Com quem está o candidato Pedro Cunha Lima (PSDB) quando o assunto é a disputa pela Presidência da República neste segundo turno? Oficialmente, como todos sabem, ele declarou neutralidade, mas os eleitores discordam e fazem apostas de acordo com o próprio espectro político. Nos últimos dias têm pipocado nas ruas de João Pessoa e no restante do estado carros adesivados ora unindo o tucano ao ex-presidente Lula (PT) e ora ao presidente Jair Bolsonaro (PL). Em ambos os casos, a equipe de campanha de Pedro diz que as manifestações são espontâneas e vindas de apoiadores.
É simples entender o movimento puxado por aliados. No caso de Lula, o ponta de lança é o senador Veneziano Vital do Rêgo (MDB). Ele disputou as eleições no primeiro turno e terminou em quarto lugar na corrida eleitoral, atrás de João Azevêdo (PSDB), Pedro e Nilvan Ferreira (PL). Veneziano era o candidato do petista no pleito e se manteve na mesma trincheira após a derrota. O ex-presidente, por outro lado, transferiu o apoio para João, por causa do alinhamento nacional com o PSB, partido do candidato a vice-presidente na chapa, Geraldo Alckmin.
Já Nilvan, mesmo tendo declarado neutralidade no segundo turno, viu vários aliados dele migrarem para base aliada de Pedro. Um exemplo disso é o Cabo Gilberto Silva (PL), eleito para o cargo de deputado federal. O parlamentar é considerado um nome proeminente do bolsonarismo no Estado. O apoio dele, portanto, deu legitimidade para que vários apoiadores saíssem do muro e também decidissem apoiar Pedro. Apesar disso, neste segundo turno, o presidente Jair Bolsonaro ficou sem um defensor oficial na corrida eleitoral, na Paraíba.
O efeito disso é que, com a neutralidade, Pedro tem cavalgado rumo aos apoios de petistas e bolsonaristas. As pesquisas mostram João Azevêdo à frente na corrida eleitoral, mas sem que isso seja encarado como uma posição confortável. De acordo com o Ipec, contratado pela TV Cabo Branco, o primeiro tem 47% das intenções de votos totais na espontânea, enquanto o segundo aparece com 42%.