Ao final do prazo para realização das convenções partidárias, 14 legendas confirmaram seus nomes na corrida pela Presidência da República nas eleições 2018. Caso os indicados sejam confirmados pela Justiça Eleitoral e o cenário não se altere, este será o maior número de candidatos ao Palácio do Planalto desde 1989.
As convenções partidárias são o primeiro passo para oficialização das candidaturas. De acordo com o calendário definido pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE), elas deveriam ser realizadas entre os dias 20 de julho e 5 de agosto. Depois disso, as siglas têm até o dia 15 de agosto para registrarem os pedidos de candidatura no TSE. O Tribunal deve julgar todas as solicitações até o dia 17 de setembro.
Confira abaixo, por ordem alfabética, quais são os candidatos à Presidência confirmados pelos partidos em suas convenções nacionais:
Alvaro Dias (Podemos)
O Podemos oficializou Alvaro Dias como candidato a presidente da República em convenção realizada em Curitiba. Senador eleito com 77% dos votos do Paraná na última eleição, ele enfatizou o combate à corrupção durante discurso no evento. O jurista Miguel Reale Junior, um dos autores do pedido de impeachment da ex-presidente Dilma, estava presente na cerimônia.
O vice na chapa será Paulo Rabello de Castro (PSC). O ex-presidente do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), que já havia oficializado seu nome também como candidato a presidente, abriu mão da cabeça de chapa para formar a coligação com o Podemos.
Além do PSC, Dias contará com o apoio do PRP e do PTC. Ex-PSDB e Partido Verde, o senador disse que ainda procura outros partidos para sua coligação.
Cabo Daciolo (Patriota)
O Patriota, antigo Partido Ecológico Nacional, oficializou neste sábado, 4, o nome do deputado federal Cabo Daciolo como candidato a presidente da República. A pedagoga Suelene Balduino Nascimento, também filiada ao partido, é a vice da chapa.
Daciolo foi eleito para a Câmara dos Deputados pelo PSOL, mas acabou expulso do partido em 2015, sob acusação de descumprir ordens da liderança da sigla. Em 2011, ele ganhou notoriedade ao liderar uma greve de bombeiros no Rio de Janeiro.
Ciro Gomes (PDT)
O PDT oficializou Ciro Gomes como candidato a presidente da República na tarde de 20 de julho. Em um discurso para uma plateia de militantes que não contou com a presença de líderes de outros partidos, ele rebateu críticas recebidas do mercado financeiro, falou sobre seus planos para segurança pública e afirmou que estará ao lado dos mais pobres e da classe média.
“Povo e classe média já pagaram demais. A classe média paga dobrado para viver no País e o Estado não devolve serviços de qualidade. Quem tem de pagar agora é o governo e o mundo mais rico”, afirmou.
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PDT oficializa candidatura de Ciro Gomes
A vice na chapa será a senadora Katia Abreu, também do PDT. A escolha pelo nome da parlamentar aconteceu após Ciro não conseguir fechar uma aliança com o PSB, partido que deverá se manter neutro na corrida ao Planalto após acordo com o PT.
Candidato a presidente em 1998 e 2002, esta será a terceira vez que Ciro Gomes tentará chegar ao Palácio do Planalto. Ex-ministro da Fazenda e da Integração Nacional, ele já foi governador do Ceará, prefeito de Fortaleza, deputado federal e deputado estadual (CE). Atualmente, Ciro está em seu sétimo partido.
Geraldo Alckmin (PSDB)
O PSDB oficializou Geraldo Alckmin como candidato à Presidência da República em convenção realizada em Brasília. O ex-governador recebeu 288 votos dos 290 delegados do partido que participaram da votação. Na cerimônia, também foram aprovadas a coligação – com PP, DEM, PR, Solidariedade, PRB, PSD, PTB e PPS – e o nome da senadora gaúcha Ana Amélia (PP) como candidata a vice.
As alianças com outras legendas são um diferencial da candidatura tucana em relação aos seus concorrentes. A coligação deverá garantir a Alckmin a maior fatia de tempo entre todos os presidenciáveis durante o horário eleitoral de rádio e TV, que começa no dia 31 de agosto.
“Não basta um homem e uma mulher, um governo de qualidade requer alianças”, defendeu Alckmin durante a convenção tucana. “Aqueles que dizem que aprovarão reformas, sem o apoio da maioria dos partidos, mentem”. Em seu discurso, o candidato disparou críticas contra o PT e Jair Bolsonaro. O candidato do PSL deverá ser um dos principais alvos da campanha tucana.
