Viagem durou mais do que o esperado, a comida acabou e os equipamentos para pesca também; francês recebeu alimentos de dois navios que encontrou no caminho.
Como uma garrafa abandonada nas Ilhas Canárias, Jean-Jacques Savin cruzou o oceano Atlântico e foi parar no Caribe. O aventureiro – que apesar dos 72 anos, tem ousadia de garoto – foi o primeiro a fazer a travessia a bordo de um tonel, levado apenas pela força das correntes marítimas e os ventos.
O equipamento, especialmente concebido para a proeza, tem apenas dois metros de altura e uma área de 6 metros quadrados – um desafio e tanto para quem passou 127 dias em uma viagem solitária. Savin partiu de El Hierro, na Espanha, e desembarcou no norte de Porto Rico. Ele se inspirou na façanha de seu conterrâneo Alain Bombard, que há quase 70 anos tentou reproduzir a experiência de um náufrago e se lançou no mar praticamente sem infraestrutura.
“Foi uma comunhão comigo mesmo e com a natureza. Pude me esvaziar durante quatro meses e gostaria que o Atlântico fosse ainda mais extenso e o trajeto fosse de 7 mil quilômetros, e não 5,5 mil, porque foi uma plenitude. Foi fabuloso”, conta o marinheiro e ex-militar paraquedista, em entrevista à RFI.
Sujeita aos caprichos da natureza, a aventura durou um mês a mais do que o previsto – o que significa que o francês ficou sem mantimentos. Ele capturou muitos peixes ao longo do trajeto, mas os equipamentos para pesca também terminaram.
O projeto só não foi abortado porque dois navios pararam para dar alimentos a Savin.
Na solidão, amizade é com cardumes
No caminho, apreciou como poucos a biodiversidade marinha e a experiência de viver ao lado dos peixes.
“Eu tinha quatro janelinhas e a tampa do tonel, como se fosse um imenso aquário, que era a minha televisão. Pude ver uma baleia, tartarugas, duas baleias jubarte e o tonel até foi atacado por um tubarão. Mas o que mais vou lembrar é dos cardumes de pequenos peixes que me acompanharam durante dois meses, cada um”, relembra o francês. “É nesses momentos que a natureza dialoga com você. A cada vez que eu saía para limpar o casco do tonel das algas, os peixes ficavam com medo, no início. Mas, logo, eles perceberam que a limpeza trazia comida para eles e vinham direto na minha mão. Era uma alegria, uma felicidade para eles.”
A comunhão com seus “amigos peixes” foi tal que, ao ser resgatado por um petroleiro americano, no fim da viagem, Savin saltou novamente à agua para dizer adeus aos companheiros de viagem.
“A gente acaba se apegando a qualquer coisa, quando não tem nada em volta e a comunicação com o exterior é tão limitada”, indica. “Mas o que mais me fez falta foi não ter encontrado nenhuma sereia. Poderíamos ter passado uma boa noite”, brinca o marinheiro, que ao ser perguntado sobre se a idade não foi uma barreira, respondeu que ela “é apenas um número”. “Idade é um estado de espírito.”
Sem tempo para tédio
Ao contrário do que possa parecer, Savin garante: não teve um único momento de tédio. Mais de 25 mil fãs acompanharam a travessia pelas redes sociais, possível graças ao telefone por satélite pelo qual o ex-militar se comunicava com a equipe de apoio em terra firme.
“Os dias passam super rápido. A contemplação é simplesmente magnífica. Todos os dias, o nascer e o pôr do sol são diferentes, o mar está sempre mudando”, frisa. “É um prazer incrível poder nadar com 6 mil metros de profundidade abaixo dos seus pés. Você está no meio daquele imenso azul, que te embebeda.”
Tempestade mostra que “tudo passa”
Em todo o trajeto, Savin só enfrentou uma noite de tempestade em alto mar. O tonel se virou três vezes de lado, mas acabou retornando à posição correta, sempre na superfície. Muito mais do que um susto, para o aventureiro francês, a experiência reforçou a lição de que “tudo passa” na vida.
