A gestão de Donald Trump quer que o Censo de 2020, a ser feito nos Estados Unidos no ano que vem, traga uma pergunta sobre a cidadania dos respondentes.
A intenção causou polêmica –a oposição considera que se trata de uma tentativa para evitar que os imigrantes sejam contabilizados na população.
Nas primeiras instâncias da Justiça, a pergunta foi bloqueada. O argumento é que a administração violaria leis federais e a Constituição ao incluir a questão.
Nesta terça (23), os nove juízes da Suprema Corte dos EUA ouvirão argumentos a favor e contra a medida.
O caso chegou à turma por um par de ações judiciais: uma do estado de Nova York, e uma coalizão de direitos de imigrantes.
Os formulários do censo serão impressos nos próximos meses. Caso a Justiça autorize a inclusão, será a primeira mudança no questionário desde 1950.
A contagem oficial da população é usada para determinar o número de cadeiras que cada distrito tem no Congresso. Além disso, é um dos critérios usados na distribuição de cerca de US$ 800 bilhões (R$ 3,14 trilhões) em fundos federais.
Oposição teme ser atingida
Os oponentes de Trump afirmam que a inclusão da questão implicaria uma subcontagem significativa, pois domicílios de imigrantes teriam receio de responder ao questionário do censo por imaginar que os dados seriam compartilhados com autoridades de segurança.
Uma possível consequência nas zonas eleitorais tradicionalmente vinculadas ao Partido Democrata seria uma representatividade menor no Congresso e na distribuição de recursos, e beneficiaria as regiões que tradicionalmente votam em políticos do Partido Republicano.
A Suprema Corte dos EUA tem nove juízes, e cinco são considerados conservadores –dois deles foram nomeados por Trump.
Empresas e associações como o Lyft, Levi Strauss e Uber também se opuseram à pergunta sobre a cidadania, ao dizer que ela compromete a qualidade dos dados que eles usam para escolher seus pontos e suas estratégias de mercado.
G1