Esta é a segunda vez que o ex-governador de São Paulo concorre ao Palácio do Planalto. Candidato pelo PSDB em 2006, Alckmin foi derrotado no segundo turno daquela eleição pelo ex-presidente Lula.
Guilherme Boulos (PSOL)
Na tarde de sábado, o PSOL oficializou Guilherme Boulos como candidato a presidente da República. Durante a convenção partidária, realizada no centro de São Paulo, o líder do Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST) disse estar preocupado com a participação de militares na política brasileira, prometeu revogar atos do governo Temer, como a reforma trabalhista e o teto de gastos públicos, e criticou o Judiciário.
“O que estamos vendo, como parte dos golpes contra a democracia neste País, é um Judiciário que toma lado, um Judiciário que quer decidir no tapetão o jogo do processo eleitoral”, afirmou.
Além de Guilherme Boulos, a convenção do PSOL também oficializou a líder indígena Sônia Guajajara como vice da chapa que fará coligação com o PCB.
Henrique Meirelles (MDB)
Em convenção realizada no dia 2 de agosto, o MDB oficializou a candidatura de Henrique Meirelles à Presidência da República. O nome do ex-ministro da Fazenda foi aprovado com 419 votos dos delegados do partido.
O presidente da República Michel Temer esteve na cerimônia e afirmou que Meirelles dará continuidade “às reformas de que o País ainda precisa”.
O vice na chapa será Germano Rigotto, também do MDB. Segundo Meirelles, o ex-governador do Rio Grande do Sul foi uma “escolha pessoal”. O partido fechou aliança apenas com o PHS para as eleições deste ano.
Jair Bolsonaro (PSL)
No domingo, 21, o PSL definiu por aclamação Jair Bolsonaro como candidato a presidente da República. Ovacionado durante a convenção realizada no Rio de Janeiro, o deputado federal disse que pretende fundir os ministérios da Fazenda e do Planejamento; e da Agriculta e do Meio Ambiente. O presidenciável também falou sobre possíveis privatizações de estatais.
“Eu sou a favor de privatizar, mas não gostaria que fosse essa a tônica (do programa de governo). Senão é atestado de incompetência”, afirmou.
O vice na chapa será o general Hamilton Martins Mourão, do PRTB. O nome do militar foi confirmado após as recusas do senador Magno Malta (PR) e da advogada Janaina Paschoal.
No sétimo mandato consecutivo como deputado federal e filiado ao nono partido de sua carreira, está é a primeira vez que o militar da reserva do Exército disputará a Presidência da República. Nos cenários sem o ex-presidente Lula, Jair Bolsonaro lidera as pesquisas de intenção de voto.
Em abril, Bolsonaro foi denunciado ao Supremo Tribunal Federal pela Procuradoria-Geral da República. A acusação é de que o deputado federal teria praticado o crime de racismo ao usar expressões discriminatórias durante uma palestra realizada em abril de 2017 no Clube Hebraica do Rio de Janeiro.
Integrantes do movimento monarquista comparecem ao lançamento da candidatura a presidente do deputado federal Jair Bolsonaro.
João Amoêdo (Novo)
O empresário João Amoêdo foi oficializado pelo Partido Novo como candidato à Presidência em convenção realizada neste sábado, 4. A cerimônia, realizada em São Paulo, contou com a prensença do técnico de vôlei Bernardinho, que é filiado à sigla e chegou a ser cotado como candidato a governador do Rio de Janeiro.
Com passagens por Unibanco e Itaú-BBA, Amoêdo defende a privatização das empresas estatais brasileiras, mas rejeita o rótulo de “candidato do mercado financeiro”. Durante a convenção do Novo, ele declarou que deseja ser um “servidor” da população.
O candidato a vice na chapa será o professor universitário Christian Lohbauer.
João Goulart Filho (PPL)
Último partido a oficializar seu candidato à Presidência, o PPL aprovou neste domingo, 5, o nome de João Goulart Filho como um dos concorrentes ao Planalto. Filho do ex-presidente João Goulart, deposto pela ditadura militar em 1964, está é a primeira vez que ele concorre ao cargo.
O candidato a vice na chapa será Léo Alves, professor da Universidade Católica de Brasília.
