O regime chavista deu um passo adiante na tentativa de sufocar Juan Guaidó. Fez isso administrativamente, tentando expulsá-lo da política. A Controladoria-Geral da Venezuela, a agência responsável por supervisionar as finanças das instituições públicas, o equivalente a um Tribunal de Contas, controlada pelo chavismo, inabilitou o presidente da Assembleia Nacional, reconhecido como presidente interino por mais de 50 governos, para o exercício de cargos públicos por 15 anos. O chefe da agência, o controlador Elvis Amoroso, anunciou a medida contra Guaidó argumentando que o político venezuelano não justificou mais de 90 viagens ao exterior.
“Não é controlador. Não é (…), nem existe uma proibição (…). O Parlamento legítimo é o único que pode nomear um controlador”, afirmou Guaidó nesta quinta-feira, lembrando que Amoroso foi nomeado pela Assembleia Constituinte oficial. Guaidó acrescentou que a desqualificação “não é o perigo disso, o perigoso é que eles ainda estão atacando a presidência no comando”.
Além disso, Amoroso disse “se presume” que Guaidó “ocultou ou falseou” dados de sua declaração de patrimônio, e que “recebeu dinheiro de organismos internacionais e nacionais sem justificar”. Os efeitos da medida, semelhantes àqueles tomados há dois anos pelo escritório da Controladoria contra o ex-candidato presidencial Henrique Capriles Radonski, são desconhecidos por enquanto. O regime declarou em desacato o Parlamento, com uma maioria de oposição eleita em 2015 e que continua a funcionar em paralelo com a Assembleia Nacional Constituinte, um órgão de governo, na prática o braço legislativo do Executivo.
Fonte: El PAÍS