Um controlador de tráfego aéreo perdeu a própria vida ao ajudar um avião de passageiros a escapar do terremoto que já deixou mais 800 mortos na Indonésia.
Anthonius Gunawan Agung, de 21 anos, estava na torre de controle do aeroporto de Palu, no centro da ilha de Sulawesi, quando o tremor de magnitude 7,5 atingiu o país, na sexta-feira.
- O jovem que ficou perdido no mar três vezes
- O supervoluntário de 78 anos que percorre o Japão para ajudar vítimas de desastres
Ele esperou até que o avião decolasse antes de pular da torre de controle, que já estava em ruínas. Morreu antes que pudesse ser levado para um hospital especializado.
“Agung se dedicou ao trabalho até o fim da vida e não deixou a torre de controle até o avião decolar”, disse Didet KS Radityo, da agência de navegação aérea da Indonésia, ao jornal Jacarta Post.
Na tarde de sexta-feira, Agung estava liberando um voo da companhia Batik Air para decolagem quando os tremores tiveram início.
Os colegas do controlador de voo que não estavam orientando aeronaves naquele momento evacuaram o prédio quando terremoto começou, mas o rapaz se recusou a deixar o posto até que o avião decolasse em segurança.
Tão logo a aeronave deixou o solo, o teto da torre de quatro andares desmoronou. Agung pulou da janela e quebrou as pernas, braços e costela.
Ele foi levado ao um hospital, mas morreu antes que um helicóptero o levasse a uma unidade especializada.
Herói
Agung está sendo saudado como herói na Indonésia por ter sacrificado a própria vida para salvar os passageiros e a tripulação.
Ele foi postumamente promovido, “como uma forma de agradecimento por sua notável dedicação”, informou a agência de navegação aérea da Indonésia.
O controlador de voo também foi enterrado com honras militares. A história do sacrifício de Agung rapidamente viralizou na internet.
Yohannes Sirait disse à rede de televisão ABC que a decisão dele de permanecer na torre de controle pode ter salvado centenas de vidas.
Resgate difícil
Agung é uma das 832 pessoas que morreram no terremoto, segundo balanço divulgado no domingo. Esse número ainda pode subir, porque dezenas de pessoas seguem desaparecidas e mais de 500 estão feridas – muitas em estado grave.
A Cruz Vermelha estima que cerca de 1,6 milhão de pessoas tenham sido afetadas pelo terremoto ou pelo tsunami com ondas de pelo menos dois metros formadas pelo tremor.
Equipes de resgate, contudo, enfrentam dificuldades para acessar e entrar em contato com as áreas afetadas por causa das estradas bloqueadas, um aeroporto danificado e telecomunicações interrompidas.
“A comunicação está limitada e os equipamentos também. Não é suficiente para o número de prédios que foram destruídos”, disse Sutopo Purwo Nugroho, porta-voz da Agência Nacional de Mitigação de Desastres.
Como o terremoto também atingiu os hospitais, a maioria das pessoas está sendo tratada ao ar livre – as Forças Armadas ergueram um hospital de campanha e assumiram o comando do aeroporto para transportar vítimas e receber suprimentos.
Milhares de pessoas estão dormindo na rua, com medo de que suas casas estejam com as estruturas ameaçadas.
Com suprimentos limitados, as pessoas têm invadido lojas em busca de comida, água e remédios.
Valas comuns
Segundo autoridades, os corpos vão começar a ser enterrados em valas coletivas.
Em Palu, cidade com cerca de 350 mil habitantes na costa oeste da ilha de Sulawesi, foi registrado o maior número de mortos. Centenas de pessoas estavam na praia da cidade para um festival e foram surpreendidas pelo tsunami que se formou com o terremoto.
Um sofisticado sistema de alerta contra tsunamis foi implantado em toda a região do Pacífico após o desastre de 2004, que matou quase 250 mil pessoas. Ainda não está claro, contudo, se o sistema funcionou na Indonésia. Autoridades locais queixam-se de falta de verbas para instalar todos os equipamentos.
