O advogado Adalto Mateus Junior, 32 anos, se mudou com a namorada para um novo apartamento em Brasília, em julho deste ano – durante a pandemia do novo coronavírus –, e logo buscou adaptar o imóvel à rotina do casal.
“Por causa da pandemia, a gente teve que adotar o home office e reformular a nossa casa. Então, montamos um quarto de escritório para trabalhar e compramos mesas maiores e cadeiras mais confortáveis”, conta Junior.
As reformas de imóveis têm sido tão comuns na pandemia que colaboraram para a inflação registrada no setor de materiais de construção – o Índice Nacional da Construção Civil (Sinapi) acumula alta de 8,06% de janeiro a novembro deste ano.
Levantamento do app GetNinjas feito a pedido do Metrópoles aponta que, de abril a novembro de 2020, foram realizadas 2,8 milhões solicitações de serviços, alta de 75% em comparação com o mesmo período do ano passado.
O número específico de pedidos para reformas e reparos cresceu 57% nos últimos oito meses. Além disso, os serviços mais solicitados nessa área foram, respectivamente, pedreiros, carretos (mudanças) e eletricistas.
De março a outubro, o ICVA de materiais de construção apresentou crescimento de 37,5%, em comparação com dias equivalentes de fevereiro de 2020, mês anterior ao estopim da crise do novo coronavírus no Brasil.
O economista Roberto Piscitelli, professor da Universidade de Brasília (UnB), avalia que esse aumento da demanda por reformas está, sobretudo, relacionado à pandemia de Covid-19, que exigiu isolamento social no país.