José Maria Eymael (DC)
O partido Democracia Cristã (DC) oficializou, em convenção realizada no dia 28 de julho, a candidatura de José Maria Eymael para a Presidência. Conhecido pelo jingle “ei, ei, Eymael, um democrata cristão”, está é a quinta vez que o ex-deputado federal concorre ao Palácio do Planalto. O vice na chapa este ano será o pastor Helvio Costa.
Lula (PT)
Em convenção realizada no centro de São Paulo neste sábado, 4, o PT oficializou o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, preso e condenado pela Lava Jato, como o candidato do partido pela sexta vez à Presidência da República nas eleições 2018. No evento, o nome de Lula foi aclamado por unanimidade e uma carta do ex-presidente foi lida para a militância.
“Já derrubaram uma presidenta eleita; agora querem vetar o direito do povo escolher livremente o próximo presidente. Querem inventar uma democracia sem povo”, escreveu Lula. No texto, ele pediu o empenho da militância para a vitória do partido.
Apesar do discurso público em defesa da candidatura, dirigentes petistas já trabalham com a perspectiva de um “plano B”. Condenado em segunda instância pela Justiça Federal a 12 anos e um mês de prisão, ele pode ser enquadrado na Lei da Ficha Limpa.
O vice na chapa ainda não foi decidido. Existe a possibilidade de que o nome seja do próprio PT ou de outro partido. Entre os nomes cotados estão a deputada estadual gaúcha Manuela D’Ávila, candidata à Presidência pelo PCdoB; e os petistas Fernando Haddad, ex-prefeito de São Paulo, Gleisi Hoffmann, presidente nacional do PT, e Jaques Wagner, ex-governador da Bahia.
Manuela D’Ávila (PCdoB)
Em convenção realizada no dia 1º de agosto na Câmara dos Deputados, em Brasília, o PCdoB oficializou a deputada estadual gaúcha Manuela D´Ávila como candidata do partido para a Presidência da República.
Durante seu discurso, no entanto, Manuela deixou aberta a possibilidade de desistir de sua candidatura para integrar, como vice, a chapa de outro candidato. Recentemente, o PT acenou com a possibilidade de ter Manuela como vice. A hipótese foi bem recebida pela presidente do PCdoB, Luciana Santos.
Até o momento, contudo, o partido mantém a candidatura de Manuela. O vice na chapa é o sindicalista Adilson Araújo, presidente da Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil (CTB).
Marina Silva (Rede)
Marina Silva foi oficializada neste sábado, 4, como candidata a presidente da República pela Rede. Fundadora do partido, ela foi aprovada por aclamação para concorrer pela terceira vez ao Palácio do Planalto.
“O povo brasileiro não vai ser substituído por ‘Centrões’ de direita e esquerda. No centro está o povo brasileiro”, disse a candidata durante a convenção. No discurso de quase 50 minutos, ela fez referência direta a Geraldo Alckmin e criticou o acordo do ex-governador com o chamado Centrão.
Nas eleições de 2014 e 2010, quando foi candidata por PSB e PV, Marina ficou em terceiro lugar nas corridas presidenciais ao receber cerca de 20 milhões de votos em cada pleito. Para tentar superar essa marca duarnte a campanha, a ex-senadora e ex-ministra do Meio Ambiente precisará superar o desafio de contar com apenas 15 segundos em cada bloco do horário eleitoral na televisão.
O vice na chapa será Eduardo Jorge, do PV. Ex-deputado federal, ele também foi candidato à Presidência em 2014.
Vera Lúcia (PSTU)
Na noite de sexta-feira, 20, o PSTU oficializou a candidatura da operária sapateira Vera Lúcia para a Presidência da República. A convenção, realizada na sede do Sindicato dos Metroviários de São Paulo, também definiu o professor e ativista Hertz Dias como vice da chapa. O partido também decidiu que não fará nenhuma coligação.
Formada em Ciências Sociais pela Universidade Federal de Sergipe, Vera Lúcia foi candidata à Prefeitura de Aracaju em 2012. Nas eleições 2018, a sapateira quebra a hegemonia do dirigente Zé Maria – candidato a presidente nas últimas quatro eleições – como postulante do PSTU na corrida ao Planalto./ COLABOROU RUBENS ANATER, ESPECIAL PARA O ESTADO DE S. PAULO.
rt