“Ninguém se acostuma com uma tempestade. É um momento que é bastante singular. Também peguei ventos de 70 km/h”, relata. “Passar por isso é difícil, mas depois voltam os ventos mais tranquilos, de 40 ou 50km/h, e tudo fica bem. Você sabe que vai passar e fica sereno. Uma tempestade ou uma depressão duram isso: uma noite, ou várias horas.”
A experiência de Jean Jacques Savin vai virar um livro e, já no ano que vem, ele planeja voltar ao mar – ainda não decidiu se para o Atlântico norte ou o Pacífico.
Por RFI
O Conselho de Ministros da Alemanha aprovou nesta quarta-feira (16) a imposição de multas de até 2,5 mil euros aos pais que não vacinarem seus filhos em idade escolar contra o sarampo.
A decisão, que entra em vigor em março do ano que vem se for ratifica pelo parlamento, obriga também a vacinação dos menores em centros de refugiados e contempla inclusive a exclusão do direito de frequentar creches para as crianças não vacinadas.
“Queremos dentro do possível evitar que todas as crianças contraiam o sarampo. Porque o sarampo é altamente contagioso e pode ter uma evolução muito prejudicial, às vezes fatal”, disse o ministro da Saúde da Alemanha, Jens Spahn.
Segundo números oficiais, no ano passado foram registrados na Alemanha um total de 543 casos de sarampo e neste ano já são mais de 400.
A decisão do Conselho de Ministros ocorre em um momento em que diversos grupos na Alemanha e em grande parte da Europa questionam a importância das vacinas.
Um fato no mínimo curioso aconteceu na Colômbia nos últimos dias. Um bebê, que não teve a identidade revelada, nasceu com uma cauda de 13 centímetros no fim das costas. Segundo o site de notícias Vox Populi, um dos primeiros a divulgar as imagens, a cauda não tinha ligação com a coluna e nem com o sistema nervoso, por isso pode ser removida por cirurgia simples, que teria durado cerca de uma hora.
De acordo com o site de notícias, o especialista que acompanhou a gestação contou que entre a quarta e a oitava semana da gravidez todos os bebês desenvolvem uma pequena cauda, resultado de um gene presente, e que ela é absorvida pelo organismo durante o processo de desenvolvimento do feto.
Segundo ele, os glóbulos brancos degradam doze vértebras e “encolhem” a quarta e a quinta vértebra. No caso acima, no entanto, esse gene não agiu conforme o convencional e os glóbulos brancos não teriam realizado completamente essa ação, o que teria feito com que a cauda não fosse absorvida, continuando a se desenvolver.
O erro genético, no entanto, é raríssimo. Do século XIX até agora foram notificados apenas 30 casos de bebês que nasceram com a chamada “cauda vestigial”, sendo que em toda a história há registros de apenas 100 casos semelhantes.
Policiais franceses usaram gás lacrimogêneo para dispersar manifestantes que ocuparam a Champs Elysees neste domingo (14) logo após o desfile do Dia da Bastilha.
Logo após o desfile, que contou com a presença do presidente Emannuel Macron e outros líderes europeus, a ruas da região foram reabertas para o tráfego, mas centenas de manifestantes do movimento “colete amarelo” tentaram ocupa-la.
Segundo a agência Reuters, alguns manifestantes estavam encapuzados e jogavam objetos contra a polícia, além de atearam fogo em uma lixeira. De acordo com a agência, a polícia francesa havia informado que 152 “coletes amarelos” haviam sido detidos mais cedo ao tentarem iniciar protestos.
Diretores de empresas devem ser responsabilizados criminalmente pelo suicídios de funcionários que alegaram excesso de pressão e assédio no ambiente de trabalho como motivos para se matar?
Essa é a pergunta que a Justiça francesa terá que responder no julgamento de sete ex-executivos da France Télécom acusados de assédio moral, num caso que levou ao suicídio de 35 funcionários da empresa entre 2008 e 2009. Após dois meses de oitivas de testemunhas e acusados, a França agora aguarda a sentença.
