O presidente do México, Andrés Manuel López Obrador, disse, nesta segunda-feira (18), que entregou uma carta a Joe Biden na qual defende o fundador do WikiLeaks, Julian Assange, que deve ser extraditado do Reino Unido aos Estados Unidos, onde ele deve ser processado por espionagem.
“Deixei uma carta ao presidente Biden sobre Assange lhe explicando que Assange não cometeu nenhum crime grave. Ele não causou a morte de ninguém, não violou nenhum direito humano e exerceu sua liberdade”, disse López Obrador.
O presidente mexicano visitou os EUA na semana passada. No documento, ele afirma que deter Assange “representaria uma afronta permanente à liberdade de expressão e à liberdade”. Ele também disse que pode oferecer “proteção e asilo” a Assange.
López Obrador afirmou que Biden ainda não respondeu à carta. “Tenho que ser respeitoso, tenho que esperar que ele analise [a carta] e se dê o devido tempo”, disse.
Processo contra Assange
Assange pode ser condenado nos EUA a 175 anos de prisão por ter divulgado, em 2010, mais de 700 mil documentos confidenciais sobre as atividades militares americanas, especialmente no Iraque e no Afeganistão. Os arquivos foram publicados na plataforma WikiLeaks.
A Justiça dos EUA o denunciou por espionagem em maio de 2019, em virtude de uma lei aprovada em 1917 para impedir a divulgação de informações confidenciais em tempos de guerra.
Assange foi detido pela polícia britânica em 2019 após refugiar-se durante sete anos na embaixada do Equador em Londres e, desde então, permanece detido na prisão de alta segurança de Belmarsh, perto da capital britânica.
Em 17 de junho, o governo britânico anunciou que firmou o decreto para sua extradição aos Estados Unidos, uma decisão da qual Assange recorreu em 1º de julho.