Durante a sessão ordinária da Câmara de Vereadores de Guarabira, nesta terça-feira (14), dois proprietários rurais que residem na zona rural de Guarabira usaram a tribuna livre para pedir ajuda ao poder no sentido de debater os impactos ambientais da implantação do aterro sanitário.
Uma lei federal que obriga municípios a acabarem com lixões vem tendo prazos protelados ao longo dos últimos anos, mas o Governo Federal fechou o cerco e forçou e 25 municípios da região polarizada por Guarabira criaram o Consórcio Intermunicipal de Resíduos Sólidos (CONSIRES) desde 2013 e o aterro está em vias de ser iniciada sua construção.
O aterro sanitário será localizado na zona rural de Guarabira, nas imediações dos sítios Cajá e Duas Estradas, mas encontra resistência de proprietários de terras e moradores da zona rural, que alegam falta de dialoga do CONSIRES com os nativos e ainda apontam impactos ambientais que podem afetar nascentes e sacrificar áreas preservadas de mata.
De acordo com o proprietário rural Flávio Francklin, estudos de impacto ambientam foram feitos e encaminhados ao IBAMA e ao Ministério Público, mostrando os prejuízos que podem causar à natureza a construção o aterro. Flávio pediu que a Câmara pudesse intermediar um canal de diálogo com o CONSIRES, que não tem dado respostas aos apelos das comunidades afetadas.
Ainda segundo Flávio Francklin, foram coletadas 300 assinaturas de moradores num abaixo assinado, cobrando do CONSIRES uma posição, tentando buscar dialogar com os municípios envolvidos. O abaixo assinado também foi encaminhado aos órgãos de controle externo, atestando que a construção do aterro sanitário está sendo levada a cabo sem que as pessoas sejam ouvidas.
A senhora Maria da Luz, viúva do juiz Antônio Florentino, que tem propriedade rural na área onde se pretende construir o aterro, estava presente na Câmara e foi convidada a falar. Emocionada, a senhora sequer conseguiu expressar os seus sentimentos diante da situação de falta de diálogo com que reside a tanto tempo na localidade. A neta de Maria da Luz falou em nome da avó e pediu respeito aos moradores da zona rural.
Vereador da base de sustentação do prefeito na Câmara, Tiago do Mutirão se colocou à disposição para tentar intermediar um diálogo com o prefeito de Guarabira, Zenóbio Toscano (PSDB), que preside o CONSIRES. Tiago ainda quer uma sessão especial com especialistas na matéria e integrantes dos municípios que serão beneficiados com o aterro.
Marcelo defende moradores
Único vereador que mora na zona rural, Marcelo Bandeira disse que tem sido procurado por quem reside nas localidades onde deverá ser implantado o aterro sanitário e disse que a maior reclamação é a falta de diálogo.
“Eu já levei por mais de uma vez à tribuna da Câmara essa preocupação dos moradores. Zenóbio quer fazer as coisas à pulso, sem conversar com as comunidades, sem mostrar como vai funcionar. É inaceitável que se construa um aterro sanitário no terreiro o no quintal de alguém sem dialogar. Nós sabemos o quanto é importante um aterro sanitário, mas empurra de goela abaixo, como está sendo feito, é o que não pode acontecer”, disse Bandeira.