Um evento na Praça Tiananmen, em Pequim, reuniu milhares de pessoas na manhã desta quinta-feira (1°) (noite de quarta em Brasília) para comemorar os 100 anos do Partido Comunista da China — que comanda o país asiático desde 1949.
O misto de parada militar com séries de apresentações musicais ocorreu de frente à foto de Mao Tsé-Tung na Praça Tiananmen, também conhecida como Praça da Paz Celestial. É o mesmo local onde, há 32 anos, o governo chinês reprimiu violentamente uma manifestação de estudantes.
A expectativa é que o presidente Xi Jinping discurse, em uma fala sobre as perspectivas futuras para o governo chinês.
O evento ocorre em um momento de renovação das hostilidades políticas entre Pequim e Washington, principalmente com as disputas sobre Taiwan e um recente relatório dos EUA que apontou a possibilidade de a pandemia do coronavírus ter começado por um acidente em um laboratório na cidade chinesa de Wuhan.
Ainda com a pandemia em andamento, alguns dos participantes usavam máscaras. Números oficiais mostram a Covid-19 sob controle na China, país que aplicou mais de 1 bilhão de doses de vacinas. A média móvel de novos casos de coronavírus entre os chineses flutua na baixíssima casa dos 25 diagnósticos por dia.
A história do Partido Comunista da China é anterior à revolução que deu aos comunistas o controle do mais populoso país do mundo e terceiro em extensão territorial. Começou em 1921 como uma agremiação inspirada nos bolcheviques que fizeram a revolução na Rússia em 1917 e formariam a União Soviética em 1922. Mas demoraria quase 30 anos até que chegassem ao poder.
Só em 1949, com uma guerra entre nacionalistas e comunistas, o partido fundou a República Popular da China e assumiu o controle da porção continental do país. Os nacionalistas ficaram restritos à ilha de Taiwan, de onde clamam, até hoje, ter a legitimidade sobre toda a China.
Com Mao Tsé-Tung no poder, a China comunista passou por difíceis anos de fome coletiva e fortíssima repressão a dissidentes. Somando a Revolução Cultural e a crise alimentar, dezenas de pessoas morreram, sobretudo entre os anos 1950 e 1960. Ainda assim, a imagem de Mao é cultuada pelo Partido Comunista até os dias atuais.
Já na década de 1970, a China comunista se aproximou dos EUA após romper com a União Soviética. A industrialização se acelerou, e logo a economia chinesa se transformou em uma das maiores do mundo até passar a rivalizar com a americana neste século XXI.
Com Xi Jinping no poder, a China expandiu pretensões geopolíticas buscando maior influência no mundo. Chegou a entrar em uma “guerra comercial” com os Estados Unidos durante o governo Donald Trump, com imposições mútuas de tarifas. Atualmente, já com Joe Biden na Casa Branca continua sob tensão com os americanos por disputas nas águas do Mar da China e por questionamentos sobre a origem da Covid-19.