O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, não descartou a possibilidade se reunir com o presidente venezuelano, Nicolás Maduro, em entrevista dada no domingo (21) ao site Axios.
Durante a conversa, Trump também demonstrou frieza ao se referir a Juan Guaidó, presidente da Assembleia Nacional da Venezuela, que se autodeclarou presidente interino e foi reconhecido por mais de 50 países.
As declarações podem indicar uma mudança na política americana com relação à Venezuela nos últimos meses já que o governo americano foi o 1º a declarar apoio à iniciativa de Guaidó em janeiro de 2019.
Quando questionado sobre a possibilidade de se encontrar com Maduro, Trump respondeu:
“Poderia pensar nisso. Maduro gostaria de se reunir. E eu nunca me oponho às reuniões. Sempre digo que se perde muito pouco com as reuniões. Mas, até agora, eu as recusei”, disse Trump, segundo trecho da entrevista divulgado pelo Axios.
Segundo o site, Trump mostrou suas reservas em relação ao interino e “indicou que não ter muita confiança” já que ele teria falhado em controlar o país apesar do apoio internacional que recebeu.
“Guaidó foi eleito. Eu acho que eu não era necessariamente a favor, mas eu disse ‘algumas pessoas gostavam dele, outras não’. Soou ok para mim. Não acho que tenha sido muito significativo de uma maneira, ou de outra”, disse Trump.
As declarações de Trump coincidem com a publicação desta semana de um livro de memórias de John Bolton, ex-conselheiro de Segurança Nacional de Trump, e que tem causado alvoroço nos Estados Unidos. Nele, Bolton mencionaria Venezuela e Guaidó.
Segundo trechos publicados pelo Axios, Bolton escreveu que Trump tinha suas dúvidas sobre Guaidó desde o início, pois o considerava “uma criança” na frente de Maduro, cuja imagem era “forte”.
Respondendo a uma pergunta sobre se ele se arrependia da decisão de apoiar Guaidó, como sugere Bolton em seu livro, Trump disse: “Eu poderia ter vivido com e sem Guaidó, mas eu era muito contra o que estava acontecendo na Venezuela”.
O presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, durante entrevista coletiva em Caracas, no dia 14 de fevereiro — Foto: AP Photo/Ariana Cubillos
Desde janeiro de 2019, os Estados Unidos lideram uma campanha internacional para tirar Maduro do poder. Washington considera fraudulenta sua reeleição em maio de 2018 e atribui a Maduro uma corrupção generalizada no país, além de graves violações dos direitos humanos e o colapso econômico dessa antiga potência do petróleo.
Apesar de uma bateria de sanções, Maduro permanece no poder com o apoio particular da Rússia e da China.
g1