O Japão poderia ser um dos países mais afetados pelo novo coronavírus. Foi um dos primeiros a confirmar pessoas infectadas, poucos dias depois de a China emitir um alerta sobre a doença.
Além disso, segundo o Banco Mundial, sua população acima de 65 anos é a maior do mundo (28% do total), superando a Itália, que se mostrou especialmente vulnerável nesta pandemia.
O Japão também tem um elevado consumo de tabaco, o que ajuda pouco na hora de combater doenças respiratórias, e enorme densidade populacional, com quase 127 milhões de habitantes em um território quase do tamanho do Mato Grosso do Sul, Estado onde vivem 2,6 milhões de brasileiros.
Mas, até agora, o país registrou 1.307 infectados e 45 mortos pela covid-19 e não adotou quarentenas em cidades ou isolamento obrigatório de seus cidadãos para evitar a propagação do vírus.
Para além do cancelamento de eventos esportivos, como a Olimpíada de 2020, e de escolas fechadas, os japoneses têm seguido suas vidas de maneira mais ou menos normal.
Isso ficou ainda mais evidente em 22 de março, quando milhares de cidadãos foram às ruas e a parques para admirar as cerejeiras em flor.
Como disse a governadora de Tóquio, Yuriko Koike, abandonar esse festival de primavera para os japoneses seria como “abandonar os abraços para os italianos”.
Havia tanta gente nas ruas que a própria governadora pediu que os moradores da capital do Japão não saíssem de suas casas a não ser por razões estritamente essenciais.
Apesar do relativo sucesso na contenção da epidemia, há um grande temor no país de que o vírus esteja se espalhando silenciosamente no país, com uma aceleração do número de pessoas doentes. E que isso leve a medidas mais duras, como quarentenas obrigatórias.
Mas até agora a estratégia japonesa tem funcionado e intrigado pesquisadores.
Isolar grupos de contágio
De acordo com o número de infectados e mortos pelo coronavírus, o Japão é um dos países mais desenvolvidos que menos foram afetados.
Mas por quê?
Segundo Kenji Shibuya, diretor do Instituto de Saúde da População do King’s College, em Londres, o Japão é muito eficiente em testar pessoas em busca do vírus, identificar grupos de contágio e isolá-los.
“A única maneira de lidar com qualquer pandemia é testar e isolar. E muitos países não ouviram. No Japão, eles estão desesperados para rastrear os infectados. E estão indo bem em termos de identificar e isolar os grupos doentes”, disse à BBC News Mundo (serviço da BBC em espanhol).
Mas ainda assim, segundo o pesquisador, o país não tem realizado a quantidade de testes que deveria. E isso pode levar a um aumento drástico no número de pessoas infectadas.
“Os testes no Japão estão muito atrás de outros países. E minha preocupação é que exista um grupo de pessoas infectadas, sem sintomas, que não foram detectadas, além de casos importados de outros países.”
“Se isso estiver acontecendo”, advertiu, “temo que possa haver uma explosão no surto”.
Distanciamento social
Outro argumento que pode explicar o sucesso do Japão é o distanciamento social que, mesmo antes do surto de coronavírus, já estava bem estabelecido na cultura.
“Os japoneses são bastante conscientes da higiene, muito mais do que em outros lugares. Além disso, muitas pessoas usam máscaras nas ruas por questão cultural, então há menos chances de transmissão”, explica Benjamin Cowling, professor de epidemiologia da Universidade de Hong Kong.
Shibuya também aponta para a “propensão japonesa à higiene” e a aspectos culturais como “evitar abraços” como fatores que contribuiram para a menor propagação do coronavírus.
Mas ele lembra que esses fatores parecem ter tido pouco impacto em outros países.
“No Reino Unido, as pessoas também começaram a se distanciar, a trabalhar em casa e a usar máscara. E os casos ainda estão aumentando”, afirma.
De todo modo, existe um consenso no Japão de que a decisão antecipada do governo de fechar escolas e suspender grandes eventos público, além de insistir na necessidade de respeitar as novas normas sociais desde o início, ajudou a controlar a disseminação.
Mas isso pode mudar. O governo liderado pelo primeiro-ministro, Shinzo Abe, anunciou que reabrirá as escolas em abril.
