Um julgamento realizado no tribunal do júri da comarca de Guarabira, nesta quarta-feira (21), gerou desentendimento entre o advogado José Gouveia de Lima Neto e o promotor de justiça Marinho Mendes Machado. O caso envolve um crime ocorrido no ano de 2013, que redundou na morte do comerciante Manoel Gonçalves da Silva, 40 anos (Del), morto com 4 disparos de arma de fogo.
À época, investigações apontaram como um dos autores do crime como sendo José Eduardo Vicente da Silva, conhecido por Dudu. Em 2016 ele foi julgado e absolvido por unanimidade, mas o representante do Ministério Público recorreu da sentença e conseguiu anular o júri.
Gouveia foi constituído para atuar na condição de advogado de defesa do réu. O Ministério Público foi representado pelo promotor Marinho Mendes Machado.
De acordo com relatos de advogas que acompanhavam a sessão do tribunal do júri, durante o tenso embate entre defesa e Ministério Público, o promotor teria perguntado se o réu teria aprendido a mentir com o advogado, o que causou perplexidade entre a categoria.
Os relatos também apontam que na fala de Marinho Mendes, ele teria acusado o advogado de ter levado testemunhas para mentir. As declarações do promotor contra Neto Gouveia fizeram com que a Subseção da Ordem dos Advogados do Brasil em Guarabira reagisse.
Em programa matutino da Rádio Constelação FM, diversos advogados entraram no ar para prestar solidariedade ao colega de profissão. O presidente da Subseção, advogado José Alberto Evaristo, repudiou a atitude do promotor, disse que a OAB vai representar Marinho Mendes no Ministério Público Estadual e pediu respeito às prerrogativas dos advogados em sua livre atuação, dentro do que preceitua a Constituição Federal.
Em seus perfis nas redes sociais, a Subseção da OAB-Guarabira divulgou nota de repúdio relatando o episódio e anunciando as medidas que irá adotar.
A reportagem não conseguiu contato com o promotor Marinho Mendes para que ele pudesse apresentar sua versão sobre o episódio.