Dois militares foram apresentados à Justiça na Venezuela nesta segunda-feira (1º) acusados de participar da morte do capitão de corveta Rafael Acosta Arévalo. Ele morreu na madrugada de sábado sob custódia do regime de Nicolás Maduro, e opositores ao chavismo alegam que ele sofreu tortura.
O Ministério Público venezuelano solicitou prisão preventiva dos militares Antonio Tarascio e de Estiben José Zarate após encontrar indícios de participação na morte de Acosta.
De acordo com agência France Presse, ambos estão presos na sede da Direção Nacional de Contra-Inteligência Militar (DGCIM) em Caracas – mesmo local onde o capitão de corveta morto estava preso.
No domingo, os países integrantes do Grupo de Lima – entre eles o Brasil – divulgaram nota em repúdio à morte de Acosta Arévalo e apontaram “sinais de tortura” no militar. Os Estados Unidos e a União Europeia também cobraram explicações.
Quem era Rafael Acosta Arévalo?
Rafael Acosta Arévalo, militar venezuelano morto dias depois de ser preso. Oposição ao chavismo afirma que ele sofreu tortura — Foto: @jguaido/Reprodução/Twitter
Acosta Arévalo estava na lista de 13 detidos pelo regime de Nicolás Maduro por supostamente tramarem um golpe contra o chavismo, sob liderança do autoproclamado presidente interino da Venezuela, Juan Guaidó.
No sábado, oposicionistas e familiares do militar morto denunciaram que ele sofreu tortura na prisão. Segundo relatos, Acosta sequer conseguia ficar de pé no tribunal, durante audiência na sexta-feira.
Em outubro do ano passado, o vereador Fernando Albán morreu ao cair do décimo andar da direção do Serviço de Inteligência. O governo garante que ele se suicidou, mas a oposição denuncia que foi jogado após falecer durante sessão de tortura em um interrogatório.
Condenando a “violência”, Diosdado Cabello, presidente da Assembleia Constituinte – parlamento paralelo apoiador de Maduro –, assegurou nesta segunda-feira que “nenhuma destas atuações irregulares ficará impune”.
“Mais de cem funcionários venezuelanos estão à disposição dos tribunais por uso excessivo da violência”, disse Cabello, considerado o número dois do chavismo.