Revoltante e chocante. Esse são os sentimentos que tomam conta de todos nós cidadãos ao sermos impactados com as informações e imagens do assassinato de um sargento do Corpo de Bombeiros, dentro de uma unidade militar, no bairro de Mangabeira. É inadmissível saber que chegamos à falência total do Estado no tocante ao combate ao crime. Além do impacto emocional, o fato desencadeia efeito psicológico inconsequente na mente coletiva da sociedade: Se o bandido invade uma unidade militar, mata um policial, rouba a arma e o celular, sai impune, na mais absoluta tranquilidade, o que passa na mente do impotente cidadão desarmado paraibano? o inevitável sentimento de desproteção, abandono e a certeza da ineficiente política de segurança estatal.
A cena expõe as fraturas sobre o déficit de policias na Paraíba, principal personagem no combate à violência. Com o aparato de apenas oito mil PM´s, quando a demanda mínima seria de 15 mil homens para o atual contexto, é impossível ter uma reação à altura em relação à ação dos bandidos, que insistem em desmoralizar o Governo da Paraíba. Os investimentos em armamento, inteligência e infraestrutura da corporação não são suficientes se não tiver “homens nas ruas”. A morte do sargento realça essa tese, já que o assassino entra, tranquilamente, no quartel, mata o policial, rouba a arma e não aparece sequer um companheiro para intervir. O crime foi estudado e os marginais sabiam que naquele momento, havia apenas a vítima na guarita.
É fato que o problema da violência é algo muito complexo, mas chega dessa resposta pronta e baseada em estatísticas para se omitir de reação contundente no combate à violência na Paraíba. Os números frios não consolam o sentimento de desamparo da sociedade. É necessária uma reação que ajude os paraibanos, pelo menos, a vencer a fobia da violência urbana. Não precisa ser expert no assunto para identificar que há uma carência enorme de policias nas ruas para transmitir segurança ao cidadão. É lamentável termos que chamar a atenção das autoridades para um princípio tão basilar. A morte do sargento Jocélio não pode ficar apenas nos dados que atestam a derrota do Estado em relação à guerra contra o crime, mas deve servir de combustível para deixar as elaboradas justificativas de lado para asfixiar a bandidagem na Paraíba.
Anderson Soares