Dois soldados paquistaneses morreram em decorrência de ataques terroristas em uma violenta região na fronteira com o Afeganistão, segundo fontes militares do Paquistão. Foi o primeiro ataque desde que o Taleban tomou o controle da capital afeganistã Cabul no dia 15 de agosto, informou a agência qatari Al Jazeera.
Em retaliação, as forças paquistanesas informaram que até três militantes talibãs foram mortos. A informação não é verificável devido à proibição da atuação de jornalistas e organizações de direitos humanos em Bajaur, distrito tribal conhecido por ser uma terra sem lei ao longo dos limites territoriais com o Afeganistão e reduto de combatentes do banido Tehreek-e-Taliban (da sigla TTP, conhecido como “Taleban do Paquistão”).
Após o domínio do poder central pelo Taleban, o TTP renovou a aliança com a organização extremista, intensificando as ofensivas contra o exército paquistanês. Líderes e combatentes da ala talibã paquistanesa estão baseados no Afeganistão, para onde fugiram de operações militares e de onde, agora reintegrados, planejam tais ataques ao outro lado da fronteira.
Em comunicado, as forças do Paquistão condenaram “o uso de solo afegão por terroristas para atividades contra o Paquistão” e espera que tais atividades não sejam permitidas.
“Esperávamos que, da maneira como as coisas estavam acontecendo no Afeganistão, a violência pudesse se espalhar no Paquistão”, disse o porta-voz do exército paquistanês, major-general Babar Iftikhar, em entrevista coletiva na sexta-feira (27).
Taleban “desautorizou” ataques
O ministro do Interior do Paquistão, Sheikh Rasheed Ahmad, disse que o país “espera que o Taleban garanta que o TTP não use o solo afegão como plataforma para lançamento de ataques contra o Paquistão”.
O pedido vai ao encontro de uma declaração contraditória do porta-voz do Taleban, Zabihullah Muhaid, que afirmou em sua primeira entrevista coletiva que a organização não permitiria que nenhum grupo usasse solo afegão para lançar ataques contra ninguém.
No Brasil
Casos mostram que o Brasil é um “porto seguro” para extremistas. Em dezembro de 2013, um levantamento do site The Brazil Business indicava a presença de ao menos sete organizações terroristas no Brasil: Al Qaeda, Jihad Media Battalion, Hezbollah, Hamas, Jihad Islâmica, Al-Gama’a Al-Islamiyya e Grupo Combatente Islâmico Marroquino.
Em 2001, uma investigação da revista VEJA mostrou que 20 membros terroristas de Al-Qaeda, Hamas e Hezbollah viviam no país, disseminando propaganda terrorista, coletando dinheiro, recrutando novos membros e planejando atos violentos.
Em 2016, duas semanas antes do início dos Jogos Olímpicos no Rio, a PF prendeu um grupo jihadista islâmico que planejava atentados semelhantes aos dos Jogos de Munique em 1972. Dez suspeitos de serem aliados ao Estado Islâmico foram presos e dois fugiram. Saiba mais.