Fonte: BBC NEWS
Mais de 380 pessoas morreram depois que um tsunami desencadeado por um terremoto de magnitude 7,5 atingiu uma cidade da Indonésia na sexta-feira. Ondas de três metros de altura varreram Palu, na ilha de Sulawesi.
O número de mortes confirmado pelo órgão de resgate da Indonésia é de 384, mas deve aumentar. Pelo menos 540 pessoas ficaram feridas. Centenas de pessoas estavam se preparando para um festival na praia em Palu, previsto para começar na noite de sexta.
“Muitos corpos foram encontrados na costa, devido ao tsunami, mas os números ainda não são conhecidos”, afirmou o porta-voz do órgão, Sutopo Purwo Nugroho, em entrevista para a Reuters.
“Quando a ameaça surgiu, as pessoas ainda estavam fazendo suas atividades na praia e não correram imediatamente, e se tornaram vítimas”, relatou. Algumas pessoas sobreviveram ao subir em árvores de seis metros de altura, para fugir das ondas, disse o porta-voz.
Fortes tremores secundários continuam a ser sentidos na cidade. Milhares de casas desmoronaram, além de hospitais, hotéis e comércios.
Um vídeo postado nas redes sociais mostra pessoas gritando e fugindo em pânico. Nas imagens, é possível ver uma mesquita entre os edifícios atingidos.
Terremoto danificou hospital, aeroporto e estradas, dificultando resgate
O resgate está em andamento, mas é prejudicado por um grande corte de energia. Além disso, a principal cidade que leva a Palu está bloqueada por um deslizamento de terra. Uma ponte chave para o deslocamento desmoronou.
O presidente da Indonésia, Joko Widodo, afirmou neste sábado que tropas estavam a caminho de Palu para reforçar o resgate e ajudar na remoção de corpos.
O aeroporto de Palu foi fechado. Um ministro afirmou que a pista foi danificada, mas esperava-se que helicópteros ainda pudessem aterrissar.
O principal hospital da cidade também foi danificado pelo terremoto. Uma filmagem de TV mostra dezenas de pessoas feridas sendo socorridas em tendas médicas improvisadas a céu aberto.
“A situação é caótica, as pessoas estão correndo pelas ruas e prédios estão ruindo. Há um navio encalhado em terra firme”, afirmou Dwikorita Karnawati, chefe da agência de meteorologia e geofísica da Indonésia.
Cerca de 600 mil pessoas vivem em Palu.
Indonésia fica em área propensa a ter terremotos
O terremoto foi registrado pouco antes das 18h no horário local, de acordo com o Serviço Geológico dos Estados Unidos. O epicentro foi a área central de Sulawesi, a cerca de 80 km de Palu. Um alerta de tsunami foi disparado.
Também na sexta-feira, um terremoto mais fraco matou pelo menos uma pessoa e feriu outras dez perto de Palu, no povoado de Donggala.
Em 2004, um tsunami gerado por um terremoto na ilha de Sumatra, na Indonésia, matou 226 mil pessoas em diversos pontos do Oceano Índico, incluindo mais de 120 mil na própria Indonésia.
A Indonésia é propensa a ter terremotos porque está em uma área chamada de Círculo de Fogo do Pacífico – uma linha de tremores frequentes e erupções vulcânicas, que circunda a orla do Pacífico.
No mês passado, uma série de terremotos atingiu a ilha de Lombok, na Indonésia. O maior deles, em 5 de agosto, matou mais de 460 pessoas.
Fonte: BBC News
A modelo iraquiana Tara Fares, de 22 anos, foi morta a tiros em uma emboscada em Bagdá, informou o Ministério do Interior do Iraque.
Um comunicado oficial informa que a jovem chegou ao hospital por volta das 17h45 (horário local) de quinta-feira (27) com três ferimentos de bala que provocaram a sua morte. As autoridades locais investigam o crime.
Tara Fares foi escolhida Miss Bagdá em 2015 e era muito influente nas redes sociais, contando com mais de 2,6 milhões de seguidores no Instagram.
No perfil da vítima já foi publicada uma homenagem póstuma com a seguinte legenda: “Alá perdoá-la e concedê-la com Sua grande misericórdia”.
