Central Estadual de Transplantes registrou, nessa terça-feira (5), a nona doação de coração de 2023. O paciente doador estava internado no Hospital Metropolitano Dom José Maria Pires, unidade do Governo do Estado gerenciada pela Fundação PB Saúde, em Santa Rita.
Vítima de um Acidente Vascular Cerebral Isquêmico, o homem, de 35 anos, foi diagnosticado com morte encefálica após a realização de exames clínicos e de imagens, de acordo com o protocolo proposto pelo Conselho Federal de Medicina. Após a entrevista familiar positiva, foram doados coração, fígado, rins e córneas.
A cirurgia de captação começou no fim da manhã. O primeiro órgão retirado foi o coração, que rapidamente foi levado ao aeroporto, com o apoio do Corpo de Bombeiros, e de lá transportado pela aeronave da Força Aérea Brasileira (FAB) até o estado do Rio Grande do Norte, onde o receptor, um homem de 34 anos, aguardava a chegada do órgão.
O cirurgião cardíaco, Alexandre Duram, explica a necessidade de precisão e eficiência durante o processo. “Um procedimento teoricamente simples, onde após a retirada do órgão a gente infunde um líquido que preserva o coração da isquemia, e isso nos dá um tempo de 4 horas para ser implantado no receptor. É um procedimento que a gente faz em conjunto com múltiplas equipes, uma jornada de no mínimo 24 horas, avaliando o doador, compatibilizando os pacientes, e após a retirada, transportar da forma mais eficiente possível, com apoio da Secretaria de Estado, Central de Transplantes e outros colaboradores, tudo isso em prol desses pacientes que precisam desse procedimento”, detalhou.
Os demais órgãos foram captados logo em seguida. O fígado foi encaminhado para um homem de 63 anos, no Rio de Janeiro. O rim esquerdo teve um receptor compatível na Paraíba e o rim direito, encontrou uma receptora em São Paulo. As córneas foram encaminhadas para o Banco de Olhos.
A diretora da Central de Transplantes, Rafaela Dias, destaca os avanços da Paraíba quanto as doações e transplantes de órgãos. “O aumento de 200% no número de doações de coração, assim como o crescimento das doações e transplantes de outros órgãos coloca a Paraíba em uma posição de destaque na região Nordeste. Mas isso não teria condições de acontecer se não fosse o ‘sim’ das famílias e a capacidade e investimentos que nossa equipe tem recebido por parte da Secretaria”, pontua.
Este ano já foram realizados 233 transplantes de órgãos no estado, e 541 pessoas aguardam na lista de espera, sendo 339 por uma córnea, cinco por um coração, 22 por um fígado e 175 por um rim.