Uma auditoria do Tribunal de Contas da União aponta que as Forças Armadas gastaram recursos que deveriam ser empregados em ações de combate à Covid-19 com salgadinhos, filé mignon e picanha. De acordo com o relatório, com salgados, diversos tipos de coquetel, sorvetes e refrigerantes foram gastos mais de R$ 255 mil. Para o TCU, diante do baixo valor nutritivo e a finalidade habitual, muito provavelmente esses alimentos não foram utilizados para o reforço alimentar da tropa empregada na Operação Covid-19.
Em outro trecho, a auditoria aponta que apenas duas organizações militares compraram 12 mil quilos de carnes bovinas de cortes nobres, filé mignon e picanha pelo valor de R$ 447 mil. A quantia representa 21% do total despendido por todas as unidades do Exército com carne bovina em geral, que foi de R$ 2 milhões, distribuído em 65 itens de compra, adquiridos por 45 organizações militares. Em análise sobre alimentação do Exercito, o TCU constatou ainda que cerca de 50% das despesas beneficiaram organizações que não possuem tropa, e que por essa condição não são habitualmente empregadas em ações de campo.
A auditoria foi solicitada pela Comissão de Fiscalização Financeira e Controle da Câmara. A conclusão se baseou na análise das despesas das Forças Armadas, na casa dos R$ 15 milhões. Os recursos foram enviados nos anos de 2020 e 2021 pelo Ministério da Saúde para ações como atendimento a indígenas, apoio ao Plano Nacional de Imunização contra a Covid e Ressarcimento de apoio logístico Crise de Covid na Região Norte do País.
O Ministério da Defesa e o Exército foram procurados, mas até o momento não se posicionaram.