Fonte: Notícias ao Minuto
As principais centrais sindicais da Argentina realizam nesta terça-feira (25) a quarta greve geral contra o governo do presidente Mauricio Macri, que discursará hoje na 73ª Assembleia-Geral das Nações Unidas, em Nova York.
A greve – que paralisará transportes públicos, aeroportos e bancos – foi convocada pela Confederação Geral do Trabalho (CGT) contra as medidas de ajuste econômico, que o presidente adotou para obter uma linha de credito de 50 bilhões de dólares do Fundo Monetário Internacional (FMI).
Desde o final da tarde de ontem, as seis linhas do metrô de Buenos Aires estavam completamente paralisadas. Trens e ônibus urbanos também não funcionam hoje e dificilmente haverá táxis circulando pelas ruas.
Quanto aos aviões, é majoritária a adesão dos sindicatos de técnicos e pilotos; e as empresas como Aerolíneas Argentinas e Latam já anunciaram o cancelamento de seus voos domésticos, sugerindo aos clientes que reprogramem suas viagens.
Nos hospitais públicos do país, devem funcionar os serviços mínimos para emergências; não haverá aulas nas escolas, nem atividade nos portos e os bancos ficarão com as portas fechadas durante todo o dia.
Os serviços de coleta de lixo e postos de combustível também serão afetados pela paralisação. Comerciantes, caminhoneiros e funcionários do Judiciário argentino também aderiram à greve.
Na segunda-feira, a Central de Trabalhadores da Argentina (CTA) iniciou a paralisação de 36 horas com uma grande mobilização na Plaza de Mayo, em Buenos Aires. Centrais sindicais, organizações sociais e forças opositoras de centro-esquerda teceram fortes críticas a Macri e advertiram que vão aprofundar os protestos contra o plano de ajuste fiscal do governo.
Sob o slogan “Pare o ajuste”, dezenas de milhares de pessoas marcharam de diferentes pontos da cidade até a praça em frente à sede do governo.
“Estamos passando por demissões em massa em toda a Argentina. Eles estão destruindo o pouco que nos resta da indústria e estão batendo consistentemente no poder de compra do povo argentino”, disse o secretário-geral da Confederação de Trabalhadores Autônomos da Argentina (CTA-A), Pablo Micheli. “Aqui devemos unir forças, devemos fazer todos os protestos necessários para que esse modelo econômico caia”, afirmou.
Os movimentos pediam ao governo para declarar emergência alimentar e o aumento de 100% de gastos públicos com a assistência social.
“Mauricio Macri deixou de governar a Argentina, cada medida que toma precisa consultar com o FMI”, afirmou Joaquín Noya, um dos manifestantes que seguiram até a Casa Rosada, sede da presidência.
A taxa de desemprego segue em alta, com 9,6% no segundo semestre, e o índice de pobreza que será anunciado esta semana deve interromper a tendência de queda: ao final de 2017 era de 25%.
As greves anteriores de 24 horas promovidas contra o atual governo por parte da CGT aconteceram em abril e dezembro de 2017 e no final do último mês de junho.
O presidente argentino reiterou que este não é “um momento oportuno” para fazer uma nova greve, que segundo as estimativas terá um custo econômico de aproximadamente 31,6 bilhões de pesos argentinos (847,16 milhões de dólares), equivalente a 0,2% do Produto Interno Bruto (PIB).
Crise econômica
Macri aproveitou a viagem aos Estados Unidos para assegurar aos mercados que conseguirá renegociar o acordo com o FMI, fechado em junho, e para garantir que não há risco de o país decretar moratória da dívida externa, como em 2001.
O FMI e o governo de Macri acordaram, em junho, um programa de ajuda de 50 bilhões de dólares em três anos, dos quais 15 bilhões já foram repassados. O apoio da instituição financeira ao governo argentino foi bem recebida pelos mercados, mas não impediu o ataque especulativo contra a moeda argentina, o peso, que acumula desvalorização de mais de 50% neste ano.
A ampliação do crédito original pelo FMI tenderá a vir acompanhado por contrapartidas na área fiscal. Macri já está em negociação com o Congresso de seu plano de déficit primário zero em 2019 e prepara um projeto para a limitação da expansão dos gastos públicos. O FMI deverá exigir mais, além de impor o modelo que lhe pareça mais adequado para a Argentina.
