Falta pouco mais de um mês para o Verão, mas os dias estão mais quentes e em algumas localidades já se registram ocorrências de chuvas mesmo em pequena intensidade. Temperaturas altas e precipitação pluviométrica contribuem para a proliferação do mosquito Aedes aegypti – transmissor da dengue, zika e chikungnya. Na Paraíba, este ano, houve um aumento de 214% nos casos de dengue de janeiro a 27 de outubro se comparado com o mesmo período do ano passado, passando de 3.336 para 10.486 casos. No Estado também ocorreu um crescimento de 196% nos casos de zika, passando de 108 (em 2017) para 320 (em 2018), conforme dados epidemiológicos repassados pelo Ministério da Saúde (MS). Apenas os casos de chikungunya obtiveram redução.
Para conscientizar a população sobre esse aumento, orientar a população no combate ao mosquito Aedes aegypti e trabalhar na prevenção das doenças, foi lançada nessa terça-feira (13) a campanha nacional que tem como slogan: “O perigo é para todos. O combate também. Faça a sua parte”.
A Paraíba é um dos 12 estados do País que apresentaram um aumento de casos de dengue e é também um dos sete que registraram casos prováveis da zika em relação ao mesmo período do ano passado. Já sobre os casos de chikungunya houve uma redução de 43% em relação ao ano de 2017.
Divino Martins, coordenador do Programa Nacional de Controle da Dengue do Ministério da Saúde, explicou sobre o papel da população no controle da doença. “Quem transmite essas arboviroses(dengue, zika e chikungunya) é o Aedes. Agora quem conduz essas arboviroses somos nós na medida que esse tráfego de pessoas é permanente e nós temos atualmente no País a presença do Aedes em mais de 90% dos municípios brasileiros”, frisou.
De novembro a maio é considerado um período epidêmico para as doenças transmitidas pelo Aedes aegypti devido ao calor e a incidência de chuvas que são ideais para a proliferação do mosquito. José Braz, coordenador da Sala Nacional de Coordenação de Controle a Dengue, Zika e Chinkungnya, destacou que a campanha acontece justamente nesse período por conta do aumento dos casos das doenças no País. Já Divino Martins pontuou que “no caso da população, além dos cuidados, como não deixar água parada nos vasos de plantas, é possível verificar melhor as residências, apoiando o trabalho dos agentes de endemias”.
Clima favorável ao Aedes
Ainda de acordo com Divino Martins há alguns fatores que contribuem para a proliferação do mosquito e também para a ocorrências das doenças. “Depende de fatores climáticos, apesar de ser o mesmo vetor, depende da temperatura. Vamos fazer uma análise epidemiológica, é preciso ser feito um estudo mais aprofundado. Susceptibilidade da população e predominância do vírus no local são alguns dos motivos para esses aumentos”, explicou.
Para a técnica da Secretária de Vigilância em Saúde, Daniela Bandeira, que estava na coletiva de imprensa do MS, há algumas dificuldades no combate ao mosquito Aedes aegypti. “Um dos maiores obstáculos é educação em saúde. As pessoas têm que se apropriar que isso é importante, que o papel delas tem que ser feito”, frisou. Em alguns estados nota-se que há um relaxamento do combate ao mosquito”, afirmou. Além disso, destacou a importância das pessoas quanto a abertura dos imóveis para a inspeção. Este ano, a proposta é orientar as pessoas como fazer, tendo em vista que muitas habitações ficam fechadas.
Casos de morte
De acordo com a Secretária de Estado da Saúde da Paraíba (SES-PB), de 1 de janeiro a 26 de outubro (43° semana epidemiológica) foram registradas 42 notificações com suspeita de causa de óbito de arboviroses, sendo 3 confirmadas para chikungunya (Pedras de Fogo, Bayeux e Juazeirinho*), 2 confirmadas para zika (Campina Grande e Queimadas) e 13 confirmadas para dengue (3 em Campina Grande, 1 em Sapé, 1 em Aroeiras, 1 em Baraúna, 3 em Coremas, 1 em Barra de Santa Rosa e 1 em Juazeirinho*). Desses casos notificados, 5 estão em investigação e 19 já foram descartados. *Um dos óbitos de Juazeirinho positivou dengue e chikungunya, ou seja, é contado 1 dengue e 1 chikungunya por serem bancos de dados diferentes.
Fonte: Correio da Paraíba