E, a julgar pelo que foi visto no último final de semana, com os japoneses reunidos para admirar as flores de cerejeira, as pessoas já começaram a levar menos a sério as medidas de distanciamento social.
Isso preocupa os especialistas
“Acho que não é uma boa ideia enviar um sinal de que estamos indo bem e reabrir escolas em todo o país ou retomar eventos. Essa é uma mensagem errada. Precisamos ter muito cuidado, caso contrário, podemos ter situações semelhantes ao que acontece nos Estados Unidos ou em países europeus”, diz Shibuya, do King’s College.
Reduzir a transmissão
Se você comparar a curva de contágio no Japão com a de outros países, como Itália, Espanha e EUA, conseguirá perceber como os japoneses foram bem sucedidos.
Ou seja, até agora, mesmo que ainda surjam casos novos todos os dias, esse montante não sofreu um aumento acentuado em nenhum momento.
Esse conceito de “achatar a curva”, evitando que muitas pessoas fiquem doentes ao mesmo tempo, é o que muitos países buscam. Para especialistas, essa estratégia é chave para “retardar e conter” a covid-19.
Manter a pandemia controlada tem evitado também que o sistema de saúde entre em colapso. Segundo dados do Banco Mundial, o Japão tem 13 leitos hospitalares para cada mil habitantes, mais do triplo da Itália. O Brasil tem 2 para cada mil habitantes.
Por isso, segundo especialistas, a estratégia do Japão sem quarentenas massivas deve ser vista com cautela por países menos desenvolvidos.
“Todos nós estamos tentando encontrar lugares e exemplos onde os números permanecem baixos sem tamanha paralisação da sociedade. Porque não podemos continuar com o bloqueio, mas ao mesmo tempo não podemos voltar à vida normal, que tínhamos seis meses atrás, porque é muito fácil para o coronavírus espalhar”, afirmou Cowling, da Universidade de Hong Kong.
“Precisamos encontrar algo intermediário, e talvez a experiência japonesa seja mais sustentável”, acrescentou.
BBC NEWS
A Itália, o país mais atingido pelo novo coronavírus, aumentou em 64% o número de leitos disponíveis nos serviços de terapia intensiva, anunciou uma autoridade do governo.
“Os leitos de terapia intensiva na Itália passaram de 5.343 para 8.370, o que representa um aumento de 64%”, declarou o alto comissário para a luta contra o coronavírus, Domenico Arcuri.
O número de leitos em pneumologia e doenças infecciosas passou “de 6.625 para 26.169, ou seja, quadruplicou”, acrescentou Arcuri.
“Precisamos de mais material, mais leitos, mais pessoal: precisamos lançar uma revolução em nosso sistema de saúde”, disse o funcionário.
A epidemia de Covid-19 já matou mais de 6.000 pessoas na Itália. Há quase 64 mil infectados, de acordo com os dados da universidade dos EUA Johns Hopkins.
Máscaras em demanda
Arcuri estimou que são necessários 90 milhões de máscaras por mês para atender à demanda.
“O setor têxtil nos garantirá 50 milhões por mês, mas precisamos de pelo menos 90 milhões. Contamos com a adesão (ao programa de produção) de outras empresas para alcançar a auto-suficiência”, insistiu.
“Em um horizonte de dois meses” a Itália dependerá “menos das importações, da concorrência entre os países e da guerra comercial em que estamos afundados”, afirmou.
Enquanto isso, a cada semana, “8 milhões de máscaras FFP2-3 e 6 milhões de máscaras cirúrgicas chegarão da China a partir de 29 de março. Nossos aviões irão coletar o material onde quer que esteja”, disse ele.
Em relação aos respiradores artificiais, “passamos de 13 para 17 distribuídos por dia, cinco vezes mais”, disse Arcuni.
“Ainda é pouco, mas estamos confiantes de que os números podem subir rapidamente para as metas que estabelecemos”, afirmou.
Uma onda de solidariedade tomou conta dos hospitais da Paraíba nesta quinta-feira (19). Os profissionais da saúde adotaram a campanha ‘Estamos aqui por vocês. Fiquem em casa por nós’. Essa frase está estampada em cartazes que os enfermeiros e médicos fizeram em uma foto para pedir aos paraibanos que fiquem em casa como forma de proteção ao novo coronavírus (COVID-19).
