Do futebol à natação, passando pelo atletismo e hipismo. Em Cabul, o novo diretor de esportes do Talibã no Afeganistão afirma que os afegãos poderão praticar até “400 esportes”. Mas ainda não pode garantir se as mulheres poderão praticar algum em público.
“Por favor, não me faça mais perguntas sobre as mulheres”, insiste Bashir Ahmad Rustamzai, enquanto está sentado na grande cadeira do ex-presidente do Comitê Olímpico do Afeganistão, que fugiu do país, assim como os outros membros do governo anterior.
O recém-nomeado diretor afegão de Esportes e Educação Física é um ex-campeão de luta livre e kung fu.
Durante o primeiro governo do Talibã, ocupou a função de presidente da Federação de Kung Fu e depois trabalhou com o governo pró-Ocidente, com o qual acabou entrando em conflito pela “corrupção generalizada”, afirma Rustamzai.
Ele foi preso pelo governo afegão por ser próximo aos extremistas, e solto em 15 de agosto, após sete anos de prisão, enquanto o Talibã tomava Cabul e o poder.
De pronto, Rustamzai diz à AFP que os talibãs evoluíram desde os anos 1990, quando usavam principalmente os estádios para executarem seus oponentes. Além disso, promete que desenvolverão o esporte “em todo país, que não será mais controlado apenas por homens e que as mulheres não serão mais proibidas”, como temem os ocidentais.
Os afegãos — garante ele — não têm nada com o que se preocupar, já que poderão continuar praticando seus esportes favoritos: futebol, críquete e as artes marciais. E muitos outros, porque “mais de 400 esportes estão permitidos pelas leis do Islã”.
Os talibãs têm apenas uma exigência: que todos os esportes “sejam praticados de acordo com a lei islâmica”. Isso representa poucos problemas para os homens, explica: para cumprir com a sharia, precisam apenas cobrir os joelhos. Isso vale para todos os esportes”, incluindo o futebol, explicou.