Os fiéis muçulmanos iniciaram nesta sexta-feira (31) o “apedrejamento de satanás” no vale de Mina, perto de Meca, um dos últimos rituais do Hajj, a grande peregrinação na Arábia Saudita. Nesse ano, um grupo muito reduzido pode participar da cerimônia para evitar qualquer propagação do novo coronavírus.
Devido à pandemia, apenas 10 mil peregrinos, de diversas nacionalidades mas residentes na Arábia Saudita, foram autorizados a participar do Hajj, que é um dos cinco pilares do islã. No ano passado, 2,5 milhões de peregrinos participaram.
Sob um forte calor, os peregrinos que chegaram a Mina passaram por controles de guias e policiais, que garantiram o respeito às normas de distanciamento social.
Os peregrinos fizeram o gesto simbólico que consiste em atirar sete pedras em direção a uma das colunas que representam o satanás. Habitualmente, a grande multidão pega pedras no chão e lança desordenadamente. O ritual costuma deixar vários feridos. Em setembro de 2015, o ritual terminou em pesadelo: 2.300 peregrinos morreram em um grande tumulto.
Desta vez, porém, as autoridades distribuíram pedras esterilizadas aos peregrinos e o ato foi mais controlado.
Hajj
Na quinta-feira, um dos grandes momentos do Hajj aconteceu, quando um reduzido número de fiéis seguiu até o Monte Arafat – a 20 km de Meca – para pedir o perdão de Deus.
As autoridades estabeleceram um cordão de segurança ao pé da colina, também chamada de Monte da Misericórdia, como parte das medidas de prevenção contra o coronavírus.
Os peregrinos passaram a noite em Muzsalifah, antes de iniciar nesta sexta-feira o ritual do apedrejamento.
Após o ritual, os peregrinos retornam à Grande Mesquita de Meca para o último “tawaf”, ou circunvolução ao redor da Kaaba, a estrutura cúbica em direção da qual os muçulmanos de todo mundo se voltam para rezar.
Tudo foi planejado para evitar contaminações. A Arábia Saudita registra oficialmente mais de 274 mil casos de Covid-19 e mais de 2,8 mil mortes, um dos maiores índices no mundo árabe.
Aid al Adha
A sexta-feira também marca o início da festa de Aid al Adha, a festa do sacrifício.
Os peregrinos e os muçulmanos de todo mundo matam um animal em homenagem ao sacrifício que deveria ser feito, segundo a tradição, pelo profeta Abraão, depois que Deus pediu que matasse seu filho Ismael. No último instante, o anjo Gabriel substituiu Ismael por um cordeiro.
Por ocasião do Aid, o rei Salman enviou uma mensagem aos muçulmanos e destacou que as autoridades sauditas “redobraram os esforços” para proteger os fiéis.