O ministro da Economia argentino, Nicolas Dujovne, prometeu zerar o déficit público no próximo ano em troca da antecipação dos desembolsos previstos para 2020 e 2021. O pedido de renegociação foi feito depois de a Argentina sofrer uma segunda corrida cambial em agosto, que o governo atribuiu à desconfiança dos mercados em sua capacidade de honrar seus compromissos em 2019.
O governo depende do Congresso, onde não tem maioria, para aprovar o orçamento de 2019, que prevê cortes nos gastos públicos – justamente em ano de eleição presidencial.
Macri disse que é candidato a um segundo mandato e que não mudará o rumo da política econômica, apesar de estar pagando um alto preço político.
O governo argentino atribuiu a crise a fatores que escapam do seu controle, entre eles, a pior seca em 50 anos e a guerra comercial entre Estados Unidos e China. Mas, segundo Macri, o pior já passou e a economia deve voltar a crescer no segundo semestre.
Fonte: Veja.com
Foram anos de rumores, saídas em falso e curtos-circuitos. Mas finalmente a China e o Vaticano assinaram um acordo histórico que torna definitivamente mais próximo o degelo das relações diplomáticas, rompidas desde 1951, quando Mao Tsé-tung expulsou o núncio apostólico e os missionários católicos da República Popular. O primeiro passo tem caráter religioso e consiste no reconhecimento por parte do Vaticano de 7 dos 60 bispos nomeados pelo regime chinês durante as últimas décadas, e que a Santa Sé se recusava a legitimar. Chega assim ao fim uma etapa em que duas Igrejas paralelas conviviam: a oficial (controlada da Associação Católica Patriótica) e a clandestina (pelo Vaticano). Pequim considerou até hoje uma ingerência que as nomeações viessem de Roma, e não reconhecia a autoridade do Papa como chefe da Igreja Católica. A Santa Sé, por sua vez, não aceitava que esses bispos fossem impostos pelo regime comunista, algo que não acontece em nenhum outro país.
As duas Igrejas passarão agora a ser uma só, e a última palavra sobre os bispos, supõe-se, será do Pontífice. Entretanto, a decisão será tomada conjuntamente, seguindo propostas de Pequim, informaram algumas fontes. O acordo, cujo conteúdo não foi publicado, é provisório e será periodicamente revisado e aperfeiçoado (fala-se em dois anos com primeira experiência), informou a Santa Sé em nota oficial. Assinaram o documento o subsecretário para as Relações Internacionais do Vaticano, Antoine Camilleri, e o vice-chanceler chinês, Wang Chao. Com a habitual prudência, o porta-voz do Papa, Greg Burke, especificou o objetivo do acordo: “Este não o final de um processo. É o começo. Isto surgiu através do diálogo, da escuta paciente por ambos os lados, mesmo quando se vinha de posições muito diferentes. O objetivo não é político, e sim pastoral. Permitirá aos fiéis terem bispos em comunhão com Roma, mas ao mesmo tempo reconhecidos pela autoridade chinesa”.
A concessão da Santa Sé, pouco habituada a oferecer tanto terreno nas negociações com outros Estados, foi notável e altamente criticada por vários setores da Igreja —especialmente algum dos bispos que durante anos viveram na clandestinidade e perseguidos pelo regime, como Joseph Zen, ex-arcebispo de Hong Kong. O secretário de Estado do Vaticano, Pietro Parolin, rebateu as críticas nesta sexta-feira defendendo a pertinência de um passo deste tipo. O acordo, supostamente, agora obrigará alguns desses prelados a entregarem seu cargo aos escolhidos pela China. Em troca, o regime reconhecerá o Pontífice como chefe único da Igreja Católica, e haverá uma só instituição no país, como explicou Parolin em uma mensagem por vídeo. “Pela primeira vez, hoje, todos os bispos na China estão em comunhão com o Santo Padre, com o Papa, com o Sucessor de Pedro […]. É necessário unidade, confiança, e é necessário termos bons Bispos que sejam reconhecidos pelo Papa, pelo Sucessor de Pedro e pelas legítimas autoridades civis de seu País. E o Acordo vai nessa linha.”
