O ministro da Saúde do Peru, Óscar Ugarte, disse na quarta-feira (24) que um estudo baseado em “uma amostragem em toda Lima” mostrou que 40% das infecções são causadas por ela.
Com 2.800 quilômetros de fronteira com o Brasil, o Peru identificou essa cepa pela primeira vez em janeiro, na região amazônica de Loreto.
Quanto ao Uruguai, até recentemente elogiado por conter a epidemia sem recorrer à quarentena, agora enfrenta “uma situação complexa” que pressiona seu sistema de saúde, admitiu seu presidente, Luis Lacalle Pou.
Os novos casos de covid atingiram esta semana uma alta diária de 2.682, e a taxa de positividade ficou em 17,89% na quarta-feira, um dos maiores picos desde março de 2020.
Apesar do avanço explosivo e do clamor dos sindicatos médicos, Lacalle resiste em confinar a população “por uma questão de princípio”, limitando-se a reduzir algumas horas de expediente, suspendendo a frequência presencial escolar e shows e fechando escritórios públicos.
Confinamento total
As campanhas de imunização, que avançam em velocidades diferentes na região, ainda não trouxeram alívio.
O Chile vive a experiência agridoce de liderar a vacinação – junto com Israel – e, ao mesmo tempo, sofrer uma retomada brutal da epidemia, que atingiu um novo máximo quando ultrapassou 7 mil infecções diárias.
“São fenômenos que ocorrem em vias totalmente diferentes”, explica o presidente da Sociedade Chilena de Medicina Intensiva, Darwin Acuña.
O impacto da vacina para a população de maior risco “ainda não se viu, porque a população de risco acaba de receber a segunda dose”, disse o médico à AFP, que acredita que apenas em abril “se verá um efeito real”, por exemplo, na ocupação dos leitos de terapia intensiva.
Com quase um milhão de infectados e mais de 22 mil mortos, o país decretou confinamento obrigatório, a partir desta quinta-feira, para 70% de sua população. No fim de semana, quando um toque de recolher se aplica, a medida vai atingir 90% dos chilenos.
Na Venezuela, em função do aumento de casos, uma “quarentena radical” está em vigor desde segunda-feira e deve durar duas semanas, após meses de flexibilização.
Ainda assim, seus números oficiais continuam baixos, em termos comparativos. Com 30 milhões de habitantes, tem 152 mil infecções e 1.511 mortes, números questionados por diversos observadores.
Também com números inéditos e sem leitos disponíveis para casos graves em hospitais públicos e privados, o Paraguai decretou o fechamento total, exceto para atividades essenciais, a partir de sábado e por uma semana, anunciou na quarta-feira o presidente Mario Abdo. Sua gestão da pandemia gerou protestos, exigindo sua renúncia.