de proibidos de entrar na Rússia?
Francis Fukuyama: Considero uma honra estar na lista. Todos os críticos estrangeiros importantes da Rússia e da invasão russa da Ucrânia foram incluídos nessa lista, e na verdade eu estava me perguntando por que eles demoraram tanto para chegar até mim.
Por que se juntou ao conselho da Anti-Corruption Foundation?
Sou um grande admirador de Alexei Navalny, conheci-o em Varsóvia em 2019. Corrupção é um problema muito grande na Rússia e em todo o mundo, e estou muito feliz em apoiar a fundação dele de todas as maneiras possíveis.
O presidente russo, Vladimir Putin, disse recentemente: “Nós apenas começamos”, referindo-se à guerra na Ucrânia. Ele está blefando?
Acho que ele está mentindo, assim como sobre muitas coisas. Analistas militares do Ocidente que têm observado o dispositivo de forças russo notaram que, no momento, a Rússia está passando por uma escassez de contingente muito grave.
Eles perderam talvez um terço de todas as forças originalmente reunidas para derrotar a Ucrânia. As estimativas de baixas russas são incertas, mas foram possivelmente 20 mil mortos e talvez 60 mil feridos, além dos prisioneiros. E para um país do tamanho da Rússia, isso é realmente um desastre militar.
Então acho que, levando em conta que os russos tiveram ganhos muito marginais nos dois meses desde que começaram a se concentrar no Donbass, não acho que eles tenham muito de reserva, e Putin está blefando quando diz que estão apenas começando.
Qual poderia ser uma estratégia bem-sucedida para a Ucrânia?
A estratégia mais realista neste momento é focar no sul, para reabrir o acesso da Ucrânia ao Mar Negro, retomando Kherson e outros portos no Mar de Azov. Isso é mais importante do que o Donbass [região do sul da Ucrânia em parte no poder de separatistas pró-russos]. Acredito que retomar o Donbass será bastante difícil nos próximos meses.
Mas até o final do verão [junho a setembro na Europa], seria possível ver algum progresso real no sul. É muito, muito importante para a Ucrânia recuperar esse acesso, para que possa retomar as exportações de todos os seu produtos agrícolas a partir de seus portos do Mar Negro e quebrar o bloqueio russo de Odessa.
Como a situação poderia mudar se Donald Trump fosse reeleito presidente dos Estados Unidos?
Se Donald Trump voltar em 2024, isso resolve todos os problemas da Rússia, porque ele aparentemente está comprometido em retirar os EUA da Otan. A Rússia terá alcançado seus principais objetivos simplesmente por essa mudança na política americana.
E é por isso que acho muito importante a Ucrânia fazer algum progresso e recuperar o impulso militar durante o verão, porque a unidade no Ocidente realmente depende de se acreditar que há uma solução militar para o problema no curto prazo.
Caso se sinta que estamos simplesmente enfrentando um impasse prolongado que vai durar para sempre, então acho que a unidade começará a se romper, e haverá mais pedidos de que a Ucrânia ceda território para acabar com a guerra.