A virada para um ano novo sempre nos traz a renovação da esperança por dias melhores. Expectativas são criadas em diversas áreas de nossas vidas, porém, muitas vezes esquecemos de mentalizar o que queremos e desejamos para outras situações da vida que pensamos que nunca nos atingirão.
Existe uma justiça que nunca falha, essa é a justiça Divina. Deus está no controle de tudo e de todos e, independentemente das circunstâncias, até o mal que eventualmente sobrevenha em nossas vidas faz parte desta justiça perfeita, e o que achamos que seria um mal, em verdade se revelará um bem.
Mas não é da justiça Celestial que quero trazer à reflexão dos queridos leitores, falo da justiça terrena, esta justiça que irá dizer o direito para as nossas causas, que terá a palavra final nesse plano terreno para dizer se o que pedimos é justo ou não, se temos razão ou não.
O ano que passou foi um ano de muitas dificuldades e, em especial, a população da Paraíba sofreu com o Poder Judiciário. Diversos fóruns da justiça estadual foram fechados, e entre muitos podemos citar os das comarcas de Araçagi, Pilões, Pirpirituba e Caiçara.
A população destes municípios agora sofre com a necessidade de se deslocar para outras cidades para o fim de buscar a efetivação dos seus direitos. Lamentamos por saber que mais de 90% (noventa por cento) das demandas judiciais nestas cidades são originadas de pessoas de poucos recursos financeiros, e que agora terão outros gastos, principalmente com deslocamentos aos fóruns, escritórios de advocacia e núcleos da defensoria pública, que na sua maioria estão presentes nas cidades onde se localizam os fóruns.
Mas não é só do fechamento de fóruns que padece a população. Não sabemos o que há na mente de magistrados que deixam de exercer com afinco sua tão bela função de julgar, pois temos nos deparado diuturnamente com processos cada vez mais lentos, apesar da virtualização das demandas judiciais, ainda é comum que causas simples durem cerca de três, quatro ou mais anos para que a decisão aplicada seja tornada material para o cidadão.
E o que falar das pessoas que estão presas? a maioria privada de sua liberdade preventivamente, sem julgamento, em presídios e cadeias públicas sem condições mínimas de dignidade, ano após ano, estendendo o sofrimento aos familiares, pois a grande maioria dos juízes deixou de aplicar a Constituição Federal e as leis penais e processuais penais que garantem a presunção de inocência, além da garantia da duração razoável do processo e as formas diversas de medidas cautelares sem necessidade de prisão.
Para este ano de 2021 queremos uma justiça realmente justa. Que decida com rapidez e com responsabilidade. Que conceda ou não o que foi pleiteado, que conceda a liberdade ou não à pessoa presa, mas que em toda e qualquer decisão a ser proferida, que se aplique a lei e a Constituição Federal, de forma correta e imparcial.