Entre os locais que participaram da campanha está o Hospital de Trauma, em Campina Grande, Hospital Regional em Cajazeiras, Hospital Infantil em Catolé do Rocha, Hospital Nova Esperança, Hospital São Vicente, Hospital Alberto Urquiza Wanderley em João Pessoa, entre outros.
A mensagem repassada pelos profissionais, segue a tendência de pedidos de médicos e enfermeiros de hospitais ao redor do mundo com a hastag #fiqueemcasa, que é uma campanha internacional.
Na Paraíba, já são 80 casos suspeitos e 1 confirmado. No Brasil já são cinco mortes confirmadas pelo coronavírus. O secretário de saúde Geraldo Medeiros reforçou que o melhor remédio no momento é o isolamento domiciliar, “esse tem sido visto como a melhor estratégia para evitar o contágio.”
Segundo o Ministério da Saúde, os hospitais também determinaram medidas de prevenção. As orientações dão conta de que visitas em enfermarias e UTIs coronárias, gerais e neonatais só são permitidas por uma hora por dia, dos avós estão suspensas a ala dos recém-nascidos, e somente um acompanhante adulto é permitido a permanência e visitas a áreas de isolamento estão proibidas.
O novo coronavírus, identificado na China ainda no ano passado, é denominado de SARS-CoV-2, uma família de vírus que causa problemas respiratórios e que pode ser transmitido a partir do contacto humano. Vistos ao microscópio, o coronavírus parece ter uma coroa de espinhos à sua volta, daí o nome.
A doença se espalhou rapidamente pelo mundo, matando até o momento 9 mil pessoas. Suas vítimas são acometidas por uma síndrome respiratória do Médio Oriente (MERS-CoV) e a síndrome respiratória aguda grave (SARS-CoV).
A Itália registrou 368 novas mortes relacionadas com o novo coronavírus em 24 horas, o que eleva o número de vítimas fatais a 1.809 no país, o mais afetado da Europa, segundo um balanço divulgado neste domingo (15) pela Proteção Civil.
Como no sábado (14), o número de infectados também aumentou, com 3.590 novos casos em 24 horas, quase 100 a mais que o aumento do dia anterior, elevando o total a quase 25.000. A região de Milão, na Lombardia (norte), continua sendo a mais afetada, com 1.218 mortos e 13.272 casos.
O chefe do instituto nacional de saúde da Itália, Silvio Brusaferro, disse que não se sabe se a Itália está atingindo seu pico e pode começar a ver o número de novos casos diminuir.
A Europa tenta estabelecer medidas de proteção ante o avanço da pandemia do novo coronavírus, que já causou 2 mil mortes no continente. O vírus começa a derrubar o princípio de uma União Europeia quase sem fronteiras: as autoridades da Alemanha decidiram fechar a partir de segunda-feira (16) as fronteiras do país com a França, Suíça e Áustria. Paris também anunciou um reforço nos controles da fronteira com a Alemanha, mas sem o fechamento parcial como decidiu o governo do país vizinho.
A pandemia superou a barreira de 6 mil mortes e 160 mil infectados em todo o mundo, segundo contagem de agências internacionais. Mas, apesar dos temores, os franceses comparecem neste domingo às urnas para eleições municipais. A participação era visivelmente baixa às 17h (13h em Brasília): 38,77% contra 54,72% no primeiro turno em 2014, data das últimas municipais. A votação foi ofuscada pelo coronavírus, que já infectou 4.499 pessoas e deixou 91 mortos no país.
A Espanha – segundo país mais afetado da Europa, atrás da Itália – registra 288 mortes, 100 a mais que no sábado, e 7.753 infectados, 2 mil pessoas a mais que na véspera. O primeiro-ministro espanhol, o socialista Pedro Sánchez, anunciou no sábado à noite sérias restrições aos 46 milhões de habitantes, que só poderão sair de suas casas para comprar alimentos ou remédios, comparecer a centros médicos, para seguir até o trabalho ou para cuidar de pessoas dependentes (crianças, idosos e pessoas com necessidades especiais).
Fonte: G1
O ministro-conselheiro da embaixada da China no Brasil, Qu Yuhui, disse em entrevista ao Jornal das Dez que as empresas estatais chineses e as grandes empresas já retomaram em mais de 90% a produção.