A decisão pode abrir precedentes no país e gerar uma discussão internacional sobre o assunto.
Cartas de suicídio
Em vários casos, as vítimas claramente culparam a empresa pelo seu desespero e opção pelo suicídio. Num e-mail de despedida ao pai, uma mulher de 32 anos disse que não queria trabalhar com o novo chefe. Ela se jogou do quinto andar do prédio corporativo, na frente dos colegas de trabalho.
Antes de se matar, um homem de 51 anos de Marselha deixou uma nota de suicídio acusando seus chefes de “gerir pelo terror”. “Eu estou me matando por causa do meu trabalho na France Télécom”, escreveu. “É o único motivo”.
Embora especialistas digam que as razões para um suicídio são complexas e, muitas vezes, múltiplas, os promotores franceses pediram a condenação dos executivos da France Télécom.
Se condenados, eles podem enfrentar um ano de cadeia e pagar, cada um, multa de US$ 16.800 (cerca de R$ 63,1 mil). A empresa, que foi rebatizada de Orange, poderá ter que pagar multa de US$ 84.000 (R$ 315,5 mil).
‘Assédio institucionalizado’
O ex-CEO da France Télécom Didier Lombard, o seu sub Luis-Pierre Wenàs e o diretor de Recursos Humanos Olivier Barberot são acusados de promover um sistema de “assédio moral institucionalizado” que teria como objetivo forçar funcionários a pedirem demissão.
Em 2005, eles decidiram reduzir o tamanho da empresa, cortando 22 mil postos (quase 20% da força de trabalho da companhia) em três anos, e treinando outros 10 mil funcionários.
Mas os executivos não conseguiram demitir grande parte dos empregados, porque eles eram funcionários públicos quando a empresa deixou de ser estatal para ser privatizada em 2004. Esses funcionários contratados quando a companhia era pública têm estabilidade garantida por lei.
Diante da impossibilidade de demissão, os executivos decidiram “tornar a vida dos empregados intolerável”, disseram os promotores do caso.
Lombard teria dito numa reunião de gerentes em 2006 que ele “faria as pessoas saírem de um jeito ou de outro, pela janela ou pela porta”. Durante o julgamento, ele negou ter falado isso.
Em 2002, uma lei sobre assédio moral introduziu o conceito de “saúde física e mental” na legislação trabalhista francesa. É com base nessa lei que os diretores da France Télécom estão sendo processados.
“Não há dúvida de que, ao reestruturar a empresa, com grandes cortes de empregos e transferências, os gestores sabiam que estavam desestabilizando seus funcionários”, disse a promotora Françoise Benezech, durante o julgamento.
‘Julgamento histórico’
A advogada da France Télécom, Claudia Chemarin, argumentou que as evidências não provam que qualquer das vítimas tenha sido intencionalmente assediada e fez um apelo para que os juízes analisem o caso de maneira “objetiva”.
A sentença tem potencial para gerar amplo impacto na França e no exterior. Esse é o primeiro caso em que promotores públicos entram com ações contra uma empresa pelo suicídio de funcionários.
“É um julgamento criminal histórico”, disse à BBC a professora Sarah Waters, da Universidade de Leeds, no Reino Unido. “Abre um precedente internacional ao fazer com que os chefes da France Télécom sejam pessoalmente responsabilizados criminalmente por pressionar seus empregados a tirar as próprias vidas.”
“Esse julgamento tem grande implicação para outras corporações do mundo todo, que terão que prestar mais atenção à proteção da saúde mental e do bem-estar de seus funcionários.”
Um estudo de 2016 da professora Sarah Waters diz que o suicídio no ambiente de trabalho se tornou “uma preocupação social urgente no cenário internacional”, com aumento no número de empregados que culpam as pressões no trabalho ao se suicidarem.
Estudos recentes feitos nos Estados Unidos, Austrália, Japão, China, Índia, Coreia do Sul e Taiwan relacionam o fenômeno à deterioração das condições de trabalho, instabilidade dos empregos, exaustão e estafa – o esgotamento por excesso de trabalho foi reconhecido pela Organização Mundial da Saúde como uma condição médica em maio deste ano.