O acordo com a segunda maior economia do mundo —que, segundo o comunicado, “cria as condições para uma colaboração mais ampla em nível bilateral”— coincide com a chegada do Papa à Lituânia, dando início a uma viagem pelos países bálticos. Um momento pouco propício para um anúncio desse porte, que ofusca o resto da sua agenda e deixa a visita em segundo plano. Um elemento a mais que leva a pensar no nível de imposições da China nesta longa negociação, que também encontra neste avanço um elemento de pressão a mais em sua guerra comercial contra os EUA.
O Vaticano, entretanto, tinha muito interesse em virar a página de um período de distanciamento em relação ao país onde o protestantismo e o catolicismo mais crescem, e onde poderia ter um enorme reservatório de fiéis e vocações eclesiásticas. Pouco a pouco, o gigante asiático avança na ocupação da hegemonia cultural e política à qual os EUA vêm renunciando pelas mãos de seu presidente, Donald Trump.
Há na China 12 milhões de católicos oficiais e 40 milhões de cristãos, embora alguns especialistas calculem que a cifra real poderia ultrapassar os 88 milhões de militantes do Partido Comunista da China. Esse país, segundo as estimativas do professor Yang Fenggang, da Universidade Purdue em Indiana (EUA), poderia ter até 2030 a maior população cristã da terra, com 247 milhões de crentes. Entretanto, atualmente há mais de 30 bispos clandestinos, escolhidos pelo Vaticano, mas carentes do reconhecimento do Governo. Alguns estão inclusive encarcerados, como o bispo de Mindong, Vincent Guo Xijin. O problema se dá em ambas as direções, porque o Governo chinês também nomeou outros sete bispos que o Vaticano considerava ilegítimos e que foram excomungados pela Santa Sé.
A operação foi muito complicada. Desde o pontificado de Bento XVI houve gestos contínuos nessa direção que permitiam intuir alguns avanços. De fato, Francisco rompeu em 2014 com décadas de frieza ao enviar um telegrama de saudações na sua passagem pelo espaço aéreo chinês a caminho da Coreia do Sul. A partir daí, o Papa argentino fez dessa uma prioridade de seu Pontificado. Em maio deste ano, a China deu de presente ao Vaticano duas obras do pintor Zhang Yang e pôs em marcha a chamada “diplomacia da arte”, que implicou também os seus museus. Pequim, por sua vez, havia emitido sinais contraditórios. O presidente Xi Jinping expressou em várias ocasiões sua desconfiança sobre ideologias procedentes do estrangeiro, e durante seus primeiros cinco anos de mandato endureceu fortemente o controle sobre a sociedade civil, as minorias étnicas e as religiões.
O outro grande entrave para o avanço definitivo é Taiwan, que a China considera parte inalienável de seu território e com a qual não está disposta que seus sócios mantenham relações diplomáticas. Esse deveria ser o segundo grande passo para a normalização definitiva dos vínculos. A Santa Sé é um dos poucos países que reconhecem diplomaticamente a ilha como um Estado. Aliás, Taiwan é um ponto estratégico para o Vaticano na Ásia: embora apenas 300.000 pessoas (1,55% de sua população) pratiquem o catolicismo, sua presença é visível através de universidades como a Fu-jen e a Wenzao. O vice-presidente Chen Chien-jen é um de seus fiéis. Mas fontes vaticanas já informaram em outras ocasiões que esse seria um problema menor se houvesse como superar a questão dos bispos.
A operação chinesa é crucial para a Igreja em um continente onde, depois da África, mais crescem os fiéis e as vocações cristãs. Antigos redutos importantes, como a América, retrocederam com o tempo, e o catolicismo (uma das cinco religiões que Pequim reconhece oficialmente, junto com o protestantismo, o islamismo, o budismo e o taoísmo) perde terreno frente a correntes como as evangélicas. Mas, além disso, o acordo do Vaticano com a segunda maior potência econômica do mundo é uma peça fundamental na disputa entre os EUA e a China e no avanço do país asiático para ocupar o espaço hegemônico que Trump começou a abandonar com o protecionismo norte-americano.
