A procuradora-geral da Ucrânia, Iryna Venediktova, disse em Davos nesta segunda-feira (23) que o país ainda julgará mais 48 soldados russos por crimes de guerra. Segundo ela, o país está investigando cerca de 13 mil casos.
Falando no Fórum Econômico Mundial (FEM) em Davos, Venediktova disse que os julgamentos continuarão depois que um tribunal de Kiev sentenciou Vadim Shishimarin à prisão perpétua pelo assassinato do civil desarmado de 62 anos, Oleksandr Shelipov.
“Autoridades ucranianas têm uma lista de cerca de 600 suspeitos de envolvimento em crimes de guerra, disse ela, enquanto dois casos envolvendo três indivíduos já estão sendo julgados pelos tribunais”, disse ela ao fórum.
Venediktova disse que a escala de queixas contra a Rússia sugere uma tolerância sistêmica, ou encorajamento de crimes de guerra contra os ucranianos.
Ela disse que as violações das forças russas que sua equipe documentou equivalem a “crueldade e violência deliberada indescritível contra civis”.
“Isso é particularmente evidente em territórios que estavam na linha de frente da guerra, que praticamente se tornaram um matadouro”, acrescentou.
Ela disse que 4.600 civis morreram como resultado da guerra, incluindo 232 crianças, mas alertou que o número real provavelmente é maior.