O WhatsApp vai impor a partir desta terça-feira (7) um novo limite na hora de encaminhar mensagens que chegam pelo aplicativo. O objetivo é restringir a capacidade de informações falsas se espalharem pela plataforma —algo que virou um problema nos últimos anos e é mais preocupante agora que o mundo enfrenta a pandemia do novo coronavírus.
Atualmente, os conteúdos trocados pelo WhatsApp podem ser reenviados a até cinco contatos de uma só vez. A partir de agora, as mensagens que forem altamente replicadas poderão ser encaminhadas para apenas uma pessoa, grupo ou lista de transmissão de cada vez. Com a medida, o serviço de bate-papo coloca em prática duas novidades de uma só vez.
A primeira delas é dar uma utilidade para as “mensagens encaminhadas com frequência”. Não sei se vocês perceberam, mas alguns conteúdos passados adiante começaram a ser classificados dessa forma no ano passado. O indicativo são as setas duplas ao lado da palavra “encaminhadas”.
Esse conceito nasceu nas versões de teste do WhatsApp e valia apenas para grupos. A ideia nesses casos era dar aos administradores o poder para limitar o envio de conteúdos que já tivessem circulado bastante pelo aplicativo. Este tipo de mensagem tem maior chance de fazer parte de uma corrente de desinformação.
“Observamos um aumento significativo na quantidade de encaminhamentos. De acordo com nossos usuários, eles podem fazer com que eles se sintam sob pressão, além de contribuir para a disseminação de informações erradas. Acreditamos que é importante diminuir a propagação dessas mensagens para manter o WhatsApp um lugar para conversas pessoais”, afirma a empresa em comunicado.
Com o anúncio desta terça, as “mensagens encaminhadas com frequência” passam a não poder mais ser repassadas a várias pessoas de uma vez só. Como elas são mensuradas? Simples: quaisquer conteúdos que sejam enviados mais de cinco vezes caem nesse critério.
A segunda novidade do anúncio é a restrição propriamente dita no encaminhamento. Ela valerá para qualquer tipo de mensagem, independentemente se seu conteúdo for falso ou verdadeiro.
Para entender melhor, imagine a seguinte situação: alguém criou uma mensagem sobre um megadesconto no supermercado e enviou para um grupo do bairro. Alguém gostou e encaminhou para outras duas pessoas. Outro sujeito mandou para mais três. Se algum deles quiser mandar o conteúdo para você e mais quatro, só poderá encaminhar para uma pessoa de cada vez.
Na prática, quer dizer que uma mensagem pode ser encaminhada para cinco pessoas uma única vez. Para o WhatsApp, isso reduz a “viralidade” de alguns conteúdos. O aplicativo chama atenção ainda para o fato de ser um dos poucos serviços a restringir a capacidade de seus usuários espalharem mensagens, enquanto todos os outros incentivam a criação e o compartilhamento.
Não é a primeira vez que o WhatsApp diminui o número de pessoas para quem uma mensagem pode ser encaminhada.
Até julho de 2018, um usuário podia repassar algum conteúdo a 250 contatos de uma só vez. Naquele momento, esse número caiu para 20.
A decisão foi uma resposta aos linchamentos que ocorreram na Índia após mensagens falsas disseminarem o boato de crianças estavam sendo sequestradas por ladrões e abusadores sexuais. Mais de 20 pessoas foram mortas após as mensagens as identificarem como os culpados.
Elogiada por muitos, a medida foi criticada por quem viu uma limitação em sua capacidade de se comunicar, como o então candidato à presidência Jair Bolsonaro. Ele chegou a mencionar que, uma vez no cargo, tentaria reverter a restrição.
Isso não só não ocorreu, como a limitação foi ampliada pelo WhatsApp meses depois. De 20 encaminhamentos, o app reduziu para cinco em janeiro de 2019.
Além disso, o WhatsApp informa que tem banido por mês dois milhões de contas que tentam enviar mensagens automatizadas ou em massa.
Por outro lado, o aplicativo lançou em suas versões de teste um novo recurso. Ao tocar em um ícone de lupa, é possível buscar na internet se a informação encaminhada por um contato é verdadeira ou não. O WhatsApp espera que caia a circulação de rumores e notícias falsas, caso os usuários chequem a veracidade do conteúdo antes de pensar em repassá-lo. As informações são do UOL.