João Vitor Lopes tem apenas 17 anos, mas já repetiu a média de 819 pontos duas vezes. A mãe, Humara Medeiros, diria que ele é “destemido” e que “isso fez a diferença”. No Sisu 2020 ele foi o primeiro lugar geral da Paraíba, sendo aprovado, também em primeiro lugar, no curso de medicina, na Universidade Federal da Paraíba (UFPB), em João Pessoa. A média, mais precisamente, foi de 819,96, fruto de um caminho de estudos que garante uma alegria indescritível. “Não é uma conquista só minha”, disse João Vitor.
A nota ele viu ainda na sexta-feira (17), quando saiu o resultado do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem). Como muita gente, também teve dificuldade de acessar a nota. “Aquela ansiedade que todo mundo fica. Quando vi a nota já comecei a comemorar, mas com pé no chão”, declarou.
Inseriu a nota no Sisu e, no dia seguinte, já estava em primeiro lugar. A situação, claro, se manteve até o último dia. Quando finalmente a lista foi liberada nesta terça-feira (28), foi só comemoração.
Esse é o primeiro ano que João Vitor faz o Enem “pra valer”. No entanto, no 1º e 2º ano do ensino médio, fez a prova como treineiro. Na primeira vez, pontuou 732. Na segunda vez, repetiu a média do Enem 2019. Com a maior média da Paraíba, escolheu o curso de medicina, um dos mais concorridos.
“Eu nunca tive o sonho de uma carreira para mim, mas eu fui pesquisando e terminei escolhendo medicina, gosto muito da área, acho que vai dar certo”, ressaltou. Embora a determinação em escolher o curso, só no final de dezembro é que começou a pensar qual curso escolheria.
João Vitor foi aluno do colégio Motiva, em João Pessoa, e creditou ao colégio a contribuição na nota final — Foto: Artur Cavalcanti/Divulgação
Sempre estudou muito, não há como negar. Mas nos primeiros anos do ensino médio, a rotina de estudos não era muito puxada. “Estudava mais perto da prova”, revela. No 3º ano, no entanto, usava cerca de cinco horas do dia para manter os assuntos atualizados e garantir a média que fez. Não fez cursinho preparatório nem de disciplina isolada. Garantiu a boa média com todo o ensino que era dado no colégio.
“Todo mundo está muito feliz, não é uma conquista só minha, é de todo mundo. Atribuo [essa conquista] ao meu mérito, claro, mas sempre tive apoio do colégio, sem eles não tinha alcançado”, frisou.
A redação não foi um “bicho de sete cabeças”, mas surgiu com um tema bem inesperado para João Vitor. Afinal, durante o ano, a área de linguagem foi a mais difícil, porque nunca foi muito afeito à disciplina. “No final deu tudo certo, tirei 920”, declarou.
Para a mãe, a sensação é indescritível. Tem uma filha de nove anos, além de João, então foi a primeira felicidade de aprovação. “É uma alegria que só a mãe e o pai sabem o que é isso. É uma caminhada que não começou esse ano, ele vem caminhando com foco, sempre teve muito foco. É muita alegria e muita gratidão”, declarou Humara Medeiros.
g1