Fonte: EL PAÍS
Uma funcionária esfaqueou três bebês em uma creche em Nova York nesta sexta-feira antes de cortar os próprios pulsos e ser levada sob custódia, informou a polícia.
A mulher não identificada, que também esfaqueou dois adultos no incidente no bairro de Queens, estava em condição estável, disse Juanita Holmes, chefe-assistente de patrulha do Departamento de Polícia de Nova York, em entrevista coletiva.
A polícia não tinha detalhes sobre um possível motivo.
A funcionária de 52 anos é acusada de esfaquear duas meninas e um menino, com idades entre três dias e um mês, segundo a polícia. Todos os três foram hospitalizados e estavam em condição grave, mas estável.
A mulher também esfaqueou um homem de 31 anos, que se acredita ser o pai de uma das crianças, e uma mulher de 30 anos no berçário noturno, conhecido como Mei Xin Care.
Uma faca de cozinha e um cutelo foram encontrados no local, segundo a polícia.
Holmes disse que nove crianças e vários pais estavam no local particular quando o ataque ocorreu.
Os dois adultos que foram esfaqueados vivem na casa, disse o porta-voz da polícia, Thomas Antonetti, acrescentando que a agressora trabalhava no berçário, mas não morava lá.
Fonte: Reuters
O líder norte-coreano Kim Jong Un afirmou nesta quarta-feira que pode viajar a Seul em um futuro próximo, no que seria a primeira visita de um governante da Coreia do Norte à capital sul-coreana desde a divisão da península, e concordou em fechar um local de testes de mísseis.
“Prometi ao presidente Moon Jae-in que visitarei Seul em um futuro próximo”, disse Kim durante a entrevista coletiva ao final da reunião de cúpula em Pyongyang.
Moon Jae-in, que visitou a capital norte-coreana com o objetivo de relançar as negociações sobre a desnuclearização da Coreia do Norte Península, avaliou que a visita de Kim poderá ocorrer ainda este ano, sempre e quando não a impeçam “circunstâncias particulares”.
O presidente sul-coreano anunciou ainda que a Coreia do Norte aceitou “fechar de forma permanente” a área de testes de mísseis de Tongchang-ri, também conhecida como Sohae, “na presença de especialistas dos países afetados”.
A Coreia do Norte é alvo de múltiplas sanções do Conselho de Segurança da ONU devido a seus programas nuclear e balístico, proibidos, e já realizou vários lançamentos de mísseis a partir de Tongchang-ri.
Mas também anunciou disparos a partir de outras instalações, como o Aeroporto Internacional de Pyongyang, o que relativiza o alcance dos compromissos de Kim.
O presidente sul-coreano afirmou ainda que a Coreia do Norte poderá fechar o complexo nuclear de Yongbyon, desde que Washington adote as “medidas correspondentes”, uma medida também formulada de forma vaga.
Degelo e diplomacia
Moon e Kim se encontraram em abril para uma primeira reunião muito simbólica na Zona Desmilitarizada (DMZ) que divide a península.
Em junho aconteceu o encontro histórico, em Singapura, entre o líder norte-coreano e o presidente americano Donald Trump.
Na reunião de Singapura, Kim reiterou o compromisso norte-coreano a favor da desnuclearização da península, mas sem entrar em detalhes.
Washington e Pyongyang divergem sobre o que significa exatamente o compromisso.
O governo americano exige “uma desnuclearização definitiva e completamente verificada”, enquanto o regime norte-coreano quer uma declaração oficial dos Estados Unidos para encerrar a guerra da Coreia, que terminou em 1953 com um simples armistício.
Neste contexto, uma visita de Kim a Seul — inédita desde o fim da guerra — permitiria ao Norte e ao Sul a retomada de projetos de cooperação.
O dirigente norte-coreano deseja que seu país se beneficie da potência econômica do Sul, enquanto Moon pretende afastar da península o fantasma de um devastador conflito intercoreano.
