De acordo com Vivian, a primeira pessoa a se infectar na família, em meados de fevereiro, foi a cunhada. Logo depois o irmão, a mãe e o pai contraíram o vírus. “A minha cunhada ficou internada, mas teve alta e está se recuperando em casa”, disse. Além dos adultos, a sobrinha dela de 1 ano e 7 meses e a filha de 1 ano e 5 meses também testaram positivo para a Covid-19, mas não necessitaram de internação.
Os óbitos aconteceram em intervalos curtos de tempo. O pai faleceu no dia 20 de fevereiro. No dia seguinte foi o irmão. Seis dias depois, a mãe também faleceu. E no último dia 10 de março, o marido da assistente social não resistiu à doença.
Vivian conta que ainda não conseguiu ter tempo para processar todo o sofrimento passado nos últimos dias e pensa agora em cuidar das crianças. “Hoje eu me sinto triste, abalada, desacreditada. Tem horas que parece que é um pesadelo. Eu não tive tempo de poder ter todo esse sofrimento ainda para lutar por eles, que estão precisando de mim, da minha força, eu preciso cuidar da minha filha. Só quem sente essa dor é quem passa”, desabafa.
Ainda internada, em estado estável, a assistente social disse que não precisou ser entubada nem de receber oxigênio. Ela disse que busca na fé a força para superar tantas perdas. “Essa doença é muito traiçoeira. Estou buscando ajuda psicológica, na família e principalmente em Deus, que tem sido o meu refúgio nesse momento de dor”, finaliza – G1.