Erivaldo Farias, pai do piloto Gabriel Abraão Farias, disse em entrevista à TV Gazeta, nesta terça-feira (28), que o cantor GD (Gabriel Diniz) não pegou carona no avião, como havia sido informado pelo Aeroclube de Alagoas. De acordo com Erivaldo Farias, o voo fretado para viagens de ida e volta entre Maceió e Salvador custou R$ 4 mil.
O piloto, o músico e o copiloto Linaldo Xavier Rodrigues morreram após a queda da aeronave em Estância (SE), na segunda (27). Os corpos dos pilotos estão em Alagoas para velório e sepultamento. O corpo de Gabriel Diniz está sendo velado em João Pessoa, na Paraíba, onde será sepultado.
Gabriel Diniz fez show em Feira de Santana (BA) no último domingo (26). O músico retornava da Bahia para a capital alagoana, onde iria comemorar o aniversário da namorada, Karoline Calheiros.
“Ele saiu daqui (Maceió) do aeroclube pra Salvador. Lá, ele arrumou um hotel para meu filho e o copiloto ficarem. Quando terminou o show, eles iam retornar pra cá. Mas não foi nada de carona. Voo foi fretado, o aeroclube era consciente e liberou a aeronave”, afirmou Erivaldo Farias.
“Foi fretamento. Ele (GD) chamou Abraão pra fazer a viagem e eles dois fizeram o acerto da viagem e ficou acertado por R$ 4 mil. Tinha que abastecer e, quando foi voar, o Abraão pagou o abastecimento do próprio bolso e o cantor ficou de, quando terminar o show, acertar”, completou o pai do piloto.
A reportagem entrou em contato com a assessoria do aeroclube, que disse desconhecer essa informação. Na segunda-feira, o diretor financeiro do aeroclube, Abinadab Silva, havia informado tratar-se de uma carona.
“Essa aeronave foi para Salvador porque os pilotos são amigos e são membros do Aeroclube de Alagoas, e também são diretores daqui. Então, eles locaram o avião aqui no aeroclube, pegaram o avião e foram para Salvador passar o fim de semana”, disse Silva.
Os pilotos e GD viajavam em uma aeronave monomotor de matrícula PT-KLO, da fabricante Piper Aircraft, que pertencia ao Aeroclube de Alagoas.
Em nota, a Agência Nacional de Aviação Civil (ANAC), informou que o avião estava em situação regular: com o Certificado de Aeronavegabilidade (CA) válido até fevereiro de 2023 e a Inspeção Anual de Manutenção (IAM) em dia até março de 2020.
Contudo, de acordo com a agência, a aeronave que caiu só poderia fazer voos de treinamento ou de instrução, que era proibida para o táxi aéreo.
A ANAC abriu investigação para apurar se a aeronave fazia táxi aéreo irregular, suspendeu as operações e interditou nove aeronaves do Aeroclube de Alagoas.
Nesta manhã, dois técnicos do Serviço Regional de Investigação e Prevenção de Acidentes (Seripa) chegaram a Sergipe para iniciar as investigações sobre a queda da aeronave. A Polícia Federal também compõe a equipe de vistoria nos destroços do acidente.