Modernidade
O jornal Rodong Sinmun, órgão oficial do Partido Comunista que governa o Norte, fez uma grande cobertura da reunião, com a publicação de 35 fotos em quatro de suas seis páginas na edição desta quarta-feira.
A primeira página tem imagens do cumprimento entre os dois governantes no aeroporto de Pyongyang e da aclamação, cuidadosamente coreografada, durante a passagem de Kim e Moon pelas ruas da capital.
Pyongyang quer passar uma imagem de modernidade, o que se reflete em vários eventos previstos no programa oficial.
Nesta quarta-feira, Moon e sua delegação deveriam jantar em um restaurante de frutos do mar recentemente inaugurado ao lado do Taedonggang, o rio que atravessa a capital.
O local fica diante da colina Mansu, onde as estátuas gigantes do fundador da Coreia do Norte, Kim Il Sung, e de seu filho e sucessor, Kim Jong Il, dominam a paisagem.
Moon também deve comparecer a um “espetáculo das massas”, com milhares de figurantes nas arquibancadas do Estádio Primeiro de Maio.
Fonte: AFP
O tufão Mangkhut atingiu o sudeste da neste domingo (16), depois de passar por Hong Kong e Macau e deixar ao menos 100 mortos nas , segundo o jornal The New York Times.
Nesta segunda (17), as equipes de resgate filipinas recuperaram 43 corpos deixados por um deslizamento de terra em uma mina em Itogon, na ilha de Luzon. O prefeito da cidade, Victorio Palangdan, afirmou à imprensa que pelo menos 40 pessoas ainda podem estar presas sob a terra.
As fortes inundações e os deslizamentos de terra causados pelo maior tufão do ano soterraram a mina e quatro barracões onde viviam os mineradores, que ignoraram as advertências da polícia antes da chegada do Mangkhut, segundo Palangdan.
Segundo autoridades locais ouvidas pelo New York Times, com as novas vítimas, o número de mortes deixadas pelo Mangkhut deve duplicar, podendo até mesmo ultrapassar 100 mortes.
Caos na China
Após arrasar as Filipinas, o tufão Mangkhut espalhou o caos nas cidades de Macau e Hong Kong, com pelo menos 200 feridos, e em várias províncias do sudeste da China, onde duas pessoas morreram.
Segundo os últimos dados do Centro Meteorológico Nacional chinês, o tufão mais grave do ano continua se movimentando para noroeste, afetando as províncias e regiões de Guangxi, Yunnan e Guizhou, mas com uma força cada vez menor.
As duas mortes foram registradas na província de Guandong, uma das mais afetadas, onde quase 2,5 milhões de pessoas foram retiradas de suas casas, segundo informou a televisão oficial CCTV.
O tufão chegou às 17h (horário local, 6h em Brasília) de domingo na cidade de Jiangmen, em Guangdong, com ventos de até 162 km/h, segundo a estação meteorológica local.
Horas antes, o Mangkhut tinha passado perto de Macau e Hong Kong, uma das cidades mais afetadas, com 213 pessoas feridas e muita destruição. Mais de 1.219 pessoas foram levadas para 48 abrigos temporários.
Esta foi uma das tempestades mais poderosas da história a castigar Hong Kong. Embora não tenham sido contabilizadas mortes por enquanto, vários danos foram causados pelos fortes ventos e inundações.
Segundo o jornal South China Morning Post, um alerta de advertência de nível alto ficou ativo em Hong Kong durante dez horas, enquanto “os edifícios mais altos balançavam, as janelas se quebravam e os andaimes se soltavam dos arranha-céus”.
O transporte público foi suspenso, assim como os voos do Aeroporto Internacional de Hong Kong, que pouco a pouco está começando a retomar sua atividade.
Na vizinha Macau, que teve que fechar todos seus cassinos, 20.000 casas sofreram com a falta de energia elétrica, várias estradas foram alagadas e pelo menos 17 pessoas ficaram feridas.
Outras grandes cidades como Shenzhen e Zhuhai também sofreram danos. Na província de Guanxi, 228.000 pessoas foram levadas para abrigos e 98 voos foram cancelados em Nanning, a capital da região.
Fonte: Veja.com
Com EFE
Foto: G1