Num editorial de 2017, a prestigiada revista médica The Lancet diz que o esgotamento entre médicos alcançou “proporções epidêmicas” no Reino Unido, enquanto nos Estados Unidos a condição é apontada como responsável pela taxa de suicídio de 400 médicos por ano – mais que o dobro da média de suicídios da população americana.
Confrontos tribais deixaram ao menos 24 mortos, incluindo crianças e mulheres grávidas, em uma área de Papua-Nova Guiné.
O primeiro-ministro James Marape prometeu levar os culpados à Justiça.
De acordo com as autoridades locais, as mortes aconteceram durante três dias na província de Hela, no extremo oeste do país, em ações de tribos rivais que disputam, ao que parece, o controle das reservas de ouro na região.
Clãs adversários se enfrentam há séculos nesse país do Pacífico, mas a situação se tornou crítica com a introdução de armas automáticas.
O administrador da província de Hela, William Bando, teme uma escalada do número de mortos.
“Esperamos informações atualizadas dos nossos funcionários no local”, declarou Bando, que pediu um reforço de cem policiais para apoiar os 40 agentes que atuam na região.
A explosão de violência provocou um grande comoção no país. Oriundo da mesma região, o primeiro-ministro Marape prometeu reforçar a segurança e prender os culpados.
“É um dos dias mais tristes da minha vida”, escreveu em um comunicado, no qual lamenta os assassinatos de mulheres e crianças em Karida e Munima, aldeias de sua circunscrição eleitoral.
Em Karida, oito mulheres, incluindo duas grávidas, e oito crianças foram assassinadas a golpes de machado e com armas de fogo em 30 minutos de massacre.
Já havia rivalidades antigas na província
Pills Kolo, funcionário do departamento de Saúde que publicou nas redes sociais imagens de corpos, relatou que está sendo difícil fazer o reconhecimento de algumas vítimas.
A imprensa local afirmou que o ataque parece estar relacionado com as mortes, um dia antes, de seis pessoas em uma emboscada.
O primeiro-ministro responsabilizou três chefes de guerra aliados, que enfrentaram a tribo Tagali pela posse de jazidas de ouro.
“Aos criminosos armados digo que estão com os dias contados. Vão aprender a lição do que faço com os criminosos que matam inocentes. Não tenho medo de adotar medidas mais fortes contra vocês”, declarou, antes de recordar que a “pena de morte já está prevista em lei”.
Os confrontos tribais na região de Terras Altas são provocados por antigas rivalidades decorrentes de brigas, roubos, fronteiras tribais, ou acesso a recursos.
O incidente dos últimos dias foi o mais grave em muitos anos, e as autoridades contam apenas com 40 policiais e 16 soldados na região, acrescentou Bando.
Ele destacou que 35 agentes, responsáveis atualmente pela segurança em um projeto de gás da ExxonMobil, serão deslocados para “ajudar as pessoas e garantir a segurança das famílias”.
O primeiro-ministro não revelou detalhes sobre o reforço da segurança, mas parece exasperado com a situação.
“Como uma província de 400 mi, habitantes pode funcionar dentro da legalidade com menos de 60 policiais?”, questionou.
O barco humanitário “Alan Kurdi” resgatou 44 pessoas no Mar Mediterrâneo, incluindo mulheres e crianças, anunciou nesta terça-feira (9) a ONG alemã Sea-Eye.
Malta aceitou receber os migrantes e enviou um barco para a viagem, indicou a Sea-Eye em um comunicado.
A ONG afirmou que pescadores tunisianos e o avião de busca civil “Colibri” alertaram para a presença dos migrantes em perigo no mar, na costa da Líbia.
As autoridades de Malta solicitaram a um cargueiro que estava na região para coordenar o resgate e este pediu ao “Alan Kurdi” que ajudasse as pessoas em perigo.
“Quarenta e quatro pessoas, incluindo quatro mulheres e três crianças, foram levadas a bordo do ‘Alan Kurdi'”, afirmou a Sea-Eye.