Segundo ele, a normalização das atividades econômicas chinesas está avançando à medida que o país consegue controlar o avanço do coronavírus.
Qu Yuhui disse que o governo chinês faz um acompanhamento da situação de cada cidade e região do país, dividindo-as entre aquelas que ainda enfrentam situação de alto, médio risco e baixo risco.
Isso orienta as ações do governo. Naquelas de médio e baixo risco em relação ao coronavírus, a prioridade é para a normalização das atividades econômicas, afirmou.
A grande preocupação é com as pequenas e médias empresas. Mas, de acordo com o ministro-conselheiro, o governo está adotando medidas de socorro financeiro.
Yuhui disse também que serão iniciados em abril testes clínicos com uma vacina contra o coronavírus. Mas ainda não há previsão de quando estará disponível.
O governo de Israel passará a exigir que cidadãos se isolem por duas semanas ao voltar de viagens para o exterior. Na segunda-feira (9), o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, detalhou que a medida é uma forma de evitar a epidemia de novo coronavírus.
“É uma decisão difícil, mas é necessário proteger a saúde pública. Saúde pública vem antes de tudo”, afirmou Netanyahu.
Segundo a agência Reuters, citando meios locais, o país vai aceitar a entrada de estrangeiros apenas se eles conseguirem provar que poderão se manter em quarentena. A medida passa a valer a partir de quinta-feira (12).
Flórida pede isolamento
O Departamento de Saúde da Flórida recomendou nesta segunda-feira (9) a todas as pessoas que retornarem aos Estados Unidos após viagem internacional que se coloquem em isolamento por 14 dias a partir da data de retorno devido à epidemia de Covid-19, a doença do novo coronavírus.
No entanto, até o momento, a medida funciona como uma recomendação. Não está claro se a medida valeria também a visitantes de outros países que chegam à Flórida todos os dias — inclusive brasileiros.
No total, 49 pessoas morreram pelo novo coronavírus no Irã entre os dias 7 e 8 de março, o maior número registrado para este período de tempo desde que registrou o primeiro caso em 19 de fevereiro, informou o Ministério da Saúde.
Estes novos óbitos elevam o balanço geral para 194 mortos, de um total de 6.566 casos de contágio no Irã, um dos países mais afetados fora da China, onde a epidemia surgiu em dezembro.
A companhia Iran Air anunciou, neste domingo (8), a suspensão de todos os seus voos para a Europa, até novo aviso.
Em uma nota, a companhia aérea nacional afirmou que a decisão foi adotada, devido a “restrições” impostas pelas autoridades europeias por “razões desconhecidas”.
A Suécia impediu que os voos da Iran Air pousassem no país nos últimos dias, alegando sua preocupação pela rápida propagação do coronavírus na República Islâmica.
Deputada recém-eleita
Uma das vítimas do Covid-19 foi a deputada recém-eleita Fatemeh Rahbar, de 55 anos, informou a agência de imprensa Irna.
Ela é a segunda integrante do parlamento iraniano a morrer por causa do novo coronavírus. No país, mais outros oito líderes ou políticos morreram com a epidemia, incluindo um consultor do ministro das Relações Exteriores, Hosein Sheikholeslam.
Na quinta-feira (5), autoridades iranianas decidiram fechar escolas e universidades por um mês, para conter a propagação do vírus.
Um tumor na língua fez com que um bebê quase morresse sufocado após nascer. O caso ocorreu em Madhya Pradesh, na Índia, e terminou com um final feliz após os médicos conseguirem reduzir o tamanho do órgão do pequeno Aparajit Lodhi.
De acordo com especialistas, o bebê sofria com a chamada macroglossia, uma anomalia que faz com que a língua cresça a um tamanho maior que a cavidade bucal. O problema só foi descoberto após o parto, e os médicos alertaram aos pais que o filho poderia não resistir por muito tempo.
“Fiquei horrorizada ao ver que sua própria língua preenchia toda sua boca. Ele chorosa copiosamente”, afirmou a mãe de Aparajit, Mini Lodhi, de 28 anos, segundo reportagem do site Daily Mail. “Eu sabia que ele estava com dor e também com fome, mas não podia fazer nada. Não podia compartilhar da dor ou cuidar dele porque o supercrescimento tinha fechado sua boca.”