O embaixador do Líbano, Joseph Sayah, afirmou nesta quarta-feira (5) que o país precisa de insumos hospitalares, alimentos e materiais de construção e conta com a ajuda do Brasil.
Nesta terça (4), uma explosão em Beirute, capital do país, deixou mais de 100 mortos e cerca de cinco mil feridos. A suspeita é que a explosão tenha ocorrido em um armazém que guardava nitrato de amônio, uma substância inflamável.
Em entrevista ao G1, em Brasília, Joseph Sayah disse que conversou com o presidente Jair Bolsonaro, com o ministro das Relações Exteriores, Ernesto Araújo, e com parlamentares.
“Em primeiro lugar, precisamos, mais urgentemente, suprimentos cirúrgicos, medicamentos. Temos mais de 5 mil feridos, precisamos cuidar desse número grande. E, ao mesmo tempo, vários hospitais foram danificados por causa da explosão. Precisamos de todo tipo de alimentos”, disse Sayah.
O embaixador afirmou que o Líbano é um país que importa cerca de 80% de suas necessidades, e que o porto de Beirute é um local de “armazenamento enorme”.
“Essa explosão quase destruiu uma cota de mais de três meses de suprimentos. Precisamos de ajuda alimentar rápida […]. E precisamos de ajuda de material de construção, porque milhares de casas e apartamentos foram destruídos, paredes, portas e vidros. Temos mais de 260 mil pessoas sem abrigo”, afirmou o embaixador.
Segundo o diplomata libanês, o governo brasileiro tem falado em um pacote inicial de cerca de 20 de toneladas de suprimentos, mas as partes ainda não entraram em detalhes específicos. “Acho que amanhã [quinta-feira] tudo vai ficar mais claro”, disse.
Momento ‘não pode ser pior’
Sayah afirmou que o Líbano atravessa uma crise econômica, enfrenta insatisfações populares e foi atingido pela pandemia do novo coronavírus. Para o embaixador, o acidente não poderia ter acontecido em um momento pior.
“Em primeiro lugar, o Líbano entrou numa fase de manifestações populares contra o governo anterior e a situação econômica foi afetada bastante e, ao mesmo tempo, chegou a pandemia que está afetando o mundo inteiro. O Líbano está tentando resistir. Agora, chegou esse acidente horrível ontem. Então, não [poderia ser] em momento pior”, declarou.
Em relação ao acidente, o diplomata disse que há “várias teorias” sobre o que pode ter acontecido.
“Eu ainda vou chamar de acidente, mas houve várias hipóteses e teorias que estão circulando. Algumas dizem que foi atentado. Eu não posso confirmar e nem negar. Houve uma explosão em um depósito. Agora, o porquê ninguém sabe. Vamos aguardar as investigações”, afirmou.
“Estamos [o Líbano] no Oriente Médio. Tudo vai pegar uma forma política, mas não sabemos. Não sabemos nada”, emendou.