A agência FSB, um dos serviços de segurança da Rússia, afirmou nesta segunda-feira (21) que um obus disparado do território da Ucrânia destruiu um posto de fronteira russo na região de Rostov. Não houve mortos nem feridos, de acordo com a agência de notícias Interfax.
O incidente ocorreu a 150 metros da linha de fronteira entre a Rússia e a Ucrânia, de acordo com o texto da Interfax.
“Em 21 de fevereiro, às 9h50, um obus de tipo não identificado disparado do território da Ucrânia destruiu o posto de serviço dos guardas de fronteira na região de Rostov, a uma distância de cerca de 150 quilômetros da fronteira russo-ucraniana”, relatou a FSB, citado pelas agências russas de notícias.
“Não houve vítimas. O pessoal especializado em desminagem trabalha no local”, acrescentou o FSB, que também é responsável pelo serviço de guarda de fronteira na Rússia.
Um vídeo atribuído à FSB e publicado pela agência pública de notícias Ria Novosti mostra uma pequena estrutura destruída em uma planície arborizada e escombros espalhados pelo chão.
Oleksiy Danilov, o principal líder de segurança da Ucrânia, afirmou que o país não ataca civis.
Desde 2014, há grupos de separatistas rebeldes no leste da Ucrânia que é considerado pró-Rússia. Na região há conflitos há anos.
Na semana passada, os grupos rebeldes e o governo ucraniano trocaram acusações de ataques.
Violações de cessar-fogo
Houve mais de 1.500 registros de violações do cessar-fogo em 24 horas no leste separatista pró-Rússia da Ucrânia, um recorde até agora neste ano, informou a Monitores da Organização para a Segurança e Cooperação na Europa (OSCE) n o sábado (19).
Da tarde de quinta-feira à noite de sexta-feira, observadores da OSCE registraram 591 violações do cessar-fogo em Donetsk e 975 em Luhansk, os dois enclaves separatistas.
Os combates mais intensos ocorreram no noroeste da região de Lugansk, cerca de 20 quilômetros a sudeste de Severodonetsk, uma localidade leal ao governo de Kiev.
A OSCE, cujos membros incluem a Rússia e os Estados Unidos, implantou sua missão de paz na Ucrânia em 2014, após a anexação da Crimeia pela Rússia e a eclosão de um conflito entre Kiev e separatistas na região de Donbas, que deixou mais de 14.000 mortos.
No sábado, a organização alertou para um “aumento drástico” nas violações do cessar-fogo assinado em 2015.
O exército ucraniano informou que dois soldados foram mortos neste sábado em um bombardeio por separatistas.
Mais de dez bombas explodiram a algumas centenas de metros do ministro do Interior ucraniano, Denis Monastirski, quando ele visitava a linha de frente com os separatistas.