Embora a senadora diplomada Daniella Ribeiro (PP) já tenha dito que seu partido só irá tratar do tema da eleição da Mesa Diretora do Senado na reunião marcada para a última semana de janeiro, o clima é de indefinição junto aos outros representantes da Paraíba que comporão a próxima legislatura – José Maranhão |(MDB) e Veneziano Vital do Rêgo (PSB), este, um estreante, juntamente com Daniella. As articulações decisivas estão ocorrendo, teoricamente, nos bastidores. Maranhão mantém cautela diante da hipótese de ocorrer uma disputa interna no MDB, entre Renan Calheiros (AL) e Simone Tebet (MS).
Há outros seis pré-candidatos, cujo cacife não é tido como influente. A senadora Simone Tebet oficializou sua candidatura ontem, evidenciando o racha dentro da bancada emedebista. Renan Calheiros tenta assumir pela quarta vez a presidência do Senado. Ele é reconhecido como habilidoso mas enfrenta desgaste, provocando, inclusive, movimentos de reação de eleitores na internet, que pressionam parlamentares a não sufragar o nome de Renan. A definição sobre o comando da Casa é avaliada como importante diante da ameaça do ministro Sergio Moro de deflagrar investigações contra parlamentares no exercício do mandato. Ainda que não tenha autoridade para decretar perda de mandatos, uma eventual investigação da Polícia Federal acionada por Moro poderá criar embaraços ou constrangimentos aos parlamentares.
Nos bastidores, as versões são de que Renan estaria acenando, em troca de votos, com a promessa de blindar parlamentares denunciados – a começar por ele mesmo, que já virou réu no Supremo Tribunal Federal. Ontem, o ministro Luiz Fux, do Supremo Tribunal Federal, agitou mais ainda os meios políticos com a decisão de não recepcionar uma das ações protocoladas contra a candidatura de Renan Calheiros. Fux, que é vice-presidente do Supremo Tribunal Federal, enviou para a primeira instância da Justiça Federal uma ação em que o Movimento Brasil Livre pede que Renan seja impedido de concorrer à presidência do Senado. O advogado Rubens Alberto Gatti Nunes alega que Calheiros responde no próprio STF a pelo menos nove inquéritos referentes a supostos casos de corrupção. As candidaturas à presidência só devem ser formalizadas em primeiro de fevereiro.