Em Pernambuco, a rede de hospitais tem 629 leitos para pacientes de covid — das vagas regulares, 84% estão preenchidas; na UTI, a taxa é de 95%. O Estado, o quarto do País em registros, tem 216 mortes e 2.459 casos confirmados. O Ministério da Saúde anunciou neste fim de semana o envio de 10 respiradores para Pernambuco.
Diante do cenário crítico, o governador Paulo Câmara (PSB) prometeu nesse domingo, 19, criar 230 vagas de UTI no antigo Hospital Alfa, no Recife, e 20 na Maternidade Brites de Albuquerque, em Olinda.
“Esses dois hospitais estão se juntando ao Hospital Universitário Oswaldo Cruz como os principais centros de referência estaduais para tratar doentes do novo coronavírus”, disse.
Na capital, o Hospital Provisório Recife 1 foi inaugurado na última semana com 20 leitos de UTI e 15 de enfermaria. A unidade, que deve oferecer, ao todo, 100 vagas para terapia intensiva, foi criada para atender exclusivamente os pacientes com coronavírus, transferidos a pedido da Central de Regulação de Leitos.
“Quando o paciente sai, por alta ou óbito, já temos uma lista imensa de pacientes”, relata Carlos Rego Barros, chefe de fisioterapia da UTI do Hospital da Mulher na capital, que também se queixa da falta de ventiladores. Ele ficou afastado em março após se infectar com a covid e voltou recentemente ao trabalho.
Um em cada três diagnosticados com o vírus no Estado é profissional de saúde, segundo o balanço oficial. “Como a demanda é crescente, por mais que haja profissionais, muitos não têm a vivência da terapia intensiva”, diz Rafaela Leite, enfermeira do Hospital da Mulher e também na rede privada. Segundo ela, outro problema é a falta de estrutura dos hospitais do interior, que encaminham pacientes para a capital.