Entre os menores de idade estavam um bebê de 15 meses e duas crianças de três e cinco anos. Os migrantes procedem da Síria, Líbia, Paquistão, Bangladesh e Guiné.
Os migrantes resgatados afirmaram que deixaram a cidade líbia de Zuwara na manhã de sábado.
“Estamos incrivelmente felizes por estar no local certo, no momento adequado, e que agora outras 44 pessoas estão a salvo. Um bebê de 15 meses nunca deveria estar em uma situação tão perigosa”, declarou a porta-voz da Sea-Eye, Carlotta Weibl.
Na semana passada, o “Alan Kurdi” resgatou 65 migrantes após um naufrágio durante a perigosa travessia a partir do norte da África.
O barco estava em águas internacionais, perto da ilha italiana de Lampedusa.
Após a decisão do ministro italiano do Interior de extrema-direita, Matteo Salvini, de manter fechados os portos aos barcos humanitário, o “Alan Kurdi” seguiu para Malta.
Milhares de manifestantes protestavam neste domingo (7) em Hong Kong, perto de uma polêmica estação de onde partem os trens de alta velocidade para a China continental, com o objetivo de manter a pressão contra o governo local, ligado a Pequim.
Um dos organizadores, Ventus Lau Wing-hong, estimou em mais de 230 mil o número de presentes, enquanto a polícia mencionou 56 mil pessoas.
A mobilização seguia na noite deste domingo, quando agentes do Batalhão de Choque atiraram para dispersar a multidão, no bairro de Mongkok.
A reação começou após um tenso confronto, de cerca de 20 minutos, em uma via principal, quando a polícia intimou por megafone a dispersão de um grupo de cerca de 300 pessoas.
Os ativistas chegaram mais cedo à estação de trens de West Kowloon, inaugurada em setembro de 2018 para conectar Hong Kong à rede ferroviária chinesa de alta velocidade.
O complexo de vidro e aço estava praticamente fechado pela polícia. Apenas os passageiros com bilhete podiam entrar, e foi suspensa a venda de passagens.
Ventus Lau Wing-hong garantiu que os manifestantes “marchariam de forma pacífica, racional e elegante”, sem a intenção de ocupar a estação. A polícia autorizou o ato, mas pediu calma, apontando que atos violentos foram convocados nas redes sociais.
Este foi o primeiro ato significativo desde que o Parlamento de Hong Kong foi invadido em 1º de julho por manifestantes com o rosto coberto, jovens em sua maioria.
Censura chinesa
Há semanas, o centro financeiro internacional é palco de grandes manifestações provocadas pelo projeto de lei que autoriza as extradições para a China. A maioria dos atos foi pacífica, apesar de terem sido registrados embates com a polícia.
O texto foi retirado da pauta, mas isso foi considerado insuficiente. O movimento cresceu para reivindicar reformas democráticas e que se detenha a degradação das liberdades no território semiautônomo.
Milhares marcharam pelas ruas de Tsim Sha Tsui, um bairro muito frequentado por turistas chineses, na parte continental de Hong Kong. Segundo os manifestantes, a concentração tenta explicar o movimento aos chineses do continente.
Em Pequim, a informação enfrenta a “grande muralha informática”. No país, as manifestações de Hong Kong são apresentadas como violentas e orquestradas do exterior para desestabilizar a China, e não como um movimento popular em massa contra a influência crescente do governo chinês no território.
“Queremos mostrar aos turistas, incluindo os turistas do continente chinês, o que acontece em Hong Kong. Esperamos que possam levar este conceito para a China“, disse Eddison Ng, de 18 anos, à AFP.
As manifestações exigem a anulação total do projeto sobre as extradições, uma investigação independente sobre a atuação da polícia, anistia para os detidos e a renúncia da chefe de governo de Hong Kong, Carrie Lam, próxima a Pequim.
Em apoio às autoridades locais, a China quer a abertura de uma investigação criminal contra os manifestantes que recorreram à violência.