Apesar da versão apresentada pela mãe, de que o filho de um ano teria morrido após o ataque de um cabrito, o Núcleo de Medicina e Odontologia Legal de Campina Grande (Numol), emitiu um laudo que aponta indícios de que a morte teria sido ocasionada por agressões físicas feitas supostamente pelo padrasto. O crime aconteceu no dia 5 de agosto na cidade de Queimadas, agreste paraibano.
Cristiano Santana, delegado responsável pelo caso, disse que o documento desmente a versão da mãe. Ela alegou à Polícia Civil que o filho teria sido atingido por um cabrito na véspera da morte e isso contribuiu para a morte da criança.
De acordo com o laudo, a lesão encontrada no baço da criança leva rapidamente à morte e o menino não sobreviveria até o dia seguinte (domingo), quando foi levado para a unidade de saúde.
Segundo a polícia, o suspeito de ter feito as agressões não tinha passagem pela polícia. Ele está preso na Cadeia Pública de Queimadas.
Entenda o Caso
Um homem foi detido pela Polícia Civil acusado de praticar homicídio qualificado contra uma criança de 1 ano e 4 meses.
“A mãe dela informou que a criança sempre levava cabeçadas de um burrego que ficava amarrado próximo a sua casa e no sábado esse animal teria dado uma cabeçada muito forte nas costas da vítima e eles achavam que por essa pancada a criança tinha começado a passar mal”, explicou o delegado Yaslei Almeida.
A polícia desconfiou da versão e requisitou exame cadavérico na criança. A perícia foi feita pelo médico legista Carlos Alberto que detectou que o baço da criança estava estourado e que só ocorreria isso com pancadas muito fortes e que isso levaria rapidamente a sua morte, contradizendo com as declarações da mãe e do padrasto que afirmaram que a pancada teria sido no dia anterior.
Depois disso, as investigações continuaram e a versão dada pela mãe e padrasto foi sendo desmascarada. “Inclusive aportou denúncia anônima no disque denúncia 197 esclarecendo como o fato teria ocorrido e que Davi Lucas tinha sido espancado pelo padrasto que estava forçando e ameaçando a companheira, e mãe da vítima, a não revelar nada a Polícia Civil”, revelou o delegado. Com a versão mentirosa dos acusados esclarecida, o Núcleo de Homicídios de Queimadas realizou diligências que culminou com a prisão Márcio José pelo homicídio contra a criança.
Na delegacia, a mãe da criança revelou o que tinha ocorrido e declarou que no domingo o menino estava chorando muito, e ela foi acalentá-lo, mas a criança continuou “muito abusada e chorando”. Assim, o padrasto pegou o menino no braço e arremessou a criança com toda força no chão e em seguida começou a chutá-lo com toda força. Segundo o relato da mãe, após a criança começar a vomitar e ficar muito mal, eles a socorreram ao hospital regional de Queimadas.
A polícia apurou que esta não seria a primeira vez que o padrasto agredia a criança.
Fonte: Portal T5