A Rússia anunciou, nesta semana, que já vacinou mais de 100 mil pessoas contra a Covid-19 e que pretende imunizar 2 milhões até o fim deste mês. A imunização está sendo feita com a Sputnik V, registrada pelo país em agosto e ainda em testes de última fase.
Até agora, a imunização foi feita da seguinte forma, segundo o G1 apurou junto ao fundo estatal russo que financia o desenvolvimento da vacina:
- Dos 100 mil vacinados, cerca de 25 mil são participantes dos ensaios clínicos de fase 3 (a última) que estão sendo feitos na própria Rússia. A meta é incluir 40 mil voluntários.
- Desses 25 mil participantes, 19 mil receberam a vacina, e 6 mil receberam um placebo (substância inativa).
- As outras cerca de 80 mil pessoas que já foram vacinadas no país não fazem parte dos estudos.
- A meta de vacinação de 2 milhões de pessoas foi anunciada pelo diretor do fundo, Kirill Dmitriev, em entrevista à BBC nesta sexta-feira (4).
Quando anunciou o registro da Sputnik V, o governo russo também disse que pretendia aplicar a vacina, antes do fim dos testes, em pessoas que não faziam parte dos ensaios clínicos. A estratégia foi criticada por cientistas, porque a fase 3 serve para avaliar a segurança e eficácia da vacina em maior escala antes que ela seja aplicada na população como um todo.
No fim de novembro, o país anunciou que a eficácia da Sputnik V ficou acima de 95% 21 dias após a aplicação da segunda dose. Na prática, se uma vacina tem 95% de eficácia, isso significa dizer que 95% das pessoas que tomam a vacina ficam protegidas contra aquela doença.
Vacinação em Moscou
Na quinta-feira (3), a prefeitura de Moscou anunciou que começaria a vacinação na cidade neste sábado (5). De acordo com o fundo russo, serão 300 cabines de vacinação apenas na capital do país.
Até agora, a vacina já foi distribuída na Rússia para grupos de risco – como equipes de saúde, trabalhadores de transporte e professores. Alguns países também já receberam a Sputnik V, como a Sérvia, e outros têm acordo de produção ou fornecimento, como o Cazaquistão, a Índia, a Coreia do Sul, o Egito, o Nepal e o México.
O governo russo também firmou uma parceria com o governo do Paraná, em agosto, para produção da Sputnik V em solo brasileiro. No mês passado, o fundo russo que financia o desenvolvimento da vacina anunciou que o Brasil poderia começar a produzi-la em dezembro.